ALGUMAS NOTAS
Tendo antes apoiado os republicanos e levando à letra as suas promessas de uma sociedade mais justa, os assalariados reclamam agora a aplicação do seu conceito de justiça social.
A primeira grande greve, ainda em 1910, é a dos eléctricos de Lisboa (por oito horas de trabalho diário em seis dias da semana, 30 réis de aumento mensal e 12 dias de férias anuais pagas) .
Os patrões ingleses cedem, rompendo-se o dique. Seguem-se centenas de paralisações: do gás, dos sapateiros, dos padeiros e dos caixeiros em Lisboa, dos corticeiros e dos conserveiros em Setúbal, da têxtil no PORTO e em Braga, dos jornaleiros no Alentejo e no Ribatejo, da CUF no Barreiro e dos ferroviários do Sul e Sueste.
A tropa intervém, os carbonários atacam os sindicatos, os republicanos protestam na rua contra a ameaça ao regime. Decretada a greve geral na capital, fazem-se rusgas a sindicalistas e aumenta a violência entre grevistas e antigrevistas, mas a agitação operária não cessa ao longo da década. Greves como a dos ferroviários em 1914 (com mais de dois meses) degeneram em descarrilamentos, cortes de comunicações, bombas e assaltos a comboios.
O anarco-sindicalismo, cada vez mais forte, acaba adoptado em 1919 como linha oficial da Confederação geral do Trabalho, que sucede à União Operária Nacional, fundada em 1914 no I Congresso Nacional Operário.
João Brito Sousa
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