segunda-feira, 15 de outubro de 2007

LITERATURA


TORGA, um dos maiores.


Gosto da literatura portuguesa e acho que temos grandes autores. Gosto muito de Torga.
Vou aos meus apontamentos de leitura e retiro uma frase ao acaso para a discutirmos aqui. Aí vem ela:

“Encaixar o insucesso e retomar a rabiça com redobrada energia- eis a grande lição do camponês.”...

Como se sabe Torga nasceu em S. Martinho de Anta fez há pouco tempo cem anos. Apesar de ter vivido no Brasil para onde foi com um tio, esteve sempre mais perto de se sentir um homem complexado do que ao contrário.

Creio que era um homem de uma inteligência, muito, muito acima da média e foi um grande valor da literatura portuguesa quer como prosador quer como poeta.

Voltou do Brasil, estudou e formou-se em Coimbra e aí exerceu a profissão de médico urologista.

Ia à aldeia de S. Martinho passar as férias e viajou um pouco. Adorava o campo, as fragas por onde andava muitas vezes e dizia, a poesia brota-me e os versos saem em catadupa.

Gostava de sair de manhã cedo para a caçada das perdizes, cartucheira `a cinta, espingarda de dois canos, olhos bem abertos e vamos a isto. Era também ele que matava e esquartejava o porco no Natal quando descia `a aldeia.

Em Coimbra não recebia todos ; era selectivo nas amizades. E quem quisesse falar-lhe tinha que lá ir. Penso que não era por snobismo; era mais talvez como um sinal de revolta contra a humanidade que ele não entendia muito bem. Era socialista e esteve no primeiro Congresso do Partido.

Li não sei onde que a parte final da sua existência foi dolorosa, porque não aceitava que, sendo ele médico, não conseguisse resolver a situação de continuar vivo como ele aparentemente desejava.

Por outro lado, considerava uma grande injustiça nós não termos sido tidos nem achados para nos instalarmos neste planeta onde fomos abandonados..

Torga conhecia bem o mundo rural e sobretudo conhecia bem a intrepidez do homem do campo, que, muitas vezes, solitariamente tinha que estar preparado para resolver todas as agruras da vida.

Insucessos resolvem-se com cabeça levantada e trabalho. Para um transmontano não há outra forma. Apenas com HONRADEZ as coisas se resolvem... e nada mais.

João Brito Sousa

2 comentários:

  1. Boa noite ! como está ? Costuma estar ligado ao site ? Quando é que posso converser consigo? Adoraria poder aceder aos seus outros blogs (alferes malheiro e bracipoemas)!

    ResponderEliminar
  2. PORTO, 2007.10.21

    Meu caro Pedro,

    Viva,

    Obrigado pelo seu comentário.
    Estou bem obrigado. Pode conversar comigo quando quiser através do email jbritosousa@sapo.pt

    Escreva-me ok.

    Um abraço do

    João Brito SOUSA

    ResponderEliminar