domingo, 1 de novembro de 2009

AO DR. VARELA PIRES


FALANDO DE POESIA

EU e Dr. VARELA PIRES

Diz V P,

Caro J. Brito Sousa,
Obrigado pelas suas sempre amáveis e genuinas palavras.
Para além da filosofia, da psicologia, e obviamente da medicina, uma das minhas áreas predilectas é a crítica literária, quando tenho tempo e sinto que posso fazê-la. Para ela me preparo.
No caso dos meus poemetos, aqueles que escrevi e lhe enviei, deixei as palavras fluirem, como ribeiro que corre, gorgolejando a água de encontro aos calhaus, aqui mais rápida, aos saltos, pulando, além mais lenta, procurando novos circuitos, contornando os obstáculos. Na poesia sou um "pintor", é como eu costumo dizer!... Gosto de poesia, mas nunca me senti aquilo que considero um poeta.
Um poeta é um operário da palavra, da ideia, diariamente na sua oficina... total e incessantemente.É sempre poeta, em todas as atitudes, em qualquer postura da vida. Caso do ramos Rosa, da Sofia, do Manuel Madeira.
Um abraço muito grato,

Varela Pires


Me caro VARELA PIRES,

Não tenho dúvidas nenhumas acerca do que diz acerca dos seus conhecimentos de filosofia, psicologia e medicina claro. Também de crítica literária, aceito.
A poesia é pessoal, considero difícil o outro julgar, porque cada criador poético faz a sua leitura.
Concordo com essa de deixar as palavras fluírem e seguintes…
Um poeta é sempre um operário especializado, não acha?
Um abraço do
João Brito Sousa

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

COMENTÁRIO


COMENTÁRIO

Ao Passeio Público de HÉLDER PACHECO, Professor e escritor


Meu caro Hélder Pacheco.

Viva.
Refiro-me neste comentário, ao seu PASSEIO PÚBLICO publicado no JN de ontem, 29.10 . Porque não concordo com ele . Permita-me que dentro do regime democrático em que vivemos lhe diga não. E recordo-lhe que o Dr. Lucas Pires disse que o não também é democrático. E não se esqueça que o senhor desempenha duas das profissões mais nobres que o homem tem à sua disposição: professor e escritor. Ambas têm como função principal tornar os seus alunos e leitores, respectivamente, melhores pessoas. É isto que diz Vergílio Ferreira, professor e escritor como o senhor. E já agora, como eu, também.

Diz o senhor, RESPEITAR A CIDADE, claro que sim. O senhor, que é professor de História , vai buscar um texto da primeira república para dizer que se revê nele e acrescenta: a defesa da res publica e o cumprimento do dever de cidadania perante a pátria, que é o Porto.

Pergunto, o Porto é pátria?

Depois, a indignação que lhe causaram algumas frases proferidas na recente campanha eleitoral, sob o pretexto que em política não vale tudo nem se pode dizer tudo, que para o portuense que se preze não pode ficar indiferente o ouvir a cidade ser apelidada de “decadente e mais sete ou oito adjectivos semelhantes...”

Argumentos rasteiros e mais o Padre que apelidou o Porto de “estado fascista”, o Porto uma cidade semidestruída na 2ª Invasão Francesa (e renasceu...) ... vencida e enxovalhada no 31 de Janeiro (e renasceu) e .. Uma cidade duramente atingida ela desindustrialização... e,

Não, o Porto não precisa de “portuenses” que o amesquinhem... – disso se encarrega o Terreiro do Paço ...

Meu Caro Professor e escritor,

Penso que o senhor neste artigo, não respeitou as pesoas do Porto que não pensam como o senhor pensa. E isso não é democrático. Na sua crónica o senhor lamuria-se apenas. Dizer que a cidade foi vencida e enxovalhada no 31 de Janeiro, não me parece sério, porque o 31 de Janeiro foi um movimento em direcção à república.

A menção ao Terreiro do Paço, na parte final do artigo, esá ao nível daquilo que disseram os portuenses e o senhor criticou..

O senhor já leu a entrevista do Reitor da UP. Ele chama a isto lamúrias. Que é o que o senhor está a fazer. Indevidamente, parece-me.

Isto são lamúrias senhor professor. E não deviam ser.

Gostava de o conhecer.

Ab. do
JOÃO BRITO SOUSA

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

TEMPOS ANTIGOS




VEHOS TEMPOS


1º ACTOR, isto é que é fado, o meu amigo lembra-se do Zé Larença, do Manel Larença e do Zé Simão? E do Domingos Simão, lembra-se?

2º ACTOR- Certamente, isso é malta do meu tempo.

1º ACTOR- E lembras-se do peido que o Domingos deu quando passou à venda do Zé Raimundo?

2º ACTOR- Nada, não me lembro nada disso.

1º ACTOR- Então, vou.lhe contar.

2º ACTOR- Diga meu amigo, mas tenha cuidado com o que vai dizer, há aqui senhoras.

1º ACTOR- Tudo bem, não há azar. O Domingos passou de bicicleta e largou uma ameixa das antigas. Estava lá o senhor Mendonça que disse: Foi em bom tamanho, não foi grande nem pequeno. Toda a gente ouviu e ninguém ficou surdo.

2º ACTOR- O Domingos merece um fado. Música Maestro.

O FADO DA AMEIXA



Passou o Domingos e arreou
A ameixa
O trânsito parou
E o Mendonça disse deixa

Vou explicar

Não foi pequeno nem grande
Foi em bom tamanho
Todos ouviram

E ninguém ficou surdo

E todos se riram

A malta daquele tempo
Era assim
Davam umas ameixas
Umas por eles outras por mim

Lai lai lai lai r arai

O Domingos arreou a ameixa
E o Mendonça disse deixa

E o Mendonça disse deixa…

3º ACTOR (O Viegas da casa de bicicletas), levanta-se da assistência, grita e diz: Os grandes actores do Patacão foram, Laura Conquilha, Martinho e Zé Figueiras Quero um fado para eles.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

HÁ FESTA NO PATACÃO



1º ACTOR – Mas o Clementino já a cantou, naquela cena, quando se apresentou no palco, com uma bicicleta pedaleira com a campainha avariada, olhou para a campainha e disse,

Também tu, puta, não tocas…
Estou aqui estou a levar-te à oficina do Zé Linocas.

2º ACTOR – E agora vamos cantar outra vez, sai música …

FADO DA CAMPAINHA


Se estás avariada
Vai à do Zé Linocas
Ficas logo reparada
Ou nunca mais tocas

A campainha
Da bicicleta que é minha

O Zé Linocas emigrou
para a Venezuela
E nunca mais regressou
E nunca mais se soube dela



Da bicicleta que é minha
A campainha

Zé Linocas vem aqui
Vem até à Sociedade
A bicicleta, nunca mais a vi
Mas tenho grande saudade

De ver o Clementino
Com a bicicleta na mão
Era eu ainda menino
E na Sociedade do Patacão

Já ele representava
As peças do Mestre Bernardino
E o povo achava
À graça que ele tinha

Quando dizia

Da bicicleta que é minha
A campainha …

Da bicicleta que é minha
A campainha.


Texto de

João Brito Sousa

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

TEATRO NO PATACAO







VAMOS VOLTAR ÀS RÉCITAS NA SOCIEDADE.

por João Brito Sousa


TEATRO NO PATACAO

"O teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana."
(Federico García Lorca)

TEMPOS ANTIGOS

1º ACTO - Na sala, com alguns documentos na mão, um acordeonista tocava uma moda baixinho e o actor cantava:

Tempos antigos,
Tanto que eu gosto deles
Desses tempos amigos

Tempos antigos

Vamos revivê-los.

Tanto que eu gostava de saber cantar. Como cantava o Manuel Patuleia, esse grande homem de Teatro aqui da terra. O Manuel era grande actor. Cantava, fazia as letras e arranjava a música.

Podia ser uma canção assim.

A OFICINA DO MESTRE ZÉ ROSA


É uma serralharia civil
A oficina do Mestre Rosa

Faz serviços para as hortas
E é muito conhecida
Aqui na nossa região.

Fica ao pé do Blé Antão
O homem do dentinho de ouro
Onde trabalhou o Clementino
A vender palha e carvão

Tantos anos que já lá vão

O ti Alexandre fica ao lado
E tem uma história engraçada
O Clementino fez disso um fado

E cantou-o na sociedade

Já não sei com que idade

Mas um actor como o Clementino
È sempre para a gente um menino

Ele que fez tudo na vida

Na Venezuela foi roubado.
Tinha lá uma padaria
Foi roubado três vezes
E sempre à luz do dia.

Morreu na sua terra
Depois de para cá voltar
Tinha um quintal para cavar

E voltando a pegar na enxada

A sua vida foi engraçada.



2º ACTOR – Você está aí a falar do ti Alexandre Catrunfa, sabe que e aí que começa o Patacão?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

NOVO ESPAÇO COSTELETA


A MINHA PARTICIPAÇÃO NO BLOGUE,




Estou agora em





e convido todos os costeletas para lá passarem, e


VAMOS COMEÇAR A LANÇAR AS BASES DO NOSSO JANTAR ANUAL.


ACEITAM~SE IDEIAS.


POR MIM SERIA NO DIA 30 DE DEZEMBRO DE TODOS OS ANOS.


Ab.

JBS

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

CESSÃO DE FUNÇÕES


ADMINISTRADOR DO BLOGUE http://oscosteletas.blogspot.com/


A minha atitude não podia ser outra face à demissão do Aministrador e fundador do blogue Rogério Coelho, que me convidou para este lugar.


Houve coisas que fiz que talvez não tivessem caído bem o goto dos costeletas, penso eu, porque ninguém me ter dto nada.


Não tive apoios nem o meu trabalho teve qualquer impacto. Tudo bem. Mas recordo aqui que, apenas o senhor Rogério Coelho foi felicitado no almoço anual em Vilamoura, pelo trabalho desenvolvido.


Nunca disse não ao Rogério.


Respeitei-o sempre.


Terá sempre a minha amizade.


Todavia houve divergências que não soubemos gerir.


A causa próxima foi a autorização de publicação de textos com pseudónimo por parte do Adm. Rogário sem meu conhecimento. Foi uma decisão unilateral. Não é justo nem democrático. Não me ofendeu, claro, mas não concordei.


Convido os costeletas a debater aqui ideias.


Um abraço para todos.


João Brito Sousa

terça-feira, 8 de setembro de 2009

ESTRONDOSO SUCESSO/OPINIÃO

(retirado do interior da Igreja do Carmo)


ESTRONDOSO SUCESSO.

Leio no orgão REGIÃO SUL que se saldou por um estrondoso sucesso o jantar festa de apresentação dos candidatos da coligação liderada por Macário Correia, um político da linha do PSD.
Macário foi ao Largo do Carmo em Faro e, se calhar pagou o jantar, não sei ao certo. A imprensa denominou a festa do comício eleitoral, de estrondoso sucesso. Não me parece tal. Estrondoso sucesso porquê? Todos os anos por estas alturas, há sempre promessas de quem pretende alcançar determinado lugar político e nos votantes, ainda reside uma boa dose de esperança que as coisas melhorem.
Para já, não me parece ético que Macário fosse a casa do adversário falar mal do homem, que não fez isto e não fez aquilo. Os políticos nunca nos deram confiança alguma quanto aos seus propósitos. É só ver a Governação actual e o programa eleitoral que lhes deu acesso a S.Bento.
Tudo ao contrário.
Em boa verdade, o poder local tem sido o menos mau e tem feito coisas.É verdade que um jardim asseado com bancos para nos sentarmos é positivo. Mas se esses problemas foram resolvidos, pelo que tenho visto, há graves outros na sociedade portuguesa que necessitam de ser igualmente resolvidos, como o desemprego, o valor das reformas, as falências das empresas, a injusta distribuição dos recursos provenientes de Bruxelas, o custo de vida, a educação e a saúde e por aí fora.
O Macário falou disso? Não, falou de 15 mil pessoas em dificuldades e não fiquei a saber se lhes trouxe soluções. Falou ainda de mato esucata, mas isso ....

Não tenho nada com a vida de cada um nem com as suas ideias, mas razões para um sucesso estrondoso num jantar comício, não vejo motivos, não.

Os senhores doutores Dias Loureiro, Horta e Costa, Vítor Constâncio e Gilberto Madaíl estariam no jantar? O Presidente Macário, disse alguma coisa acerca disso ?...Qual foi a mensagem de autenticidade que deixou ? Não é mensagem de esperança que pretendo saber, é de autenticidade.
Houve alguma coisa.

Zé Crítico

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

812 MULHERES E O PRESIDENTE


A senhora D. Teresa Menalha liderou um processo de homenagem ao edil de Loulé, um ilustre médico que deu consultas em Quarteira, cuja experiencia política nunca vi salientada.

Nada me move contra o Dr. Seruca Emídio mas não entendi a razão de ser da homenagem, porquanto o mundo político ainda não me convenceu.

Apesar do parecer favorável do Dr. Cristovão Norte à candidatura do Dr. Seruca Emídio ser um fortísssimo indicador para a recandidatura do actual Presidente, entendo que o potencial das mulheres deveria a elas ser dirigido.

Sou pela igualdade de direitos e obrigações entre os sexos, salvaguardando alguns casos específicos, mas as mulheres ainda não atingiram a igualdade, como refere a eurodeputada Anna Záborská (PPE-DE), que vem dizer: "o motivo pelo qual as mulheres ainda não atingiram a igualdade, apesar de o tentarem há décadas, é a ideia de que conseguem fazer tudo sozinhas, que não precisam dos homens”.

Para quando 812 mulheres a defender os seus interesses?

João Brito Sousa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A NOSSA TERRA


POETAS E ACTORES DOS BRACIAIS

Luís Alcantarilha filho foi grande imitador...
José Lobacota foi um bom actor dramático
José da Cova foi tudo; actor, fadista e cantor
E o Carrega com o cajado na mão fez o mágico.

BRACIAIS, terra pequena mas honrada
Talvez aí uns cento e vinte habitantes a povoem
Tem como atractivo principal a estrada
Mas são bons e grandes actores os que lá vivem .

Um dos bons actores da terra foi o Garrocho
Outro foi o Domingos Simão que fez de coxo
Naquela peça em que acabou tudo à guerreia...

O maior actor dos Braciais de todos os tempos
Compositor, encenador, actor e de mais talentos
Foi sem dúvida alguma o Manuel Patuleia.

João Brito Sousa



A BICICLETA DO CALDEIRINHA


Na Sociedade Agricultora Recreativa do Patacão
Uma vez foi representado o Mestre Bernardino
(Récitas para o pessoal ir ver e pagar a quotização)
E o actor principal foi o Baeta, o Clementino

O espectáculo começou depois da hora...
E com a sala cheia a peça abriu com a cena da escola
Onde o Mestre Virgílio moleiro era o professor agora
E o Domingos Navalhas era a mãe do aluno que deu à sola. .

Depois disto entra em cena o Clementino que declama:
“A bicicleta do Caldeirinha é da mesma marca da minha
E comprada na mesma casa”. E dizendo isto ao palco chama

O dono da bicicleta que não foi e continua a declamar:
“Fui ali à do Fontainhas e ficou logo o motor em brasa”.
E a assistência gostou e bateu palmas até não mais parar
JBS

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A BOLA REFORÇA O PLANTEL




OPINIÃO

EDUARDO BARROSO & ERNESTO FERREIRA

Em minha opinião não há reforço nenhum porque se trata de duas pessoas bons profissionais nas suas áreas, dos melhores que o País tem, mas que de futebol não percebem nada porque a clubite aguda não deixa.

Do Dr. Ernesto Ferreira não me pronuncio porque ainda não o vi falar de futebol mas como homem de ftebol forte do Sporting não espero mesmo nada.

Do Dr. Eduardo Barroso não se pode esperar nada de bom porque antes de fanático sportinguista
é um antibenfiquista primário, na linha de MST, Olímpio Bento, Manuel Serrão, Rui Moreira, Àlvaro Magalhães e Júlio Magalhães.


Vou contar uma cena que tive com Francisco José Viegas, após uma crónica volenta em desfavor do Benfica.

Eu disse: O SENHOR NÃO É JUSTO

E ele: È como eu vejo. E dig-lhe mais, o Benfica vai jogar À AMADORA e se ganhar eu dou-lhe os parabens.

E o BENFICA ganhou limpo e o Dr. FJVenviou-me um email a felicitar-me.

É de Homem com H grande.

Eduardo Barroso desmente todos os penaltyz a favor do Benfica, por, parece-me má fé. Não é desportista. Para ele só o Sporting conta, fanaticamente.

Considero-me no plano jornalístico português um cronista equilibrado e justo, analiso pela óptica dos princípios e escrevi bem de MST quando achei beme mal quando achei mal.

Como benfiquista escrevo contra quando é caso disso.

Tenho sido ameaçado de morte por querer dizer a verdade.

Sou o único crnista desprtivo portuuês que se esforçou por perceber o senhor Pinto da Costa e tenho dois textos escritos sobre o senhor.

Estes elementos não reforçam nada a verdade do futebol em Portugal, que é uma mentira e quee estes senhores não dizem.

O futebol e Portugal é antibenfiquista.

Texto de
JBS
(Cronista na imprensa regional)

terça-feira, 28 de julho de 2009

DO PATACAO AO CHELOTE


VOU FALAR DA MINHA TERRA E DE PESSOAS DE LÁ...

Começarei com um poema à minha terra, porque gosto de poesia, e é uma forma de recordar com saudade os tempos que lá vivi.


À MINHA TERRA


Ainda lá está
O sítio velhinho dos BRACIAIS
Sítio onde se trabalhava
de manhã à noite
Sem parar
Nos tempos antigos

Hoje o Braciais está de mais

Tem a Urbanização REINALDO TARRETA
As explorações do ZÉ GRAÇA

À esquina da rua fica a venda do ZÉ RAIMUNDO
Onde o MIGUEL BARULHO canta o fado
Qando lá entro e ele está
Sai

João que te foste embora
E agora regressaste
Canta-me o tal fado agora
Que em vez de cantar choraste

A terra que me viu nascer e onde o meu pai morreu.


Gosto do Miguel, que diz, eh joão.....


Texto de

JBS


terça-feira, 7 de julho de 2009

O MEU LIVRO


AFINAL.... AINDA TEMOS UM!...

Quando António Lobo Antunes fez o lançamento de “MEMÓRIA DE ELEFNTE” em 1979, o livro ficou exposto, entre outros lugares, na montra do DN no Rossio, em Lisboa e, disse o autor que todas as tardes ia dar uma passeata pela baixa para ver o livro exposto na montra. Penso que lhe dava gozo ver um livro seu editado e publicado e por isso passava pela baixa da cidade.

O meu livro está também nalgumas livrarias, entre elas, a LIVRARIA LEITURA, no Centro Comercial da cidade do Porto, livraria que praticamente visito todos os dias. Todavia, sabia que o livro estava lá, mas nunca o tinha visto nas prateleiras. Assim sendo, dirigi-me ao balcão e perguntei pelo livro “LUCIDEZ DE PENSAMENTO”. A funcionária entrou no computador, pesquisou e saiu-se com este comentário: ”Afinal ainda temos um ....”, sinal que a Livraria tinha vendido dois livros, porque tinha encomendado três à Editora. Mas a forma como a funcionária respondeu é que eu achei piada.

António Lobo Antunes é tido como escritor genial mas não o consigo entender muito bem e tenho até algumas dificuldades em ler e perceber as suas obras Reconheço-lhe génio na crónica curta e nas intervenções na TV. Há bem pouco tempo esteve no Porto a dar autógrafos no acima citado centro comercial. e, tendo eu adquirido o livro objecto do autógrafo a dar pelo escritor, pus-me na fila e, quando chegou a minha vez, como já escrevia para os jornais, pedi-lhe uma entrevista. E a resposta foi: Eh pá... já abria boca de mais...

António Lobo Antunes é descendente de brasileiros e sobre o Brasil diz ele: “Para mim, o Brasil não é um país, são cheiros, sabores, os doces das minhas tias, uma maneira de viver, de falar. Isso está sempre comigo”, contou Lobo Antunes, cuja última passagem pelo País havia sido em 1983. Diz o autor que tem uma relação difícil com a prosa, que começa a ler e tem vontade de corrigir logo.

Numa entrevista dada no Brasil, disse o escritor que este País também povoou a sua infância em Lisboa, visto o avô possuir uma biblioteca constituída basicamente por clássicos brasileiros do século XIX, como José Alencar. Raul Pompeia, além de Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro. Todavia o que impressiona é serem os poetas que quem mais o seduz. Diz que lê poesia para aprender a escrever, pois num poema cada palavra tem o seu peso.

A literatura de Lobo Antunes é, de certo modo difícil. Ele conta muitas vezes aquela cena do esquizofrénico barbudo que entra no seu consultório e diz “que o mundo foi feito por trás” Por aqui se pode compreender a dificuldade de entender a literatura de LA, que diz ainda “quem faz o livro é o leitor”.

A literatura é o mundo por onde entrei agora e é um mundo fascinante. Parecendo que já foi tudo escrito, há sempre lugar para mais um. Dependendo do estilo que cada um apresente. A parte final do livro é muito importante. Assim como o arranque.. O livro deve levar atrás o leitor . O leitor tem mais perspicácia que o autor , diz Baptista-Bastos.

João Brito Sousa

domingo, 5 de julho de 2009

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO SPORTING



EXMO SENHOR BETENCOURT

Bom dia,

Diz o senhor, a propósito do jogo interrompido da final do campeonato de juniores:

1 - Ai de nós se fôssemos atirar pedras para o Seixal, numa alusão ao campo do BENFICA! ...

Comentário: O que o senhor deveria explicar é porque razão os apoiantes do Benfica entraram 26 minutos dedpois do jogo se ter iniciado. Aí sim, se o senhor viesse por esse caminho poderíamos ter um dirigente como o futebol português precisa. O senhor deu continuidade aos dirigentes sem vergonha que fervilham no futebol português , com uma excepção, LFV, que tentou colocar as coisas nos eixos e o senhor não colaborou. Não é assim que o senhor marca a diferença mas promove a continuidade.

2 - Retiraram-me um campeonato de juniores.

Comentário: mas para quê esse tipo de conversa? Poderia ganhar mas tinha mais hipóteses de perder. O senhor é deveras vaidoso. Francamente!...

Texto de
JBS

sábado, 4 de julho de 2009

BENFIQUISTAS ??? ...


OPINIÃO

CARTA ABERTA A DOIS ASSOCIADOS DO BENFICA

RUI SANTOS E JAIME ANTUNES

Meus senhores,

Ontem à noite na TVI24, no rescaldo das eleições do SLBENFICA, apareceram V. Exas convidados para uma mesa redonda, onde se revelaram como dois excepcionais anti benfiquistas.

O vosso comportamento exibicionista foi de tal maneira mau que o associado Antunes, começou por elogiar o nosso adversário mais directo, parecendo desconhecer como é que esse clube chegou onde chegou.

È lamentável, que na Universidade onde se formaram, não tenham aprendido que o lugar para se discutir qualquer assunto referente a uma Instituição de Utilidade Pública, como é o SLBenfica, ou a uma empresa, é em sede própria ou seja, faz-se um pedido de audiência à empresa que marcará o dia, hora e local onde tal assunto será colocado e discutido.

Estes dois cavalheiros, num dia tão difícil para a Instituição SLBenfica, resolvem abrir o livro de mal dizer e aqui vai disto. O SLBenfica isto, aquilo e mais aquilo, proferindo em minha opinião apenas banalidades e vulgaridades, que, em vez de banalizar o clube que odeiam, em minha opinião, foram eles que se banalizaram a si próprios.

Mas esta particularidade é prova inequívoca da grandeza do Sport Lisboa e Benfica. Em seis milhões de sócios e simpatizantes ainda há dois ou três que querem mal ao clube e não se coíbem de aparecer na praça pública apenas para se autopromoverem.

Infelizmente no SLBenfica há “soicos” que parecem não ser “soicos”, como dizia o outro.

Não gostar de algumas coisas que se passam dentro SLBenfica é legítimo; mas ofender a instituição na Praça Pública, é vaidade pessoal, parece-me.

Entendo que foi prestado um mau serviço ao SLBenfica.

João Brito Sousa

sexta-feira, 3 de julho de 2009

SPORT LISBOA E BENFICA


AS ELEIÇÕES NO BENFICA


BRUNO de CARVALHO que não conhecia deixou-me bem impressionado. Disse o que tinha a dizer em tom mais ou menos controverso mas tolerável e penso que não se excedeu. Disse até algumas coisas simpáticas, como por exemplo, com ele não havia 3ºs ou 4ºs lugares. Apreciei isso e estou até convencido que s e fosse eleito seria um bom Presidente. Claro, é um rapaz novo ainda pode esperar.

Quem esteve muito mal foi o seu advogado, o Dr. Fernando Pimentel, que, indecentemente, apresentou-se na TV com casaco azul, camisa azul claro, gravata igual e barba por fazer argumentando à Porto. Pelo menos foi o que me pareceu.

Não sei como é que isto vai acabar, mas só um clube com a grandeza do Benfica pode dar-se ao luxo de lutar contra Juizes e Tribunais e inimigos de toda a ordem e feitio, entre eles o blogue do Tó Zé Boronha. Vejo ódio das pessoas ao Benfica e ainda não percebi porquê.

Luís Filie Vieira tem feito um trabalho no Benfica, na parte financeira, que muitos licenciados em Gestão de Empresas, mesmo com experiência não teriam capacidade para o fazer. È que não e pêra doce gerir uma dívida de milhões bem como as derrotas no futebol. Uma ausência nas competições europeias é um prejuízo enorme e clubes como o Benfica precisam dessas receitas.

Espero a vitória de LFV nas eleições de hoje e que o clube ganhe estabilidade para se endireitar no plano desportivo onde tem andado muito ao deus dará. O treinador conhece os meandros do futebol português e sabe jogar com as palavras, que e uma das maneiras que mais garante as vitórias no futebol. Quando Pedroto foi colocado como treinador principal do Porto deu uma entrevista no jornal “ A BOLA” a um sábado que arrasou o Benfica e colocou o FCPorto desde essa data até hoje. Estou plenamente convencido que o Porto nem sempre ganhou no campo.

Os jogadores que o Benfica adquiriu parecem dar garantias para uma boa época. Mas há ainda indecisões. Guarda redes vem ou não. Moreira é melhor que Quim e não é mau. A defesa Luisão sai? Entram dez milhões pelo menos e jogam Sidney e David Luís, sobrando Miguel Víctor. Acho bem a defesa. No meio campo, Ramirez é o 7, vamos ver, Rubem Amorim é meiocampista, Aimar é o pensador e Di Maria é o extremo esquerdo. À frente Saviola e Cardozo. Sobram Falcão se vier, Mantorras, Fábio Coentrão, Yeba e mais dois ou três.

Está tudo na mão de Jorge de Jesus

Vamos ter esperança.

João Brito Sousa

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CARTA A UM AMIGO


CARTA A UM AMIGO


Meu caríssimo Prof. Feliciano Oleiro.

Viva

Dirigir-me por escrito ao Prof. Feliciano Oleiro, ou ao senhor Delegado Escolar, ou ao meu Delegado Escolar, é um trabalho difícil porque exige de mim o meu melhor. Meu caro amigo e colega, vesti o meu melhor fato, coloquei a mais bonita gravata e um bom desodorizante também, e só assim me senti em condições de me sentar à secretária para escrever esta carta.

Meu velho amigo, tenho tido alguns dias de alegria na minha vida, mas o passado dia 30, em que me acompanhaste no lançamento do meu livro, no Fórum Romeu Correia da tua cidade, foi um dos mais importantes e dos que melhor confraternizei, porque senti grande alegria de viver, senti carinho em meu redor, senti o verdadeiro valor da amizade, senti solidariedade e senti honradez e dignidade, em todos os que me acompanharam.

Mas quero abrir uma excepção.

Quero felicitar-te Feliciano Oleiro, pela tua postura de homem culto, acompanhada do teu sorriso e da boa disposição que te acompanharam ao longo da vida, também presentes nesse dia, pelas palavras que proferiste como verdadeiro professor e homem de letras que és e a que sempre estiveste ligado, e, se me permitisses, queria transferir para o teu coração, toda a alegria por mim sentida, porque nesse dia 30, fui eu que senti a grande honra de me sentar ao lado da grande figura de homem que é o Prof. Oleiro.

Mas isto antes de ler as tuas crónicas no jornal da Associação dos Professores. Porque depois de ler aquelas “MEMÓRIAS RÚSTICAS” do lindo poldro baio, o escritor é o Feliciano Oleiro.

Meu velho amigo, face a tudo o que disse, com toda a minha humildade e grande apreço pelas tuas enormes qualidades de homem da literatura, envio-te uma obra minha, a segunda, que já está na editora para revisão, para que me dês uma opinião válida sobre a mesma. É assim entre escritores.

E tem outra coisa, se a obra te agradar, quero que me autorizes a colocar a tua opinião no prefácio.

Sem mais, sou o
João Manuel de Brito de Sousa
Aí vão as palavras do PROFESSOR Feliciano Oleiro.

Foi com surpresa que aceitei o encargo desta apresentação, o que não obsta que teça com muito agrado, algumas considerações sobre o Dr. Brito Sousa, tanto em relação à sua personalidade, como ao seu “curriculum”, no lançamento do livro da sua autoria “Lucidez de Pensamento”.
O nosso relacionamento vem de longe e devo dizer que sempre o entendi como fiel representante das suas raízes algarvias, cuja vivacidade e agitação facilmente o denunciavam. Vivia repartido por dois amores – o Mar e a Terra. O chamamento da pequena cabotagem e a sua ligação à gleba, eram as forças antagónicas com as quais intimamente se debatia e que facilmente indiciavam a sua insatisfação.
O convite para o apresentar transportou-me à década de sessenta do século passado e explicito porquê.
A escola Conde de Ferreira – a “Escola dos Rapazes”, (era este o seu nome de guerra) recebeu uma “lufada de ar fresco” com a vinda de um número considerável de novos professores no início de funções.
Este grupo de jovens, consubstanciado pela diversidade de culturas e origens, cuja abrangência ia das Beiras no interior, ao Alentejo e Algarve, (meio país, vejam só), não passou despercebida à margem da minha observação. Com todos, muito aprendi e eles sabem bem disso porque eu nunca oculto a origem das fontes.
Este breve comentário centra-se apenas no grupo dos solteiros, porque outros colegas, igualmente dignos da minha atenção, tinham já arrumado a «vidinha» através do casamento. Este aumento inusitado do quadro docente resultou da explosão demográfica do concelho de Almada, a partir do início dos anos cinquenta.
Alguns vieram para ficar e afirmaram-se como bons docentes. Falo com conhecimento de causa pela boca dos seus ex-alunos, o que me leva a concluir que trataram bem as «Encomendinhas» que lhes foram confiadas, parafraseando Trindade Coelho.
Outros rumaram nos mais diversos sentidos, para outras metas, ao encontro dos seus sonhos e há quem tenha aparecido com obra feita.
Eu, na postura de director de escola e cumulativamente Delegado Escolar, encantava-me naquele universo de irrequietude própria da idade.
Alguns iniciaram funções anteriormente ao cumprimento do serviço militar.
Com a finalidade de quebrar este isolamento e também para melhor nos conhecermos, reuníamo-nos por vezes, em jantares - convívio em minha casa, o que para além da saudável confraternização, contribuíam para cimentar amizades que ainda hoje perduram.
Confesso que vi partir alguns com pena… pelo facto de verificar a sua «queda» para o ensino. Nestes casos, eu sempre vaticinava: «Lá se perde um bom professor». Ora, o meu, o nosso amigo Brito de Sousa, pertence ao número daqueles jovens que não se quedaram por Almada. Calcorreou mundo e, se não foram as «sete partidas», andou por perto. Hoje temo-lo entre nós a completar a trilogia a que o homem, como ser pensante, deve estar abrigado.
Vejamos o seu curriculum:
- Em Faro, sua terra natal completou o Curso Geral do Comércio e seguidamente habilitou-se ao Magistério Primário também na sua cidade.
Iniciou funções docentes em Almada, na Escola Conde de Ferreira, como elemento do grupo de jovens professores atrás mencionado.
Licenciou-se em Lisboa no I.S.C.A.L. em Contabilidade e Administração Fiscal. Frequentou a Universidade da Estremadura em Badajoz, onde tentou o Doutoramento. Do seu curriculum constam ainda contactos no exercício de funções com a T.A.P., Pan American World Airways, Inc e na Companhia de Diamantes de Angola.
Iniciou-se na escrita, na imprensa regional do Sul, nomeadamente em jornais algarvios como: “A Avezinha, O Olhanense, Brisas do Sul, Notícias de S. Brás, Algarve Mais”, entre outros. Hoje traz-nos o seu livro “Lucidez de Pensamento” cuja apresentação cabe ao Dr. Ildo Santos, também ele parte integrante da ala jovem à qual já aludi.
Resta-me felicitar o autor e desejar-lhe que a mensagem intimista contida na obra, atinja aqueles que muitas vezes passam em corrida louca, sem atentarem no mundo dos afectos, onde afinal existe algo de belo que a vida sempre tem para nos dar.

Parabéns Bom e “Velho” Amigo

OS DITADORES


OS DITADORES

Estamos convencidos que tudo é novo quando na realidade a vida de hoje é constituída por experiências repetidas pelo homem. Efectivamente o que homens de outros séculos fizeram repete-se hoje. Infelizmente.

As ditaduras contemporâneas surgiram no dia imediato àquele em que o Presidente Wilson proclamou: - preparai o mundo para a Democracia”. E elas estão aí para continuar. A ditadura, é como muitas outras coisas; pode ser a melhor ou a pior forma de Governar. Há ditaduras excelentes E há outras detestáveis.. Boas ou más, acontece, porém, que elas são impostas pelas circunstâncias. Então os interessados já não escolhem. Sujeitam-se.

Desconsiderar os outros sem que o desconsiderado tenha conhecimento dos motivos dessa desconsideração, não é uma atitude justa, nem democrática, nem nada; é apenas uma atitude suja. Foi o que aconteceu com o que fizeram os órgãos sociais da AAAETCABREIRA, onde foram designadas novas pessoas para os respectivos cargos. Esta votação e eleição é feita no dia do almoço anual e a nova direcção agradeceu a colaboração de todos menos a um administrador do blogue. E sem mais, alteraram-lhe as chaves de acesso.

Para os senhores que tal fizeram dir-lhes-ei, não, não fiquei surpreendido.

O caminho faz-se caminhando.

Texto de
João Brito Sousa

domingo, 28 de junho de 2009

À CONVERSA COM







PROF. DOUTOR VILHENA MESQUITA.

Esta entrevista foi-me dada pelo Prof. Doutor Vilhena Mesquita, por sugestão da velha glória e grande atleta olhanense, senhor Manuel Poeira e destinada ao Jornal "O OLHANENSE", para onde, durante um ano escrevi crónicas, que figuravam na página dois, sob o título "EU GOSTO DE OLHÃO" .

Não sei porque carga de água as minhas crónicas deixaram de ser publicadas sem me ter sido dada qualquer explicação. Mas não há problema nenhum.

Esta entrevista do Dr. VM, foi enviada duas vezes para o jornal "O OLHANENSE" cuja recepção não me foi confirmada. Contactado o senhor LEAL BRANCO do jornal sobre o assunto, disse-me não saber de nada.

Dado o elevado grau de intelectualidade contida na entrevista, reconhecido por pessoas de idónea craveira intelectual, peço licença ao Dr, Vilhena Mesquita, ao Manuel Poeira e ao jornal "O OLHANENSE, para que a dita aqui seja publicada.

À conversa com o Prof. VILHENA MESQUITA.

José Carlos Vilhena Mesquita, historiador, ensaísta e escritor, é desde 1983, professor na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve. Embora algarvio de coração e alma, nasceu em Vila Nova de Famalicão, onde realizou a sua formação escolar rumando depois para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo aí concluído o curso de História.

Iniciou a sua vida profissional em 1978, como docente no ensino secundário, e, em 1983, tornou-se professor universitário. Em 1997 defendeu a sua dissertação de doutoramento sendo aprovado com “Distinção e Louvor”. Em 1994 foi galardoado com o 2.º Prémio Especial Algarve de Comunicação Social, e em 1995 com o 1.º Prémio Samuel Gacon, no âmbito de comunicação social algarvia. Fundou, em 1998, a Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve (AJEA), da qual é presidente. Em 1998 fundou e dirigiu o «Jornal Escrito», órgão noticioso da AJEA. No ano seguinte fundou a revista «STILUS», da qual é director. Em 2002 fundou e dirigiu o boletim de divulgação da moderna poesia algarvia, «Nó Vital». Publicou quase uma vintena obras, de entre as quais destacamos A Importância do Brasil na Economia Portuguesa do Século XVIII, História da Imprensa do Algarve, História do Teatro Lethes, O Algarve nos Primórdios da Academia Real da História Portuguesa, O Marquês de Pombal e o Algarve, Estudos de História do Algarve, etc. Participou em vários Congressos e proferiu dezenas de conferências.

Na sua juventude foi camisa dez no F. C. de Famalicão... é com este homem do Norte que falamos de futebol entre outros temas, de que damos conta a seguir.

1 - BLOGUE BRAÇOSAOALTO/BBA) – A sua condição de Professor, Investigador e Pensador, exige-lhe um comportamento ético. Concorda?

Prof. Vilhena Mesquita (VM) – Toda a minha vida tem sido conduzida sob os mais inabaláveis princípios éticos, por isso fiz da moral e da honra o meu pendão de batalha. Tanto na vida profissional como na vida social nunca tergiversei em qualquer situação que pudesse fazer perigar a minha integridade ética, a minha liberdade ou os meus direitos cívicos. Também é certo que tento sempre cumprir as minhas obrigações com a maior elevação, seriedade e competência. E quem me conhece sabe que sou homem de um só rosto.

2 - (BBA) – Albert Camus estava convencido que era possível a construção da «cité universelle des hommes libres et fraternels» («cidade universal dos homens livres e fraternos»). Qual a sua posição nesta matéria?

(VM) – Esse desiderato de Camus fez parte das últimas Utopias do séc. XX. O sonho da “Cidade de Deus”, de Santo Agostinho, modelo da cidade perfeita, onde todos os homens seriam livres e irmãos, serviu de inspiração às grandes utopias libertárias que animaram a humanidade durante séculos. O Camus, além de filósofo e escritor, foi também um lutador pela liberdade que pertenceu à Résistance Française, opondo-se com todas as suas forças ao domínio nazi. Ao lado de Sartre e de Simone Beauvoir sustentou o primado da liberdade como raiz e esteio da humanidade. Julgo que hoje as utopias morreram, tal como as ideologias, e temo que ninguém acredite em sonhos libertadores. Porém, eu ainda acredito... talvez por isso nunca me tenham levado a sério.

3 - (BBA) – O futebol, em sua opinião, pode contribuir para a formação do homem, tanto do praticante como do associado ou simpatizante?

(VM) – Claro, o futebol é a conjugação das aptidões individuais em prol de objectivos comuns. Por isso fortalece os laços de solidariedade entre os participantes, como aliás acontece na maioria dos desportos colectivos. Os jogadores aprendem a cooperar e a desempenhar funções específicas em benefício de interesses comuns. Repare-se que o individualismo, esse cancro social dos tempos modernos, é altamente combatido no futebol. Os mais criativos depressa percebem que não podem subsistir no jogo sem a entreajuda dos colegas. E aquilo a que no futebol se chama “táctica” não é mais do que a distribuição estratégica das posições de apoio, ou seja, sempre que um jogador tem a bola dois colegas deverão aproximar-se no sentido de lhe proporcionar linhas de passe, enquanto outros dois se afastam para espaços livres procurando criar vias de penetração, ou simplesmente manobras de diversão tendentes a dispersar a atenção dos defesas. O jogo desenrola-se em linhas paralelas, que avançam ou recuam como um harmónio, formando espaços de movimentação entre dez a vinte metros que, por sua vez, se repartem por “círculos de influência” cujo diâmetro pode ter no máximo quinze metros. É a isto que chamam a dinâmica do jogo. Os jogadores mais inteligentes percepcionam melhor os espaços e por isso conseguem encurtá-los à penetração dos adversários. Por isso é que a fase mais importante do jogo é a contra-ofensiva, sendo essa a altura certa para marcar. Enfim, este assunto levar-nos-ia para uma reflexão longa e fastidiosa.

4 - (BBA) – Ainda vai ao futebol? É simpatizante da modalidade? Na sua opinião há correcções a fazer?

(VM) – Desliguei-me radicalmente do futebol há mais de trinta anos. Quando vim para o Algarve perdi as minhas referências. Porém, continuo a interessar-me pelo futebol que é cada vez mais um desporto cientificamente planificado, nos seus múltiplos aspectos, não só técnico-tácticos como ainda na programação do treino, na invenção de objectivos que suscitem a motivação anímica dos jogadores, no fortalecimento psíquico dos atletas, na recuperação física após competição e sobretudo na formação intuitiva das mecânicas do jogo, que o vulgo designa por “automatismos”. Quanto às correcções do jogo não faria nenhuma. Alteraria porém as substituições, que em vez de três passaria para cinco, permitindo assim ao treinador modificar o sistema e a dinâmica do jogo.

5 - (BBA) – Agrada-lhe a ideia de um intelectual se pronunciar sobre futebol?

(VM) – Claro que sim. O sucesso do Mourinho não é mais do que a intelectualização do futebol. Trata-se duma indústria que movimenta milhões de euros, não podendo por isso ser votada aos circunstancialismos daquilo a que chamam a “sorte do jogo”. O sucesso do futebol traduz-se por planificação, organização e disciplina, sendo a inteligência dos mais vocacionados a chave de ouro para o sucesso. A intelectualização do futebol é uma verdade incontornável num futuro cada vez mais próximo.

6 - (BBA) – Jogou com o nº 10 no F.C. de Famalicão. Gostou de jogar nessa posição? Como é jogar aí? Acha que tinha jeito? Qual era a sua principal característica?

(VM) – Sim, é uma das posições mais importantes em campo. Exige do atleta grande frescura física e muita inteligência. Porém, depende muito do sistema de jogo. Funciona melhor num 4-4-2 do que num clássico 4-3-3. Além disso tem de usar os dois pés, ter boa visão de jogo, isto é, antecipar uma opção de construção antes de possuir a bola, ter uma inteligência relampejante para abrir espaços e rasgar as estruturas defensivas. Para atingir a perfeição o nº 10 deve possuir força e colocação de remate, não só para bater as bolas paradas como ainda para visar a baliza, pois que pela sua versatilidade tem mais facilidade de se aproximar da linha limite da área.
Faltou-me a potência do remate e alguns centímetros de estatura para poder singrar. Mas nessa altura não podíamos procurar o nosso futuro, porque o chamado “direito de opção” dos clubes escravizava os atletas e desumanizava o futebol. O «25 de Abril» trouxe também a liberdade para o futebol. Abandonei pouco depois de entrar para a Faculdade. Se fosse hoje teria conseguido conciliar os estudos com o futebol, tal como fez agora o Nuno Piloto da Académica.

7 - (BBA) – Sabe que no clube da sua terra jogou um dos melhores jogadores do Algarve de nome Manuel Poeira? Viu-o jogar? O que é achou da sua postura em campo?

(VM) – Sei muito bem, até porque foi um dos meus ídolos de infância. Era um jogador à imagem do Futre, com o qual se parecia no físico, no dribling em progressão e na velocidade de ponta. Jogava nas alas, esquerda ou direita, mas sempre de forma muito rápida e imprevisível, ora progredindo em desconcertantes diagonais para o eixo da área, ora avançando para cruzar próximo da linha de fundo para a retaguarda da defesa. Era um atleta longilíneo, com potente remate e grande poder de impulsão para cabecear na área. Fazia golos com facilidade, mas a sua missão principal era assistir os colegas a concretizarem no coração da área, nomeadamente o Aurélio, o Miranda, e outros de que já nem me lembro o nome. O Poeira era um jogador completo, e se fosse hoje seria um verdadeiro craque, porque não conheço muitos com as suas características. Além disso era rápido e inteligente no trato da bola e na criação de espaços.

8 - (BBA) – Sobre esse jogador, gostava que comentasse outros aspectos que lhe ocorram, tanto no plano desportivo com no plano humano, por exemplo...

(VM – O meu pai era director do F. C. de Famalicão na altura em que contrataram o Manuel Poeira, e nessa semana estávamos de férias na praia do Mindelo. Lembro-me de ter falado no assunto com grande expectativa. Acho que o Poeira tinha ido para o Norte, creio que para cumprir o serviço militar, e daí a possibilidade de o levar para o clube, à imagem do que acontecera com vários outros atletas vindos de clubes do sul. Nessa altura os campos eram pelados, convidativos ao futebol em força, ao choque e ao jogo directo, pelo que o estilo hábil e versátil do Poeira deu logo nas vistas. No confronto um contra um raramente saía desfeiteado, quer nas alas quer no miolo do terreno. Tinha um estilo de jogo alegre, criativo e artístico, com dribles rápidos e em progressão, tentando chegar à linha da área no mais curto espaço de tempo. Nessa altura não tive qualquer contacto humano para poder avaliar o seu carácter, mas pelo que pude observar anos mais tarde, o Manuel Poeira deixou no futebol uma marca indelével da sua honradez e inabalável firmeza de carácter. Conheço o seu trajecto de vida e só por mero acaso é que soube recentemente que vive em Olhão. Acima de tudo, pelas posições assumidas ao longo da sua vida, o Manuel Poeira provou ser um homem honesto, íntegro e incorruptível. Isso me basta para continuar a admirá-lo.

9 - (BBA) – Viu o jogo Chelsea/Barcelona onde o Chelsea foi nitidamente prejudicado. Acha que isso seria possível com o árbitro Manuel Poeira?

(VM) – Vi, porque não perco um jogo do Barcelona. De facto a arbitragem beneficiou a equipa catalã. Não creio que o juiz tivesse instruções superiores para afastar os ingleses, embora o Abramovitch seja malquisto nas instâncias dirigentes da UEFA, onde o Platini tem vindo a desenvolver uma inadmissível política de favoritismos. O Manuel Poeira, quando foi árbitro, lutou contra os Platinis do nosso futebol, e chegou mesmo a denunciar a podridão que então se vivia no tráfico de influências, nomeadamente nas classificações dos árbitros, que favoreciam os mais “flexíveis”. Era, e é, por isso que só aos mais “predestinados” se atribuíam as insígnias da FIFA. O Poeira, como era um árbitro honesto e incorruptível não chegou aos lugares de topo a que tinha direito. Por isso, se fosse ele a arbitrar o Chelsea/Barcelona o resultado do jogo teria sido logicamente o da verdade desportiva. Note que os homens que falam a verdade ou que pugnam pela veracidade dos factos são hoje os mais ignorados, os mais espezinhados e até mesmo os mais vilipendiados, devido à perseguição que lhes movem os corruptos. Quem é que hoje fala do Manuel Poeira? Quem é que se lembra dele? Mas se tivesse feito os “favores” que outros fizeram estaria hoje a trabalhar como comentador da rádio ou da televisão, senão mesmo a dirigir a arbitragem na Liga ou na Federação...

10 - (BBA) – O que se lhe oferece dizer sobre a falta de respeito pela competição.

(VM) – Não creio que se trate de falta de respeito, mas antes da mudança de paradigma, pois que no período anterior ao «25 de Abril» o futebol, como aliás tudo o resto, era dominado pelo centro, isto é, por Lisboa, sem qualquer respeito pelo trabalho que se desenvolvia na periferia, isto é, no resto do país, a que os lisboetas chamam ainda hoje a “província”. O paradigma actual é completamente diferente, pautado pelos valores da democracia e pelo respeito nas iniciativas locais, razão pela qual despontaram novos valores e diferentes manifestações de sucesso, não só no desporto como também no municipalismo, na política, na economia e sobretudo no associativismo. O que acontece é que hoje os clubes do centro perderam protagonismo para os clubes da periferia, de tal forma que Benfica e Sporting perdem mais vezes, por vezes até demasiadas, razão pela qual procuram desvalorizar o sucesso daqueles que não costumavam ganhar. Para depreciarem o sucesso alheio, sugerem a corrupção da arbitragem...

11 - (BBA) – Estudou a resistência Miguelista no Algarve. Miguelismo, o que é? Um movimento social? Uma ideologia? Uma prática de resistência ao Liberalismo?...

(VM) – O Miguelismo é um conceito político que serve para designar a resistência do partido absolutista face à emergência do liberalismo. No fundo constituiu uma espécie de contracorrente perante a incontornável implantação do sistema representativo e do regime parlamentar-constitucional, cuja ideologia liberal, na maioria dos seus valores, direitos e garantias, ainda se mantém viva e de pé. O liberalismo foi a legítima correia de transmissão dos supremos ideais da Revolução Francesa, permitindo que de forma pacífica se pudesse implantar a Democracia.
O miguelismo tomou a designação do seu líder e principal mentor, o infante D. Miguel, que de forma ilícita e atrabiliária tomou o poder e se fez rei em 1828, abrindo caminho ao retorno do absolutismo em Portugal, revolucionariamente estabelecido em 24 de Agosto de 1820 na cidade do Porto. O miguelismo nunca foi uma ideologia, mas antes uma forma de sobrevivência do passado. Os homens nascem livres e iguais e os seus direitos não podem ser alienados, essa é a essência política do Liberalismo. Por isso é que o Porto foi, e continua a ser, a cidade da liberdade. Percebe agora a razão dos seus sucessos no mundo do futebol?

12 - (BBA) – O Miguelismo foi Contra-Revolução ou Anti- Revolução?

(VM) – Foi as duas coisas numa só. No fundo o miguelismo representava o passado e a sua necessidade de sobrevivência contra os ventos de mudança apregoados desde 1789 com a Revolução Francesa. Constituiu o último bastião da monarquia antiga que no Algarve teve na figura do Remexido o seu último defensor. Curiosamente o obsoleto modelo da velha monarquia voltaria a ser lembrado por António Sardinha com um movimento nacionalista designado por «Integralismo Lusitano», ao qual pertenceram também vários algarvios. Quando Salazar, nos anos trinta, se transformou no Chefe da nação, extinguiu o sonho absolutista dos monárquicos.

13 - (BBA) – Miguel Veiga, advogado portuense e escritor afirmou: «O tempo conta muito e não conta nada». Como homem do Norte, concorda?

(VM) – Para mim o tempo é a dimensão essencial da vida. O tempo é um referencial sem o qual não seremos capazes de enquadrar o presente, em contraponto ao passado e na perspectivação do futuro. A percepção do tempo e a sua valorização particular é a chave para compreender o pensamento de Miguel Veiga, por quem tenho aliás uma especial admiração, quer humana quer intelectual. Ele representa plenamente o cidadão portuense e, de certa maneira, encarna o espírito do homem do Norte. Lembro-me bem da sua contagiante juventude, da sua euforia política e do seu aspecto de galante uomo, sempre rodeado de gente jovem e intelectualmente interessante. Foi pela mão dele que me filiei, em Outubro de 1974, no antigo PPD. Anos depois perdi todas as ilusões... A partidarite destruiu o espírito democrático. O tempo que então contava de forma tão premente já hoje não conta para nada. O Miguel Veiga, afinal, tem toda a razão...

Texto de
JBS

sábado, 27 de junho de 2009

A HUMANIDADE ESTÁ EM PERIGO


O FUTURO DA HUMANIDADE

A informação que nos chega através do órgãos de comunicação social, é qualquer coisa que nos indica que as coisas não vão bem no reino da Patagónia.. Efectivamente, quer seja em Portugal quer seja no estrangeiro, as relações sociais estão pelas ruas da amargura, ou seja, funcionam através da agressão, contrariamente à prática do diálogo que seria o desejável,

O pior é que pensamos que os acontecimentos do mundo de hoje são novidade, mas o que acontece, é que se trata de experiências repetidas, que os homens de outros tempos fizeram, estando nós a passar pelos mesmos caminhos que eles percorreram.

Partindo deste princípio, o futuro da Humanidade está em perigo. E isto é bastante visível no artigo de MST publicado no Expresso, com o título O FADO, que a seguir se comenta.

1 - MST - Não, nunca iremos tornar-nos um imenso Portugal. O nosso fado está traçado e, após oportunidades e mais oportunidades desperdiçadas, vamos ser apenas um Portugal dos pequeninos, um Portugal pequenino.

JBS- Está traçado se nós quisermos. Favor citar quais as oportunidades e explicar porque é que as deixou passar.

2 - MST -Vamos ser o Portugal onde os melhores já não querem governar porque não aguentam a eterna maledicência da rua. Onde o povo tanto lhe faz ser mal ou bem governado porque é sempre contra. Onde ninguém - pessoa, corporação, empresa, sindicato - deixa de achar sempre que tudo lhe é devido e nada lhe é exigível. Onde as grandes construtoras vivem quase todas de sacar ao Estado obras inúteis, porque de outro modo não sabem viver. Onde ninguém pensa a prazo porque há sempre uma eleição pelo meio que não se pode perder, mesmo que seja a feijões, como as europeias que acabamos de atravessar.

JBS – Mas quem são os melhores? O Victor Constâncio foi dos melhores alunos do seu curso e como profissional não está a corresponder e no plano financeiro está perto dos melhores. Maledicência de rua? Sim, mas terá de dizer porquê? Eu nunca vi tanta razão para a maledicência. Grandes construtoras a sacar ao Estado? Porque o Estado alinha com elas. Pensar a prazo ? Isso é continuar a sofrer

3 - MST - Portugal está a tornar-se um sufoco, um país sem saída e sem viabilidade à vista. De que iremos nós viver dentro de dez, vinte anos, já sem fundos europeus? Ninguém sabe, além da inevitável e estúpida resposta: do turismo. Lembro-me de ter feito esta mesmíssima pergunta a Cavaco Silva, era ele primeiro-ministro, há largos anos, e de ele ter olhado para mim como se a pergunta é que fosse estúpida. Lembro-me de um debate com José Pacheco Pereira em que ele defendia a política do betão e das auto-estradas de Cavaco, com o argumento de que sempre era melhor ficarmos dotados das infra-estruturas do progresso: estradas, hospitais, escolas. Hoje, José Sócrates, para mais pressionado pelo terror de um desemprego fora de controlo, acredita exactamente no mesmo, julgando, através da política obreirista, conseguir o três em um: sustentar as empresas portuguesas, criar emprego e dotar o país de modernas infra-estruturas. Na verdade, são três mentiras em um: as empresas portuguesas são parceiros menores de grandes consórcios internacionais, onde os espanhóis lideram quase sempre e a banca é que fica com a fatia de leão dos negócios que os contribuintes pagam; o emprego é aproveitado pelo submercado de trabalho dos brasileiros, africanos, romenos e moldavos, que, finda a empreitada, se vão embora; e temos modernos hospitais abandonados por falta de doentes, de médicos e de viabilidade, escolas encerradas porque não há alunos no interior, auto-estradas fabulosas e despovoadas como apenas vi no Novo México ou no Arizona.

JBS - Espanta-me que MST viva num país paupérrimo e tenha recursos para viajar tanto. Mas
adiante. MST não quer que Portugal explore o Turismo onde tem condições e é o que outros com menos condições que nós fazem. Do resto não discuto, por não ser fácil, mas exijo do MST mais clareza.

4 – MST - Seguramente que haverá, haveria, outro modelo de desenvolvimento que não consistisse em fazer obra inútil que escoa os recursos financeiros da nação e a endivida para gerações, ou destruir paulatinamente o litoral e a paisagem protegida para a vender à ilusão turística. Não temos agricultura, não temos pesca, não temos construção naval, não temos indústrias extractivas: não temos sector primário. E, quanto ao resto, e tirando algumas ilhas de excelência, servidas por profissionais que rapidamente querem é ir-se embora, o que temos? Vejam, por exemplo, a grande aposta na educação, a ladainha de todos os governos, desde que me lembro. Olhe-se, por exemplo, para o exame de Português do 12º ano, realizado na passada segunda-feira: os alunos radiantes com a facilidade obscena do teste. Todos, não é verdade: os bons alunos, os que estudaram, os que se prepararam lendo Camões, Pessoa, Saramago, os que aprenderam a ler, a escrever, a interpretar um texto, esses sentiram-se roubados e com toda a razão. Para efeitos de estatística e propaganda política, o Ministério da Educação serviu-lhes uma prova de exame que os nivelou com todos os medíocres. O exemplo que vem de cima.

JBS- Parece-me que aqui MST tem razão. Todavia, pergunto, o que é que MST fez para alterar o modelo existente. Se fez, foi pouco porque não se viu nada e MST tem um jornal à disposição. Mas não era MST que esteve contra os professores que lutaram pelas anormalidades que o ST também reconhece errados? Então e esteve contra os professores, porquê?

5 – MST - A mediocridade há-de sempre querer que o nivelamento se faça por baixo. Há-de sempre querer afastar critérios que assentem no mérito, no trabalho, no talento, na honestidade, nos valores. O que distingue um país com futuro de outro que o não tem é justamente o desfecho desse embate. Em Portugal premeia-se o absentismo e a rotina; desculpa-se a incompetência e aceita-se resignadamente a burocracia e o autoritarismo imbecil; perdoa-se a ausência de valores éticos a todos os níveis e trata-se socialmente por senhores os que nada mais são do que bandidos; condecora-se o triunfo empresarial por favor político; perdoam-se os impostos e os crimes fiscais aos grandes vigaristas, enquanto se persegue implacavelmente o pequeno e honesto devedor ou aqueles que mais impostos pagam e que não fogem ao fisco; arquivam-se os crimes que são difíceis de investigar e tortura-se a mãe da Joana, transformando os responsáveis em vedetas mediáticas; consente-se o indecoroso tráfico de influências entre o poder político e a advocacia de negócios e pretende-se calar o bastonário dos advogados que, à revelia dos bons costumes, denuncia o que todos sabem ser verdade

JBS- Há aqui muito de verdade. Mas ter conhecimento disto e não fazer nada é que não me parece crrecto.

6 – MST - A todos os níveis, instalámos uma cultura de irresponsabilidade, de desculpabilização, de normalização do que deveria ser intolerável. Só este exemplo, colhido da entrevista que o procurador-geral da República deu a este jornal, no sábado passado: diz Pinto Monteiro que acha, de facto, que a investigação do caso Freeport já durou de mais e já poderia estar acabada. Mas não está, nem ele é capaz de dizer quando estará - muito embora saiba que a continuação do processo sem desfecho poderá vir a ter uma influência séria nas eleições próximas. Então, o que faz o procurador? Dá um murro na mesa, exige aos magistrados do Ministério Público que cheguem finalmente a uma conclusão e marca-lhes um prazo para tal? Não, limita-se a encolher os ombros e continuar à espera. Porque, aparentemente, é assim que as coisas se fazem, em obediência ao sacramental princípio da total independência e irresponsabilidade dos magistrados do Ministério Público. Ditoso país este, em que é bem mais importante o estatuto dos magistrados do que a realização da justiça em tempo útil! E assim acabámos por chegar à situação escandalosa de, não havendo nunca culpados de coisa alguma, todos serem suspeitos de tudo.

E já ninguém se rala, ninguém liga, ninguém leva nada a sério. À força de já não esperarmos mudanças em alguma coisa de substancial, damo-nos por satisfeitos porque o Presidente da República deixa cair de vez em quando uns 'recados' cifrados aos políticos e um quarto do eleitorado dá-se ao trabalho de ir às urnas, de tempos a tempos, "mostrar um cartão amarelo" ao Governo. Há tempos, dizia-se que somos um país adiado. Hoje, acho que o mais certo é dizer que somos um país cancelado.

JBS – Tem razão MST. Vamos pegar nisto?


Colocado por
JBS

HOJE ...


A VIDA DE HOJE


Está complicada de uma maneira geral. Quer a nível pessoal quer a nível geral temos os tais dias em que a coisa não anda de vento a favor. São os dias dos lamentos, mas, à semelhança dos jogadores de futebol quando perdem os jogos , “Há que levantar a cabeça.”....

Fui ontem a um encontro de escritores onde me incluíram como tal e a coisa não deu certo. Comecei com muito gás mas depois atrapalhei-me todo e se não meti os pés pelas mãos, foi quase. Uma vez num Congresso de Contabilidade do Iscal no Estoril, revelei uma falta de calma excepcional e às tantas deixei cair a papelada toda. Estavam dois madeirenses na fila da frente a ouvir-me quando os papéis caíram. Virei-me para eles e disse-lhes: é pá, vocês deram cabo disto tudo... e toda a gente se riu e acabou-se a exposição.

Isto para dizer que a vida é isto ou mais ou menos isto, quer dizer, com estas ou outras coisas parecidas, havendo sempre uns dias que correm bem outros que correm mal. O almoço no Montenegro com o Di, este ano, também correu mal, o Rui e o Pai trataram mal o homem. No almoço do ano passado foi o Adão que disse que nos EUA se almoçava um cachorro e depois íamos trabalhar. È a vida de hoje.

Não sei como é que eu vim parar aqui porque eu queria er afalar de outras coisas

JBS

quarta-feira, 24 de junho de 2009

UM BOM ALUNO CHEGARÁ?


OPINIÃO

OS BONS ALUNOS

Victor Constâncio foi um bom aluno na Faculdade. Naquele tempo, finais de 50 de início de 60, apesar de o ensino não ser de qualidade excepcional, havia no Quelhas, o Dr. Jesus a Matemática, o Dr. Moura a Economia e mais um rol deles que davam garantias de saber. O aluno ficava com as bases fornecidas pela Escola e, a vir cá para fora, melhorava aqui os seus conhecimentos, numa de continuar a estudar, porque as coisas evoluem.

Constâncio tinha fama nas tertúlias académicas de se tratar de um homem capaz de conduzir qualquer barco, incluindo o Banco de Portugal, porque era um aluno aplicado e responsável. Nesta altura do campeonato é dos mais bem pagos do mundo com o mesmo desempenho. Bom, terá esse direito não terá, tenho essa dúvida porque aqui é Portugal, um País de poucos recursos e não os EUA. Todavia sempre arrisco que o salário de Constâncio deveria situar-se ao nível do País que somos e não acima dessa bitola, considerada normal, como parece que é.

Estaria tudo bem se da parte de Constâncio e da sua equipa, houvesse empenho visível no trabalho de controlo e fiscalização que está contido na lei e o Banco de Portugal deve executar em quaisquer circunstâncias. O que surge na imprensa de hoje não pode deixar o Presidente do C. A do Banco de Portugal satisfeito. O malparado ( empréstimos a empresas e a particulares não resgatados) atingiram o montante de 7,2 milhões de euros/dia e segundo dados oficiais os particulares deixaram de pagar 2,3 milhões de euros dia, sobretudo derivado da aquisição da casa.

Isto são dois pequenos aspectos que se me oferece registar, porque há mais informação negativa acerca da saúde do sector financeiro em Portugal. A minha perplexidade é. deparar-me com estes números que, para mim, são excessivamente altos e para a Administração do Banco parecer tudo normal.. Só que esta situação de não pagamento dos compromissos assumidos pelas empresas e particulares podem trazer problema à saúde financeira do País.

E por uma questão ética o Presidente deveria baixar o salário porque ao que parece não está a justificá-lo.

Mesmo sendo dos bons alunos da Faculdade de Economia ao Quelhas.

JOÃO BRITO SOUSA

terça-feira, 23 de junho de 2009

O PROBLEMA DO IRÃO


O PROBLEMA DO IRÃO

TEERÃO - Cerca de mil manifestantes opositores voltaram às ruas no centro de Teerão nesta segunda-feira, 22, segundo testemunhas, apesar as ameaças da Guarda Revolucionária do Irão de reprimir qualquer manifestação contra o resultado da eleição.

Membros da polícia antiprotestos e a milícia Basij, força paramilitar ligada ao regime, dissiparam o protesto com tiros disparados para o alto e bombas de gás lacrimogêneo na praça Haft-e-Tir. Segundo a CNN, pelo menos oito pessoas foram presas.

O órgão que supervisiona as eleições no Irã, o Conselho dos Guardiões, reconheceu nesta segunda-feira, 22, que houve irregularidades em mais de 50 zonas eleitorais nas eleições presidenciais do último dia 12. O Conselho declarou que o número de votos contados em 50 cidades ultrapassou o de eleitores registrados, mas acrescentou que isso não iria afectar o resultado geral da eleição, vencida pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad.


É a primeira vez que um órgão do governo de Teerã admite a possibilidade fraude na votação, denunciada pela oposição. Oficialmente, o presidente Mahmoud Ahmadinejad teve 63% dos votos e o candidato da oposição Mir Hussein Mousavi, 34%.

Também nesta segunda-feira, o Ministério do Exterior iraniano acusou países ocidentais de inflamar os protestos contra o resultado das eleições, espalhando "vandalismo e anarquia".


Teerão amanheceu quieta, mas tensa, nesta segunda-feira, com segurança reforçada nas ruas para evitar novos protestos como os vistos na semana passada. O candidato presidencial derrotado, Mir Hussein Mousavi, afirma que houve fraude a favor do actual presidente Mahmoud Ahmadinejad, e exige a convocação de uma nova eleição. Mousavi pediu aos seus simpatizantes que continuem os protestos, mas sem colocar suas vidas em risco. "Protestar contra mentiras e fraude é seu direito. Em seus protestos, continuem a demonstrar calma".

Pelo menos dez pessoas teriam sido mortas em choques entre forças de segurança e manifestantes, durante os protestos de sábado. Outras 457 teriam sido presas por conta da violência, de acordo com a rádio estatal iraniana. A violência se seguiu a um alerta do líder supremo do Irã na sexta-feira, Aiatolá Ali Khamenei, que afirmou que novos protestos contra os resultados da eleição não serão tolerados.

Falando em uma conferência de imprensa nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério do Exterior Hassan Qashqavi acusou os governos ocidentais de apoiar abertamente os violentos protestos, com o objectivo de minar a estabilidade da República Islâmica do Irão.
Segundo o porta-voz, o Ocidente está agindo de maneira "antidemocrática", em vez de elogiar o compromisso do Irão com a democracia. Ele ainda voltou a lembrar que o resultado da eleição não será anulado. Nos últimos dias, o Irão vem criticando fortemente os governos americano e britânico, e Qashqavi citou nominalmente a BBC e a rede Voz da América, qualificadas por ele como "canais do governo".

Desde a semana passada, a BBC e outras empresas estrangeiras de mídia vêm reportando do Irão sob severas restrições. No domingo, o governo pediu ao correspondente permanente da BBC em Teerã, Jon Leyne, que deixe o país. "Eles (a BBC e a Voz da América) são porta-vozes da diplomacia pública de seus governos", disse Qashqavi. "Eles têm duas orientações em relação ao Irão: primeiro, intensificar divisões éticas e raciais dentro do Irão e, segundo, desintegrar os territórios iranianos." "Qualquer contacto com algum desses canais, sob qualquer pretexto ou qualquer forma, significa contactar o inimigo da nação iraniana."

De acordo com analistas, as declarações de Mousavi e os protestos nas ruas são o maior desafio já enfrentado pelo Estado em seus 30 anos de existência como república islâmica. No domingo, milhares de agentes de segurança patrulhavam as ruas, mas não houve protestos


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JBS

segunda-feira, 22 de junho de 2009

GRANDE BENFICA


INFELIZMENTE O FUTEBOL É QUE DOMINA

Lucho Gonzalez atleta do FCPorto diz na primeira página do jogo que se fosse hoje tinha-se deixado cair na grande área do Benfica. É espantoso que neste País ninguém dá um passo ser falar do Benfica. Grandes e pequenos industriais, homens de negócios, intelectuais, bloguistas, jornalistas e todas as outras profissões falam do Benfica, mal ou bem mas isso não interessa, o que é preciso é que falem.

2 - ÉTICA E AMBIÇÃO

Os habitantes do Globo Terrestre parece que ainda não perceberam o verdadeiro significado das palavras acima. Ou então trocaram-lhe o sentido e o verdadeiro significado. Pensam talvez que ética é desrespeitar as normas de convivência social e que ambição é fazer ameaças. É isto que concluo ao ler a imprensa de hoje, de ontem e de todos os dias.

Incluo nos habitantes citados acima, pessoas com responsabilidades sociais, por ocuparem posições de destaque, a quem se lhes devia exigir um comportamento de maior respeito, a começar por si próprio. A coisa, em minha opinião começa aqui.. Se não, vejamos:

MST na sua nortada no jornal “A BOLA” apelida de golpada, parece-me, a atitude de LFV de antecipar as eleições, num puro acto administrativo interno e em minha opinião normal. É claro que há um objectivo a atingir, que poderá tornar, para outros, o acto mais ou menos lícito. Mas o que não se percebe (ou melhor, percebe-se muito bem) é o propósito de MST que vem de lá e lá vai disto: LFV deu a golpada.

Acho que MST não se respeitou a si próprio, porque não deu, com a sua atitude, qualquer contributo para uma sociedade melhor, antes pelo contrário, acusou unilateralmente, omitindo casos ocorridos no seu clube de eleição, esses sim, suficientes para colocar fortes dúvidas da sua presença nas competições em que está inserido, pelo carácter antidemocrático que revelam..

A propósito disto, refira-se que o senhor Victor Serpa, director do jornal “A BOLA”, vem hoje no jornal dizendo que no mesmo se pratica a pluralidade de opiniões. Não é assim com MST, cujas opiniões são sempre favoráveis ao FCPorto e sempre contra o SLBenfica. Esta pluralidade não enobrece o jornal que não quer tomar posição remetendo para os leitores as conclusões. Não concordo. Acho que deveria pronunciar-se.

José Eduardo Moniz, perdeu o seu tempo para vir dizer à TV que não queria concorrer às eleições do SLBenfica. Mas qual é a ideia? Não quer concorrer não precisará de vir dizer nada. Foi ameaçado e eu concluo que alguma razão haverá, apesar de eu entender que JEM deveria ter ficado no seu canto. E é verdade que não pagou quotas durante 31 anos? E quer ir a Presidente com este currícullum?

Estará o mundo equivocado? Estamos perante dois casos que não trouxeram benefícios alguns à Humanidade e que ainda por cima geraram conflitos, tendo por base uma actividade falseada, chamada futebol.. Em minha opinião o futebol apenas sobrevive, derivado de os resultados serem muitas vezes forjados, beneficiando uns e prejudicando outros com mais ou menos nitidez, trazendo essa discussão para a praça pública durante os oito dias seguintes, até haver novos jogos e novas injustiças. Recordemos Calabote como dizem MST e Tavares Telles..

Mas não é só de futebol que vive o homem. Por isso acrescentarei, via Estado de S. Paulo, que o “ex primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, consertou o telhado de sua segunda casa com dinheiro do contribuinte apenas dois dias antes de deixar o cargo, em junho de 2007, segundo a lista sobre despesas dos deputados publicada pelo próprio Parlamento.

Embora o ex-líder trabalhista não tenha violado estritamente a normas da Câmara dos Comuns ao apresentar uma factura de 7 mil libras (8.260 euros) por esse trabalho, o jornal "Financial Times" questiona em sua edição desta sexta-feira, 19/06, se será legítimo, o contribuinte custear a manutenção da casa de um chefe de Governo que está a ponto de deixar o poder.

Essa é uma das revelações da lista de despesas dos 646 membros da Câmara dos Comuns publicada na quinta-feira pelo Parlamento e criticada por toda a imprensa.

E o Clube Bilderberg, conhecem?

Mas será que estes cavalheiros não saberão distinguir ética de ambição?

João Brito Sousa

domingo, 21 de junho de 2009

DOIS MESES DEPOIS


NÃO CONSEGUI


Ainda tinha esperança que as pessoas fossem responsáveis e se respeitassem a si próprias. Mas vejo coisas por aí deveras decepcionantes.


Pessoas com responsabilidades na vida, ocupando cargos de relevo e a contribirem para a pior propaganda do ser humano.


O bom senso desapareceu mas eu não deixo de estar contra.


Sempre que posso estarei lá.


Vamos ver...


Um abraço para os que me acompanharem.


Texto de
JBS