segunda-feira, 30 de junho de 2008

IMPRENSA/ EXPRESSO


A VIDA DOS POLÍTICOS

seria muito mais calma se fosse possível omitir o passado. A nossa seria mais saudável se houvesse uma disposição constitucional que os proibisse de dizer disparates. Sobretudo quando invocam os nossos filhos. Como nem uma nem outra das hipóteses é possível, resta-nos cuidar das crianças e não deixar aos políticos essa responsabilidade.

Afirmar que o Estado não deve fazer obras enquanto houver crianças com fome é tão demagógico como dizer que o Estado faz obras para tirar as crianças da fome. E, no entanto, é isto que de forma tão improvável liga Durão Barroso a Mário Lino. Há ainda outra coisa que os liga: as obras fazem-se e continuarão a fazer-se, mas sem encher o estômago de muitas crianças.

Antes de se exilar em Bruxelas o ex-primeiro-ministro Durão Barroso deixou muita obra decidida, incluindo a localização do aeroporto na Ota. Mas deixou por resolver os problemas sociais que, em campanha eleitoral, invocou para a não fazer. Chamam a isto pragmatismo. Afirmar na oposição o que é fácil, fazer no poder o que é necessário, mesmo que um seja o contrário do outro. A política está cheia de casos destes. Há mesmo quem diga que na política moderna só se chega ao poder assim.

O ministro Mário Lino acaba de acrescentar um cunho pessoal a esta tese: só se pode exercer o poder assim. Ou seja, com demagogia. As obras públicas não resolvem os problemas sociais, nem devem deixar de ser feitas por causa dos problemas sociais. Desde Cavaco Silva que o país está em obras, mas continua a empobrecer. No entanto, o país estaria mais pobre, se algumas obras não fossem feitas.

O PSD tem razão quando diz que há obras a mais. Mas perde-a quando invoca a pobreza para não as concretizar, se ganhar as eleições do próximo ano. Há obras a mais porque o país não precisa delas, nem tem dinheiro para as pagar. Basta andar pelo país para perceber o desperdício de dinheiros públicos feito por governos e câmaras. Auto-estradas quase desertas, rotundas por todo o lado, centros de congressos e polidesportivos às moscas, pontes e viadutos a esmo, num caos a que alguns iluminados chamam modernidade.

Na sua concepção dirigista o ministro Mário Lino sintetizou a ideologia que justifica tamanha loucura: “ Estamos a pôr o PIB a crescer”. O “estamos” é o Governo, é claro. O instrumento é a obra pública, como sempre. Infelizmente, os números mostram que Portugal é, em temos relativos, um dos países da Europa com maior investimento público, mas com menor crescimento e maiores índices de pobreza.

A ilusão de que a obra pública faz crescer a economia de forma sustentada só tem paralelo na ideia de que é preciso cortar nas obras para acudir aos pobres. Entre ambas a única coisa comum e barata é a demagogia.


publicação de
JBS

domingo, 29 de junho de 2008

IMPRENSA/ EXPRESSO


MST EM GRANDE!...


Já sei que este texto sobre o feminismo me vai valer os dissabores habituais, quando um homem se atreve a tocar no assunto: ofensas, insinuações caluniosas e os habituais boatos anónimos via net ou outra. Paciência, são ossos do ofício: a experiência ensinou-me que, se o debate de ideias não tem, em princípio, temas-tabu, continua a ter, na prática, temas convenientes e temas inconvenientes. Aliás, não resisto a fornecer carne para canhão ao 3º Congresso Feminista Português, a decorrer este fim-de-semana e onde, como se sabe, fazem sempre falta alguns bichos-homem disponíveis para dar o peito às balas.

Comecemos por aí: o que justifica o Congresso, o que se propõe ele discutir? Pegando naquilo que algumas das suas organizadoras disseram ao ‘Diário de Notícias’, existem dois tipos de motivação. Uma, é “a situação das mulheres no mundo” (no submundo, melhor se diria): “a lapidação, a excisão, a pobreza extrema, o tráfico de mulheres, o aborto”. Salvo melhor opinião, não vejo aqui nenhum tema feminino: vejo, sim, questões que remetem, todas elas, para os direitos humanos, e que são motivadas por conceitos ideológicos, políticos, culturais ou religiosos - não é preciso ser mulher para achar aberrante a lapidação islâmica ou a excisão praticada em algumas tribos de África.

As segundas ordens de razões são internas e não trazem nada de novo. Uma delas é a estafada queixa do “triplo papel da mulher, como mãe, trabalhadora e dona-de-casa”, uma espécie de disco encravado que pretende continuar a convencer toda a gente que o padrão dominante do macho-luso continua a ser o do homem que chega do trabalho, senta-se no sofá à espera do jantar e se está nas tintas para os filhos e tudo o resto. Acredito que ainda os haja, mas seguramente que são residuais e, se existem, é porque ainda há mulheres que os toleram (uma vez, num debate com uma conhecida feminista, ela veio-me com esse argumento, jurando que o que mais conhecia eram homens incapazes de ir ao supermercado, estrelar um ovo ou mudar a fralda a um filho. E ficou furiosa quando lhe respondi: “Mas que belas companhias que você frequenta! Por que não muda antes de amigos, já que não quer mudar de verdades?”.

O outro eterno argumento é o do poder. “A partilha do poder nos lugares de direcção, da política, das empresas, da cultura e até dos jornais”. Note-se, antes de mais, como as coisas evoluíram e rapidamente: há uma geração, a discussão era a do acesso da mulher aos postos de trabalho qualificados: magistratura, medicina, jornalismo, diplomacia, Forças Armadas. Hoje, quando as mulheres representam quase o dobro dos licenciados homens à saída das Faculdades (um desequilíbrio que, se fosse ao contrário, preocuparia muita gente), as mulheres estão em maioria, no início de carreira, na magistratura, medicina, jornalismo e diplomacia, e representam já mais de 30% nas Forças Armadas. Portanto, o que se discute agora já não são as carreiras, mas os lugares de direcção - o ‘poder’. Podíamos objectar a esta preocupação que o tempo se encarregará de a resolver ou que, no que respeita ao poder dentro das empresas, nada obsta a que uma mulher o tenha por imposição própria - basta-lhe criar a sua própria empresa ou adquirir maioria numa. Mas concedo que não é resposta suficiente.

Vamos então à resposta fornecida pelas quotas.. Reconheço que as quotas até podem ser uma tentação, porque, nos países onde foram impostas, produziram resultados favoráveis à não-discriminação sexual - fundamentalmente, na política. Mas a opção pelas quotas coloca problemas prévios para os quais nunca vi resposta capaz das nossas feministas. Em primeiro lugar, porquê quotas a favor das mulheres e não de outros segmentos da sociedade onde a discriminação é muito mais efectiva e não dispõe de lóbi nem voz activa, como os deficientes e doentes crónicos, os de outra raça, os estrangeiros imigrados ou os de mais de 45 anos, para quem o mercado de trabalho se fecha a sete chaves? Em segundo lugar, se se defende quotas a favor das mulheres nos sectores onde elas estão em inferioridade numérica, porque não defendê-las correspondentemente a favor dos homens nas mesmas circunstâncias? O que será mais urgente e mais justo: defender, por exemplo, quotas para as mulheres na direcção dos jornais ou defender quotas a favor dos jovens jornalistas-homens, que estão em clara minoria nas redacções? E nos hospitais? E nos tribunais? E nas escolas?

Fiquemos, assim, pelas quotas políticas, onde os argumentos são mais fortes. Eu reconheço, sem dificuldade alguma, que basta olhar para muitos autarcas e o grosso dos deputados para concluir que eles seriam bem substituídos por mulheres. O problema está em saber se a substituição apenas mudaria a quantidade ou também a qualidade: se por cada incapaz masculino que fosse afastado da política avançasse uma mulher capaz, era já. Mas quem nos garante que as quotas promovem a qualidade política e não são antes uma promoção da mediocridade, em nome da igualdade de sexos? Eu acho que um dos defeitos masculinos é justamente o da atracção do poder pelo poder. E como, bem ou mal, nunca senti pessoalmente atracção por qualquer tipo de poder, só vejo nesse aparente desprendimento das mulheres pelo poder uma coisa boa e não uma coisa má. A mim parece-me que a drª Manuela Ferreira Leite - para citar o último exemplo em data - não foi escolhida por quota partidária para liderar a oposição, mas sim por ser o mais competente dos candidatos, entre um nevoeiro de homens e uma nuvenzinha de mulheres. E não foi por dar a sensação de que só ia arrastada e contra vontade ou, menos ainda, por ser mulher, que deixaram de a eleger. Talvez tenha sido justamente por essas duas razões...

O nosso feminismo tem algumas coisas em que faz lembrar um machismo ao contrário e alimenta-se de estatísticas desactualizadas, verdades mortas e indignações fáceis a partir da simplificação ou adulteração das coisas. Um exemplo de machismo ao contrário foi o artigo que li há dias, numa chamada “revista de referência”, sobre algumas mulheres nossas que preenchiam o tipo de ‘mulher-emancipada’ do ‘Sex and the City’. Uma das depoentes, senhora dos seus quarenta e vários anos, gabava-se de ter ido para a cama com o filho de uma amiga de infância, jovem ainda adolescente - uma aventura apresentada como exemplo da emancipação da mulher moderna. E se fosse um homem a gabar-se publicamente de ter ido para a cama com a filha adolescente de um amigo de infância? O que não lhe chamariam, de Zezé Camarinha para baixo...
Um exemplo da tal indignação fácil a partir da simplificação demagógica das coisas, foi outro artigo que li, na ‘Visão’, da autoria de Áurea Sampaio - por curiosidade, representante da maioria feminina que dá cartas no jornalismo político, por reconhecido mérito. A Áurea Sampaio indignava-se por o bastonário dos Advogados, Marinho Pinto, ter defendido que, em sua opinião, havia “um certo fundamentalismo feminista” na lei que passou a considerar o crime de violência doméstica como crime público - em lugar de crime semipúblico, como sucedia até recentemente.

E, vai daí, descamba nisto: “É assim mesmo, doutor, pancada nelas! Suas ordinárias, então atrevem-se a fazer queixa do marido só porque ele chega a casa e vos prega uma valente tareia?”

Ora, o que o dr. Marinho Pinto disse é que a passagem do crime de violência doméstica de semipúblico a público podia, em muitos caos, causar danos evitáveis à vida do casal. Porque tornava irrelevante o perdão da vítima e continuava a perseguir o agressor, mesmo depois de perdoado por ela. Eu não estou de acordo com a tese do bastonário, porque, por um lado, diz a experiência que este tipo de criminoso, como os pedófilos, é quase sempre reincidente; por outro lado, porque, a não ser assim, a maioria dos crimes ficaria oculta e impune.

Mas há, quer se queira quer não, uma recorrente discussão doutrinária, aqui e lá fora, sobre qual a melhor lei nestes casos, e seguramente que todos os que defendem a tese de Marinho Pinto não estão a aplaudir a violência doméstica. E seguramente que não há argumento de razão que possa justificar a


publicação de

JBS

sábado, 28 de junho de 2008

BOM FIM DE SEMANA


PORTO, 2008.06.28


BOM FIM DE SEMANA


Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

sexta-feira, 27 de junho de 2008

IMPENSA/PUBLICO


*Precisa-se de matéria prima para construir um País* *Eduardo Prado Coelho - in Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse orrecto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escolados filhos ....e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito; - Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. - Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos. - Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. - Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muitochato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame. - Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar - Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. - Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
- Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. - Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não.
Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que antana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e or meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente stancados....igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de* *desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e

ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE! EDUARDO PRADO COELHO*

Publicação de
João Brito Sousa

quinta-feira, 26 de junho de 2008

PARA A KATY COSTELETA


PARA A KATY, A MINHA MANA COSTELETA

Somos quatro irmãos, eu do primeiro casamento da minha mãe e a Solange, o Joaquim e a Quitéria do segundo. Lembro-me desta coisa toda e até da madrinha da minha mãe do segundo casamento, que foi a irmã do Zé da Cova e mãe do Florival, a senhora Senhorinha da Cova que mora agora no Montenegro.

A Katy, a Solange e o Jack emigraram para a América há quarenta e tal anos. A Solange vem aí quase sempre, o Joaquim quase nunca e a Quitéria está aí agora. Foi ela que me contou a história que vou contara seguir.

Naquele tempo, anos 60, as pessoas do campo, compravam peixe aos arreeiros que passavam na estrada com as canastras de carapaus e sardinhas, atreladas à bicicletas, onde vinha o peixe que haviam comprado em Olhão.

Vinham com o búzio assobiando que era o seu sinal de presença. E as pessoas acorriam e faziam sinal de paragem aos vendedores. E diziam: - “espere aí... espere aí...”.que era o chamamento ao vendedor para que esperasse.. .

Nesse tempo, havia um arrieiro um bocado bravo, a que chamavam o MacDones e um dia, em que a venda tinha sido pouca, estava danado e, ao vê-lo passar, a minha irmã Quitéria que estava com uma amiga escondida por detrás de uma laranjeira, gritou para o Mac o “espere aí... espere aí:::” Mas era a brincar....

Mas o Mac é que não quis saber, parou, olhou para trás e não vendo ninguém assobiou com o búzio uma urrada dos diabos.

E a minha mana Quitéria e a amiga a rirem-se daquela cena.

Coisas de moços, de moças, neste caso.

Texto de
João Brito Sousa

quarta-feira, 25 de junho de 2008

IMPRENSA/ EXPRESSO


INSUSTENTÁVEL.
(por MST)

Nas sociedades modernas, há três coisas contra as quais um Estado democrático está basicamente indefeso: o terrorismo, a grande especulação financeira de um capitalismo global sem ética alguma e os camionistas

O cidadão estava visivelmente satisfeito e aliviado quando me abordou no café, de manhã:
- Então, esteve no buzinão?
- O buzinão, qual buzinão?

Tinha-me esquecido dessa convocatória de indignação cívica, a juntar à paralisação terrorista dos camionistas e a anteceder as marchas dos agricultores, dos taxistas e de todos os que querem ‘gasóleo verde’ - isto é, os cidadãos todos a pagar parte do seu gasóleo.
- Pois eu estive!
O cidadão olhou para mim, de cima a baixo, não conseguindo disfarçar a desilusão que eu lhe havia causado.
- Ah... E buzinou contra quê? - perguntei, maldosamente.
- Contra quê? Contra o preço dos combustíveis, claro!
- Pois, o preço dos combustíveis... E buzinaram contra quem: contra os produtores de petróleo, contra os especuladores internacionais, contra os chineses e os indianos?
O homem olhou para mim como se o sol da manhã me tivesse feito mal à cabeça.
- Ora essa! O buzinão era contra o Governo, e isto é só o princípio!

E virou-me as costas, orgulhoso da sua prestação cívica e da lição que me havia dado. Vi-o embarcar no seu carro, com uma bandeirinha nacional flutuando à janela - sinal inequívoco de que ali estava um patriota de gema, que de manhã buzina contra o Governo, que não é capaz de inventar poços de petróleo, e o resto do dia buzina em apoio à nossa Selecção.

Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal...
Anteontem, os camionistas ‘rebeldes’ formalizaram a constituição de uma nova Associação para contrapor à existente, que acusam de ter desconvocado a paralisação sem obterem do Governo a contrapartida de lhes subsidiar o gasóleo à custa dos contribuintes. Por eles, ainda estavam nas estradas, com o país a seus pés e o Estado de gatas. Que ninguém tenha dúvidas para que vai servir a nova Associação: agora, que provaram o poder inebriante de conseguir fazer ajoelhar o poder democrático em três dias e de terem estado à beira de ver um país inteiro a gritar com o Governo “dêem-lhes tudo o que eles querem antes que a vida se torne insustentável para todos!”, é certo, certíssimo, que os ditos ‘rebeldes’ não se vão ficar por aqui. Eles perceberam que, nas sociedades modernas, há três coisas contra as quais um Estado democrático está basicamente indefeso: o terrorismo, a grande especulação financeira de um capitalismo global sem ética alguma e os camionistas.

A seu tempo, houve quem avisasse contra o entusiasmo com que a CP andou a desmantelar linhas e ligações que tinham custado o esforço financeiro de gerações a construir. Mas uma lógica de contabilista, incapaz de planear a mais longo prazo do que os balancetes semestrais, achou que se podia liquidar com vantagem o transporte ferroviário de mercadorias e pôr tudo na mão dos camionistas. E como, paralelamente, liquidámos a produção agrícola à força de subsídios para não produzir e em troca dos eucaliptos, dos campos de golfe e das urbanizações turísticas “de interesse nacional”, como, desgraçadamente, não produzimos um litro de gasóleo nem o poupamos, o país está inteiramente dependente dessa classe socioprofissional que acaba de nos pregar o susto da década.

Leio que a Procuradoria-Geral da República, muito legítima e louvavelmente, anuncia que vai processar os camionistas que cometeram crimes públicos, tais como apedrejamento de outros, obstrução da via pública, etc. Manda o bom senso que o Governo pondere bem no que se vai meter: um só ‘herói’ dos camionistas processado criminalmente e lá temos o país outra vez a ferro e fogo. Aliás, como se pode processar no dia seguinte e por actos de guerra aqueles com quem na véspera se negociou a paz?

Ai, esta terra ainda vai ficar linda, um imenso salve-se quem puder...

Eu juro que não tenho nenhuma embirração particular pelo homem, que nem conheço de lado algum. Mas a verdade é que já vi o país atravessar alguns vinte ministros do Ambiente e nunca vi nenhum que fosse tão inútil, tão acomodado, tão verbo-de-encher, tão prejudicial à área que tutela como esta triste figura do actual ministro, eng. Nunes Correia, de sua desgraça. Não consigo entender, francamente, porque insiste o homem em ser tratado pela alcunha de ministro do Ambiente - a não ser pelo prazer de usar o sobrenome de ministro.

Sete anos e duas secas depois de se ter iniciado o estudo do Programa Nacional de Uso Eficiente da Água, dez anos depois de ter sido prometido que campos de golfe só com reaproveitamento das águas residuais, Sua Excelência acha que tornar essa regra obrigatória não é medida prioritária a incluir no dito plano. Pelo contrário, deve tratar-se de uma simples “recomendação” a ser adoptada “numa base voluntária” (dos 43 campos de golfe do Algarve, a somar a outros 20 já aprovados, apenas um, até hoje, aceitou “voluntariamente” a recomendação; existe localmente uma profusão de ETAR, construídas propositadamente para o efeito e que custaram dezenas de milhões de euros, que não estão a servir para nada, apenas para as estatísticas ‘ambientalistas’ do Ministério).

Sua Excelência lembra que “o golfe é uma âncora importante do desenvolvimento do turismo em Portugal”. E Sua Excelência, muitíssimo mais preocupado com o turismo do que com o ambiente, não esquece que os jogadores de golfe têm duas características muito suas: primeiro, não gostam de repetir campos; mudam de campo como quem muda de camisa, o que justifica que mais de 6000 hectares do Algarve (muitos deles desafectados da Reserva Agrícola ou Ecológica) já estejam entregues ao golfe e consumindo um total de reservas de água equivalente a uma população permanente de meio milhão de pessoas - mais do que a população efectiva, que são 410 mil pessoas; por outro lado, eles também não gostam de pisar relvados regados com água que não seja pura, uma mania como outra qualquer.

Em contrapartida, o senhor ministro não leu o recente relatório do WWF, que prevê a intensificação da desertificação do território nacional a partir de 2020, devido às alterações climatéricas e à destruição progressiva do montado de sobro alentejano e algarvio, tal como o que está a ser promovido na região de Alqueva; não leu as recentes notícias sobre a falta de água em Espanha, de Barcelona a ser abastecida por navios-tanque, nem tomou conhecimento dos sucessivos relatórios sobre a desertificação e a crónica falta de água da Andaluzia e da Extremadura espanhola devido à necessidade de regar a praga dos campos de golfe, nascidos inconscientemente por todos os lados, como cogumelos selvagens. Sabiamente, Sua Excelência acha que “as medidas só devem ser implementadas à medida que são necessárias” e, por ora, ele está descansado que “não vai faltar água nem para os cidadãos nem para o golfe” (assim mesmo, em pé de igualdade). Sua Excelência, coitada, deve ser o único ministro do Ambiente que ainda não percebeu que a próxima e mais grave crise mundial não vai ser a da falta de energia, mas a da falta de água.

Em 2020, aliás, é provável que Sua Excelência já se tenha reformado e esteja a ensaiar os seus «putts» num «green» regado a água do Luso..
Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu destino fatal: ainda vai tornar-se um país insustentável.

Publicação de
João Brito Sousa

quinta-feira, 19 de junho de 2008

ATÉ SEXTA DA PRÓXIMA SEMANA



VOU ESTAR FORA 4/5 DIAS.


João Brito Sousa

A EMOÇÃO DO MOMENTO


O MOMENTO QUE NÃO CHEGOU A HAVER.

Esta crónica é uma analise à frase de Baptista-Bastos, “Conheci-a num baile.. Depois foi o que foi: A emoção do momento que não chegou a haver...” retirada do livro “A Cara da Gente” .

Quem conhece a literatura de Baptista Bastos sabe que a mulher é fundamental na sua vida e que uma cidade sem mulher não é de razoável viabilidade., creio que foi isto que ele disse uma vez na TV.

A cidade tem de ter mulher. A cidade em si será mulher . A escritora Alice Vieira disse-me, numa entrevista que lhe fiz em tempos, que Lisboa é feminina e que o Porto é masculino. Ora ai está, o Armando percebe disto. A sua cidade de Lisboa, porque é mulher terá necessariamente mulher.

O momento que não chegou a haver, será o da concretização do resultado do encontro de duas pessoas que se amam. A manifestação do amor, não tem hora nem local, simplesmente acontece. Amar é disponibilizarmo-nos para isso e amamos com todas as nossas forças, que se encontram concentradas no coração. Se alguma vez lhe aconteceu isso você amou e percebe o que é ser mulher. É uma força de estar arrebatadora.

Retirei da obra “O PODER FEMININO” de Patrícia Cuocolo, o texto que expressa bem o que quero dizer e que está a seguir.

“Ser mulher é encontrar o seu poder, a sua fé e a sua alegria de viver. É amar como se fosse o último dia de sua vida, é chorar as próprias perdas até o dilaceramento da alma, é curar-se em seu próprio recolhimento, na sua própria espiritualidade.A mulher é movida pelo amor e por suas paixões, e isso ninguém lhe tira, é de sua natureza. O fogo sagrado mora dentro dela, e quem quiser despertar sua atenção precisa ser corajoso o bastante e não ter medo de compartilhar esse fogo com ela.

Ela sabe ser meiga e carinhosa, mas também sabe ser feroz e exigente quando se torna necessário lutar pelos seus ideais. Os ideais da mulher são grandiosos, e parte do seu aprendizado está em amadurecê-los, ou seja, torná-los reais, passíveis de experiência real. É a partir dessas experiências que ela vai tornando-se interessante, forte e profundamente sábia. Nesse confronto de ilusão com a realidade, a mulher tem a chance de crescer.

A mulher que não conhece a sua alma, a sua verdadeira natureza, torna-se frágil, dependente, carente, medrosa, insegura. Passa a viver uma vida de mentiras, e o pior: passa a acreditar na própria mentira.

A mulher que consegue ver a simplicidade e a beleza nas pequenas coisas, e sentir gratidão por ser portadora de uma missão tão bonita como a de regenerar a Terra e trazer generosidade para a humanidade, com certeza está no caminho certo...

Amar é um acto de justiça.

Sousa Farias.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

UMA FRASE PARA UM TEXTO


ACORDAR MAIS CEDO


De “A Cara da Gente” de BB, retiro a frase:- “Começou a aperceber que acordar mais cedo faz o dia maior”.

A frase entrou-me pela alma e alojou-se no departamento da nostalgia. Veio-me à mente o João Sem Tempo das terras de Lavre, lá no “Levantados do Chão” de Saramago, através daquela frase linda do autor do “Memorial do Convento” que diz assim.... “e o sol com tanta pressa de aparecer e tão pouca de se apagar; como os homens....”

Esta frase comovo-me. E é então que ligo todo o meu trabalho de hoje, o soneto “ETERNIDADE” que fiz de manhã, o mesmo título de uma poetisa amiga publicado no jornal da terra, o livro “A Velhice do Padre Eterno” do Junqueiro, o melro a chatear o velho Padre, tudo isto me faz vibrar.... é a vida da vida, olho para ela e faço-lhe sinal para que continuemos nesta harmonia de interesses recíprocos.

Nunca direi à vida que não gosto dela porque haverá sempre à minha beira um poeta para conversar, um poema para ler ou um soneto para escrever.

A literatura tem-me proporcionado momentos de felicidade. Se leio a BALADA da NEVE do Gil, choro de emoção e talvez de saudade, dos duros e agrestes invernos da minha aldeia, enquanto recordo os pinheiros que ladeiam o caminho, a gemer na cinzenta manhã de invernia, contra o vento frio que vem da serra.

E é aqui que recordo Torga, o homem das fragas e caçador de perdizes e o poeta valente. E é nesta entrega à arte da escrita que me sinto tão poeta como ele, ilusoriamente apenas, porque Torga é de outra galáxia. Mas concordo quando ele diz, “quando mais percorro o país, mais me convenço de que ainda são os poetas que melhor sabem exprimir nossa realidade telúrica e humana...”

Mas volto à minha frase inicial e recordo o posto da GNR em Montemor na obra de Saramago, onde os guardas interrogam os ceifeiros acerca das suas reivindicações de melhores condições de vida, da redução do horário de trabalho, homens que procuram não se vergar perante a força bruta da autoridade, homens sem honra estes a tentar retirá-la a quem a possui.

E vem-me a memória tudo quanto de belo tenho lido na literatura portuguesa em defesa dos trabalhadores.

Que é como quem diz, em defesa da honradez.

Como eu a defendo.

João Brito Sousa

terça-feira, 17 de junho de 2008

COISAS DA VIDA DE UM COSTELETA


COISAS DA VIDA DE HOJE

OS FILHOS, OS NETOS, A DESCENDÊNCIA.

Tens mais um amigo cujos filhos não querem casar. Eu, que sou teu amigo de longa data e tenho dois filhos que não querem casar. O mais velho já o assumiu e comunicou à família que casamento, vida profissional e os prazeres da vida são autênticos líquidos não miscíveis. Vai dando as suas "cambalhotas" sem assumir compromissos que lhe possam coartar o que ele apelida de liberdade de movimentos ou ausência de elos que o impeçam de desfrutar de um fim de semana em Londres ou de um qualquer espectáculo em Praga.


E eu, avançado que vou nos meus sessenta, a quem um neto traria indubitavelmente um franco e agradável acrescento ao prazer de viver, vou ficando pela companhia de dois "perritos". Coisas da vida moderna!O outro, mais novo, mas quase a entrar nos trinta, vai andando num " casa/descasa", sempre barafustando que não tem feitio para se deixar prender ou ter que passar pelos incompreendidos momentos das explicações duma entrada tardia em casa ou duma necessidade de passar fora um fim de semana com os amigos que o desafiaram para uma sessão de 'rafting' ou para um show de aeromodelismo!


E vamos, por estas e por outras, ficando com um país envelhecido!E vamos, os da nossa geração, com quase quarenta anos de casamento, pensando nas cambiantes da vida de hoje, no seu evolucionar, e matutando no certo e no errado das diferentes condutas sociais a que a nossa já longa existência permitiu assistir.Certo é que casamento solicita restrições de conduta, impõe que se abdique de certas "libertinagens", que se troquem concessões de vontades e desejos. Isto é sobejamente consabido. Mas...

Mas, que diabo!, o Homem, como qualquer outro animal, tem como função primordial nesta sua passagem por esta vida, a perpetuidade da espécie. Como é entäo possível que os aliciantes da actual sociedade consiga desvirtuar tão basilar funcionalidade?! Será que o maior culpado desta conduta é täo só a 'liberdade', conferida aos jovens de hoje pela perda dos bons - os nossos säo sempre os melhores! - costumes e tradiçöes !?Talvez. Säo as coisas da vida de hoje!


Preocupaçöes de deixar descendência, perpetuando o nome e conceito de família, já väo muito longe Se assim continuar, teremos país, com vida, nos próximos anos?!

Iniciativas políticas, para combater täo caustica tendência, precisam-se! Urgentemente!Para que amanhä também haja quem possa falar das coisas da vida de entäo!

arnaldo silva

felizmente refor mado

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O POETA ALBANO MARTINS


ALBANO MARTINS


Em 1986, no XVIII Congresso Brasileiro de Língua e Literatura, foi-lhe atribuída a medalha Oskar Nobiling, de mérito cultural, pela Sociedade Brasileira de Língua e Literatura, do Rio de Janeiro.

Em 1987, foi galardoado com o Prémio de Tradução instituído pela Sociedade de Língua Portuguesa, de Lisboa, pela publicação, dos volumes O Essencial de Alceu e Safo e Cantos, de Giacomo Leopardi, em 1986. Em 1993, recebeu o Prémio Eça de Queirós de Poesia, da Câmara Municipal de Lisboa, pela sua obra Uma Colina para os Lábios.

É membro da Associação Portuguesa de Escritores, do P.E.N. Clube Português, da Associação Portuguesa de Tradutores, da Associação Galega da Língua (AGAL) e Membro Honorário da Academia Cabofriense de Letras (Estado do Rio de Janeiro).

Entre as suas obras de poesia contam-se: Secura Verde (1950), Coração de Bússola (1967), Em Tempo e Memória (1974), Paralelo ao Vento (1979), Inconcretos Domínios (1980), A Margem do Azul (1982), Os Remos Escaldantes (1983), Sob os Limos, (1986), Poemas do Retorno (1987), A Voz do Chorinho ou os Apelos da Memória (1987), Vertical o Desejo, (1988), Rodomel Rododendro (1989), Vocação do Silêncio (1950-1985) inclui o livro inédito As Vogais Aliterantes (1990), Os Patamares da Memória (1990), Entre a Cicuta e o Mosto (1992), Uma Colina para os Lábios (1993), Com as Flores do Salgueiro (1995), O Mesmo Nome (1996), O Espaço Partilhado (1998). Entre as suas traduções contam-se: O Essencial de Alceu e Safo e Cantos (1986), Cântico dos Cânticos, de Salomão (1988), Dez Poetas Gregos Arcaicos (1991), Dez Poetas Italianos Contemporâneos (1992), Os Versos do Capitão, de Pablo Neruda (1996)

Perfume



Nomearás
a abelha. Do mel
só conheces
o perfume, a pálida
rosa dos favos
em botão. O gesto
suspenso à espera
da mão esquiva
que o sustente.

Publicação de

João Brito Sousa

domingo, 15 de junho de 2008

BOM FIM DE SEMANA


PORTO, 2008.06.14


BOM FIM DE SEMANA


Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

sábado, 14 de junho de 2008

QUERO FALAR


QUERO FALAR SOBRE COISAS ...

Às vezes acontece-me querer falar sobre coisas que não sei o que são, nem bem nem mal, são apenas coisas. Não quero falar da vida mas vou sempre lá parar. No fim de contas a vida é aquilo que nós somos e nós somos a vida. Às vezes entendemo-nos bem com ela outras nem por isso.

Mas a vida está í e é preciso vivê-la.. Vivê-la e vencê-la.

A melhor maneira de vencer na vida é tentar saborea-la pelo ângulo que ela nos permite ou por aquilo que ela nos dá ou tem para nos dar. Às vezes acontecem coisas que nos põem a pensar, muito ou pouco e outras vezes não pensamos esmo nada. E acontecem coisas... como hoje de manhã..

Eu estava com a minha mulher no café e tendo retirado na farmácia os valores da tensão arterial, valores que considerei muito baixos, quando o Manuel ia a passar chamei-o e disse, olha lá Manuel quais são os teus valores da tensão arterial. E o Manuel disse que não sabia mas que estava mais preocupado com os números do euromilhões..

São situações destas que alternam com os momentos maus ou quase, que nós temos de enfrentar. A vida é vivida dia a dia, semana a semana e ano a ano .e quando damos por nós já passaram tantos anos. E há tanta coisa para resolver na vida. Os nossos problemas e os problemas dos filhos. E são cá cada problema..

Todos os meus amigos têm filhos. E eu também. Mas o mais engraçado é um amigo que eu tenho que tem um filho solteiro e o raio do moço não quer casar. O Pai tem bens mais que suficientes e queria um neto, mas o filho do meu amigo não ouve nada no que respeita a isso.. Não sei se isso é drama mas não será uma situação fácil de gerir nem de digerir. Se for eu a falar com ele de coisas banais ou não, o rapaz é simpático e aceita. Ri-se até. Mas se é o Pai que lhe diz qualquer coisa seja de que teor for o rapaz desaparece, quer dizer, ignora o assunto.

Mas tenho outro amigo que tem um filho muito bem colocado na vida e até é investigador, também não quer casar, penso eu e quando o Pai fala com ele, aceita a brincadeira.
Portanto a vida tem de tudo e é preciso gerir os prós e os contras dessa mesma vida. Nós queremos o melhor para os nossos filhos e deveríamos querer o melhor para a humanidade.

Mas isso aqui é impossível obter.

Escrevi hoje um artigo para o jornal de Olhão sobre futebol e este é um exemplo onde as pessoas têm dificuldades em relacionar-se. E escrevi também sobre História, pois entendo que é uma matéria de grande importância no contexto cultural de um povo, nomeadamente a primeira República

E assim a vida.

João Brito Sousa

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A NOSSA TERRA


A NOSSA TERRA E A NOSSA GENTE

Há quem diga que a nossa Terra é o lugar onde estamos. Pode até ser. Mas a nossa Terra é o lugar da esquina é o café da Avenida do lugar onde nascemos, é o sapateiro que fica no nº 17, é a Escola que frequentamos, é a Junta de Freguesia, é o senhor Prior que nos dá os sacramentos... enfim, é o lugar onde começamos.

Há oitos séculos éramos um milhão. Hoje somos dez milhões, num País predominantemente florestal, com uma agricultura de subsistência. Somos oriundos e formados na civilização judaica-cristã.

A evolução desenrolou-se do século XII ao século XV. Um instrumento decisivo foi a Caravela, com a inovação da vela latina, que permitiu navegar contra o vento e atingir o “Mar Largo”.

A relação do espaço com o tempo modificou-se. Mais tarde, a utilização do carvão e da máquina a vapor, modificaram a produtividade humana, ao mesmo tempo que o desenvolvimento harmónico, que é a paz, foi pervertido pela utilização dos novos instrumentos de trabalho com um crescimento desordenado, surgindo a guerra como instrumento fundamentalmente político. Por consequência, emergiu a tentação d anova ordem pela formação dos impérios..

De uma vez por todas, temos de regressar às origens da nossa tradição e da nossa cultura. É na simplicidade dos humildes, no Ser, é na simplicidade das coisas grandes, no Fazer, que temos de reencontrar o nosso projecto de saída para dar resposta a algo que está no nosso subconsciente e que vem do tempo da origem dos portugueses .

No momento presente, o equilíbrio entre o ter e o ser rompeu-se. Os fluxos financeiros, como instrumentos modernos, alteram totalmente as relações sociais e abrem caminho a novas perversões. Todo este conjunto de fenómenos cria um ambiente de irritação pela contradição entre o que se tem e o que se quer; ao mesmo tempo surge a indignação pela incapacidade das instituições político - administrativas manterem a segurança e o direito que a sociedade exige.; e uma relutância face à intervenção do Estado, sem se saber ,bem como e porquê.

Bibliografia consultada
«A UTOPIA VIÁVEL» de Paulo Vallada

Publicação de
João Brito Sousa

quinta-feira, 12 de junho de 2008

UM TEMA ACTUAL/ IMPRENSA/DN


UMA GREVE GERAL DECIDIDA NOS MEIOS DE TRANSPORTE

É preciso aguardar por amanhã para avaliar o impacto e as consequências políticas da greve decretada pela CGTP. Mas já hoje é claro que o êxito da jornada depende, em muito, da dimensão da paralisia dos transportes colectivos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

O confronto dar-se-á muito mais entre funcionários públicos e o Estado-patrão do que propriamente entre proletários e capitalistas do sector privado. Dificultar ao máximo o acesso aos locais de trabalho de três milhões de assalariados é, numa sociedade mediatizada como a nossa, meio caminho andado para cantar vitória quando se trata de provar que o braço forte dos grevistas consegue parar comboios, metros, autocarros e barcos.

É por isso que esta luta florentina de classes se trava de véspera, esgrimindo argumentos jurídicos e lançando providências cautelares para evitar que a adesão à greve se decida nos transportes: neste caso, o objectivo dos grevistas é impedir que duas linhas do Metro de Lisboa (a amarela e a azul) circulem, asseguradas pelos serviços mínimos.

Em 2002, os sindicatos orgulharam-se dos 90% de envolvidos na greve geral de então, enquanto o Governo encolheu os ombros com os menos de 15% por ele contabilizados. Ou seja, uma das partes mentiu. Ou, pior, as duas. Desta vez, exige-se outro rigor. Até porque só com números honestos e credíveis será possível avaliar a força do protesto. Sem jogos ou manobras de diversão.

Publicação de
João Brito Sousa

quarta-feira, 11 de junho de 2008

CENAS DA VIDA


CENAS DA VIDA


1 ) - MANUEL MADEIRA é um poeta contemporâneo que lutou pela liberdade e, consequentemente, esteve preso em Caxias.

Foi ele que me contou esta história que apresento a seguir.

Em certa ocasião estávam16 presos na mesma cela. Num dia desses, o Dr Mário Soares fazia anos. A namorada, a Drª Maria Barroso foi à cadeia e levou- lhe um ramo aí com 20 cravos, encarregando-se de seguida o Dr. Mário Soares de os distribuir pelos presentes, entregando um a cada um dos presos..

À hora do almoço a malta foi toda para a cantina de cravo na lapela. A polícia política mandou regressar os presos à cela e foi aí que nos quinze dias seguintes tomaram as refeições.

2) MACDONES, O VENDEDOR DE PEIXE


O MAC era um relógio suíço. Às onze e meia da manhã passava nos Braciais, vindo não se sabe de onde, talvez de Olhão, na sua bicicleta com as duas canastras semi cheias de carapau e sardinha E o Mac, que tinha a sua clientela certa, fazia accionar o búzio donde saía aquele ruído seco tipo buuuuuuuu e as mulheres vinham e bradavam por ele, éh Mac, espera aí Mac.
E o Mac parava. Mal o Mac parava e descia da bicicleta o mulherio avançava e questionavam o Mac, perguntando éih Mac, o que é que tens aí hoje Mac? E ele, aqui são sardinhas a cinco escudos o cento e aqui são carapaus a sete escudos o cento. Mac, o preço está alto.. tens de baixar Mac .. e o Mac nada... e a luta continuava até uma conclusão final. De referir que a venda destes peixes avulso era ao cento e raramente ao quilo, pois nem todos tinham balança.

SANTA BÁRBARA DE NEXE deu muitos vendedores ambulantes e o Mac era um dos mais populares. Mac tinha fibra e quando chegava à aldeia, na subida, já com a canastra vazia ou quase, o Mac dava espectáculo. Mac punha aquela marcha de pedalada na bicicleta e dali não saía. O Mac às vezes irritava-se... mas passava-lhe pouco tempo depois. Vida dura aquela do Mac mas o Mac era vendedor de peixe e tinha os seus clientes que não podia abandonar. Ele era o fornecedor daquela rapaziada amiga.. .Na venda da Maria Rosa todos esperavam por ele, regateavam os preços mas o Mac tinha sempre um sorriso para toda a gente. Mac amigo,

A TUA CLIENTELA TE AGUARDA

Eram doze e trinta quando o Mac chegava,
Vinha cansado da subida mas estava feliz....
O Mac... vendia sim... mas também dava,
Algum peixe... de “contrapartida” ...como ele diz.

Os meus fregueses gostam de mim... eu sei...
Porque eu às vezes acrescento um pouco ao peso
Mas, é assim... dou-lhes do peixe que eu comprei
E se ficar lesado sou eu que a mim próprio leso.

O Mundo seria melhor se fossemos todos assim...
Mal iria o Mundo se comprassem todos a mim.
Só porque eu ofereço um peixe às gentes. ..

Mas se o peixe é bom e há compradores
Eu também posso oferecer algum sem favores
Ganham os fregueses e eu mais clientes...


João Brito Sousa

sábado, 7 de junho de 2008

BOM FIM DE SEMANA


PORTO, 2008.06.07

BOM FIM DE SEMANA


Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

sexta-feira, 6 de junho de 2008

MANUEL ALEGRE


A ENTREVISTA DE MANUEL ALEGRE

Manuel Alegre foi à televisão explicar porque esteve ao lado do Bloco de Esquerda e dos renovadores comunistas no Teatro da Trindade.

“O deputado socialista Manuel Alegre acusou hoje o Governo de "alguma surdez e cegueira" e de estar "excessivamente convencido da sua razão", recomendando ao Executivo da José Sócrates para estar "atento" ao que se passa nas ruas.

"Há alguma surdez, alguma cegueira com o que se passa cá fora", afirmou Manuel Alegre, na entrevista Grande Entrevista da RTP 1, recordando a manifestação da CGTP que hoje juntou cerca de 200 mil pessoas em Lisboa.

Alertando para o "momento difícil" que Portugal está a atravessar e ao qual "não é possível ficar indiferente", Manuel Alegre considerou que o Governo "está excessivamente convencido da sua razão, sem ouvir o que se passa lá fora".

Questionado pela jornalista Judite de Sousa sobre o seu crescente afastamento do Governo, Manuel Alegre admitiu que o Executivo de maioria socialista o tem "desiludido", porque "revela falta de sensibilidade para o que se passa cá fora", para o "agravamento real das condições" de vida das pessoas.

Classificando como "paliativos" as medidas que o Executivo tem tomado, lamentou que a consolidação das contas públicas seja visto como "um fim em si mesmo".

"Como ficam as pessoas?", questionou, defendendo a definição de novas orientações macro-económicas a nível europeu.

Manuel Alegre alertou ainda para que não é possível fazer reformas "contra as pessoas", como os professores, lamentando não existir a "mesma determinação" quando se trata de sectores "mais fortes".

"O Estado está a ficar refém dos grandes interesses", acrescentou ainda.

Na entrevista, Manuel Alegre falou também da sua participação, terça-feira à noite, no 'comício das esquerdas', onde participaram dirigentes do Bloco de Esquerda, socialistas e renovadores comunistas, assegurando ter-se sentido "muito bem naquela festa".

"Quebrou-se um tabu, abriram-se portas para o diálogo das forças de esquerda", sublinhou, defendendo a necessidade de "somar a esquerda á esquerda" e de "dialogar e encontrar pontes".
Interrogado se se sente mais próximo de José Sócrates ou do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que também participou no 'comício das esquerdas', o deputado socialista disse que "do ponto de vista socialista se sente mais próximo de José Sócrates".

QUEM É MANUEL ALEGRE

Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, 12 de Maio de 1936) é um poeta e político português.
Foi opositor do regime salazarista e esteve exilado na Argélia durante o período Estado Novo. É membro destacado do Partido Socialista português, partido do qual foi fundador e Vice-Presidente e pelo qual é deputado na Assembleia da República

Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Desde muito cedo demonstrou os seu ideais políticos. Cumpriu o serviço militar na guerra colonial em Angola. Nessa altura, foi preso pela polícia política (PIDE) por se revoltar contra a guerra. Paralelamente à carreira política, produziu larga obra literária que lhe conferiu notoriedade tanto nos meios académicos como nos meios populares. Destaca-se sobretudo a sua obra poética.

Recebeu numerosos prémios literários e o Prémio Pessoa em 1999. Em 2005 é académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Também recebeu o primeiro prémio do Festival RTP da Canção, com seu poema Uma flor de verde pinho, musicada por José Niza e cantada por Carlos do Carmo, vencendo canções de Ary dos Santos

Foi Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta Voz do 1.º Governo Constitucional. Concorreu em 2004 às eleições internas para Secretário-Geral do PS, tendo perdido para José Sócrates.

Em Setembro de 2005 anunciou a sua candidatura às eleições para a Presidência da República realizadas em 22 de Janeiro de 2006. Alegre obteve 20,72% dos votos, não conseguindo evitar a vitória à primeira volta de Cavaco Silva, mas conseguindo um resultado superior ao de Mário Soares, candidato oficial do Partido Socialista.

Após as eleições, formou um movimento cívico, denominado Movimento de Intervenção e Cidadania

MEU COMENTÁRIO

Não houve coragem política para colocar o Primeiro Ministro na rua quando o senhor não falou verdade acerca dos documentos académicos.. Concluímos agora que não estudou o humanismo político
Depois tivemos o azar de Mário Soares ser português.

João BRITO SOUSA

quinta-feira, 5 de junho de 2008

MIGUEL URBANO RODRIGUES


MIGUEL URBANO RODRIGUES

Miguel Urbano Rodrigues (Moura 2.08.1925 em 2 de Agosto de 1925) é um jornalista e escritor português, irmão do escritor Urbano Tavares Rodrigues.

“Esteve na TV e deu uma entrevista de grande competência técnica e política. É um homem de grande presença e experiência em TV. Disse que já não há esquerda, politicamente falando, visto que o PS, considerando-se nessa área não tem uma prática de esquerda. Foi fantástico no seu casaco castanho e camisa azul.. Sereno e com a maior segurança explicou qual era o caminho.”

Obrigado MIGUEL.

Foi redactor do Diário de Notícias entre 1949 e 1956, chefe de redacção do Diário Ilustrado (1956 e 1957), antes de se exilar no Brasil, onde foi editorialista principal de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista brasileira Visão (1970 a 1974). Regressado a Portugal após a Revolução dos Cravos, foi chefe de redacção do Avante em 1974 e 1975 e director de O Diário entre 1976 e 1975.


Foi ainda assistente de História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1974-75), presidente da Assembleia Municipal de Moura em 1977 e 1978, deputado À Assembleia da Republica pelo PCP entre 1990 e 1995 e deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da UNIÃO da EUROPA OCIDENTAL, tendo sido membro da comissão política desta última.


Tem colaborações publicadas em jornais e revistas de duas dezenas de países da América Latina e da Europa e é autor de mais de uma dezena de livros publicados em Portugal e no Brasil.

Livros publicados

O Homem de Negro (conto), Lisboa, 1958
Opções da Revolução na América Latina (ensaio), São Paulo, 1968
Portugal, 43 Anos de Fascismo (em colaboração com Joaquim Barradas de Carvalho, Vítor Ramos, Augusto Aragão e Maria Antónia Fiadeiro), São Paulo, 1971
Da Resistência à Revolução (textos políticos), Lisboa, 1975
Revolução e Vida (textos políticos), Lisboa, 1977
Do Fundo do Tempo (contos), Lisboa, 1979
Polónia e Afeganistão (reportagens), Lisboa, 1983
O Diário Acusa - 1000 Horas em Tribunal (depoimento), Lisboa, 1984
Do Báltico aos Gelos Siberianos (em colaboração com João Alferes Gonçalves, José Goulão, Baptista-Bastos e Cipriano Ricardo), Lisboa, 1985
Em Defesa do Socialismo (crónicas políticas, com Zilah Branco), Lisboa, 1990
Nómadas e Sedentários na Ásia Central (ensaio) Porto, 1999
Alva (romance) Porto, 2001
O Tempo e o Espaço em Que Vivi - I - Procurando um Caminho (memórias) Porto, 2002
O Tempo e o Espaço em Que Vivi - II - Revolução e Contra-revolução na América Latina (memórias) Porto, 2002

Publicação de
João Brito Sousa

quarta-feira, 4 de junho de 2008

FARO BARROS; UM HOMEM DO RIGOR


Ao amigo FAROBARROS

NA LEITURAS.


Gosto de lá ir às tardes.

Vou ler os jornais e dar uma olhadela pelos livros. É a minha grande paixão de agora, a literatura.

Escrevo e versejo,


FARO BARROS


Sentado estava eu à mesa no salão de chá ...
Lendo num jornal um tema quente e especial
E um cavalheiro mais para cá do que para lá
Abeira-se de mim e disse-me num tom cordial

O amigo desculpe mas tirei-lhe uma fotografia
Vou colocá-la na net... talvez o senhor mereça
Que eu o fotografe e recorde sempre este dia
No portal www.farobarros.pt não se esqueça

E o cavalheiro afastou-se sentando-se em frente
Olhei para ele e pareceu-me muito inteligente
E levantando-me pedi-lhe licença para me sentar

Amigo, excelentíssimo e mui querido senhor
È capaz de me ensinar a gostar do Porto por favor
Ficaria imensamente grato se me pudesse explicar


E foi um prazer conversar com esta ilustre personalidade. Assim gosto. E fiquei a
perceber que eu gosto do Porto. cidade.

Apesar de tudo, tenho uma grande interrogação a colocar a este professor universitário, um homem simples, sóbrio, que lê Karl Propper, um homem que teve a coragem de me esclarecer que é de esquerda, tire lá o senhor engenheiro, disse-me. Amanhã vou levar-lhe as Cartas Poéticas do Rosa e do Madeira, vamos declamar aquele o que é uma casa, o que é a minha casa?:.. vou-lhe perguntar coisas que eu preciso de saber.

Vou preparar-lhe Baptista Bastos, vamos discutir o sentido da vida do Paulo Vallada a poesia e as frase de Torga

Aí vai ma carta que escrevi ao Baptista – Bastos
Caro BB.

Viva.

Muito me honra com o seu convite para estar presente no seu próximo lançamento.

Penso estar presente, a não ser que alguma coisa complicada me surja. Mais próximo do evento, confirmar-lhe-ei.

- Tenho estado em contacto com o poeta algarvio Manuel Madeira, que reside em Olhão e é contemporâneo de Ramos Rosa, quer no plano do MUD Juvenil, que ambos fizeram parte em 46, a quem lhe tenho enviado umas coisas e tem gostado.

E agora, aí vai um pouco do seu “VIAGEM DE UM PAI E DE UM FILHO PELAS RUAS DA AMARGURA” texto retirado da página 30, que, para mim, é a sua criação máxima, entre muitas imagens de beleza e de humanismo que escreveu.

- Porque fugiu? -
- Não fugi. Acedi a vozes antigas, a apelos da minha infância. Viajei...
- Não. O pai nunca viajou A mãe dizia que o pai inventava tudo.
- A tua mãe dizia muita coisa só para me contrariar. Já não a podia suportar. Sempre a exigir, sempre autoritária e presente no menor dos meus actos, mesmo quando estava ausente. Desejei muitas coisas que ela não entendia. ...
Meu caro ARMANDO BAPTISTA BASTOS.
Como eu me revejo neste Pai.
Estou lá todo.
As divergências das conversas do PAI e da MÃE.
Os dois convencidos que têm razão e a dizer ambos coisas tão ao contrário.
Como é possível isto acontecer entre pessoas que dizem querer-se bem?
Acontece – me muito e venho aqui meditar nesta frase. O que mais aprecio nela é a calma com que o PAI fala, consigo ver isso, claramente, na maneira como o PAI se expressa.
Aquela, “O teu PAI inventava tudo... ” , nunca vi coisa tão verdadeira.
Acho que este naco de prosa deveria ser estudado pela sociologia, pela sexologia... eu sei lá. Em quatro ou cinco linhas está aí toda uma vida inteira.
São difíceis os comportamentos do Homem. Difíceis de acertar porque cada um de nós está convencido que a evidência das coisas nos assiste. E às vezes não temos razão nenhuma.
È por estas e outras que o admiro. O senhor põe-me a pensar. Por isso é um ecritor Um grande escritor.
Um grande abraço deste seu velho amigo.
João Brito Sousa
E agora Torga,

“O silêncio dos melhores é cúmplice do alarido dos piores”. TORGA

“Uma revolução acontece como acontece um poema”. TORGA,

“Sabemos que tanto no particular como no geral, raramente o alcançado corresponde ao desejado. É uma lei da vida. Torga”

Amanhã na Leitura, ó camarada FAROBARROS. Eu levarei o livro do ROSA E MADEIRA.

Abração
João Brito Sousa

terça-feira, 3 de junho de 2008

A CIDADE DE OLHÃO

A CIDADE DE OLHÃO
texto de Raul Brandão

Há meio século, Olhão, entranhado de salmoura e perdido no mundo, viva só do mar.

Os que não eram marítimos eram filhos ou netos de marítimos, contrabandistas uns e outros, pescadores costeiros e pescadores do alto que iam `a cavala a Larache. A pesca costeira, a das caçadas, fazia-se com groseiras, grandes espinheis, para o cachucho, o safio, a carocha, o ruivo, a abrótea e a pescada; e com a arte da chavega, em calões e botes., puxando a tripulação o aparelho para terra enquanto o arrais, numa pequena lancha, a calima, vigiava o lanço e dirigia a manobra. Havia muito peixe e a vida era extraordinária. Toda a noite o chamador batia de porta em porta com um cacete.

- Arriba com Deus mano João.

Nesta arte ia ao mar quem queria - os pequenos, os humildes e os fracos - todos de varino e por baixo nus.

- Levas a barça? - perguntava o arrais.

Era o essencial. Dizia-se de um homem pobríssimo:

- Aquilo é um homem sem barça nem lasca.

O dinheiro arrecadava-o o dono num monte com uma esteira por cima, e distribuía-o enfiando o braço por um buraco e tirando um punhado de cobre ao acaso:

- Toma lá!

Fazia as contas que entendia e os pobres diziam:

- O que ele tem enricado à custa daquela esteira!...

E as mães às filhas:

- Ó filha, Deus queira que não olhes para home que ande na arte!...

A pesca do alto fazia-se em caíques cobertos, de vinte e cinco a trinta toneladas, com duas velas triangulares. Este barco voava. Ia a Setúbal, a Lisboa, às Berlengas, ao Porto, e só voltava a casa no S. João, no Natal e nas festas grandes do ano. As mulheres esperavam pelos maridos com alvoroço - dando outra mão de cal nas casas. Tripulavam-no vinte e cinco homens e dois cães, que ganhavam tanto como os homens. E mereciam-no. Era uma raça de bichos peludos, atentos um a cada bordo e ao lado dos pescadores. Fugia o peixe ao alar da linha, saltava o cão no mar e ia agarrá-Io ao meio da água, trazendo-o na boca para bordo. O caíque pescava e vendia pela costa fora. Às vezes sucedia-Ihes estarem em Lisboa, abrigados do temporal, longe da terra em dias de festa, no da procissão do Senhor dos Passos, por exemplo - a que o marítimo nunca falta, vestindo o melhor fato e pondo a cartola na cabeça: - Compadre, vamos nós à procissão? - Ventania rija, vagalhão de meter medo na barra... - Por cima da água ou por baixo da água, vamos sempre. - E iam. Marítimos extraordinários, não usaram nunca agulha de marear: sabiam onde estavam pelo cheiro.

Publicação de
João brito Sousa

segunda-feira, 2 de junho de 2008

TEMA PARA DEBATE


PRODUZIR E POUPAR.

Numa sociedade consciente o senso comum impôe-se ao ao bom senso dos cidadão


DISTRIBUIR E ENDIVIDAR-SE ; ESBANJAR E NÃO TRABALHAR: é o ciclo económico de uma sociedade onde a utopia induz os cidadãos num processo demagógico


No primeiro caso caminha-se para o bem estar e para paz; no segundo para o desemprego e para a revolta.

O que foi dito não é economia política, nem filosofia social. É um lugar comum que qualquer dona de casa aprende na economia doméstica.

Depois do 25 de ABRIL, a utopia obliterou a razão e o comum das gentes foi levada a crer que o ciclo económico começava pelo seu fim, daí a predominância pelo distribuir.

Pior, é que se propunha distribuir o inexistente...

Texto de
Paulo Valladas



Publicação de
João brito SOUSA

domingo, 1 de junho de 2008

PORQUE HOJE É DOMINGO

(as charolas em BORDEIRA)

VOU-ME ADAPTANDO


O SENTIDO DA VIDA

Pode parecer estupidez isto que vou dizer, mas uma das coisas mais belas que vi na minha vida, foi quando vinha de Faro para Lisboa e, na estação das Pereiras,vi um alentejano de 19/ 20 anos, bêbado que nem um cacho, samarra às costas e cantava

CLAREANES é meu povo
Fui ás sortes e fiquei

Com a manta fiquei novo
Clareanes é meu povo
Que granda manta apanhei...

E lá ia ele.

"Nos fins do século XIX, a tertúlia em que pontificavam Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Eça de Queiroz, ficou conhecida como o grupo dos "Vencidos da Vida". Teve enorme influência na sociedade portuguesa e, ainda hoje, as Farpas são o livro de cabeceira de muitos de nós.

A palavra vida, isolada não nos diz nada. Pelo contrário, o sentido da vida diz-nos tudo. Dar sentido à vida é trabalhar com esperança num mundo melhor.

Fazer o impossível é o destino histórico dos portugueses. O trabalho nunca acaba. A vida é que acaba.

Aproveitemos a vida.

A mensagem actual é demasiado economicista. por isso, é essencial uma outra mensagem que atinja a alma dos portugueses. Só assim será possível manter a vontade de ser português.

A felicidade é um comportamento interior, é regressar às origens."
Palavras de Paulo VALLADAS em "A UTOPIA viável"

Publicação de
João Brito Sousa