segunda-feira, 15 de outubro de 2007

CRÓNICAS SOBRE A PRIMEIRA REPÚBLICA

(parlamento)
CRÓNICAS SOBRE A 1ª REPÚBLICA

A História de Portugal fascina-me; por isso não a largo. E apesar de nem todos os acontecimentos terem o meu «agreement», serei sempre um português que nasceu nos Braciias em PORTUGAL.


Aí vai o texto de hoje:

"A instabilidade governamental caracterizou todo o período republicano.

Entre 1910 e 1926, Portugal teve 45 governos de diversos tipos: 17 de um só partido, 3 militares e 21 coligações.. Durante o período entre 1912 e 1917, mesmo com um domínio claro dos governos mono-partidários, do Partido Democrático, os partidos republicanos conservadores conseguiram formar alguns governos independentes..

O primeiro grande desafio à hegemonia Democrática deu-se em 1915 com uma tentativa de ultrapassagem do parlamento por uma intervenção militar.

A violência política foi uma constante do universo urbano durante os anos da 1ª República, com maior incidência quantitativa no início dos anos 20. Logo a seguir a 1910 emergiram outros pólos de violência associados a tentativas de derrube dos governos republicanos, com apoios de sectores das Forças Armadas, duas incursões monárquicas (com Formações de voluntários com um incipiente treino militar) que penetraram no território português com a cumplicidade da Monarquia Espanhola (1911/12).

O derrube da Monarquia constitucional em 1910, contou com o apoio decisivo de organizações secretas que dispunham de um considerável número de “artilheiros civis” e se confundiam muitas vezes com núcleos de base do Partido Republicano, caso da “Carbonária Portuguesa” que desempenhou um papel determinante no sucesso do derrube da Monarquia.

Entre 1910 e 1913, alguns destes núcleos dinamizaram acções de repressão e intimidação a monárquicos e organizações católicas, acompanhando no campo da acção política a legislação que os governos provisórios iam produzindo com inegável velocidade.

O atentado contra o rei .D. Carlos. em 1908, que provocou a morte deste e do príncipe D. Filipe, inaugurou um ciclo de atentados e assassinatos de altos dirigentes políticos, de iniciativa individual ou de associações secretas. Durante a República sucederam-se atentados, embuscadas e execuções sumárias. A primeira guerra Mundial teve um natural efeito desestabilizador sobre o frágil edifício político eregido pela República.

Quando houver uma alegoria republicana em cada lar português a Revolução está feita.

Depois de feita a Revolução, alteram-se nomes de artérias, de colectividades e de casas de espectáculos associadas ao antigo regime. Dos mais notáveis ao mais insignificante dos republicanos históricos todos têm direito a nome de rua, mesmo que os moradores nunca saibam quem são. A palavra “real” desaparece por encanto da designação de associações, produtos e empresas O comercio não perde a ocasião e surgem os cigarros Presidente Arriaga, o cacau Democrata e a telha Republica.


Foi assim que apareceu a GUARDA NACIONAL REPUBLICANA."


João Brito Sousa

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