quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A PRIMEIRA REPUBLICA

(parlamento)

Para que a ruptura com a Monarquia seja completa, era necessário recriar os símbolos nacionais.

A BANDEIRA NACIONAL.

Para além de um Hino Nacional novo decide-se que ainda em 1910 terá de haver uma bandeira nova no lugar da azul e branca do Portugal Monárquico. Após muita polémica a apreciação das mais variadas propostas, a comissão designada para a escolha do estandarte, onde pontifica o pintor Columbano Bordalo Pinheiro, opta pelo vermelho e o verde.

Guerra Junqueiro protesta. Apesar de republicano defende as cores do regime deposto, acusando os carbonários pelo seu abandono e dizendo que a «bandeira vermelha e verde é uma bandeira de pretos»

A Comissão explica que o vermelho é a cor viril por excelência, a «cor da conquista e do risco» porque as sociedades modernas não querem brandura; reclamam estímulo».Quanto ao verde é a cor que «mais convém aos homens do porvir», segundo a definição do fundador da filosofia Positivista, Augusto Comte.

E assim ficou: Nos mapas históricos dos manuais escolares, a nova bandeira passa a assinalar todas as batalhas das forças portuguesas.

O ROSTO DO REGIME

AFONSO COSTA torna-se obsessão para todos, desde os embaixadores que reconhecem nele estofo de estadista (o único capaz de pôr fim à anarquia –relata o embaixador inglês para Londres- mas que não passa de «um tirano à latino americana, sem qualquer ideia de conciliação ou de liberdade»), até aos humoristas, de que é o alvo preferido passando pelos eclesiásticos de privilégios perdidos e pelos seus inúmeros adversários republicanos.

Vive como um burguês médio, com casa na província e em Lisboa, um automóvel e gosto no vestuário, mas é um republicano fanático, sincero e intransigente, situando-se à esquerda mas sabendo ser pragmático sempre que necessário.

Ao núcleo de familiares e amigos, coeso e influente, chamam »Casa Civil de Afonso COSTA». Será primeiro ministro três vezes, recorde da década.

Afonso COSTA «é um homem com quem todos se podem entender para os seus negócios.», dirá RAUL BRANDÃO que o considera mais esperto do que inteligente.

A FORÇA DA RUA

A imagem de marca da República é a agitação permanente, encarada como normalidade quotidiana, como se os políticos não conhecessem outra forma de se bater pelo poder.


Bombas...

(continua)

João Brito Sousa

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