sábado, 29 de dezembro de 2007

À GUERRA

BOM ANO NOVO
PARA TODOS!!!


Para o Adolfo Pinto Contreiras nos Gorjões, para o Diogo Costa Sousa em Washington e para o Sousa Duarte em Tunes, que aqui abordaram este tema.

À GUERRA

À guerra... não dês tudo... não!...

Poupa esse investimento desumano.

Se puderes não dês nada, ó irmão...

Guerra é matar fulano e beltrano...



O que nós queremos é o homem honrado.

Que tenha orgulho em ser gente de bem,

Que desse, espero seja tudo menos soldado

Será homem o que não fizer mal a ninguém.

Mas que educa, que dá a mão e contribua

Para que o homem seja solidário e evolua

E possamos viver em harmonia na Terra.

Isto é bastante, é importante e suficiente...

E se o fizermos, somos tratados como gente

Se não, estamos sujeitos a começar a guerra.

João Brito Sousa

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

BOM ANO PARA TODOS


OS COSTELETAS

Têm agora um blogue ..para onde a malta
Pode mandar os seus palpites e ideias
Um lugar onde podemos todos sem falta
Encontrar-nos e combinar jantares e ceias...

E outras coisas mais como por exemplo
Perguntar onde pára o mano Jorge Barata

O BLOGUE É

http://oscosteletas.blogspot.com/


VOU PARA UMAS CURTAS FÉRIAS E VOLTAREI A 5 de JANEIRO de 2008


João Brito Sousa

VOTOS DE BOM ANO NOVO

PORTO, 2007.12.28
BOM ANO NOVO

O ano de 2007 está achegar ao fim. Vou até às instalações da Inatel de VILA NOVA DE CERVEIRA na festa da passagem do ano

Estive o ano passado em CASTELO DE VIDE e foi agradável. A calma alentejana é sempre simpática e eu gosto daquela vida pachorrenta.

Vem aí o ano de 2008. Esperanças... sim, algumas. Repensar a vida.. há coisas ainda a fazer. Mas entre as coisas que tenho de fazer, aí estão os 65 anos no dia 30 de Dezembro.

Dançar com a minha mulher na passagem do ano é um dos momentos altos. Aprendi a dançar na Sociedade Recreativa Agricultora do Patacão. Foi a Manuela Quintas a irmã do Henrique que me ensinou Ponha um pé aqui e agora pare. Agora a mesma coisa com o outro pé. E assim fiz e assim aprendi.

Quero voltar com optimismo e cabeça fria. Esclarecido...

E continuar a escrever coisas ..

Até ao fim...

RESTA-ME DESEJAR UM BOM AO NOVO PARA TODOS OS FAMLIARES E AMIGOS

Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..

João Brito Sousa

CONTOS DO NORTE


BOM ANO NOVO PARA TODOS
EM CASA DO ZÉ ESTEVES


CENAS DO CAMPESINATO
por JOÃO BRITO SOUSA

O Zé Esteves tinha, dentro de casa, a artilharia toda preparada para o acontecimento . A azáfama dos alguidares e panos e mais isto e mais aquilo, era conduzido pela velha Alzira, amiga antiga lá de casa que era a única que dava ordens ao Esteves, ou Estevinha, exercendo sobre ele um certo ascendente. Porque o Zè Esteves quando era mais novo fazia das dele e um dia atirou-se a ela ...

Ainda hoje quando se cruzam, quer seja em casa quer seja na estrada ou na rua, os olhares cruzam-se e o Estevinha ficava a perder. Ah Estevinha dum raio que eu te esmago ó ladrão... ainda não me explicaste bem essa coisa de lá teres ido à courela... mas um dia vais explicar ah isso vais... Essa era uma conversa a fazer a recato, quando os dois estivessem em condições disso. Hoje não. Hoje era dia de matança do porco e havia muito trabalho a fazer. E quem percebia daquilo era a Alzira..

O Zé Esteves andava por ali numa fona, recebia um recebia outro, era um homem feliz, foi sempre assim, grande vozeirão, ó compadre venha cá homem, e punha-se a cantar aquela canção da raia, fui à Espanha e vi umas espanholas, que tocavam bem pandeiro e castanholas...o meu compadre Estevinha é um homem único no mundo, uma vez meteu dez na cadeia por causa do contrabando e, quando estava de folga lá no serviço, ia às feiras, pegava na carrinha, carregava –a de batatas ou de qualquer outra coisa que tivesse à mão e lá ia, sozinho ou com a patroa, com um objectivo bem definido e que era o de trazer dinheiro para casa. E trazia sempre....

A mulher, a minha comadre Virgínia, trabalhava em casa e fora, era transmontana de gema, sorriso aberto e franco, mas não dava conta do Esteves, estou farta do meu Zé, aquilo é um cão, dizia ela, ó Zé gritava-lhe, leva os alguidares aí para à beira do das Bouças para ele aparar o sangue do bicho... ó homem vê lá se te despachas com as coisas, daqui a pouco o das Bouças já está bêbado, já viste.. já bebeu cinco ou seis cachaças, daqui a pouco não se aguenta nas canetas..

Era uma casal à maneira estes meus compadres.. Tanto ele como ela herdaram dos progenitores o hábito pelo trabalho do campo, acerca do qual sabiam todo, tinham um carinho especial por ele, pois era do campo que lhe vinha o manancial todo. Foram gerações e gerações a trabalhar a terra, com alguma emigração `a mistura.

Os homens e as mulheres, nascem por um acaso biológico, numa terra qualquer, normalmente aquela onde trabucam os que os fizeram e depois vem o constatar de uma realidade que é estar vivo e ter de arranjar mecanismos para sobreviver e percorrer essa caminhada que temos pela frente, acerca da qual ninguém nos disse nada. Mas já vi pior, as girafas, quando nascem e põem os pés em terra, nem sequer têm tempo para pensar onde é que raio estão; é andar rápido e em força. ...E às outras espécies acontece a mesma coisa.

Os homens que tinham sido convidados para a operação matança iam chegando na manhã fria, enrolados em capotes e de boina grossa na cabeça, bem dispostos, davam umas palmadas nas costas uns dos outros, aqueciam-se assim e depois iam ver o bácoro e diziam para o Esteves.. ah ladrão que bela peça que ali tens e diziam .... óh Esteves, queres quinhentas notas pelo animal.....olha que é dinheirinho `a vista, a gente mata-o aqui na mesma, mas as carnes vão já para a minha casa em vez de ir para a tua. Que é que achas ó Zé Esteves?

(continua)
Por
JOÃO BRITO SOUSA

CRÓNICA DE WASHINGTON


BOM ANO NOVO


ORGULHO-ME DE TER SIDO EU QUE O FIZ.
por DIOGO TARRETA


Este texto vai para o ADOLFO CONTREIRAS do ESQUADRÃO 149 e autor de "A GUERRA e os DIAS" e para o escritor JOÃO FERNANDES autor de "MATA e MORRO", porque ambos escreveram duas muito boas obras sobre a gerra do ULTRAMAR PORTUGUÊS.



Um pouco de memória

As experiências de nos ex - combatentes em Angola são tão diferentes como diferentes éramos nos mesmos!

Ha duas teses defensáveis no referente a Guerra ela própria e com argumentos fortes em ambas,

Nunca estive em zona de combate por muito tempo! Pertencia a companhia de caçadores 1521 que saiu do BI 18 de Ponta Delgada onde os soldados e cabos eram açorianos, oficiais e sargentos

da metrópole—aqui a primeira incongruência! Porque não seriam todos açorianos uma vez que existiam nos Açores oficiais e sargentos suficientes para os efectivos que de la saiam.

Éramos comandados pelo capitão José de Almeida Pinto Bandeira, hoje Brigadeiro reformado, homem recto oficial aprumado e de palavra seca.

Em Angola claro passamos por Luanda um mês, seguimos para o Lumege (Luso) dois meses para em seguida então sim, para um lugar definitivo—N’Riquinha no Leste por um ano.
N’Riquinha era lugar famoso pelo seu e isolamento, chamavam-lhe ”as terras do fim do mundo”-----o que e certo e que era esse o sentimento que se tinha, era um deserto, ali começa o deserto Calari, que se prolonga pela África do Sul, a agua íamo-la buscar ao rio Cuando, que distava do acampamento à volta de 10 quilómetros por entre as areias de difícil acesso! Abasteciam-nos de víveres e munições, uma vez por semana- a segunda feira via Nord atlas (barriga de jinguba…quem se lembra).

Vida difícil, não havia população alguma, vivíamos isolados entregues a nos próprios!

De Guerra ouvia-se falar que acontecia no norte, mas a zona acabou por entrar em ebulição a norte da N’Riquinha mais exactamente em Gago Coutinho, onde Savimbi abriu a frente leste do conflito.

Perdemos dois homens do pelotão que tínhamos em reforço ao batalhão de Gago Coutinho, foram emboscados quando regressavam de uma saída a caca- é necessário dizer que na zona o exercito era alimentado em carne grande parte pelo que se caçava e a caca abundava!

Haviam ordens restritas para abater só o necessário, e bom que se o diga.
Aos nossos dois mortos deixamos um pequeno memorial na N’Riquinha. Segundo já me informaram foi destruído após a independência. Orgulho-me de ter sido eu que o fiz.

Da nossa companhia faziam parte dois futuros políticos pós 25A.

O deputado José Manuel Carreira Marques que fez parte da assembleia constituinte e posteriormente se tornou autarca de Beja por onde ficou muito tempo, e o deputado Mendes Moderno de Pombal, também fez parte da constituinte. Já nesse tempo de denotava neles valores acima da media, mas para minha surpresa aparecem para a política em campos opostos ao que defendiam nesses tempos---a vida e assim.

Quando acabamos a missão no leste fomos colocados na barragem de Cambambe no Cuanza Norte, também ai um lugar pacífico! Passávamos os tempos livres no Dondo- antiga e primeira capital de Angola.
Vila movimentada e com população mista. Da Guerra também não havia sinais a não ser dos movimentos de tropas que utilizavam a Estrada principal.

Esta Estrada foi construída por um conterrâneo nosso o Bento Rodrigues do qual já falamos.

Por isso eu digo houve diferentes vivências de quem por lá passou na missão que ingloriamente nos foi imposta.

Não sei se estas minhas memórias tem algum interesse para o teu blog.

Segue a fotografia do memorial que atras menciono.
Diogo

O MEU COMENTÁRIO

Caro Diogo,

O teu trabalho acerca da guerrilha no Ultramar Português interessa-me muito, porque está muito bem escrito (qualquer pessoa o percebe) e vem mostrar que um homem se pode sentir orgulhoso por ter estado no campo . de batalha.

ORGULHO-ME DE TER SIDO EU QUE O FIZ (memorial na Riquinha) e uma frase linda que na verdade te deve proporcionar muita alegria.
Numa única palavra: GOSTEI DA TUA DESCRIÇÃO DE GUERRA.
recolha de
João Brito Sousa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

CONTOS DO NORTE

(Chaves)
O MANEL DAS BOUÇAS
por João Brito Sousa

O Manel das Bouças é que matava o porco em casa do meu compadre Zé Esteves ou o Estevinha, como a gente, os mais próximos lhe chamávamos. O animal tinha pequenos almoços, almoços e jantares avantajados para pôr carne no lombo, pois em casa do meu compadre Zé Esteves, ou bem que as coisas se faziam ou bem que não se faziam.

O meu compadre Estevinha é hoje reformado. Homem de olho na coisa, quando era catraio, desde cedo que começou a rondar a casa do vizinho Damásio, que tinha quatro ou cinco filhos, duas eram moças e o Zé Esteves via ali uma boa jogada, ficava com a moça e com as fazendas do velho Damásio. Os olhos luziam-lhe a olhar o vinhedo da encosta. Vai ser assim Damásio, isso que tu tens hoje, a maior parte vai ser meu, dizia lá para consigo o Estevinha. Os meus cunhados são uns “pichotes”, pensava. E o Zé Esteves, já se via na raia a vender os presuntos que havia comprado em Chaves.

Zé Esteves, voltara à terra já reformado, depois de ter andado pelo País todo. Tinha herdado do Pai e do sogro e hoje era um fazendeiro rico.

E era hoje a matança do porco.

Foi na venda do Ti Lira que encontrou o Manel das Bouças, um que era sapateiro, bom de naifa e que costumava matar os porcos lá na aldeia. Manel, disse o Zé Esteves, tens alguma coisa para o dia 24?:.. Porquê, disse o Bouças.. Tenho lá o animal com vinte arrobas... aguentas-te ou não?!... E o Bouças, medindo o Zé Esteves de alto a baixo mandou-lhe esta: prepara mas é a cachaça... estás a ouvir. Quanto mais cachaça mais àvontade eu tenho... já sabes, o animal morre mais tranquilo e o serviço faz-se melhor. Estás a ouvir ó Zé Esteves. E agora vais pagar um copo e fica selado o acordo..

Conversaram sobre tudo, sobre os tempos de infância, a missa do galo com o padre Jorge, a escola primária com a D. Teresa, alentejana de Melides, de quando iam à uva... .. enfim daquelas criancices que todos nós temos. E o Estevinha ainda disse: ò das Bouças, ainda te lembras quando fomos às meninas a Bragança. Áh cão... que deste cabo do material todo.. Dia 24 disse o Zé Esteves e o das Bouças ... aperta aqui.

E despediram-se

O Joaquim, filho do Estevinha é que trazia o animal da pocilga para as mãos do das Bouças. Vinha grunhindo e o rapaz dava-lhe umas palmadas nas ancas... anda lá ó bicho E o Manel da Bouças a fancos para a jogada mortal.

(continua)..
JOÃO BRITO SOUSA

COMENTÁRIO AO JARDIM DO ZÉ MARIA

(árvore algarviia)

O MEU COMENTÁRIO

O APRENDIZ DE ALZHEIMER”
(conto de Zé Maria Oliveira)
O Zé Maria Oliveira é um grande homem e um grande artista. Conheci-o nos tempos do Liceu nos anos 50 e convivíamos até bastante. O nosso ponto de encontro informal era no Café Aliança, na altura em que apareceram os yogurtes que o Zé e era um grande consumidor,

Já nessa altura o Zé Maria falava de coisas bonitas da vida, de poesia, de filosofia de religião, de cinema, de artes em geral, de pintura e de pintores... e outros. Uma vez levou-me a casa dele e mostrou-me um quadro que estava a trabalhar. Fantástico!..

Estivemos uns tempos largos sem nos vermos e voltámos a encontrar-nos. E falámos de literatura nesse pouco tempo que estivemos juntos. Daí resultou o conto abaixo que o Zé me enviou e eu fiz publicar no meu blogue. E é bonito de se ler. Como diria o Baptista-Bastos este conto não faz rir apenas; faz pensar!...

O conto relata a vida de um doente de Alzheimer que um dia começa a Maratona de andar na casa dos filhos. O que é uma porra.... Um dia o velho que já tinha 84 anos peidou-se e... diz o autor que foi o fim da macacada ... E é nisto que vai desembocar a vida. Na macacada.

O autor agarra bem o tema e descreve-o com clareza e lucidez. Tem pinta. É m documento social de elevado valor. Tenho um tio que diz que agora os filhos andam com os cães ao colo e metem os pais no Lar. O conto do Zé aborda também este aspecto da vida; o Lar.
Considero que o aspecto literário do conto está bem concebido e peço ao Zé Maria que continue.

E aceite os cumprimentos do

João Brito Sousa

UM CONTO de ZÉ MARIA OLIVEIRA

(jardim de talve z boninas)

O JARDINEIRO DAS BONINAS

“O APRENDIZ DE ALZHEIMER”
(de Zé Maria Oliveira)


PARTE II

Com o tempo apetecia-lhe cada vez falar menos, e ia também desligando-se de pequenos hábitos desnecessários que o caracterizaram, a vida inteira... os filhos viam-no assim deste modo a “alhear-se” e começavam a andar preocupados, acabaram por levá-lo a meia dúzia de médicos e o último rematou com grande sapiência entre dentes, mas que ele conseguiu ouvir – È Alzheimer! Não há dúvidas! E quem seria eu para desconfiar daquela eminência parda, a que chamavam doutor ?

No fundo deu-me uma imensa vontade de rir, aquelas preocupações, as outras, mais veladas, para saber a quem “o velho” iria deixar as massas , as casas, as meia dúzia de acções e uns cantos cacos de família que se recusava a tirar da velha vivenda onde de vez em quando ia, pois o neto, que já tinha carta, levava-o lá à surdina, sem que ninguém soubesse, a não ser os outros netos, que sempre o adoraram e trataram por avô, num tom, que ele, todo dado às músicas, não deixava de estremecer como se fosse a sua ausente mãe quando o embalava em criança... sim porque também ela depois endureceu e não ara mais do que uma das muitas mães, sem tempo para nada, de tal modo o espelho, as amigas, e o conferir as cadernetas com o meu pai lhe assoberbavam o tempo! ... Mas aquela “do Alzheimer” era demais... e que diabo: é que vinha mesmo a calhar, talvez agora com o estatuto de “parvoíce galopante” se pudesse começar a “vingar” em pequenas doses, (porque no fundo nunca fora rancoroso), das pulhices que as noras e os filhos de vez em quando lhe fossem fazendo e que ele não gostava, que diabo! Porque não merecia!!!

Uma vez foi dar um passeio pelos arredores, entreteve-se a falar com um velho colega de escola que caíra na mendicidade e veio às quinhentas, foi o fim do mundo, tiveram-no guardado cinco dias e cinco noites.. depois começou a fazer-se desentendido às conversas, sobretudo quando não lhe interessavam, ou então quando lhe perguntavam onde tinha o dinheiro, quanto tinha, quando fazia testamento... e que “merda” há mais de um ano que não sabia o que era um leite creme que ele tanto adorava, não fossem os doces que lhe traziam os netos às escondidas e estava feito! Para eles nunca faltara a massa, aliás já tinha feito o testamento em nome dos três netos, às escondidas, e deixava uma velha casa a um amigo de infância, um pouco mais novo do que ele e que nunca dera meia para a caixa, sempre com a mania que era poeta e só tinha uma reforma de 25 contos, de 1quatro anos passados na guerra colonial donde veio meio passado!

Merdas do “socialismo” do nosso quotidiano!

Agora aquela do Alzheimer era demais: Começou a dizer o que pensava, a fazer o que gostava, inclusivamente um dia pregou uma lambada na nora mais velha que tinha a mania que era filha de gente fina, e andava há uns tempos a ornamentar o palerma do filho, esquecendo-se que sempre fora bem tratada e que viera para casa dele com uma mão à frente o outra atrás...quase que aposto que nem trouxera cuecas!

Quanto aos medicamentos que lhe davam, para “o Alzheimar”, metia-os debaixo da prótese palatal e quando ia à retrete: - Pia com eles!

No fundo de si próprio sentia-se bem, resistente, cheio de apetite... mas na frente dos filhos e doutros estranhos “cada vez mais tolo e esquecido” e agora aprendera a armar-se em surdo – era um sucesso, as coisas que ouvia!!!... e então se apareciam lá em casa dos filhos alguns dos pindéricos amigos que tinham a mania que eram “ingleses” – só dizia baboseiras, e de vez em quando até partia um copo! Uma vez peidou-se (estava a casa cheia de gente fina), foi o fim da macacada! Era um espectáculo; perdão: a doença!

Foi-se habituando “aquilo”, e lá por dentro, cada vez rejubilava mais nos seus 84 anos. Adorava passear com os três netos mais velhos, pelos campos ou quando iam de carro, a alguma petiscada clandestina. Por vezes vinha à noite, com os netos do meio para o jardim, e se estivesse só com eles perdia a seu ar de ché-ché, deixando no salão os filhos ou a fazer contas de cabeça aos seus dinheiro, e olhava então para o céu estrelada e ia dissertando para os netos embevecidos: Olha Catarina aquela estrela além brilhante é Siriús, uma estrela dupla... mais além vês, aquele “molhinho”, são as Pleíades, e falava depois sobre os “deuses” que andavam lá por cima, enquanto para os seus botões, ia contando a história maravilhosa dum velho de cabelos brancos), que descobrira a Totalidade da Vida e que uma bela noite de verão... resolveu adormecer no Universo!

Recolha de
João Brito Sousa

FIGURAS DE FARO- Dr. MANUEL PENTEADO

(interior do Arco da Vila)

FIGURAS DE FARO

Dr. MANUEL PENTEADO

Manuel Penteado (1874/ 1911) é natural de Faro. Foi escritor, militar e médico, tendo ocupado o lugar de tenente médico do quadro de Saúde do Ultramar e foi também cirurgião no Hospital de S. José em Lisboa.

Os seus biógrafos reconhecem nele um escritor talentoso e poeta de grande sensibilidade que, só pela sua natural modéstia e reserva não logrou maior aceitação junto do público.
Escreveu “Operações Cesarianas” e “Os Outros”. As obras “Doentes”, “Livro Proibido” e ”Póstumas” escreveu em colaboração com Fialho de Almeida, Henrique de Vasconcelos, Júlio Dantas, Júlio Bastos e José Abreu,

Em 1874 governava em Portugal D. Luís “o POPULAR” (1861/1889) mas pensamos que o Dr. Manuel Penteado terá vivido mais no reinado de D. Carlos (1889/ 1908).

O problema político que dominava o País nessa altura era a questão do “Ultimato” do governo britânico - entregue a 11 de Janeiro de 1890 por um "Memorando" – a Portugal, para a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola, no actual Zimbabwe , a pretexto de um incidente ocorrido entre portugueses e Macololos.

A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja a Moçambique

A impossibilidade de resistência leva à imediata queda do governo, sendo nomeado a 14 de Janeiro um novo ministério presidido por António de Serpa Pimentel. Inicia-se um profundo movimento de descontentamento social, implicando directamente a família reinante, vista como demasiado próxima dos interesses britânicos, na decadência nacional patente no ultimato.

Os republicanos capitalizam este descontentamento, iniciando um crescimento e alargamento da sua base social de apoio que levará à implantação da república em 5 de Outubro de 1910.

Alimentando esse ambiente de quase insurreição, a 23 de Março, António José de Almeida, estudante universitário em Coimbra e futuro presidente da república, publica um artigo com o título Bragança, o último, que será considerado calunioso para o rei e o levará à prisão, e a 11 de Abril é posto à venda o Finis Patriae de Guerra Junqueiro ridicularizando a figura do rei. Formalizando a cedência portuguesa, a 20 de Agosto é assinado o Tratado de Londres entre Portugal e a Grã-Bretanha, definindo os limites territoriais de Angola e Moçambique. O tratado foi publicado no Diário do Governo de 30 de Agosto e apresentado ao parlamento na sessão de 30 de Agosto, o que desencadeia novos protestos e nova queda do governo.

Foi neste ambiente conturbado que viveu o Dr. Manuel Penteado.

Bibliografia consultada: História de Portugal de Tomás de Barros
Histórias à Solta nas Ruas de Faro de Dr. Libertário Viegas

Recolha de
João Brito Sousa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

UM GRANDE HOMEM

BOM ANO NOVO PARA TODOS


PORTO, 2007.12.26
Ao Diogo Tarreta, a quem peço desculpa por repetir o soneto, mas o João Paulo tem que vir aqui muitas vezes

O RASCASSO

Em português quererá dizer o “meu menino”
Porque a palavra no meu dicionário não vem
Um Pai pensa que o filho é sempre pequenino
Mesmo que tenha trinta e tal como o meu tem

O filho que mais subir na vida mais se arrisca
A ser tratado por um diminutivo carinhoso
Mas é com orgulho que os queremos à vista
Até tarde mesmo... até nos chamarem idoso

Meu caro... o teu rapaz é um homem enorme
Eu tenho dois e um pelo menos não dorme
E já me deu duas netas em dilatado espaço.

E ao teu o lema é... manter por ele admiração
Porque ele, tenho a certeza te trás no coração
E acha carinhoso tu lhe chamares “rascasso”

João brito Sousa

A MALTA DA SERRA

BOM ANO NOVO PARA TODOS
A MALTA DA SERRA
DO MEU TEMPO LÁ NA ESCOLA EM FARO.

Ao Romualdo Cavaco.

Viva.

Penso que a malta da serra que vinha estudar para a Escola Comercial e Industrial de Faro no meu tempo, tinha como arma principal uma boa capacidade intelectual e uma grande dose de vontade de chegar ao top.

O Romualdo Cavaco da Cortelha, foi um desses bons alunos que ingressaram na Escola em Faro e foi um grande amigo e companheiro de todos nós.. Não conheço ninguém do meu tempo (entrei em 52 na Escola), que não tenha uma enorme simpatia pelo Romualdo. Porque este “serrenho” era uma simpatia de rapaz.

Entrou na Escola em Faro em 51, na altura do meu primo Carlinhos Louro, do Firmino Cabrita das Fontainhas, do Zé Gago de Moncarapacho, do Manel Zé de Paderne, do Zé Barra de Bordeira e de mais uns vinte ou trinta montanheiros que atacaram a Escola nesse ano. Mas o Romualdo é da serra do Caldeirão, e, o seu a seu dono. Montanheiro é montanheiro e homem da serra é homem da serra. Como não conheço nenhum outro colega da serra, convido o Romualdo a contar umas histórias dessa malta das serranias, para publicar aqui neste espaço.

Eram ainda grandes amigos do Romualdo nesse primeiro ano, mas da cidade, o Rabeca, o Gil Vieira, o Amarante. Quem jogava bem à bola nessa turma, 1º ano 1ª Turma, era o Zé da Casa dos Rapazes. Para desenho o melhor era o Alexandre e o melhor aluno era o Manel Zé Guerreiro de Paderne. E já faleceram dessa turma o Zé Santinho e o Macário, grande jogador de andebol que também foi guarda redes da equipa da turma. Todavia, o melhor guarda redes era o Canseira de Olhão.

No 1º ano 1ª Turma do Curso Geral do Comércio, estava naquela aula do Uva, quando o Quinta Nova disse ao Prof. que tinha uma dúvida e, perante isto, o Uva deu um murro na mesa e partiu os óculos, que estavam debaixo do envelope agora esmurrado. Estava naquela cena igualmente com o Dr. Uva, quando o Edménio deixou cair a caneta e o Mestre disse:- ó sua besta, apanhe a caneta, e frente marche, esquerda volver, abra a janela, estique a mão... e agora abra a mão....

Estava naquela turma das cenas do Macedo e do Edménio com o Fonética e a pistola, foi colega dos Fialhos, do Óscar, do Eusébio de Salir (falecido) do Alex, do Zé Contreiras, do Mota Pereira, do Xico Machado (falecido), do “Pato” Donaldo (ficaram célebres aquelas chamadas do Donaldo nas aulas do Uva, venha cá o Pato e o Pato que não sabia corno lá ia....) e de mais de quinhentos alunos da Escola.

No BNU em Lisboa trabalhou com o Remendinho, com o Honorato Viegas, com o Zeca Bastos, com o Zé Clérigo e o Alfredo Pedro e mais cem alunos da Escola. Mas o seu grande amigo foi o Jorge Valente dos Santos, o Jorge Barata também colega na Escola e que também é meu amigo.

ROMUALDO CAVACO um grande amigo e um grande homem. Aqui ficam uma s pequenas notas sobre ele... que diz ser serrenho.. do Caldeirão e da Cortelha.

Um grande abraço do

João Brito Sousa

UM CONTO do ZÉ MARIA OLIVEIRA (parte 1)

BOM ANO NOVO PARA TODOS

O JARDINEIRO DAS BONINAS

“O APRENDIZ DE ALZHEIMER”

(por Zé MARIA OlIVEIRA)

Fimósio Lopes olhou para traz deixando a perder de vista o vale florido donde partira à cerca de duas horas.

Sentia-se bem nos seus oitenta e quatro anos. Sempre tivera saúde e não se podia queixar da vida que sempre lhe fora gratificante – talvez por nunca ter sido demasiado exigente - pois no fundo a única coisa que lhe “doía” um pouco era a ingratidão dos filhos, que normalmente esquecem o que fazemos por eles e que após duas tentativas falhadas para o enclausurarem num lar, desses tipo penitenciária, que há para aí às centenas, acabaram por ter do aceitar em regime de internamento rotativo a dividir por quatro: Assim, ao fim de quatro meses descrevia ele, como dizia de brincadeira, o seu movimento de translação, pois as casas de cada filho eram como as quatro estação do ano:

A casa da filha mais velha, divorciada, com dois filhotes de onze e treze anos era a Primavera: Os miúdos ajudavam, a filha não o chateava muito e ele gostava dos ensinar naquilo que sabia...depois vinha o Verão, o filho mais velho continuava igual a ele, trabalhava que nem um cavalo de quinta tinha um filho de 22 anos e a mulher era uma chóninha que só pensava em modas e era seca de emoções que nem a mãe dela, com quem já tivera alguns desaguisados e que passava os dias lá em casa, a chatear tudo e todos desde que enviuvara... e aquilo andava sempre quente lá por casa.

Seguia-se o Outono: a casa da sua filha mais nova – acolhedora e embora tivesse bom ambiente nunca estavam em casa, pois ela vivia com o namorado no Barreiro, que trabalhava em artes gráficas, ao que consta com algum sucesso; mas era tudo gente muito atarefada. Tinham um lindo bebé, o Diogo que ficava todos os dias no infantário. Seguia-se finalmente o Inverno a casa da sua irmã mais nova que, em troca dum empréstimo para a compra do último carro, ia para três anos, e que nunca lhos pagou, acedeu a tê-lo lá em casa de quatro em quatro meses... tudo isto uma pechincha!

E já andava por esta vida ia para cinco anos desde que a mulher, dez anos mais nova que ele, lhe deu na veneta e com os pés e foi viver para casa dum antigo gerente bancário, reformado. Um pulha qualquer que gastava a reforma toda na batota... Também não se perdeu nada, tenho para mim que andou para trás!

Mas começava a estar farto disto tudo, as conversas dos filhos não passavam dum chorrilho constante de futilidade vazias e aquela agressividade com que falavam com ele quando aparecia de malas aviadas e de que já há muito reparara, começava a chateá-lo... também as leituras que outrora adorava fazer, pois andava sempre com uma boa dúzia de livros às costas e a velha máquina fotográfica com que gostava de fotografar os netos, pouco ou nada lhe diziam agora, verdades de há trinta anos tinham ido todas por água abaixo, tudo mudava, e ele que sempre gostara de ”verdade consistentes” assistiu ao longo de meio século como elas se esgueiravas por entre ou dedos desfeitas qual torrão de areias movediças.

No fundo ninguém continuava a saber nada de nada e o resto da informação que lhe chegava era aquela profusão de ladainhas abonecadas, em que a Internet dos seus tempos de moço, se transformara, pior que uma droga de 24 quilates!
(continua)
recolha de
João Brito Sousa

VAMOS FALAR DE FUTEBOL

BOM ANO NOVO PARA TODOS

VAMOS FALAR DE FUTEBOL.

Os grandes conhecedores do espectáculo futebol aqui na cidade do Porto, são, entre outros, os escritores Miguel Sousa Tavares, Álvaro Magalhães e Francisco José Viegas.

È verdade que são pessoas como nós. Mas o MST , escreve e a sua literatura vende, o que não está ao alcance de qualquer e é um escritor premiado, Álvaro Magalhães idem no panorama juvenil e FJV é escritor e tem um programa de literatura na TV.

Todos eles são sócios ou pelo menos adeptos do FCPORTO, o que é uma vantagem.

O assunto que me ocorreu trazer aqui para discussão é o título da entrevista dada por Pedro Emanuel e que vem hoje publicada na página 9 do jornal “O JOGO”, onde se pode ler:

PEDRO EMANUEL CANSADO DE NÃO VER RECONHECIDOS OS ÊXITOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS; RENDAM-SE AO PORTO.

Através de inquéritos telefónicos (página VI do suplemento do mesmo jornal “o JOGO”), 54,4 % dos Portugueses votaram num FCPORTO já campeão. Ora, se votaram e reconheceram a equipa já campeã, o reconhecimento está explicitado nesse inquérito e não se percebe muito bem qual o reconhecimento que o jogador Pedro Emanuel pretende ter . Não tem razão.

Na última linha da segunda coluna e na terceira coluna da entrevista da página 9, o jogador diz: “Acumulam-se exemplos em que as pessoas não dão relevância ao que fazemos. E que dariam se fossem outras equipas. Essa é a minha principal mágoa ... Rendam-se : o FCPorto é que se tem afirmado nacional e internacionalmente. nos últimos anos....”

O MEU COMENTÁRIO.

Antes de mais, dizer que gostava de ter aqui os comentários de MST, Álvaro Magalhães e FJV, a quem vou tentar pedir que o façam. Seria interessante discutir estes assuntos porque o futebol, como já disse, é uma lição de vida. E podemos aprender todos com ele. A única preocupação que devemos ter é não machucar o futebol.

Assim sendo, a minha interpretação acerca das palavras do jogador Pedro Emanuel, é que ele não conhece a cultura portuense. O Porto é uma cidade que se sente injustiçada e reclama por tudo e por nada. Se na rua X um cego estiver a tocar no Acordeón a música “cheira a Lisboa” é o suficiente para que o tripeiro resmungue e vá chatear o cego para mudar de música e toque “cheira a Porto” que não existe.
Daqui se infere, que a população do Porto não aceita ser secundarizada, mas também é verdade que não faz nada para acabar com essas chamadas injustiças. Por tudo e por nada a cidade diz sentir-se vítima perante tal estado de coisas.. Esta choradeira que vem desde a construção em 1865 do Palácio de Cristal, agudizou-se na 1ª República e chegou até hoje
Ainda há pouco tempo, o Primeiro Ministro esteve por aqui, numa reunião no Palácio da Bolsa a prometer fundos comunitários pedindo aos empresários que mostrassem o que valiam. E aconteceu que foi visível (parece-me) a ausência do Engº Ludgero Marques da AIP, ou seja o patrão dos empresários. Era assunto para empresários e o "BOSS" não estava pprsente. É perceptível isto.
Devemos acrescentar a isto, senhor Pedro Emanuel que há no Porto cidade, algumas dezenas de investigadores do melhor que há no Mundo, mas que não se disponibilizam para aparecer e defender os interesses da cidade. A excepção é ANTÓNIO MANUEL PINA

Dois exemplos o Dr. António Coutinho, investigador da Gulbenkian é hoje em dia um dos melhores 250 investigadores do Mundo na sua área dos últimos 20 anos . O médico Manuel Pais Clemente foi seleccionado pelo Instituto Biográfico Americano (ABI) para integrar o livro «Great Minds of the 21st Century», sendo o único português que integra uma secção especial dedicada às mentes mais brilhantes (Greatest Minds) deste século. Quem é que na cidade do Porto sabe disto?

Aqui sim, o senhor tinha razão para se insurgir. E nesta matéria qual o seu contributo para elevar bem alto o valor dos cientistas do PORTO?

O que o senhor Pedro Emanuel pretende ver reconhecido, não tem nenhuma razão de ser, porquanto o FCPorto não pode ser analisado apenas pelo futebol praticado pela equipa principal mas sim pelo seu todo.

Coloco-lhe a seguinte questão: o senhor acha que se pode reconhecer como ganhador um clube onde algumas vitórias estão contidas num processo, que parece-me, estão em curso de análise nos tribunais?

E a eleição do presidente em lista única parce que há vinte e cinco anos não o incomoda?
Mas que reconhecimento é possível dar?... o quê e a quem. Não estou de acordo.

João Brito Sousa

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

UM BOM DIA DE NATAL

BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS

MAGNÍFICO TEXTO DO APCGORJEIOS


É COMPRAR RAPAZIADA...
(texto retirado do APCGorjeios)
É uma aflição de gente nas lojas, shoppings, fnacs, etc, assoberbados de embrulhos ou de listas em punho junto dos artigos apelativamente expostos. Junto das caixas registadoras há fila permanente para pagar e depois filas para embrulhar nataliciamente as prendas. Os telemóveis apitam e indicam dezenas de mensagens recebidas depois de outras tantas enviadas.
As cidades, vilas, aldeias e até os pequenos lugarejos perdidos no barrocal ou na serra, estão emfeitados de luzes desenhando motivos alusivos à quadra.

Não há dúvida é Natal. Ninguém fica às escuras, ninguém fica de fora, ninguém consegue escapar à omnipresença de tal Natal.Este Natal normalizado é um frenezim de trocas de prendas e de palavras.

A troca de prendas movimenta o comércio e ajuda o emprego, a troca de palavras, quase normalmente, movimenta esperanças e ajuda ao ruido piedoso-paternalista. Nos jornais e televisões aparece todo o tipo de pré-fabricados em linhas de montagem de notoriedades a trocar palavras connosco, sem nosso consentimento, desejando para nós o que eles gostam de ser e gostariam de transformar a nós e ao mundo. Estes "notados" do palavreado invariavelmente insinuam que "...se pudessem davam às pessoas, especialmente aos mais desfavorecidos, tudo o que elas precisam para serem felizes".
A aldrabice está em que estas luminárias sabem que não podem nem fazem nada para um dia poder fazer o que dizem que fariam "se pudessem".

Aliás, se tal acontecesse essa gente punha em risco automáticamente o seu chorudo ganha pão que é precisamente a exploração do analfabetismo cultural da maioria, e como tal trata-se tão somente de palavreado de circunstancia.

São os novos vendedores de banha-da-cobra, propagandeiam esperanças e depois vendem ilusões.Exemplos, no "Correio da Manhã" de ontem: um gostava de oferecer um estado de direito para o país, outro gostava de dizer umas coisas aos políticos que governam sem vergonha a vergonha do país que temos, outra gostava de fazer feliz todos os que ficam de fora e andam tristes.
Vindo de tais notados a interpretação só pode ser; o primeiro quer dar ao país "um estado de direito", claro aquele "um" é o seu estado de direito pessoal. O outro queria dizer umas coisas aos sem vergonha dos políticos mas, ele que passa os dias de microfone à boca, queria mas não diz, pura falácia de boca medrosa e do faz de conta.

A outra, patroa da má língua, quer dar mas passa a vida vendendo felicidades postiças e efémeras na televisão, não só no Natal mas diariamente bem se esforça a dona para dotar os portugueses e portuguesas da sua sorridente felicidade.

Rapare-se que esta gente nunca fala do que quer receber mas sim do que gostava de dar. O que querem para si sabem eles bem e melhor ainda sabem que o podem adquirir dado o seu potencial económico.Se os poetas são fingidores da sua própria dor estes "notabloides" são apenas falsas máquinas fingidoras das dores alheias.
Um bom dia de Natal e dias bons para o Novo Ano.

posted by josé neves

Recolha de
João Brito Sousa

O MEU NATAL SÃO OS MEUS AMIGOS

(castelo de Barrancos)

Porto, 2007.12.25


ESCREVER NATAL
(ao meu afilhado Carlos Alberto)


NATAL são os amigos que eu tenho ...
Não há NATAL nenhum sem amizade!
Os amigos são as pessoas que mantenho
E que comigo estão nessa qualidade...

Sempre... ao meu lado e quando eu falhar!
Há-de aparecer pelo menos um e dizer...
Qual é o problema; estamos cá para honrar
Informar tudo, tirar dúvidas e esclarecer..

A um amigo aconselha-se não se ironiza ...
Estamos ao lado dele mesmo se não precisa
Porque o amigo é aquela pessoa imortal...

A um amigo não se deseja mal nem se goza
É para se manter como uma pedra preciosa
Para mim, escrever amigo é escrever NATAL

João Brito Sousa

NATAL, BRANCO NATAL


NATAL, BRANCO NATAL...
(poema de Mnauela Mmourisca Martins)

Natal, Branco Natal!
Natal, Amor Universal!
Os anjos tocam trombetas
anunciando o Natal.
Colhem flores de Amor.
Espalham a cesta dos sininhos
pelas vielas solitárias
e acordam todos os meninos
famintos de carinhos.
Natal, Branco Natal!
Natal, Amor Universal!
Natal, Natal, Natal!
Embrulhos, prendas, flores,
música linda, angelical!
Luzes e bolas de mil cores...
Multidão anónima de gente
a comprar o seu presente.
Natal, Branco Natal!Natal,
Amor Universal!
Oh! Natal, Natal de Amor,
que renasces como a flor
em cada ano que passa!.
Natal de Paz e Harmonia;
porquê Natal só um dia?
Dêmos as mãos, todas as mãos
num gesto de Amor total.
Brote espontâneo dos nossos corações,
em cada dia, um Novo Natal!
E de discórdia à harmonia,
façamos Natal, em cada dia.

Manuela Mourisca Martins

MINHA NOITE DE NATAL


MINHA NOITE DE NATAL
(poema de ROBERTO AFONSO)

Minha noite de Natal
De palácio vazio
Com ruas sem ninguém
O silêncio suprime melodias
Faltam olhares familiares
Alegria e comunhão estão ausentes
E as tradicionais iguarias
que hoje a mesa não tem…


Desejo alcançar a paz

Numa vaga de solidão
Olho as estrelas horas a fio
Num contacto pessoal
Falo-lhes de desilusão
De caminhos irregulares
Com estruturas mal assentes
Numa vida com difícil ritual

De que já não me sinto capaz…


Assim:Enrolo-me no vento
À Lua me abraço
Beijo cada estrela
Todos os planetas afago
E adormeço sem querer…

De mim:

Ao acordar não haverá lamento
Saberei gerir este espaço
entre as cores e a tela
Será o preço que pago
Por não ter sabido escolher…

Recolha de
João Brito Sousa

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

HOJE, 24.12

UM BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO
HOJE, 24

PORTO, 2007.2.24

Pensava que hoje pudesse ser diferente. Admiti essa hipótese porque o movimento nas ruas tem sido grande, as lojas têm funcionado, há a agitação normal da época, parece-me haver um querer nas pessoas e continua aquela melhoria de disposição nesta quadra. Havia algumas possibilidades de, pegando-se nessa disponibilidade aparente, se poder começar uma vida nova.

Com a ajuda de todos.

Porque a embalagem para se conseguir outros padrões de vida tem que se vir buscar aqui. Poderia pensar-se em partir da estaca zero sim utilizando-se essa boa dose de boa vontade e de boa disposição. O homem bem disposto facilita a negociação. Porque ainda ontem me dizia BB “este ano foi um horror.”

E é pena que só disponibilizemos uma ínfima parcela do nosso tempo disponível para se pensar nisso. Eu conheço perfeitamente o ritmo galopante da vida. E seria bem mais agradável se fossemos educados com menos correrias. Mas não vejo hipóteses disso..

Dei uma volta pela imprensa de hoje e verifiquei que é igual a ontem e a outros dias. Milhares de armas em posse de civis não sei onde o que certamente não é sinónimo de paz nem de defesa. Mortes na estrada, muitas, segurança ou falta dela ou insegurança de pessoas, negócios sujos e roubalheira, firmas falidas em proveito de gerentes maus e vigaristas, banco milenium e registo contabilístico das perdas em offf shores e os duzentos milhões de euros desviados de um banco da nossa praça, a actuação da AASAE e da CMMVM perante tantas anormalidades, serviços de urgência a fechar na Saúde e centenas ou milhares de outras situações aqui não mencionadas a contribuir para que o estado de coisas em que vivemos se degrade cada vez mas.

Quando isto poda ser tudo mais simples se houvesse um sorriso franco e construtivo.

Todos os anos nesta altura do NATAL se diz que a conjuntura não nos é favorável, mas ninguém diz VAMOS DAR AS MÃOS.

DAR AS MÃOS e dar um pouco de conforto interior a nós próprios, que também precisamos disso. A vida deveria ser o tema central das nossa preocupações diárias, a nossa vida e a vida dos outros que, queiramos quer não, são vidas que se reflectem em nós. A nossa prioridade é estarmos bem e só estamos bem se os que nos rodeiam estiverem bem. E isso está nas nossas mãos resolver. E no nosso querer.

Também!...

João Brito SOUSA

É NATAL

BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO


PORTO, 2007.12.24


É NATAL

Parecemos todos crianças... dóceis e amenos!...
E quase todos trazem um sorriso a acompanhar.
Parece haver esperança de que nos tornemos
Pessoas irmãs, amigas e dispostas para amar...

Só o amor é solução se isso não se confundir
Com uma atitude parecida... que é a traição
O homem complicou e não foi capaz de discernir
E o amor,.sentimento puro, utilizou como paixão

E por aí estragou o que de bom deveria ser
Fazer-se respeitar, exigir obediência e obedecer
E ser assim um HOMEM íntegro e normal

A vida ... vive-se com coragem e harmonia
Com dedicação, princípios, rigor e sabedoria
Porque só assim podemos continuar a ter NATAL..


João Brito SOUSA

LITERATURA




BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

O HOMEM HUMANO

"O homem não tem limites. Para o bem e para o mal. Assim ele se mede com Deus e com o mais infame dos Diabos."
Vergílio Ferreira, in conta-corrente dois.

Só na vertente humanística vale a pena estudar o Homem, esse ser que chegou por vias erradas, sentou-se à mesa e disparou dois tiros, como que a marcar presença e a querer dizer: Estou aqui e é tudo.

Efectivamente, só o Homem tem qualidades e condições para atrair os valores em que deveria pautar a sua conduta perante si e perante os outros. Mas o Homem é escumalha, uma coisa menor; que erra mas que não reconsidera.

Li algures, não me lembro onde, que o homem foi criado não para resolver mas para complicar as coisas. Como se dizia no tempo de Fialho de Almeida em 23, são uns ladrões.

O modelo de vida escolhido pelo Homem, está aí bem patente na Imprensa onde a receita diária da Banca ascendeu a 8.7 milhões de euros. Por dia?.. E qual é o contributo dessa receita para a melhoria de vida dos portugueses?... nada, apenas para umas dezenas de portugueses..

Mário Soares teceu em tempos, comentários na Imprensa acerca da conduta do Governo e sugeriu que este governasse mais à esquerda, mais a favor carenciadas Os governantes que não têm a sensibilidade para estar mais próximo das classes mais necessitadas, são pessoas não dotadas de qualidades para governação e deveriam ser demitidos pelo povo.

Têm-se perdido muitas oportunidades para se conseguir obter a igualdade de direitos e de obrigações. A Revolução Francesa foi uma dessas oportunidades. Tão bem que começou... tão mal que acabou. É o Homem a meter-se com Deus e depois com o diabo como diz Vergílio Ferreira.

A VIDA... esse drama.... para alguns. E aqui é que está o problema. Porquê para alguns?...

João Brito Sousa

FARO - A SÉ CATEDRAL

BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO
A SÉ CATEDRAL DE FARO

Este monumento histórico de grande interesse para a cidade de Faro, foi construído no século XIV, incendiado e saqueado em 1596, na sequência da invasão inglesa, sendo necessário fazer nele grandes obras.

Com a invasão inglesa e depois o incêndio, a cidade ficou desprovida de inúmeras infra-estruturas e os seus habitantes padeciam de fome e peste.

Dessa necessidade surgiu a feira de Santa Maria que veio de algum modo prestar auxílio à população carenciada, incrementando-se ao mesmo tempo as transacções comerciais

As origens da Feira de Santa Iria remontam assim ao ano de 1596 e consta na história, que esta Feira começou no reinado de D. Filipe I.

Inicialmente tratava-se de uma feira “forra e franca”, ou seja, os feirantes estavam isentos de pagar impostos do que vendiam, não se sabendo ao certo quando terminou esta isenção.

A ligação da Feira ao nome de Santa Iria, prende-se com o simples facto da sua primeira realização ter sido marcada para o dia de Santa Iria (20 de Outubro).

Do incêndio em 1596 seguido de saque, apenas ficaram da construção primitiva (sécs. XIII/XIV) o portal principal, a torre que domina a fachada principal e duas capelas do cruzeiro.

0 saque e incêndio, em 1596, tornou necessárias grandes obras, continuadas mais tarde devido aos abalos de terra em 1722 e 1755,

Interior de três naves, com colunas de ordem toscana. Capela-mor com valioso retábulo, cadeiral e duas telas italianas. Capelas colaterais do Santíssimo Sacramento, com paredes e retábulo central revestidos a talha e quatro telas do séc. XVIII, e do Santo Lenho, com magnífica talha, um importante conjunto de relicários e o túmulo do bispo fundador (séc. XVIII), que constituem duas das melhores manifestações da talha barroca no Algarve


Entre as capelas laterais, merecem destaque as dedicadas a Nossa Senhora da Conceição e São Domingos, revestidas com azulejos e que mantiveram a estrutura gótica; a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, pequena jóia da arte barroca na sua talha, mármores com embutidos, azulejos e pintura; e a capela de Nossa Senhora do Rosário, associada à Confraria que, desde o séc. XVI, agrupava os nativos africanos, com retábulo de talha dourada, painéis de azulejos figurativos do final do séc. XVII e dois curiosos e muito raros lampadários figurando negros (séc. XVIII).

Capela-mor e paredes laterais do templo revestidas com azulejos polícromos de tapete do séc. XVII.. Aparatoso órgão barroco, com pinturas "chinoiserie".

A imaginária e a talha da Sé Catedral constituem um dos mais valiosos conjuntos da arte dos século XVII
João Brito Sousa

DA IMPRENSA

BOM NATAL E PROSPERO ANO NOVO

LOBOS E CORDEIRNHOS
por MIGUElL SOUSA TAVARES

1 Por causa das gravuras supostamente paleolíticas de Foz Coa (algumas desenhadas há 30 anos) deixou de se fazer uma barragem que era importante para a regularização do Douro; e, por não se ter feito essa barragem, vai avançar-se agora com a respectiva compensação, que é uma barragem no Sabor - um dos últimos rios despoluídos e em estado natural do país - que terá consequências ambientais desastrosas.

Mas, na altura, Guterres e Carrilho queriam inaugurar o seu Governo com uma caução 'cultural', cavalgando uma onda de demagogia imaginada por uma inteligente máquina propagandística de interessados em arranjar um 'tacho' no futuro Parque Paleolítico do Coa. "As gravuras não sabem nadar", gritavam eles.

E, porque as gravuras não sabem nadar, destrói-se o rio Sabor.

Tempos depois, foi a vez das pegadas da passagem de um dinossauro na CREL. "Achado arqueológico de extrema importância", arranjou logo os seus acérrimos defensores. Fez-se então um túnel, para preservar por cima as marcas indeléveis da passagem do dinossauro excelentíssimo.

Tal como em Foz Coa, as boas almas que se encarregam de desbaratar dinheiros públicos a qualquer pretexto juraram que o local seria ponto de permanente romaria de criancinhas das escolas, levadas compulsivamente, e de milhares, milhões de adultos, idos voluntariamente, em súbito fervor histórico-cultural.

E só a chegada do défice evitou que ao túnel se juntasse ainda um museu do dinossauro. Mesmo assim, milhões e milhões e milhões depois, duvido que mais de uma dúzia de curiosos por ano se preocupe em ir ver as pegadas do bicho; e, quanto a Foz Coa, retenho a exclamação sentida de uma habitante local, aqui há tempos: "Até agora, ainda não ganhámos nada com as gravuras!"

Pois não , minha senhora, mas isto de ganhar dinheiro sem fazer nada, apenas abrindo a torneira do Estado, não acontece todos os dias.

Agora, li aqui que, por cima da A-24, entre Vila do Conde e Vila Pouca de Aguiar, se fez um 'loboduto', para que os distintos animais (que não se sabe ao certo quantos são) não vejam interrompidos os seus supostos territórios de passagem na serra da Falperra. Eu acho o lobo um animal interessante e Deus me livre de não os querer preservar. Mas, francamente, 100 milhões de euros (20 milhões de contos!) por um 'loboduto' - onde, ainda por cima e segundo testemunhos locais, é improvável que venha a passar algum lobo, porque não só não se sabe se eles existem mesmo ali como ainda se sabe que ao lado existe uma pedreira que costuma fazer explosões - parece-me um bocadinho, como direi, talvez exagerado?... Vamos admitir que existem por ali dez lobos, a quem aquilo facilita a vida; vamos mesmo admitir que existem vinte: um milhão de contos por lobo não será de mais? Quantos anos, e sempre com gravíssimos problemas de saúde e assistência, não teria de viver um português para que o Estado gastasse com ele um milhão de contos?

Como se conseguiu chegar a este verdadeiro deboche contabilístico? Segundo conta o 'Expresso', da maneira mais simples e mais habitual: através da contratação de estudos e pareceres técnicos a 'especialistas'.

A consultadoria para o Estado - um dos mais prósperos negócios que existem em Portugal.

2 Pela mesma altura de Foz Coa - governava Guterres e era ministro da Economia Pina Moura -, a consultadoria externa levou o Estado a celebrar outro extraordinário negócio. Existia uma empresa privada, a Grão Pará, que parece que tinha o mau hábito de se esquecer de pagar à Segurança Social.

Já uma vez tinha conseguido negociar de forma a que o Estado lhe pusesse as dívidas a zero, mas, anos depois, estava outra vez na mesma situação. Como resolver o problema? Por dação em pagamento.

Acontece que a dita empresa tinha dois bens, qual deles o mais valioso. Um era um hotel no Funchal, construído ao lado do que dava para imaginar facilmente que um dia seria o prolongamento da pista de aterragem do aeroporto. Quando a pista foi mesmo prolongada, o hotel ficou condenado à falência, porque não há muitos hóspedes que queiram dormir onde aterram aviões.

O outro era o Autódromo do Estoril, onde sucessivas injecções de dinheiros públicos não tinham conseguido o milagre de o tornar rentável nem sequer de lá manter a Fórmula 1. E foi com estes dois bens falidos que o Estado se contentou em troca do perdão da dívida. Na altura escrevi um artigo perguntando como é que um Governo que tudo queria privatizar se lembrava de 'nacionalizar' um autódromo e como é que o Estado transformava um crédito num encargo financeiro para si.

Respondeu no mesmo jornal o ministro Pina Moura. Dizia que o autódromo era essencial para o turismo e para o 'interesse público' e que, feitas umas pequenas obras de melhoramento, logo regressaria a Fórmula 1 e lucros a perder de vista.

Passaram-se dez anos e o Autódromo do Estoril, depois de dezenas de milhões de euros de dinheiros públicos gastos em melhoramentos, manutenção e honorários dos seus administradores (e, obviamente, sem jamais voltar a ver a Fórmula 1 ou qualquer coisa que se parecesse), foi esta semana posto em leilão público por 35 milhões de euros. Não apareceu nenhum interessado.

Pelo que, das duas uma: ou se arrasa e urbaniza tudo aquilo (fazendo mais uma alteração legislativa, porque os terrenos são de construção proibida), ou teremos de continuar a suportar eternamente os custos deste brilhante acto de governação.

3 E sabem porque é que estas coisas acontecem? Porque há um poderosíssimo lóbi de consultadoria instalado à mama do Estado, há anos sem fio, que dita, influencia e condiciona as decisões dos executivos.

Para 2008, o Governo orçamentou 370 milhões de euros (!) para gastar com eles em "estudos, pareceres, projectos e consultadoria". Eles, quem? Pois, isso é segredo de Estado, Há um ano que o semanário 'Sol' tenta obter, ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos, a lista dos beneficiários deste bodo.

Em vão. O Governo fecha-se em copas e os tribunais administrativos protegem-lhe a manha. É que, se visse a público a lista das eminentes personalidades, dos ilustres técnicos e dos influentes escritórios de advogados e consultores que entre si fazem assessoria aos governos - seja para comprar armas, submarinos ou autódromos ou para dar parecer técnico sobre 'lobodutos' ou contratos com Angola -, uma grossa fatia da respeitabilidade pública desabaria por terra.

Repito o que de há muito venho dizendo: em termos de cidadania, há duas espécies de portugueses - os que vivem a pagar ao Estado e os que vivem a tirar ao Estado. E o resto é conversa de comendadores ou de 'benfeitores'.

MEU COMENTÁRIO

Concordo totalmente com o texto.
É este MST que eu quero ver no futebol.

João Brito Sousa

domingo, 23 de dezembro de 2007

GENTE DA MINHA CIDADE

UM BOM NATAL E UM ANO NOVO PRÓSPERO PARA TODOS

FRANCISCO LÁZARO CORTES, um grande Farense.

Da obra do Dr. Libertário Viegas, “Histórias `a Solta nas Ruas de Faro,” retiro o nome do médico natural de Faro, Dr. Francisco Lázaro Cortes, homem de grande sensibilidade humana, amigo dos mais desfavorecidos a quem assistia gratuitamente.. Por isso lhe chamo de grande figura de Faro ou grande Farense.

No desempenho da sua profissão foi director médico das Termas das Caldas de Monchique, tendo exercido essas funções entre 1873 e 1876, acumulando a direcção técnica e administrativa

A casa da família Cortes, que pertenceu a Francisco Lázaro Cortes, está construída no interior da Vila-Adentro, anexo às muralhas medievais e ao Arco do Repouso, edifício que dispõe de um quintal de grandes dimensões. Trata-se de um edifício com dois pisos e com elementos arquitectónicos dos séculos XVIII e XIX..

Há aqui um pormenor de análise interessante que é o seguinte. A habitação do Dr. Cortes, à época e talvez ainda hoje, evidencia um grande sinal exterior de riqueza. Será que o Dr. Cortes era rico? Lembro-me de as minhas primas ligarem este nome a terrenos de regadio e sequeiro ali para os lados de Mata Lobos. De qualquer maneira assistir gratuitamente os mais desfavorecidos era uma atitude de honradez compatível com o republicanismo que estava a dar os seus primeiros passos.

O movimento Republicano iniciou-se em Portugal por volta de 1858, baseando o seu comportamento naquilo que escreveu sobre a figura da República, Henriques Nogueira que, duma maneira geral, era praticamente o regime político socialista que se praticava na Europa..

O grande impulso ao surto do republicanismo em Portugal saiu da geração de1865-70 e talvez o Dr. Cortes fizesse parte dela.

As condições de vida na Europa tinham mudado e parecia haver mais esperança na chegada próxima de um mundo republicano ou socialista. A República já triunfara em França (1870), fora proclamada em Espanha (1873/ 74) e estava no bom caminho em Itália.
Homens como Elias Garcia (1830- 91), Teófilo Braga (1843 – 1924), Basílio Teles (1856 – 1923) e Sampaio Bruno (1857-1915) foram contemporâneos do Dr. Lázaro Cortes e todos tiveram uma acção decisiva na difusão do ideário republicano. Discutia-se na época, com paixão as teorias do cientismo e do positivismo que era um antídoto contra a religião, característico da via socialista.
O republicanismo era uma política socialista.

Seria por esse facto, ser socialista, que o Dr. Cortes não cobrava as consultas aos mais desfavorecidos?:..

Bibliografia: Histórias à Solta nas Ruas de Faro de Dr. Libertário Viegas
História da Primeira República de Oliveira Marques.

João Brito Sousa

COMENTÁRIO DE WASHINGTON


UM BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS

AQUI HÁ HONRADEZ...
(comentários de DIOGO TARRETA)

Recebi, via mail, os comentários que se seguem, aos artigos colocados no blogue que, entendo eu, só o enobrece e dignifica.

Seguem-se os comentários da autoria do amigo DIOGO TARRETA.

“Gostei do artigo do engºSOUSA DUARTE.”

e

“Já viste o artigo de opinião do MST no expresso de hoje. Gostei, encerra muita verdade. Não o conheço como comentador desportivo, nem sei onde escreve mas, como "romancista" e comentador gosto do gajo.....claro que não chega ao BB !

Mas BB e único “


O MEU COMENTÁRIO

Aproveito a ocasião para mandar um abraço ao amigo Diogo Tarreta, de Washington, pelas suas observações feitas de cabeça erguida, aos artigos publicados no blogue e por ter percebido perfeitamente, a dinâmica que quero imprimir aqui neste espaço..

Quero que os leitores pensem pela sua própria cabeça e assim se apresentem ao serviço. Chama-se HONRADEZ a atitudes destas. Honradez é dizer não, com argumento e educação. Que foi que o Diogo fez!...

Vou procurar ler o artigo de opinião do MST que falas, publicado no Expresso, que deverá ser bom.

Porque eu nunca disse que o MST era mau escritor, nunca. Como escritor disse que ele é um autor que vende, por isso credível. E já agora acrescento, que, como jornalista fora do futebol, o tipo é bom nas análises que faz.

Como analista ou jornalista desportivo, é, parece-me, desonesto, porque transporta a sua credibilidade de escritor para dentro do futebol, tentando defender posições indefensáveis, como foi o caso dos seus comentário acerca das palavras de CAROLNA SALGADO, no Telejornal da TVI e muitos outros.

O que MST disse é, parece-me, sacanagem, assim como sacanagem me parece ser o que escreve nas nortadas em “ABOLA”

Apesar de referenciar na sua obra literária “NÃO TE DEIXAREI MORRER, DAVID CROCKETT, que o futebol nos invade através de uma corrente estranha que nos domina (mais ou menos isto), exijo de MST um comportamento de honra, que é o que me parece não tem tido.

E ele sabe ter.

E não é só a minha opinião.

Aí ai um abraço do

João Brito Sousa
PS-O engº Sousa Duarte é de Lisboa, tem familiares em Paderne no ALGARVE, é escritor, com o pseudónimo de João Fernandes e é meu amigo. Não o deves conhecer mas eu apresento-te um dia destes, ok.

AO ROBERTO AFONSO

(árvore de Natal)

UM BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS.
Porto, 207.12.22

POEMA A UM AMIGO


Onde estarás a esta hora ROBERTO ?...
Certamente a meditar
Se a tua filosofia de vida está certa...

Ou talvez estejas em outro lugar...

Igualmente a meditar..
Na vida do dia a dia
Ou na poesia
Do Fernando Pessoa do qual sabes
tudo...

De tal maneira que eu fico quedo e mudo

Perante a tua sabedoria.
E com total reconhecimento
Da tua condição de poeta
Dirijo-te o meu cumprimento
De homem de bem...
E DE AMIGO...TAMBÉM

Hasta mañana, compañero...

QUE DIOS TE GUARDE.

João Brito Sousa

OS NATAL

(árvore De natal)
UM BOM NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS ...

OS NATAL

Do amigo Engº SOUSA DUARTE.
(um comentário com dieito a ser post)


Não me lembro do Natal da ilusão e sonho dos livros de histórias contadas às crianças, os meus Pais sempre me disseram que o Pai natal era o Pai que com muito suor conseguia comprar as meias ou camisola que me era oferecida depois do jantar que juntava anualmente a família à volta daquela mesa à qual se abriam as asas para podermos caber todos os tios e os primos.

Não havia também presépio, porque o meu Pai era ateu e portanto essas coisas do nascimento do Deus menino numa gruta, aquecido por um burro e uma vaca não passavam de uma boa treta da igreja , da igreja que na semana santa perdoava o pecado da gula aos ricos mediante o pagamento da bula, da igreja que na celebração das missas reservava os lugares da frente para os senhores importantes da terra, da igreja que primava por bons discursos e por práticas menos consentâneas com os mesmos.

Era segundo ele( o meu pai )uma forma de levarem os pobres ao engano fazendo-os pensar que Jesus era um deles, e consequentemente era mais uma forma de aumentar o número de crentes para mim o Natal foi sempre a festa da família, foi sempre o dia em que nos reuníamos, comíamos as filhós amassadas pela minha mãe , comíamos o galo de cabidela feito pelas minhas tias, o berbigão aberto ao natural regado com muito limão pelo meu Pai, sempre acompanhado de muita conversa, muitos dichotes, muitas anedotas, muito riso, muita Paz...Depois, eram distribuídas as prendas, havia abraços e beijos de agradecimento, de calor humano e com os olhos a quererem-se fechar de sono íamos para a cama.

Hoje passados já tantos anos, já sou Avô, continuei a tradição herdada, a tradição do Natal, a tradição da reunião da família, que as novas tecnologias fazem alargar a mesa de convívio aos familiares e amigos que se encontram a milhares de Km, com a ilusão para os mais novos da existência do Pai Natal que desce para a sala da lareira por umas escadas em caracol carregado com um saco de prendas gritando "Ho Ho Ho "-Sou o Pai Natal trago uma prenda para o menino David ".

Só de ver os olhos do menino, abertos de espanto, de alegria por estar dentro do seu sonho, com medo quase de lhe tocar e que o sonho deixasse de ser sonho, valem a pena estes momentos de ilusão.

Amigo Brito de Sousa, continuo a gostar do Natal,(seria bom que fosse Natal todos os dias), este ano também tu estás sentado à volta da minha mesa de confraternização. Um Feliz Natal para ti e para os teus. Um abraço.


Sousa Duarte


O MEU OUTRO NATAL.

Os meus dias de NATAL já mais evoluídos (tipo 7º ano do Liceu), foram os passados em casa do meu sogro Armando Ramos, nas Ferreiras de ALBUFEIRA.

Aquilo era um Hotel aí de umas quatro estrelas, porque o Mestre Armando, era assim que era conhecido entre os amigos, era um verdadeiro homem de princípios. Uma vez chatearam-no e o meu sogro chamou o cauteleiro que passava e comprou-lhe uma fracção de jogo. É para acalmar, dizia.

Fazia tudo de casa, era ele que ia às compras no seu Opel Record quando já tinha noventa e tal anos. Em casa remendava canos, torneiras .. tudo. E nas Finanças estava registado como camionista em nome individual ou industrial de camionagem, não sei bem.

Com o meu sogro o Natal era todos os dias, mas a sério começava aí no dia 20 de Dezembro, quando ia buscar o vinho à adega do Cristina. Trazia uns quatro ou cinco garrafões e aquilo é que dava gosto vê-lo trabalhar nas limpezas e higienes dos ditos...

Higienicamente falando era do mais autêntico. O que eu gostava de ver era a transferencia do vinho do garrafão de cinco litros para a garrafa de litro.. Era com um sifão de borracha. Metia uma ponta do sifão no garrafão e aspirava na outra ponta e quando o líquido vinha, mergulhava-a na garrafa de litro. É a lei dos vasos comunicantes, dizia-me ele.

À noite, ao jantar, era reunião geral e o meu sogro, que gostava muito de fazer partidas, contava as mesmas historias todos os anos. Às tantas lá vinha a história do Senhor Leite do ALGOZ que era cego...

Acabava-se o jantar de bacalhau e muitas outras coisas e lá íamos para a sala de jantar ver as prendas que estavam debaixo do pinheiro.. .. e onde às tantas começava a distribuição.

Às vezes o Pai Natal era eu.

Mas tinha a certeza que não gostava do Natal, porque havia muitas pessoas que nunca tinham tido nada de Natal.

O Natal só será bom quando todo o tiverem..

Quando todos...

João Brito Sousa .

sábado, 22 de dezembro de 2007

UM BOM FIM DE SEMANA

(PATACÃO)
PORTO, 2007.12.22

BOM FIM DE SEMANA

Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...



Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

UM VOTO E UM DESEJO

(natal no verão)

UM VOTO E UM DESEJO A CUMPRIR

Gostava mais do NATAL quando era puto. Era uma altura em que havia mais ilusões, havia muito espaço para viver ainda e dava para não se levar as coisas a sério. Era o que fosse. Era num tempo em que a gente podia imaginar.... e sorrir. A nossa forma de estar era não ligar puto a nada. O Natal só era Natal porque a tia Serafina fazia as empanadilhas com batata doce. E eu gostava muito daquilo ... e da tia Serafina também.

Na minha casa a minha Mãe nunca armou o presépio. Nunca lhe perguntei mas tenho quase a certeza que ela não percebia nada das imagens. Sabia efectivamente qual era o burro, as ovelhas, o palheiro... dessas coisas todas ela percebia. Mas não se atrevia a movimentar aquelas figurinhas. Penso que não tinha jeito..

Era uma mulher cómica a minha MÃE. Contava historias com graça e era carinhosa comigo. Uma vez, foi lá uma malta comer a casa, amigos do meu tio, parece-me e às tantas acabou-se a comida. E, mesmo com a panela vazia a minha Mãe perguntou para os convidados. Alguém quer mais?.. e um deles disse, não obrigado. Apanhei um susto dos diabos....

Nesse tempo, parece que o mês de Dezembro era mais simpático, apesar de mais frio, muito mais, um frio que dava nas orelhas da gente e que me obrigava a dormir com uma samarra vestida para me livrar dele, Agora, que já me esqueci desse frio todo, digo que o Dezembro desse tempo era mais simpático, mas se calhar não era. O que eu tinha era menos cinquenta e tal anos que tenho hoje..

Nesse alltura, subia a uma laranjeira mesmo em Dezembro que fosse e comia dez ou quinze laranjas descascadas à mão!... e depois ia dar de comer aos bezerros e às galinhas... que a minha Mãe possuía no galinheiro. Os ovos eram porreiros para cozinhar com tomate. A minha Mãe deixava aquilo torriscar um pouco Era bom... era muito bom e tenho saudades desses tempos e desses Natais que não eram nada...

Sim.. o sapatinho ia para a chaminé Eu punha logo umas botas grandes.. para receber muito.. e recebia tudo menos chocolates que era o que eu gostava. E depois ia queixar-me à minha Mãe, que se fartava de rir comigo.

Hoje já não me rio. Sinto-me um bocado com pena de mim. E ainda me pergunto se é mesmo Natal Olho à minha volta e não vejo as empanadilhas da Tia Serafina...E onde é que está o frio e as samarras para eu me vestir?.. Nem frio nem samarras!..

Então não é este o Natal que eu gosto...

Mas faço um voto e deixo um desejo.

UM BOM NATAL E UM BOM ANO PARA TODOS.

João Brito Sousa