segunda-feira, 15 de outubro de 2007

À MINHA MÃE



Já fiz vinte ou trinta tentativas para escreve um livro. Agora voltei à carga de escrever uma página por dia.. A ver vamos no que dá.

AÍ VAI UM BOCADINHO,


A minha mãe era uma pessoa de trabalho, origens de gente pobre com algum património é certo, hortas de regadio nomeadamente, mas cuja situação generalizada era de pouca liquidez. As pessoas, nesse tempo, não tinham dinheiro porque o País estava em igual situação; só uma elite teria algum poder de compra. Mas a minha Mãe preocupava-se comigo e tinha estimação por mim. Isso era notório.
Hoje, quando me lembro dela, tenho muita pena de não termos desenvolvido mais essa relação, parece-me que tinha um pouco de vergonha de falar com ela em certas matérias, não matérias que versassem as suas origens, que também poderiam ser, mas matérias mais no sentido de aprofundar os assuntos da nossa relação mais íntima, enquanto Mãe e filho e penso que nesse plano ficou muita coisa por fazer.


E UM POEMA.


MÃE

Como é duro ficar sem ti!.... É mais que ficar triste...
É não saber nada de nada; nem para onde ir ou ficar!...
Procuro-te Mãe mas o amor que me davas já não existe
Neste mundo de agora ninguém tem nada para dar..

Mas tu davas-me sempre, Mãe… lembras-te daquele Natal
Que pensava não tinhas nada para me dar e tudo me deste...
E quando eu fui à chaminé de manhãzinha ...pude ver afinal
Que tinhas muito para me dar... mas o que tu não soubeste

É que eu beijei as batatas e os sabugos que me ofereceste
Como se fossem elas as prendas mais lindas que tu me deste
E obriguei o meu coração a dizer-te, Mãe.. muito obrigado..

E porque não fui o filho que deveria...venho-te hoje dizer
Que quero me perdoes alguma garotice que te fiz sem querer
Mãe, é muito difícil viver aqui sem te ter a ti a meu lado.


João Brito Sousa

2 comentários:

  1. Força João, uma página por dia é a velocidade certa para um bom livro.(O José Rodrigues dos Santos, disse numa entrevista que "embalava" e escrevia 200 pág. numa noite.Escrever como quem enche chouriços só pode sair vara de chouriços).
    Um livro quer-se pensado e repensado lentamente, requer a actualização e acerto permanente do pensamento com o que queremos transmitir, nunca está acabado até dar à estampa.És um inato contador de histórias e podes escrever um belo livro de memórias sobre os usos e costumes dos Braciais e arredores.
    Força João.
    Um abraço do Adolfo.

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  2. PORTO, 2007.10.16

    Meu caro Adolfo,

    Bom dia.

    Obrigado pelos teus sempre tão justos comentários.
    Já tenho muita coisa escrita, mas mesmo assim uma página por dia é muita coisa.
    Concordo plenamente quando dizes: "Um livro quer-se pensado e repensado lentamente, requer a actualização e acerto permanente do pensamento com o que queremos transmitir, nunca está acabado até dar à estampa".

    É isso memso.

    Não te esqueças de dar notícias; eu farei igual.

    Aí vai um abraço do

    João Brito Sousa

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