segunda-feira, 31 de março de 2008

A VISITA DE UM POETA


PORTO, 2008.03.30


ADIVINHA


Se tens algum palpite dentro de ti!
Que te diga que tal te vai acontecer
Deixa-te desses pensamentos e sorri
Porque nada de grave vai ocorrer....

Olha para dentro de ti e analisa bem
Se alguma coisa negativa te ocorre
E não esqueças de considerar também
Que quem ama está vivo e não morre

O que pensas fazer amanhã ... onde vais?
Visita o teu coração e não sofras mais
Não quero a tua vida infeliz como a minha...

Não tenhas medo de nada e vem comigo
Porque sou eu o teu verdadeiro amigo
Esta é a verdade não é uma adivinha.

A visita do VIEIRA CALADO
É só para cumprimentá-lo.Um abraço.
31 de Março de 2008 1:47

deu nisto.

PORTO, 2008.03.31

A VISITA


Olá poeta .. que vieste à minha janela...
E aí me deixaste numa frase pequena
Uma mensagem de grande cortesia nela
Que torna a minha vida mais amena ...

E confiante também ... ó meu caro amigo!
O gesto que foste detentor muito me agrada
E tenho pena de não poder ombrear contigo
Nos versos que te envio que não são nada!

Será isto poesia? Seria ... se eu fosse poeta..
São apenas escritos que coloco na gaveta
Por não possuírem arte propriamente dita!..

Mas não vou desistir... vou sim continuar
Porque há por aí uns temas para me inspirar
E até porque dum grande poeta tive visita

João Brito Sousa

A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL


CRÓNICA DE MANUEL POPPE
Jornalista

GEORGE BERNANOS, em "Diário dum padre de aldeia", escreve "o mal é que a justiça dos homens chega sempre tarde: castiga certos actos sem ir além de quem os cometeu".

Por que trago o grande romancista católico, tão incómodo e implacável a denunciar a covardia e a hipocrisia?

Serve à infeliz história de uma aluna e de uma professora da Escola Carolina Michaëlis. O que está por trás do incidente? Até que ponto é responsável a aluna? E o que poderia fazer a professora, naquele momento, sem que os "juízes" improvisados da opinião pública lhe caíssem em cima? Assistimos ao desastre que poder e política do ensino foram provocando.

Há anos (nos últimos tempos, perfidamente) que os professores são desprestigiados, desautorizados, rebaixados -e ninguém mais do que o aluno se aproveita dessa desclassificação social. E o aluno, por sua vez, quem é? Outra vítima: um adolescente, um jovem atirado às ortigas, na sociedade de indiferença e solidão.
Basta olhar à volta para perceber que confrontos desses podem acontecer -provavelmente acontecem- todos os dias. A sociedade em que vivemos olha ao lucro, não olha à pessoa que a tecnocracia não liberta escraviza. Acontece a evolução regressiva. Transformam-nos em peças, objectos. O quotidiano, para a esmagadora maioria, representa corrida, a toque de caixa. Pais e adolescentes estão separados, desconhecem-se, e o professor, que o sistema analfabetizante sufoca, não pode ser professor.

OPINIÃO DE
MIGUEL VEIGA

Idade 71
Profissão Advogado
"Andei numa escola pública e não tenho memória de indisciplina, havia um grande respeito pela figura do professor.

Faziam-se algumas picardias aos funcionários, mas não faltas de respeito. Não éramos santos, havia conversas, copianços, os professores tinham alcunhas, faltávamos às aulas para ir jogar bilhar, mas tudo se resumia a isso mesmo. Num momento de maior barulho na sala de aula o franzir de sobrolho do professor ou da professora bastava para que voltasse o silêncio.

Recordo-me de ter sido repreendido pelo reitor do liceu. Tinha ganho um prémio nacional, que era um pergaminho. Como não lhe dei importância um colega quis comprá-lo por 10 paus (escudos), claro que vendi. O reitor, que era um autoritário, eram todos do regime, chamou-me e advertiu-me solenemente que eu tinha tido um comportamento indigno.

Havia também muito medo".


MEU COMENTÁRIO:

Sempre estive do lado dos professores, porque estive lá dentro e senti algumas dificuldades em desempenhar a profissão.

Para um professor, não dominar uma turma, é frustrante. E, duma maneira geral, o professor não tem tido o apoio que é necessário.

Subscrevo totalmente o que diz Manuel Pope na sua crónica e não percebo nem vejo razão nenhuma para que o PS realizasse o comício contra, penso eu, os professores, facto que considero muito estranho.

Publicação de
João Brito Sousa.

domingo, 30 de março de 2008

A GRANDE VERDADE DA VIDA


A VIDA É UM CRAVO VERMELHO

POESIA ETERNA
de CURVO SEMEDO
O Velho, o Rapaz e o Burro

O Mundo ralha de tudo,
Tenha ou não tenha razão,
Quero contar uma história
Em prova desta asserção.
Partia um velho campónio
Do seu monte ao povoado,
Levava um neto que tinha
No seu burrinho montado:
Encontra uns homens que dizem:
"Olha aquela que tal é!
Montado o rapaz que é forte,
E o velho trôpego a pé."
"Tapemos a boca ao mundo",
O velho disse: "Rapaz,
Desde do burro, qu'eu monto,
E vem caminhando atrás."
Monta-se, mas dizer ouve:
"Que patetice tão rata!
O tamanhão de burrinho,
E o pobre pequeno à pata."
"Eu me apeio", dis prudente
O velho de boa-fé,
"Vá o burro sem carrego,
E vamos ambos a pé."
Apeiam-se, e outros lhe dizem:
"Toleirões, calcando lama!
De que lhes serve o burrinho?
Dormem com ele na cama?"
"Rapaz", diz o bom do velho,
"Se de irmos a pé murmuram,
Ambos no burro montemos,
A ver se inda nos censuram".
Montam, mas ouvem de um lado:
"Apeiem-se, almas de breu,
Querem matar o burrinho?
Aposto que não é seu."
"Vamos ao chão", diz o velho,
"Já não sei qu'ei-de fazer!
O mundo está de tal sorte,
Que se não pode entender.
É mau se monto no burro,
Se o rapaz monta, mau é,
Se ambos montamos, é mau,
E é mau se vamos a pé:
De tudo me têm ralhado,
Agora que mais me resta?
Peguemos no burro às costas,
Façamos inda mais esta."
Pegam no burro: o bom velho
Pelas mãos o ergue do chão,
Pega-lhe o rapaz nas pernas,
E assim caminhando vão.
"Olhem dois loucos varridos!",
Ouvem com grande sussuro,
"Fazendo mundo às avessas,
Tornados burros do burro!"
O velho então pára e exclama:
"Do qu'observo me confundo!
Por mais qu'a gente se mate
Nunca tapa a boca ao mundo.
Sirvam-nos estas lições;
É mais que tolo quem dá
Ao mundo satisfações."
Publicação de
João Brito Sousa

À MALTA DOS BRACIAIS


Este texto de lembranças é dedicado ao meu amigo JOSÉ ANTÓNIO AMARO, um homem que toda a gente admira e de quem tenho muita honra em ser amigo.

A lembrança mais antiga que tenho da minha Terra, dos Braciais, é da Ti Gertrudes Faísca e do filho, que tinha uma bicicleta de corrida e que moravam em frente da venda do Zé Manelinho, onde está hoje o Zé Raimundo.

A Ti Faísca vendia na praça em Faro, que nesse tempo, ficava ao pé do apeadeiro de S. Francisco, ali para os lados dos Bombeiros. Tinha um carro e uma mula e lá ia de manhã para as vendas.

Outras gentes que me lembro desse tempo antigo, mas que já residiam no Patacão, moravam onde morou o João do Mato, é da Ti Adelina que parece tinha dois netos um era o Virgolino e o outro era o José da Silva, que ainda andaram comigo na primária e foram para a Argentina há muitos anos.

Outras pessoas que me recordo desse tempo longínquo é do Manuel Branco, que morou em frente das casas da minha mãe e parece que vivia com a Senhorinha da Cova, era muito doente e morreu muito cedo.

Recordo-me ainda dos mestres de obras, Mestre Andrade e Ti Palino, que tinha dois filhos, o Joaquim e o José. E do primo Zé Figueiras, que está na Argentina vai para sessenta anos e que me jogava ao ar quando eu tinha cinco e por lá aparecia ao pé dos mais velhos.

Publicação de
João Brito Sousa

sábado, 29 de março de 2008

O AMIGO BLE AMARO


MEU CARO BLE AMARO,

BOM DIA.

Não sei se o conheço apesar de a minha mãe morar em frente da casa onde morava o senhor Manuel Amaro, pai do Primitivo, da Maria Hermínia, da Gracinha e do Zé António.

NÃO TENHO O PRAZER DE O CONHECER E AGRADEÇO-LHE MUITO A SUA PRESENÇA AQUI.

ACEITE UMA ABRAÇO DO

João Brito Sousa

7 de Dezembro de 2007

UMA BONITA CRÓNICA DO PATACÃO

UMA BONITA CRÓNICA Por João Patuleia
Hoje é Sábado....
Olha lá Fernando, queres ir hoje ao cinema; então que filme é, o cantiflas; não é os Dez Mandamentos, é pá isso é um grande filme; vamos. Então despacha-te que eu vou a casa comer alguma coisa e vestir-me, não podemo-nos demorar porque está de chuva e é quase sol posto e eu não tenho luz atrás.. Tinha uma pedaleira e o Fernando uma de corrida;
Tá bem eu quando me despachar vou ter contigo...Abalámos.. È melhor deixar as bicicletas ao pé do jardim da doca porque está lá sempre um policia. Ainda é cedo vamos jogar uma bilharada, no café Aliança, não aquilo é para gente fina, o Acordion também não só tem duas mesas, vamos é para o Olímpico é aonde a malta se junta... E assim começaram a chegar, João Elias, Feliçio Diogo, o meu Irmão, Heliodoro Elias, Diogo e Reinaldo Tarreta, José Celestino entre outros .
Olha João o melhor é não jogar-mos mais ,vamos mas é comprar os bilhetes porque o filme é bom; È melhor, perder ou ganhar não interessa entre amigos ninguém perde. Chegamos á rua Vasco da Gama e já a bicha chegava á rua ;é pá ainda falta uma hora para abrir a bilheteira; mas tem que ser...È pá o filme é mesmo bom , o Moisés faz cá um papel.. Então o que dizes Fernando aquele golo do Matateu nem o Costa Pereira a viu passar, mas o Águas também é um grande jogador.« era os comentários antes do filme como locutor Alves dos Santos» È pá já está a chover outra vez; Ò João tenho é fome, mas tenho pouco dinheiro, olha eu tenho aqui duas milharinhas «são moedas 2,50» vamos mas é comer umas sandes de chocos á os dois irmãos, pois vamos ; e seguimos para o Olimpico.

À porta estavam dois senhores de meia idade dizia é pá esta chuva é uma riqueza para os montanheiros; Já viste Fernando estes gajos não sabem o que estão dizendo, então o meu pai anda muito preocupado porque se estraga tudo com tanta chuva ,batatas, cenouras repolhos;
Não faças caso são uns ignorantes não sabem o que dizem.
Acabou chover vamos embora para casa .... Até á manha
Não te esqueças a? jogo com Bordeira.....

Publicada por João Brito de Sousaem 9:06
2 comentários:
Anónimo disse....
uMA CRONICA MUITO BEM PREPARADA PELO O NOSSO GRADE AMIGO JOAO PATULEIA MAS DEIXOU-ME UM POUCO A PENSAR QUAL ERA O FERNANDO QUE IA COM ELE AO CINEMA. ERA O FERNANDO MORENO O FERNANDO SANTOS, NAO FACO IDEA.AMIGO JOAO POIS O NOSSO AMIGO JOAO PATULEIA DEVE TER MUITAS HISTORIAS DO NOSSO CARVALHO (HORACIO COELHO) ELE QUE COMECE A PUBLICAR UMAS QUANTAS,JOAO VE SE CONSEQUES SABER ALGUMA COISA COM RESPEITO O ROGERIO MATINHOS (O MILTINHO) PELO JEITO NAO TEM ANDADO MUITO BEM PODES ENVIAR UM EMAIL UM GRANDE ABRACO DOS PRIMOS DA TERRA DOS KANGAROOS E PARA TODOS QUANTOS TE VISITAM NESTE SITE UM FELIZ NATAL E UM PROSPERO ANO NOVO JA ME ESQUECIA E PARA TI TAMBEM E PARA TODA A FAMILIA. MESTRE VICTOR
7 de Dezembro de 2007 23:12
Anónimo disse...
Pois eu como sou do Patacão e tenho muito praser em selo e mesmo não sendo das idades do João Patoleia e dos restantes que ai recordão quero do fundo do coração dare-lhes os parabens por falarem da nossa terra sem mais um grande abraço do Jose Amaro mais conhecido por ble Amaro28 de Março de 2008 18:12

BOM FIM DE SEMANA


PORTO, 2008.03.29


BOM FIM DE SEMANA


Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

sexta-feira, 28 de março de 2008

O CASAMENTO


O CASAMENTO

O casamento é uma união de vontades e um desejo que se revela em duas pessoas de sexos opostos. Até aqui nada de novo porque a mulher nasceu para, em condições normais se aproximar do homem realizando-se nessa aproximação e entrega. Nesta fase a união é pacífica porque obedece a uma ordem natural das espécies, resultando desse desejo o acasalamento.

O problema do casamento e seu reflexo numa vida a dois, se é que existem problemas e eu entendo que sim, é o desconhecimento total ou quase, acerca da nova condição das pessoas.

As pessoas querem casar mas muitas vezes não perderam um minuto, sequer, para pensar nisso. Aparentemente se, no período do namoro surge qualquer complicação não será nada que um beijo mais ardente não resolva. Agora quando é mais difícil de resolver, sendo aí que os casamentos falham, é a partir do momento em que se começa a partilhar com o outro toda a nossa vida e grande parte do nosso espaço.

E aqui só o amor pode ajudar.

Mas o problema é que muitos homens não sabem o que é o amor. E quando é assim não estão em condições de dar esse passo. Daí resulta afastamento em vez de aproximação. E o casamento, com amor, dará certamente harmonia e felicidade. Quem souber o que é o amor, não vai ter problema algum em condições normais; quem não souber não vai chegar ao fim .

A solução é o amor.

Mas afinal o que é o amor?

O amor é o condimento que exige do homem um relacionamento com o outro, assente na ternura. Amor é sacrifício; ternura também Amor é suavidade. Amor é compreensão, tolerância cedência, firmeza, respeito, carinho e filhos.

Os filhos são o elo de ligação do ontem com o amanhã e são mais um elemento a exigir dádivas que unem os progenitores ou o casamento.

O amor trará o orgulho pelos que vierem mais tarde, que terão de aprender com a realidade da vida .

Amor é cedência.

Só assim casamento perdura.

Texto de
João Brito Sousa

IMPRENSA/JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

Por outras, palavras,
Manuel, António, Pina

O arcebispo de Pamplona, Fernando Sebastián, aproveitou recentemente a Sexta-Feira Santa para exortar os católicos a aceitar a morte sem medo do sofrimento e a recusar cuidados paliativos. Assim seguiriam o exemplo de Cristo, "que morreu sem cuidados paliativos".

O sofrimento, que, em boa parte do Antigo Testamento, é escândalo e maldição de que os homens serão libertados pelo Messias, transforma-se, no Novo Testamento, em beatitude a partir do exemplo de Cristo, que, "em vez da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz" (Hb 12,2). Até ao ponto de S. Paulo dizer que se "compraz (…) com o sofrimento e a angústia" (2 Co 12, 10).

Muita da oposição da Igreja Católica à eutanásia (mesmo a passiva) funda-se nas alegadas virtudes redentoras do sofrimento. Daí até a aspirina ou o ben-u-ron serem criações do demónio vai um pequeno passo teológico que clérigos integristas como o de Pamplona não hesitam em dar.

Para quem não for suficientemente santo é, porém, difícil ver beatitude numa dor de dentes, num cancro terminal como o de Chantal Sébire ou na doença de Alzheimer de Hugo Claus. Não se inconformou Cristo na cruz "Pai, pai, por que me abandonaste?". Por que haviam a professora francesa e o escritor belga de se ter conformado com o seu inútil sofrimento

Publicação de

Jooão Brito Sousa

POLÍTICA INTERNACIONAL


DA IMPRENSA/Expresso

TIBETE

A crise no Tibete prova que a China teima em recorrer a velhas tácticas que a impedem de crescer.
A ascensão da China é a grande história política e económica dos nossos tempos. No cerne desta questão está um sonho absolutamente extraordinário - transformar a China, um país caótico, extremamente violento, pobre, rural e faminto durante o século XIX e XX, numa potência mundial num curto espaço de décadas. Este sonho envolve números extraordinários. E envolve também uma série de dilemas políticos bastante exigentes. Os números e os dilemas ficaram bastante claros na semana que agora acaba.

O ‘The Economist’ da semana passada incluía um estudo sobre o tremendo apetite chinês por matérias-primas. Nos últimos anos, a busca de Pequim por petróleo, gás natural, carvão e metais tem sido incessante. As necessidades da economia chinesa explicam este enorme apetite. A revista inglesa fala em números que nos fazem pensar. A China consome actualmente metade do cimento, um terço do aço e mais de um quarto do alumínio mundial. Se olharmos para as importações de minério de ferro, vemos que elas têm aumentado em média 27% ao ano nos últimos quatro anos. As necessidades chinesas de carvão são tão grandes que em Junho do ano passado havia uma bicha de 79 navios no porto australiano de Newcastle à espera de vez para carregar.

A Agência Internacional de Energia estima que daqui a vinte e dois anos a China terá de triplicar as suas importações de petróleo.

Os números do ‘The Economist’ mostram que uma parte do sonho chinês implica o fim da sua autonomia económica internacional. Depois de um estudo exaustivo da ascensão das grandes potências ao longo da história e daquilo que aconteceu em Singapura, Hong Kong e Taiwan, a liderança chinesa concluiu que é realmente possível ascender à condição de potência mundial nas próximas décadas. Para que esta ascensão seja uma realidade, Pequim precisa de conseguir quatro coisas ao mesmo tempo.

A primeira é um longo período de paz com as principais potências internacionais. A segunda é uma espécie de enorme aceleração da história da economia e sociedade chinesa. Para os decisores chineses, esta aceleração é extremamente arriscada do ponto de vista político mas é também essencial para a transformação do país. No coração desta transformação está a rápida modernização da economia, a saída dos campos e a vinda para as cidades chinesas de quase quatrocentos milhões de pessoas nos últimos anos.

Os números desta enorme migração interna vão continuar a aumentar nos próximos anos, e tal só será viável do ponto de vista político se continuar a existir crescimento económico e empregos.

A terceira coisa que é essencial para Pequim é a modernização de toda a sua rede de infra-estruturas, de maneira a tornar o rapidíssimo processo de urbanização apetecível para a nova classe média do país. Esta classe média precisa de casas, escolas, hospitais, estradas, pontes, aeroportos e linhas de caminho-de-ferro. Por último, a ascensão e a prosperidade chinesa dependem cada vez mais da progressiva integração no sistema de regras e instituições do capitalismo internacional. Estas regras e instituições são cruciais para que a China continue a poder exportar os seus produtos para todo o mundo.

Ao nível político, todavia, a China não está nada interessada em prescindir da sua autonomia interna. A furiosa reacção de Pequim aos distúrbios, manifestações e protestos que se tem vindo a realizar no Tibete nas últimas duas semanas mostram isso mesmo. Esta autonomia faz, por assim dizer, parte do código genético do regime chinês. O problema, como os últimos dias estão a mostrar, é que é cada vez mais difícil manter e praticar esta autonomia de uma forma tradicional.

Do ponto de vista da liderança chinesa, o que está a acontecer no Tibete é um enorme embaraço político. A poucos meses do início dos Jogos Olímpicos, um acontecimento crucial para o sonho chinês, a última coisa que Pequim precisa é de um desafio claro à sua autoridade política e prestígio interno. Em tempos não muito distantes, digamos 1989, Pequim resolveria o problema de Tibete de uma forma rápida, brutal e sangrenta. Na véspera dos Jogos Olímpicos, o preço político de uma opção destas seria exorbitante mesmo para os decisores mais duros de Pequim.

Os manifestantes dentro e fora do Tibete sabem isso muito bem. A oportunidade de uns é a frustração dos outros.

A edição do ‘The Economist’ e os acontecimentos no Tibete mostram a tensão que existe no coração do extraordinário sonho chinês. Este sonho envolve uma enorme convulsão social e económica. Esta convulsão envolve riscos políticos enormes e só será ultrapassada através de uma espécie de um grande mergulho no sistema económico internacional. O sonho também tem envolvido uma espécie de surdez e indiferença em relação ao exterior. Manter estas duas partes do sonho em equilíbrio será cada vez mais difícil para Pequim. Digamos que esta semana foi um bom resumo dos desafios e dilemas que os decisores chineses terão de enfrentar nos próximos anos.

Vinte e cinco anos depois

E se as pessoas livres pudessem viver seguras no conhecimento de que a sua segurança não assentava na ameaça de uma retaliação dos EUA para dissuadir um ataque soviético, que nós poderíamos interceptar e destruir mísseis balísticos estratégicos antes de eles chegarem ao nosso solo ou ao solo dos nossos aliados?”. A 23 de Março de 1983, Ronald Reagan chocou praticamente toda a gente - os Democratas, grande parte da sua Administração, as chefias militares no Pentágono, os aliados europeus e a liderança soviética - ao defender que os sistemas de defesa contra mísseis balísticos podiam e deviam desempenhar um papel fundamental na segurança internacional.. Vinte e cinco anos depois, tudo indica que este tipo de defesas virão a desempenhar um importante papel geopolítico e militar na defesa dos países europeus.

Publicação de
João brito Sousa

quinta-feira, 27 de março de 2008

CRÓNICA DA MANHÃ


A LUTA EDUCATIVA DO APCGorjeios.

Por ter falta de assunto para alinhavar uma crónica de fundo, dei aí uma volta pelos blogues e fui cair no APCGorjeios, onde já lá tinha ido dar a minha opinião sobre o problema da educação, dizendo que estou do lado dos professores.
Mas uma vez lá, dei por mim a ler afirmações destas: “Marcelo Rebelo de Sousa, o maior troca-tintas da actualidade... Vasco Pulido Valente, o maior Velhadas do Restelo actual e sua amada dona Constança... Para José Manuel Fernandes, o polícia dos governos e de má-fé contra MST e odiosamente contra este governo...

Bem, é verdade que o APC explica, quais as razões porque se atira a cada um deles nestes termos enquanto eu mantenho tudo aquilo que tenho dito sempre acerca do comportamento do APC , ou seja, considero-o um homem de rigor.

Mas como é que um homem de rigor arrasa pessoas experimentadas na área da comunicação e outras ? ..

Marcelo Rebelo de Sousa foi, entre outras coisas, uma aluno de vinte e é Catedrático, Vasco Pulido Valente é um jornalista com obras publicadas, José Manuel Fernandes é Chefe de Redacção dum jornal de categoria internacional como disse Mário Soares

Apesar destes atributos todos, todos eles levaram para contar.

Ao que parece safou-se um , o MST, escritor, jornalista e fazedor de opiniões.

Do meu ponto de vista, MST é o único que é mau na área do desporto e bom em todas as outras.

Admitindo-se que o APC tem razão, porque será que a tem?


Texto de
João Brito Sousa

IMPRENSA/ JN PORTO


O CANTINHO DO PINA


ELEIÇÕES À VISTA

Por outras, palavras,


Txto de Manuel, António, Pina


Começou a campanha eleitoral. Não há ainda listas nem candidatos, mas o tiro de partida já foi dado; o IVA descerá 1%… a partir de Julho.


Se bem me lembro, ainda há 12 dias Sócrates dizia em Bruxelas que era "leviano e irresponsável" falar em baixar os impostos. Será que Sócrates, há 12 dias, ainda não tinha ideia nenhuma sobre o facto de o défice de 2007 ter ficado abaixo da meta dos 3,4% nem sobre os dados da economia relativos aos primeiros meses deste ano?


E por que é que, estando as contas públicas agora muito melhor do que estavam em 2005 (situação que justificou a quebra da promessa eleitoral de não aumentar os impostos), o IVA não desce desde já para os níveis de 2005?


É óbvio, no entanto, que descerá mais um pontito com o aproximar da data mágica ("Veremos para o ano", já foi dizendo Sócrates), e que, no OE de 2009, será provavelmente a vez do IRC e do IRS.


Entretanto, na Educação, na Saúde, na Justiça, as políticas tornar-se-ão, por suave milagre, mais dialogantes, a ministra da Educação adiará algumas medidas mais afrontosas (afinal de contas, os professores representam 140 mil votos) e sorrirá cada vez mais e o das Finanças descobrirá finalmente que a crise orçamental está ultrapassada.


O azar dos portugueses é não haver eleições todos os anos


Publicação de
João Brito Sousa

SÓCRATES...


SÓCRATES: a impossibilidade de mandar
henrique.raposo79@gmail.com


Consta que Marcelo Rebelo de Sousa apelidou de “pindérico” o comício de Sócrates. Muito bem. O país suporta comícios pindéricos. Mas o país já não suporta esta Constituição ‘pindérica’ que Marcelo Rebelo de Sousa e outros professores ensinam nas faculdades de Direito

De repente, Sócrates mostrou fraqueza. Perante manifestações populares e sindicais, o primeiro-ministro demitiu o ministro da Saúde e sentiu a necessidade de fazer um contracomício para defender a ministra da Educação.


Sócrates tem maioria absoluta e um Presidente colaborante, mas sente-se fraco. De onde vem esta inesperada fraqueza? Ora, advém do próprio cargo de primeiro-ministro. Sócrates começa a sentir aquilo que determinou a fuga de Guterres e Barroso: Portugal é ingovernável.

Com o actual quadro constitucional - que garante a imortalidade dos ‘direitos adquiridos’ das diversas corporações e sindicatos - é impossível governar Portugal. O Governo (este ou outro qualquer) não manda em vários ministérios. O verdadeiro poder está nas mãos das corporações que se entrincheiraram nas estruturas do sector público.

Maria de Lurdes Rodrigues não manda no seu próprio ministério; os verdadeiros donos da educação são os pedagogos e burocratas das ‘ciências da educação’ que vivem nas catacumbas da 5 de Outubro.

O ministro da Justiça é literalmente um ministro-sombra; Alberto Costa não tem um pingo de autoridade sobre juízes e Ministério Público. Em suma, como qualquer primeiro-ministro no actual quadro institucional português, Sócrates não tem poder para penetrar na justiça e no ensino.


Existe uma malha burocrática de ‘direitos adquiridos’ que impede uma real liderança política sobre os diversos ministérios.

Quem manda não é o poder eleito, mas sim uma horda de corporações e sindicatos. E estes privilégios burocráticos de gente não-eleita (e que nunca presta contas) são garantidos pela própria ordem constitucional.

Consta que Marcelo Rebelo de Sousa apelidou de “pindérico” o comício de Sócrates. Muito bem.


O país suporta comícios pindéricos. Mas o país já não suporta esta Constituição ‘pindérica’ que Marcelo Rebelo de Sousa e outros professores ensinam nas faculdades de Direito. Esta Constituição incapacita qualquer primeiro-ministro.

Sócrates: mandar na nossa língua

Sócrates não manda no essencial da governação. Sócrates é um primeiro-ministro ‘apolítico’ porque não existe política em Portugal - a Constituição não deixa. É por isso que vivemos esta contradição terminal: Sócrates não tem poder sobre o Estado (justiça, saúde, ensino, etc.), mas está a alargar o seu poder sobre a nossa vida privada.

Sócrates não controla o Ministério da Educação, mas permite os delírios da ASAE sobre a ginjinha. Sócrates não tem qualquer autoridade sobre a justiça, mas expande a sua autoridade até aos nossos «piercings» e cães. Sócrates não tem mão no buraco orçamental da saúde, mas rasga o direito de propriedade através da lei do tabaco. Como não consegue controlar a ‘coisa pública’, Sócrates quer controlar a nossa vida privada.

E, atenção, o próximo primeiro-ministro será igual. Com a Constituição de 1976, estes governos ‘apolíticos’ divertem-se a fazer política na nossa sala de jantar.

MEU COMENTÁRIO.

Não tenho comentários a fazer
O conteúdo do artigo está 10 por cento certo.
Nada a dizer contra.


Publicação de
João Brito Sousa

quarta-feira, 26 de março de 2008

IMPRENSA/ JN Porto


O CANTINHO DO PINA


UM PAÍS PRÓSPERO.

Por outras, palavras,

texto de Manuel, António, Pina

Ficou ontem a saber-se, pelo "Times", que Portugal é um dos 20 países mais "estáveis e prósperos" do Mundo. O jornal cita um estudo da Jane's Information Services realizado ao longo de um ano em 235 países e territórios, que põe Portugal, no que toca a "estabilidade e prosperidade", acima da Noruega, França, Canadá, EUA, Japão, Espanha e Itália, e até da famosa Finlândia.

O estudo levou em conta as estruturas políticas, tendências sociais e económicas, riscos militares e de segurança e relações externas de cada país. Vaticano, Suécia, Luxemburgo, Mónaco, Gibraltar, S. Marino, Liechtenstein, Inglaterra, Holanda e Irlanda são o "top ten" da "estabilidade e da prosperidade"; Gaza/Cisjordânia, Somália e Sudão os lugares menos "estáveis e prósperos" do Mundo.

Portugal está em 18.º lugar, logo após a …Suíça. No mesmo dia em que foi divulgado que milhares de famílias portuguesas deixaram, em virtude do desemprego e da deterioração das condições de trabalho, de poder pagar as suas dívidas, que o crédito malparado subiu a um ritmo de 2,2 milhões de euros por dia no mês de Janeiro (mais 70 milhões de euros do que em Dezembro) e que o endividamento das empresas cresce exponencialmente, é reconfortante descobrir num jornal inglês que somos afinal um país próspero.

Publicação de
João BritoSousa

OPINIÃO


OPINIÃO

A nortada de MST ontem publicada no jornal “ABOLA” é um documento pobre, de tal maneira pobre, que vai contra , parece-me, as posições de muitos adeptos do seu clube.

É ele próprio que diz isso, portanto....

Aliás, deve dizer-se que há aqui na cidade do PORTO, muitos portuenses e simultaneamente portistas, que não subscrevem as posições assumidas por MST

Depois de disparar contra a imprensa de Lisboa, de uma forma geral e de jornalistas benfiquistas

em particular, dizendo que estão a promover uma campanha para que Quaresma saia do FCPorto, o que é uma atitude insensata e pouco digna, vem dizer que se é o Sporting que descobre talentos em idade juvenil, quem os transforma é o Porto, não dizendo porquê mas que sabe porquê.

Mas toda a gente que anda ligado ao futebol sabe porquê Dr. MST Basta ver o que se passa nos tribunais com o FCPorto

Fico incomodado com MST, que não tem coragem para comentar as razões que levam o Presidente a Tribunal,

Enfim.. MST continua muito mal...

Estou com os professores. MST, nunca mais. "Os professores: UNS INÚTEIS MUITO BEM PAGOS!!!"

Texto de
João Brito Sousa
.

POLÍTICA AMERICANA


A COR DE OBAMA
danielo@netcabo.pt

Mais do que apontar as suas contradições ou a vacuidade do seu discurso, mais do que encontrar podres no seu passado, a forma de matar Obama é mostrar o que está mais à vista. Será com a sua cor que tentarão quebrar o encantamento

Obama representa a promessa da inocência. A ideia de que a intolerância ideológica e o ódio moralista de que se alimentaram os conservadores no poder podiam ser ultrapassados por uma retórica de reconciliação. As palavras mudam as coisas e as de Obama começaram a mudar. Mas seria ingénuo quem julgasse que não tropeçariam na realidade até às eleições.

Bastou a divulgação dos sermões violentos contra a América do seu amigo e pastor, o reverendo Jeremiah Wright, dizendo que Obama não se encaixava no padrão de um país dominado por brancos e que isso nunca lhe seria perdoado, para criar um terramoto político. A segregação e o ressentimento podem ter feito um minuto de silêncio para dar uma oportunidade a Obama. Mas num país onde a questão racial é a mais mal resolvida de todas as questões como poderia a cor de Obama ser um pormenor? Obama é um negro que teve vida de branco e isso alimentou ilusões.

Mas as suas companhias, as de negros com vida de negro, trouxeram à campanha a biografia da raiva. A reacção de Obama à polémica mostrou como não é um político comum. Num discurso brilhante, distanciou-se, mas recusou a frase feita. Aproveitou o embaraço para subir o nível do debate.. Trouxe política à política. Coisa rara em políticos.

Os sermões do reverendo foram uma excelente desculpa para acordar do sonho. Mais do que apontar as suas contradições ou a vacuidade do seu discurso, mais do que encontrar podres no seu passado, a forma de matar Obama é mostrar o que está mais à vista. Será com a sua cor que tentarão quebrar o encantamento. Porque a América de que Obama fala, misturada e em que tudo é possível, ainda é só um discurso. Obama tem cor e a cor divide. Os americanos lembraram-se agora. Não é racismo.

É que a sua cor, sendo uma promessa de que tudo poderia ser diferente, exibe como está tudo tão igual. E ninguém se queria lembrar disso agora.

A vida pessoal do refugo

MEU COMENTÁRIO.

Considero este um muito bom texto político como considero Obama um bom candidato.

Publiccação de
João Brito Sousa

terça-feira, 25 de março de 2008

DA IMPRENSA /JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

Por outras, palavras,
por Manuel, António, Pina

"São coisas que acontecem", afirmou em Jerusalém o vice de Bush, Dick Cheney, comentando a notícia de que 4000 soldados americanos (mais do que o número de mortos do ataque às Torres Gémeas) pagaram até agora com a vida a "grande vitória estratégica" (Bush dixit) da invasão e ocupação do Iraque.

Morrer, de facto, acontece e, se não tivessem morrido no Iraque, todos eles acabariam por morrer mais tarde ou mais cedo por outro motivo qualquer. O facto de a grande maioria dos soldados americanos serem negros e hispânicos (para muitos jovens americanos pobres, alistar-se no Exército é hoje a única alternativa de trabalho e salário possível), e não filhos de senadores ou congressistas, não é decerto alheio ao filosófico desprendimento de Cheney.

Mais de 100 000 civis iraquianos mortos são também, obviamente, "coisas que acontecem", provavelmente até "coisas que têm que acontecer". Cheney foi, com Bush, Powell, Condoleezza Rice e outros, um dos arquitectos da teia de mentiras e falsificações com que a administração republicana "justificou" a invasão do Iraque.

Com a guerra, as acções de Cheney na Halliburton subiram entretanto de 241 498 dólares em 2004 para mais de oito milhões de dólares em 2005 (mais de 3000%). São igualmente "coisas que acontecem”.


Publicado por

João Brito Sousa

IMPRENSA/ Expresso


ESTÃO TODOS A TRABALHAR PARA SÓCRATES?
hmonteiro@expresso.pt

Pode ser excesso de paranóia, mas parece que todo o país político trabalha a favor da reeleição de Sócrates, da esquerda à direita. Por acção ou omissão, por confusão ou insubordinação, todos parecem dar uma ‘mãozinha’ ao líder socialista

O PS já percebeu quem é a sua oposição verdadeira: o PCP. Percebeu e percebeu bem, porque da direita (infelizmente para o equilíbrio do sistema político) não vem grande coisa.

O PSD vive, como se sabe, completamente desorientado; o CDS, com Paulo Portas de dedo em riste, não convence, soa a falso. Há qualquer coisa de lúgubre, de fúnebre nesta direita que nem se consegue explicar.

Em contrapartida o PCP está em grande. Manifestações gigantescas e luta social acesa (com razão ou sem ela) são o paraíso dos comunistas. Até nas sondagens, que não são o mais interessante para o PCP, a vida lhes corre bem.

De modo que o PS, enquanto no Parlamento se defende das estocadas de Portas e das saídas grandiloquentes de Santana, vai atacando o PCP quando e onde pode, acusando inclusive a direita de andar a reboque dos comunistas.

No meio deste filme, e como se tudo estivesse bem coreografado, aparecem uns cartazes mais radicais a comparar Sócrates com Hitler, como aconteceu na Casa do Alentejo, durante uma reunião de militares descontentes. Claro que estas palavras, bem como outros actos (manifestações em frente de comícios do PS), membros do Governo apodados de fascistas, etc., são prontamente condenados por toda a gente, incluindo o PCP, e não se sabe quem as organiza.

Porém, se a pergunta for quem é beneficiado com tais actuações, não é difícil constatar que é o próprio primeiro-ministro, que perante acusações tão estrambólicas faz o seu papel de vítima com classe..

Enquanto a direita tenta sarar feridas e se entretém a acusar-se mutuamente, surge um novo partido (MEP) que se quer situar entre o PS e o PSD. Claro que isto pode ser paranóia a mais, mas o projecto, até pela sigla, cheira imenso a ser uma espécie de MDP do PS (recorde-se que em 1974/75 o MDP servia para canalizar votos não comunistas para a órbita do PCP). Na verdade, o MEP, de Rui Marques, parece talhado a colocar (a questão está em saber se voluntária ou involuntariamente) na zona do PS os votos dos descontentes da direita.

Ou seja, tudo se conjuga, à esquerda e à direita, para que Sócrates continue mais quatro anos com maioria absoluta. E este tudo se conjuga é literal.

Parece que todos estão a trabalhar para Sócrates. O CDS, o PSD, o novo partido, a esquerda. Até alguns cronistas são tão enviesados na oposição que parecem fascinados pelo líder

Só a crise pode deter esta caminhada do PS. Mas a crise é o pior que nos pode acontecer.

MEU COMENTARIO

A política, é uma prática social onde a mentira impera mas infelizmente necessária.

Vejamos um excerto do comportamento dos políticos depois da implantação da República, que não se entende... porque não foi isto que prometeram.

A IGREJA E A PRIMEIRA REPÚBLICA

Uma vez proclamada, a república identificou-se com a luta contra a Igreja. Logo em 1910 todas as ordens religiosas foram expulsas, humilhando-se em particular os Jesuítas, que por vezes foram tratados como criminosos. EM poucos meses todos os frades e todas as freiras tinham deixado o Pais ou sido forçados a abandonar o hábito...

Encerraram-se as casas religiosas os colégios e os centros de caridade dirigidos pelas congregações, passando para o Estado todos os seus bens. Desta vez, porem, a legislação anti - clerical afectou igualmente o clero secular. Seguido de perto as leis francesas de 1905, um decreto do governo Provisório de Abril de 1911 o ministro Afonso Costa separava a Igreja do Estado, declarava livre todos os cultos ( até então, um certo número de restrições ainda impendia sobre as religiões não – católicas), proibia o ensino do cristianismo nas escolas e o ensino em geral aos clérigos, nacionalizava a propriedade da Igreja (incluindo as próprias igrejas, capelas e suas pertenças) e introduzia uma supervisão apertada nas manifestações de culto.

Foram criadas por todo o Pais comissões culturais que ficavam com o encargo de organizar o culto católico e fiscalizá-lo. Fora das igrejas, foi proibido aos clérigos o uso de veste talares (que aliás não tinha tradição em Portugal e resultava apenas da influência espanhola e italiana), assim como de procissões e outras quaisquer manifestações religiosas susceptíveis de provocar alteração pública.. Para efeitos de culto o Estado emprestava ao clero todas as igrejas e capelas, livres de quaisquer ónus..

Provisoriamente autorizava também bispos e párocos a residir nas suas moradias tradicionais, que agora passavam ao domínio público. Deixavam-se à Igreja apenas cinco seminários existentes.


Eram suprimidos todas as despesas oficiais com o culto religioso e com a manutenção do clero, tanto ao nível central como municipal, mas a lei estabelecia pensões permanentes para os padres que as requeressem.

A lei da Separação de poderes de 1911 fora precedida de várias outras leis que claramente testemunhavam da política anti – clerical da República. Assim foram abolidos os juramentos e as invocações de tipo religioso, incluindo as das escolas, suprimidos os feriados católicos e decretado obrigatório para todos o registo civil de nascimentos, e casamentos e de óbitos. Estas e outras leis – a do divórcio, causaram um descontentamento geral nas fileiras do clero Já na véspera do Natal de 1910 se havia reunido os bispos e assentado numa pastoral colectiva que foi tornada pública em fins de Fevereiro de 1911.

A questão religiosa prosseguiu durante os anos de 1911, 1912 e 1913. A maioria dos párocos renunciaram ao seu direito a pensões do Estado e só menos de 20% as requereram.

O Governo acusou os bispos de fazerem pressão sobre os padres para que recusassem as pensões e ainda para que fizessem «greve» nas suas funções religiosas. Por todo o País se defrontavam católicos e anticlericais, por vezes até ao limite da violência..

Recolha de
JOÃO BRITO SOUSA

segunda-feira, 24 de março de 2008

FOI UM POETA QUE DISSE...


"O que você aqui tem é muito interessante.No livro Merdock está a lista dos contribuintes para salvar o cão.Você deu-me uma ideia!Vou pensar nela. Um forte abraço "

FOI UM POETA QUE DISSE...

Foi um poeta que disse.... poeta consagrado,
“O que você aqui tem é muito interessante”...
E eu fiquei muito vaidoso por ter sido visitado
E pelo conteúdo do que li, o que daqui em diante

Me obriga a ter, no que faço, mais cuidado ...
Porque faço tudo à pressa, aceleradamente,
E tenho que voltar a refazer... eis o resultado
E percebo então que deixei apenas a semente

Do poema... onde é preciso dizer e concretizar
Que temos AMOR às pessoas e queremos amar
Dando-lhes tudo o que temos dentro de nós....

E é preciso entender também que a poesia
Tem a sua hora, às vezes não pode ser tal dia
Só existirá quando ela estiver dentro de nós.


João brito Sousa

POLÍTICA FINANCEIRA INTERNACIONAL


ARTIGO DE OPINIÃO, in jornal Expresso
Miguel Sousa Tavares

Parece que, afinal, as notícias de que a Santa Sé teria declarado como novo pecado mortal ser-se rico demais eram ligeiramente exageradas. A Santa Sé não disse tanto - aliás, não se atreveu a relembrar o que está escrito no Novo Testamento há dois mil anos sobre o camelo e o buraco da agulha. Bem o podia ter feito, que vinha mesmo a calhar, agora que o mundo vive na iminência de uma recessão económica global e grave, causada pelo excesso de ganância dos muito ricos.

Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal americana, lembrou-se agora de avisar que vem aí a maior recessão económica dos últimos sessenta anos. Pena que não se tenha lembrado de avisar antes, quando, do alto do seu imenso poder de controlo e influência sobre o governo federal e o sistema financeiro americano, assistiu tranquilamente ao crescimento da ‘bolha imobiliária’ nos Estados Unidos, à ganância de banqueiros de vão de escada (escudados em bancos mais poderosos e supostamente mais responsáveis), incentivando os consumidores a recorrerem desenfreadamente ao crédito e assim manterem os preços especulativos do imobiliário.

E quando assistiu também, sem uma palavra, aos esforços perseverantes do sr. Bush para derreter os excedentes orçamentais herdados de Clinton e voltar a endividar os Estados Unidos até ao tutano, para melhor satisfazer a sua clientela de amigos e correligionários com interesses no petróleo, na indústria de armamento ou na ‘reconstrução civil’ do Iraque.

E é pena, porque há centenas ou milhares de milhões de pessoas no mundo inteiro que agora vão pagar a factura dos lucros episódicos da banca e dos amigos de Bush, para quem a destruição e posterior ‘reconstrução’ do Iraque foi um negócio de mão cheia. Com o dólar em queda livre, a Europa vai pagar o reequilíbrio da balança comercial e do défice americano: excelentes empresas portuguesas, a cuja capacidade de reconversão e de inovação deve Portugal muito da recuperação do défice, vão agora ver todo o seu esforço comprometido pela concorrência desleal dos produtos americanos, vendidos mais baratos apenas porque o dólar implodiu.

Pior ainda (sem, ao menos, terem a protecção de um espaço comum e uma moeda comum forte) estão os países emergentes do Terceiro Mundo, como a Índia ou a China, cujo esforço titânico para arrancar da miséria biliões de pessoas vai agora esbarrar com as dificuldades de exportação e com o preço do barril de petróleo, que não têm, a escalar todos os dias, na proporção em que o dólar vai descendo e devido a essa descida.

Milhares de pessoas em todo o mundo vão ser devolvidas à mais infame miséria de que se tinham conseguido erguer para pagar as aventuras da Halliburton, do sr. Dick Cheney, do sr. Donald Rumsfeldt e dos amigos do Texas desse completo cretino que é o Presidente dos Estados Unidos da América. Mas, mesmo nos Estados Unidos, e como seria de esperar, são os pobres que vão pagar a factura do desgoverno dos milionários: vinte ou trinta milhões de americanos estão condenados a virar «homeless» a curto prazo, se medidas como a que propôs a candidata e senadora Clinton (seis meses de moratória para a execução de qualquer hipoteca sobre casas) não forem adoptadas de emergência.

Os Estados Unidos vão precisar de injectar biliões de dólares de dinheiros públicos para evitar a falência em série do sistema financeiro e, por arrasto, de todo o sistema empresarial. O que lhes poderá evitar a repetição de 29 é que agora a economia é global e eles esperam poder evitar a falência de um Estado já altamente endividado através das trocas comerciais: vendem ao mundo inteiro mais barato e não compram nada de volta porque, com o euro a 1,60 dólares, ninguém consegue vender nada aos americanos. Ou seja: provocaram a crise e agora somos nós que temos de a pagar. Eis a demonstração prática da frase do Hamlet: “a loucura dos poderosos não pode passar sem vigilância”. Espero que alguém se lembre de escrever isto no caixão do sr. Greenspan.

Obviamente, devia haver lições a extrair deste cenário de catástrofe e das razões para ele. Entregue a si próprio, após a queda do muro de Berlim, o capitalismo internacional parece que fez questão de confirmar que tudo o que de pior os marxistas tinham dito dele ao longo de um século só pecava por defeito. Só pode ser uma comédia histórica ver a Igreja Católica (decerto impressionada pelo exemplo indecente dos irmãos da Opus Dei no nosso tão católico BCP e outros) insinuar que ser escandalosamente rico é capaz de ser pecado mortal, e ver o Partido Comunista da China declarar que “ser rico é glorioso e revolucionário”. O mundo está de pernas para o ar. Pois está, mas há lições a extrair.

Marx dizia que o dinheiro faz dinheiro e esse era o pecado original do capitalismo. Em contraponto, os capitalistas juravam que o dinheiro produz riqueza e, entre os dois, os sociais-democratas propuseram que o dinheiro criasse então riqueza e que o Estado tributasse essa riqueza - “de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades”. Mas tudo isso foi antes da globalização.

Agora o que vemos é que, dos cem homens tidos como os mais ricos da Alemanha, quarenta tinham uma conta secreta numa «off-shore» do Liechtenstein, para fugirem ao fisco (também lá estão alguns portugueses, mas desconhece-se se o Governo se vai atrever a pedir os seus nomes à chanceler Merkel e agir em conformidade). Razão tinha o nº 1 da lista da ‘Forbes’, Warren Buffet, quando disse que doava um bilião de dólares para assistência social se houvesse um só presidente de banco americano que lhe conseguisse provar que pagava uma taxa mais alta de imposto que a sua secretária. (Já agora é interessante constatar que todos os bilionários do mundo - Buffet, Bill Gates, Carlos Slim, etc. - são conhecidos também pela sua veia filantrópica. E quantos milionários nossos conhecemos que financiem uma ala de hospital, um programa de saúde, um laboratório ou Faculdade na Universidade, um prémio literário ou artístico, um bairro social, um parque natural? Pior ainda é quando olhamos para a lista da ‘Forbes’ e constatamos que os grandes milionários portugueses que lá figuram devem a sua fortuna a relações íntimas com o poder, aqui ou em Angola, ou a simples especulação bolsista, sem que dêem ao país qualquer contrapartida de valor).

Tarde e a más horas outra vez, Alan Greenspan vem dizer que espera que a crise ensine que o sistema financeiro não pode continuar em auto-regulação. Infelizmente, não é certo que, mesmo agora, os governos aprendam a lição. Eles acham que o sistema financeiro é tão importante que não se lhe pode tocar nem com uma flor. E um dia, como agora sucedeu em Inglaterra e nos Estados Unidos, acordam em sobressalto e correm a meter dinheiro dos contribuintes para evitar a falência dos bancos - enquanto os seus administradores se retiraram com reformas escandalosas em paga do bonito serviço que deixaram. É verdade que a economia não é uma ciência certa. Mas a ética nos negócios e o decoro são-no: têm regras que todos conhecemos.
P.S.: Sempre detestei usar este meu espaço para contas pessoais e, por isso, vou restringir-me ao mínimo: a idade ensinou-me que não vale a pena gastar tempo e energias a discutir com pessoas de má-fé.

Isto aplica-se ao director do ‘Público’.

MEU COMENTÁRIO

Excelente texto de Miguel Sous Tavares.

PUBLICAÇÃO de
João Brito Sousa

DA IMPRENSA/JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

Educação"simplex.

Por outras, palavras,

texto de

Manuel, António, Pina

Um dos mistérios da actual política educativa é a imposição de rígidos critérios de avaliação aos professores em vez do que convencionou chamar-se de "progressão automática" na carreira e, no que respeita aos alunos, a opção pelo facilitismo e por uma espécie de "progressão automática" de ano com recurso a sucessivas "provas de recuperação".

As próprias classificações dos alunos contarão para a avaliação dos professores, o que significa que dar boas notas será meio caminho andado para um professor poder subir na carreira. Assim, não só no Estatuto da Carreira Docente a palavra "ensinar" desapareceu das atribuições dos professores, como estes estão hoje sujeitos a todas as formas de pressão (até física; ainda recentemente uma professora do Carolina Michaelis foi agredida por uma aluna a quem deu uma nota baixa), da parte de alunos, de pais e do próprio Ministério para serem permissivos.

Desde que se matricule, um aluno tem a passagem de ano assegurada. Nem precisa de ir às aulas, basta-lhe fazer umas "provas de recuperação". E, se nem isso resultar, obterá depois o diploma do 12º ano em 15 dias nas "Novas oportunidades" da sua junta de freguesia. Não seria mais "simplex" o diploma do 12.º ano ser de distribuição geral como o Bilhete de Identidade?


Publicação de
João brito Sousa

TERTÚLIA NO CAFÉ PIRAMIDES


A TERTÚLIA NO CAFÉ DAS PIRÂMIDES
A prova da teoria sobre a origem das nossas Campinas.


Por DIOGO TARRETA

Esta crónica, recebida de Washington, pretende ser uma pequena homenagem a uma personalidade que mito amou Faro, porque as cidades também se amam .

Recordando um grande Farense

Um homem fascinante da nossa cidade que eu tive a honra de por ele ser considerado um amigo- o Engenheiro Joaquim Lopes Belchior- homem culto, e empreendedor.

Calculou e construiu o hotel Eva, e fundou a Metal Farense entre outras muitas coisas mais. Foi também um grande agricultor no ramo dos citrinos.

Um dia disse-me –Diogo o dinheiro é o poder dos ignorantes, salvo raras “excepções” creio que se referia a ele a excepção- homem de grande fortuna mas extremamente inteligente e culto.

Deixou amargo de boca a alguns! Foi sempre um homem de oposição sensata- foi seguido de perto pela Pide mas, não puderam pôr-lhe a mão. Porque sempre fez oposição sensata, repito!

Segui-o algumas vezes nas suas pesquisas, sobre a nossa região e prezo-me de um dia ter encontrado a prova da sua teoria sobre a origem das nossas Campinas.

Segundo ele e é verdade toda a planície que começa no Coiro da Burra e acaba no Rio Seco, é formada pelos aluviões das duas principais ribeiras que nos circundam a este e a oeste- a Ribeira da Conceição e a do Biogal e pelo meio a de Marchil.

Devido ao trabalho a que me dedicava na altura, Pesquisa e Captação de águas, aconteceu-me um dia olhar numa nora no Chelote e para minha surpresa, a nora só tinha 4 ou 5 metros de anéis! Eles estavam assentes num cascão e por baixo do cascão um algar enorme e a continuação da nora já sem anéis de cimento- o algar estava coberto de detritos pequenos de rocha!

Fiquei intrigado e procurei-o ao que ele acedeu de imediato e...lá fomos . O homem quando viu o fenómeno disse-me: “ Diogo você não sabe quanto isto é importante para mim! Esta aqui a prova da minha teoria que deixa e ser teoria e passa a facto”.

Esta nora esta situada por detrás da casa de bicicletas do Estaca- para quem conheça.

Tínhamos um grupo de amigos que nos juntávamos no café das Pirâmides no jardim Manuel Bívar, que nos reuníamos ao fim da tarde para conversar - faziam parte o senhor “Xavier”(antigo chefe da secretaria do liceu, muito dotado em letras corrigia a obra escrita do engenheiro), outro engenheiro mais jovem o engenheiro Sabino, neto do David Cramegeira, para quem se lembre.

Rapaz de uma inteligência fulgurante mas com pouca paciência e uma maneira de ver a política diferente da do Engº Belchior e não raro se envolviam em discussões acesas.

O Zé Luís Leiria Faria, comandante da Tap agora ja reformado e que se referia à sua profissão como sendo chauffeur de aviões, também entrava nas acaloradas discussões.

E nós os menos cultos ouvíamos e absorvíamos na medida do possível aqueles ensinamentos e chamávamos ao grupo “Universidade Aberta” colaboravam também o Jorge das Pirâmides –proprietário- orgulhoso de ter por clientes no seu estabelecimento homens brilhantes como aqueles. E não raro se juntavam 4 ou 5 mesas do café para tomar uma biquinha., e ouvi-los.

O engenheiro Belchior também era muito terra a terra e contou-nos que um dia quando construiu o cinema de Silves, na hora do pagamento final o dono não queria pagar o saldo da factura e arranjou desculpas de mau pagador, pelo que o pleito foi parar a tribunal.

O advogado do engenheiro era o doutor Carrapato, Advogado também muito conceituado que negociou o acordo final na presença do juiz e, quando o sujeito passou o cheque, não conhecendo provavelmente bem o engenheiro fez o seguinte comentário que o enfureceu e que foi mais ou menos isto:- “obrigado Sr. Engenheiro está uma obra perfeita, mas sabe negócio é negócio e temos sempre que pagar o menos possível!

Mesmo na presença do juiz o Belchior não resistiu e deu-lhe um par de murros que por pouco não o levaram à cadeia!

Foi presidente da Câmara da nossa cidade a seguir à revolução e não raras eram as vezes que o Engº Belchior acabava a reunião de câmara com dois socos na mesa e o comentário- “assim não se vai a lado nenhum”

Há muito para dizer sobre este grande Farense e a sua obra - falaremos mais noutra ocasião- sobre este grande homem que tanto me fascinou e influenciou.


Diogo Costa Sousa

FALAR DE EDUCAÇÃO


CRÓNICA DE WASHINGTON

Caro João.

Cito de memória:

"Na sociedade da abundância do estado providencia o herói e' o marginal, sinal evidente do nosso olhar e pensar da decadência actual."

Este e' o ultimo parágrafo da "Luta educativa, elucidativa II, do APC GORJOES.

Encerra a verdade "cancerígena "da nossa sociedade. O vitimizar do marginal - o estado providência, e' o mal de todos os males. Todos são culpados de todos os males que nos rodeiam - menos nós.!!

"O estado tem que fazer"!

"O estado tem que dar"

Mas quem e' o estado?...Um saco sem fundo de tesouros e moedas de ouro?...Ou somos nós? Os contribuintes!?

Para quando o pedir de responsabilidades?

Para quando o "EU" ser responsável pela minha velhice? O poupar hoje para ter amanha?

Para quando o "EU" ser responsável pelo produzir no meu posto de trabalho?

Para quando o "EU" ser responsável pela educação básica e comportamento dos meus filhos?

O amigo ADOLFO, agarrou o boi pelos cornos, chamou os bois pelos nomes, nada a acrescentar.

A luta continua...sim, mas os dados inverteram-se.
um abraço meu amigo....

DIOGO....ainda no activo


AGRESSÕE S NA ESCOLA
por arnaldo silva

Também vi o vídeo. Também ouço falar de muito mais agressões a Professores.Mas quase me apetece dizer, à boa maneira do calão português, "É bem feito!"Eu traduzo.

O pós Revolução que se viveu neste país, carreou uma alteração de comportamentos sociais, para os quais, em termos de educação, princípios e hábitos de convivência democrática, não estávamos preparados. Era inevitável e consequente. Mas o lado grave da questão é o de que, em termos de quem teve nas suas mãos o poder de providenciar educação, nada ter feito nesse sentido.

Ou, pior do que isso, agiu ao contrário, permitindo que se deixasse crescer toda uma juventude na presunção de que a sociedade só lhe conferia direitos, sem obrigações ou deveres para com terceiros.

Os jovens passaram a sentir que tinham todo o direito a queixarem-se do comportamento dos pais , por maus tratos domésticos se, face ao cometimento das diabruras próprias da idade, apanhassem o merecido e educador "tabefe", no preciso momento. E, espantemo-nos, ganhavam as acções!!

Na área do ensino primário (agora apelidado de básico), onde se tem a criança na idade adequada para se formar e aprender as regras básicas de convivência, "a menina dos cinco olhos" teve que ser jogada fora e a palmada correctora de conduta imprópria não pode mais ser aplicada, sob pena de se punir severamente o professor "agressor"!!! E nem o levantar da voz, para uma reprimenda mais séria, pode ser feito, pois logo se corre o risco de ser acusado de "usar de violência verbal"!!

Os meninos, na sagacidade que lhes é inata, cedo se aperceberam de que castigos não havia mais e que os seus actos, fossem quais fossem, apenas tinham como consequência uma chamada dos pais à Escola, para uma conversa com a Direcção. Os pais de hoje, que assim foram educados, não são mais capazes de chegar-se a uma Professora e dizer-lhe que "pode chegar-lhe a roupa ao pêlo, se o meu filho se portar mal" mas, bem ao contrário, a mensagem é a de que "se lhe tocar num cabelo, eu faço-lhe a folha!".

Resultado, os professores viram-se despojados de autoridade e de meios correctores, eficazes e eficientes, da má conduta dos meninos e, violentados, encontram-se vencidos.Os sociólogos, psicólogos e psicanalistas saberão o que estão a fazer quando defendem que a palmada (o castigo físico) é traumatizante para a criança, logo, proibitiva. Saberão?! É, pois, preferível deixar chegar as coisas a este estado?! Será possível educar sem o castigo físico?! Segundo aqueles peritos, parece que é preferível tentar educar, apanhando dos educandos e dos pais dos educandos.

Mudança dos tempos...

Arnaldo silva
Felizmente reformado

PS- A "menina" do vídeo, parece que vai ser "punida" (?!) com a transferência para outra Escola!!! Mandá-la para uma casa de correcção da conduta de menores seria muito traumatizante?!


Publicação de
João Brito Sousa

domingo, 23 de março de 2008

BOA PÁSCOA


PORTO, 2008.03.23

BOA PÁSCOA

Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

sábado, 22 de março de 2008

MIGUEL DE SOUSA TAVARES

(MST)
CARTA de uma PROFESSORA a um mócótó português

Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que “os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país.”? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que “são os inúteis” mais protegidos do país?

Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados “são os inúteis mais bem pagos do país”?

Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados. Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha profissão.

Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, “os inúteis mais bem pagos do país”, que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.
Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de “escrevinhar” alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende!

Para si, democracia deve ser estar do lado de quem convém. Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina um texto da sua sábia mãe: “Perdoai-lhes, Senhor

Porque eles sabem o que fazem.”
Ana Maria Gomes
in http://movimentoprofessoresrevoltados.blogspot.com (20 de Março de 2008)

por João Brito Sousa

O MEU COMENTÁRIO

MST, disse o seguinte, acerca dos professores: UNS INÚTEIS MUITO BEM PAGOS!!!
INADMISSIVEL tal frase.
João Brito Sousa

sexta-feira, 21 de março de 2008

IMPRENSA/ JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

Por outras, palavras,
Texto de Manuel, António, Pina

O vídeo ontem divulgado (disponível em http//videos.sapo.pt/va7Bw3jUosBvQQGTBYWD) é um retrato dramático da situação a que chegou o Ensino entre nós.
Numa escola do Porto, uma professora é agredida em plena sala de aula, agarrada, empurrada e perseguida por uma aluna a quem tirara o telemóvel, no meio de gritos e palmas do resto da turma.
Impotente, a professora tenta, em vão, dirigir-se à porta para sair, acossada por um magote de adolescentes que a puxam violentamente, enquanto, em "off", uma voz exulta: "Sai da frente, ó gorda!", "Altamente" "Ela vai cair!".

Sabe-se (só o Ministério o ignora) que muitas escolas são hoje um campo de batalha onde ninguém está a salvo, e que ser professor ou aluno deveria dar direito a pagamento de subsídio de risco.

Basta compulsar o número de docentes, funcionários e alunos que todos os anos recebem assistência hospitalar. A permanente campanha de desprestígio e desautorização dos professores promovida pelo actual Ministério tornou-os o elo mais frágil e desrespeitado da cadeia educativa.

O resultado está à vista. Seria interessante ver como (com que leis ou com que Estatuto do Aluno ou da Carreira Docente) reagiriam a ministra e os seus secretários de Estado na situação da professora da Escola Carolina Michaëlis.

Publicação de
João Brito Sousa

O TIGRÓ

ERA O NOME DO CÃO,

que o meu padrasto tinha lá em casa aí nos nos 63 em diante. O cão era um animal muito inteligente e valente para defender o património da casa. Defendia-a bem. Uma vez, parece que foi lá o homem da luz fazer uma contagem qualquer e, não medindo bem as distâncias, o Tigrô deu-lhe.

Não me lembro de haver muitos cães de guarda lá na nossa casa na horta. Mas o cão é o meu animal preferido São animais fiéis ao seu dono e nessa matéria a fidelidade é sagrada.

Uma vez, já trabalhava em Almada, vim de férias, creio que pelo Natal e não tendo chave, tive que entrar pelas traseiras e passar perto do animal. E o cão quase que me cumprimentou apesar de ter pouco contacto comigo..

O meu sogro é que era muito amigo de cães e já agora, das pessoas também. Era espectacular observar o carinho que o meu sogro dedicava aos animais. Um cão houve que lá tinha em casa que, à chegada do trabalho lhe confiava a chave do camião, a ferramenta de trabalho que utilizava e o cão lá ia colocar a chave no cesto, todo radiante.

E ainda houve a Luar, uma cadela corpulenta que a minha mulher possuiu em tempos idos..

Como disse Victor Hugo;: “quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cães.”

João Brito Sousa

O NOSSO PAÍS NO TEMPO DOS BRANDÕES

(museu dos BRANDÕES)

O NOSSO EXÉRCITO,
Estava cheio de oficiais ingleses, aqui colocados e impostos por Sir William Carr Beresford, delegado do governo de Inglaterra, que pretendia transformar Portugal num protectorado, como no Egipto, e que arrancava ao erário público todo o dinheiro da nação empobrecida e em extremo estado de miséria, resultando daqui que começou a nascer uma ideia de reacção a este estado de coisas, pois ainda não se tinha perdido o brio nacional.

O espírito de independência estava bem vivo no nosso País, que, acompanhado de perto pelos ideais da liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa de 1789 (que tinham percorrido toda a Europa) encontrara um bom acolhimento em Portugal, mais a Constituição espanhola de 1808 e mais tarde de 1817, fez nascer em Portugal a suprema aspiração de um regime livre, que tivesse por base uma lei fundamental e sacudisse de vez o jugo estrangeiro que nos perdia e humilhava ao extremo e à vista de todo o Mundo.

Em favor destas ideias e correndo a par e passo com elas, estavam as tais sociedades secretas, que se iam formando em diferentes pontos do País e onde os franco-maçons ou pedreiros livres, como vulgarmente se designavam, se esforçavam por dar uma direcção aos protestos contra o Lord Protector e contra os Ingleses egoístas e absorventes.

A primeira associação foi denominada «Supremo Conselho Regenerador de Portugal, Brazil e Algarves» que não tardou a ser descoberta e severamente punida pelo despotismo dominante.

Onze dos seus membros subiram ao patíbulo no Campo de Santana e o General Gomes Freire de Andrade sofreu morte ignominosa, sendo enforcado na esplanada da torre de S. Julião da Barra, porque houve medo de o mandar fuzilar pelas tropas, com receio de que estas se indisciplinassem.

Rodrigo da Fonseca Magalhães salvou-se, disfarçado em aguadeiro, para o que muito lhe valeu saber falar bem o dialecto galego.

Foi um desastre esta primeira tentativa do País se livrar do domínio inglês.

Mas apesar disso, não tardou muito que, na cidade do Porto, se formasse outra associação secreta com o mesmo fim e de que faziam parte, Manoel Fernandes Tomás, José Ferreira Borges, José da Silva Carvalho, Ferreira Viana e Duarte Leça, que agregaram muitos outros associados e todas as classes, entre os quais se conta o Dr. Roque Ribeiro Abranches Castelo Branco, mais tarde Visconde de Midões.

Esta associação, cerca de dois anos mais tarde, fez a revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, de cujo movimento saiu a Constituição Política de 1822, que João VI jurou e mandou cumprir..

Texto de
João Brito Sousa