quarta-feira, 31 de outubro de 2007

CRÓNICAS da 1ª REPÚBLICA

(parlamento)
MODERNISTAS E FUTURISTAS


No início da década do século XX, predominam nas artes plásticas os padrões naturalistas herdados do século XIX. Os jovens artistas, por tradição enviados a Paris apurar o ofício, com bolsas oficiais ou a expensas familiares, já não vêem o Mundo com os mesmos olhos.

Nada é como dantes desde que Cezanne, Picasso, Stravinsky ou os futuristas italianos começaram o combate aos romanticos. Vive-se lá fora em plena revolução modernista. Os primeiros sinais de choque manifestam-se nas exposições de humoristas de 1912 e 1913 em, Lisboa. É pelo humor, pela caricatura e pela ilustração que o movimento modernista penetra em Portugal. Cristiano Cruz, Almada Negreiros, Emérito Nunes, Stuart de Carvalhais e Jorge Barradas exprimem um requinte estilístico integrando muitas inovações. pós-art nouveau

Quando os «parisienses» começaram a chegar, obrigados a isso pelos motivos do início da Grande Guerra, 14/18, opera-se a segunda fase da rotura modernista. Eduardo Viana com uma exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes em 1914, evoca o abalo causado pela obra de Cezane. Todavia , o pintor que melhor incorpora o espírito do tempo assimilando a explosão vanguardista é Amadeo de Sousa Cardoso., regressado também em 194, após oito anos de exílio parisiense..

Assumindo-se como «impressionista, cubista, futurista, abstracionista de tudo um pouco» a sua obra atravessa todas as escolas. Tendo-se tornado em Paris destacado seguidor cubista, Amadeo vai ser dos primeiros abstraccionistas em 1913. No ano seguinte é tentado pelo expressionismo, voltando a Portugal com todas as linhas modernas na paleta. Expõe em Lisboa e Porto, com grande polémica e houve até uma tentativa de agressão.

Outro retornado de Paris em 1914 é Guilherme Santa- Rita que faz parceria com Almada Negreiros, outro jovem aberto a todas inovações estéticas .

Mas é fora da plástica que o futurismo encontra os e melhor advogado; um obscuro poeta e escritor de nome Fernando Pessoa e da sua mente brotaram as figuras de Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. O futurismo é defendido pelo poeta Álvaro de Campos.


JOÃO BRITO SOUSA

Sem comentários:

Enviar um comentário