quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

HISTÓRIA; REGICÍDIO



Defesa proíbe Exército na evocação a D.Carlos

O Exército cancelou a sua participação nas cerimónias de homenagem ao rei D. Carlos que se realizam amanhã, data do centenário do seu assassinato. Uma decisão tomada depois de o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, ter deixado claro que aquela participação não se enquadra no quadro de actividades a que as Forças Armadas podem associar-se. Num despacho datado de 17 de Janeiro, Nuno Severiano Teixeira não faz referência concreta à homenagem ao rei D. Carlos. Mas a mensagem é clara - até porque, em data anterior, o ministro tinha já pedido ao Exército informação sobre a natureza da iniciativa a que a instituição se estava a associar. Na agenda da evocação do centenário do regicídio constava a participação da banda do Exército, do Regimento de Lanceiros, do Regimento da Artilharia Anti-aérea nº1 e do Colégio Militar.

Na sequência da resposta do Exército, Severiano Teixeira emitiu então um despacho a lembrar a necessidade de as Forças Armadas adoptarem um critério rigoroso no tipo de eventos em que participam. Para o ministro, a instituição militar tem de saber distinguir muito claramente o que sejam iniciativas de carácter histórico, científico ou cultural - nas quais a participação das Forças Armadas não levanta qualquer objecção. Caso diferente, adverte o titular da Defesa, são iniciativas que possam revestir natureza política. Neste caso qualquer associação está constitucionalmente vedada. Figura ligada ao Exército

Na sequência do despacho do ministro, o Exército acabou por cancelar a sua participação na homenagem, no final da semana passada.Inicialmente, o entendimento foi diferente: a iniciativa foi vista como mais uma das muitas a que o Exército se associa, não lhe sendo atribuído um carácter de natureza política. Uma interpretação que se fundará na figura do próprio rei. Dom Carlos foi, ao contrário de outros monarcas, uma figura muito ligada ao Exército. Comandante de batalhão honorário do Real Colégio Militar, a sua memória continua a ser evocada anualmente: a cerimónia de abertura solene do ano lectivo do Colégio Militar é marcada pela entrega da espada do Rei D. Carlos ao novo Comandante de Batalhão.
Polémica no Parlamento
O caso assumiria outra dimensão com um requerimento do Bloco de Esquerda a questionar a participação do Exército numa cerimónia política de carácter particular. O caso chegou a ser discutido na comissão parlamentar de Defesa, na última terça-feira, com todos os partidos a pronunciarem-se de forma unânime contra esta situação, por se tratar de uma homenagem de natureza particular. Fernando Rosas, o autor do requerimento do BE, confirmou ontem à Lusa o desfecho do caso: "O ministro [da Defesa] teve a gentileza de me telefonar comunicando que já emitiu um despacho no sentido de não autorizar a participação de bandas do exército nas comemorações do centenário do regicídio".
A favor da participação

Voz dissonante é a do deputado Quartin Graça, do Movimento do Partido da Terra (MPT). Eleito pelas listas do PSD nas últimas legislativas, o parlamentar afirmou ao DN que esta contestação "esquece que D. Carlos, além de rei, foi um chefe de Estado português". Para Quartin Graça "a tentativa de interferência do Bloco de Esquerda nos preparativos da evocação do Regicídio é indigna de um representante do povo português, revelando uma visão sectária daquela que foi o papel desempenhado por um antigo Chefe de Estado, o Rei D. Carlos". A quem "todo o País, Forças Armadas incluídas", diz o deputado, "deve o merecido respeito pelos serviços prestados a Portugal em determinado momento da nossa história". Quartin Graça solicitou mesmo à bancada parlamentar social-democrata - que integra como independente - uma intervenção em plenário, para hoje, no sentido de abordar este tema. Com E.C.

Recolha de
João Brito Sousa

OPINIÃO

(Universidade Economia)

QUEM TEM RAZÃO?

TRÊS PONTOS DE VISTA

1- Do blogue http://bussola.blogs.sapo.pt dirigido por Manuel Serrão, Júlio Magalhães e outros, o Rogério Gomes fez publicar o post, com o título,

“o Norte, a Universidade e a informação”,

donde concluiu que “a iniciativa liderada pela Universidade do Porto (a maior do País, sabiam?) com o objectivo de discutir o futuro do Norte, foi de relativo pouco relevo...

E questiona-se porquê se afinal estavam lá Artur Santos Silva, Rui Moreira, Carlos Lage , Rui Rio, o reitor da UP, e muitas outras figuras do Porto e do Norte. .

Por falta de espaço ou excesso de agenda? Não faltaram temas bem menos interessantes a ocupar páginas e minutos de rádio e de televisão.

2 - Por outro lado, diz Manuel Serrão em artigo de opinião publicado no JN de hoje: “Só a Regionalização permitirá a "emancipação política" do Norte, era o título que encabeçava a notícia que o JN publicou ontem sobre o terceiro encontro "Porto Cidade Região", que também ontem terminou no Palácio da Bolsa. Nada mais verdadeiro”...

3 - “BASTA DE LAMÚRIAS E BAIRRISMOS SERÔDIOS,São estas as palavras proferidas hoje pelo Reitor da UP, Professor Doutor José Marques dos Santos,. que disse, ainda::

"Perante a ausência de órgãos regionais com legitimidade democrática, a sociedade civil nortenha, não tem outra via para liderar o processo de desenvolvimento, que não seja a coopetição (COOPERAÇÃO e COMPETIÇÃO) entre instituições, de forma a gerar massa crítica."

MEU COMENTÁRIO

Como portuense recém chegado à cidade, a minha opinião coincide com a do Reitor da UP, sem mais palavras.

Aliás, eu já tinha assumido a minha posição no http://adefesadefaro.blogspot.com/ onde escrevi antes do evento:

“Sei que a Universidade tem prestado bons serviços à cidade (deveria ser, pelo menos, sua preocupação prestar esses serviços) mas isso não é bem visível.Nestes encontros, que reputo imprescindíveis, aparece apenas o Economista Dr. Daniel Bessa.
Para uma Universidade com a credibilidade da Univ. Porto é pouco, muito pouco.Onde estão os grandes investigadores da cidade e da Universidde? É que não os tenho visto...
Quanto aos resultados esperados do evento, que gostaria de ver comentados aqui, não auguro nada de bom.
O Porto está sem alma própria, sem confiança, sem soluções, sem vontade, sem ideias ... .Vamos ver... “

Ao que parece não me enganei muito.
João Brito Sousa

ELEIÇÕES AMERICANAS

(senador McCain)


McCAIN vence na Flórida e assume a liderança da corrida republicana

Senador supera Romney e deve receber hoje o apoio de Giuliani, que amarga um distante 3.º lugar

Patrícia Campos Mello, MIAMI


O senador pelo Arizona John McCain venceu as primárias republicanas de ontem na Flórida, superando o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, segundo projeção das TVs americanas com base em resultados parciais. O triunfo dá a McCain um grande impulso para a Superterça, dia 5 - quando serão realizadas primárias republicanas em 21 Estados -, principalmente porque mostra que ele tem apelo também na base do partido e não depende somente dos eleitores independentes.

Apurados 79% dos votos, McCain tinha 36% e Romney, 31%. O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani vinha num distante terceiro lugar, com 15%, seguido de perto pelo ex-governador de Arkansas Mike Huckabee, com 14%. Com isso, cresce a expectativa de que Giuliani abandone a disputa. Já Huckabee afirmou que seguirá em frente.Durante a campanha na Flórida, McCain apostou em suas credenciais de política externa para conquistar eleitores no Estado, que tem forte presença militar. Daqui para a frente, o senador também contará com a vantagem de ser percebido pelos eleitores republicanos como o mais “elegível”, ou seja, o único candidato do partido que conseguiria derrotar a senadora democrata Hillary Clinton nas eleições de novembro.

Já Mitt Romney ressaltou na campanha a sua experiência empresarial e se apresentou como o melhor candidato para tirar os EUA da crise econômica. O ex-governador deve continuar a usar suas habilidades como administrador para ganhar votos na Superterça, dia 5. Os dois passaram o dia trocando acusações.

McCain voltou a acusar Romney de defender um cronograma para a retirada de tropas do Iraque. Romney, por sua vez, criticou a falta de conhecimentos de McCain sobre economia.O jogo duro da campanha se justifica. As primárias da Flórida dão ao vencedor todos os 57 delegados em jogo.

Até ontem, o líder da corrida republicana era Romney, com 74 delegados. Mas McCain, com seu triunfo na Flórida, assumiu a liderança, com 97.Para McCain, a Flórida significou seu maior teste até agora, já que o Estado foi o primeiro a realizar prévias fechadas, ou seja, sem a participação de eleitores independentes, que deram a ele a vitória em New Hampshire e na Carolina do Sul.Já para Giuliani, a Flórida era a última chance de manter sua candidatura viva. Em uma estratégia arriscada, ele ignorou as primeiras prévias e dedicou-se totalmente ao Estado, onde passou mais de 50 dias em campanha.

Mas acabou amargando o terceiro lugar. Antes mesmo do encerramento da votação de ontem, Giuliani, diante de pesquisas que já o apontavam em terceiro, admitiu pela primeira vez que pode retirar sua candidatura. “Minha decisão será tomada na quarta-feira (hoje) de manhã”, afirmou o ex-prefeito. Fontes republicanas indicaram que ele deverá declarar hoje seu apoio a McCain.

DEMOCRATAS

Na Flórida também foram realizadas ontem primárias democratas, mas, assim como ocorreu em Michigan, seu resultado não tem validade - o diretório nacional do partido resolveu desconsiderá-lo como punição à direção estadual por esta ter antecipado a data das prévias. Os candidatos democratas comprometeram-se então a não fazer campanha no Estado. De qualquer forma, a senadora Hillary Clinton foi a mais votada. Apurados 79% dos votos democratas, ela estava com 50%, seguida pelo senador Barack Obama (com 33%) e pelo ex-senador John Edwards (com 14%).

Rcolhido do ESTADO DE S. PAULO

por João Brito Sousa

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O GOLPISTA

(BASTILHA)

Golpista do Société Générale é solto depois de assumir operações fictícias
estado de S.Paulo

Kerviel disse à Brigada Financeira que agiu no interesse do banco e negou ter enriquecido com as operações
Texto de Andrei Netto

O jovem de 31 anos suspeito de ser autor de golpes que causaram perdas financeiras de € 4,9 bilhões ao banco francês Société Générale ganhou liberdade provisória ontem. Jérôme Kerviel, operador da instituição, estava detido desde sábado na Brigada Financeira, um braço da polícia da França.

Ele prestou depoimentos nos quais reconheceu que tomava posições de risco em nome da empresa. Kerviel disse que desde 2005 criava operações fictícias para dissimular posições especulativas. A compra de activos que ele realizou somou, de acordo com o banco, 48 bilhões, que foram renegociados pela instituição entre segunda e quarta-feira passadas em bolsas européias, em especial em Londres e Frankfurt.

Segundo Kerviel, a perda de 4,9 bilhões teria sido causada pela “precipitação” do Société Générale em devolver os títulos ao mercado.Kerviel negou que tenha enriquecido com as operações e disse agir de acordo com os interesses do banco. Confirmou que tinha “relativa liberdade” e conhecia os sistemas informatizados de controle por ter trabalhado cinco anos no sector encarregado de monitorar “operadores”.

Elisabeth Meyer, advogada de Kerviel, disse que seu cliente foi indiciado por abuso de confiança, falsificação e uso de documentos falsificados e violação de códigos de sistemas de informática antes de ser posto em liberdade.

Ele não deverá ser acusado de corrupção se ficar comprovado que não houve enriquecimento ilícito.O depoimento de Kerviel confirma em parte os argumentos usados pela direção do Société Générale para explicar o prejuízo. Ontem, em Paris, o presidente do banco no Brasil, François Dossa, definiu Kerviel como “um génio da informática” que “criou um esquema” para compra e venda de activos sem o efectivo registro pelo sistema de controle do banco. “Foi exactamente isso que aconteceu.

O sistema não é frágil, mas esses hackers conseguem burlar qualquer sistema”, disse Dossa ao Estado, após um encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Hoje, todos os bancos estão varrendo seus sistemas para verificar se não há factos semelhantes”, argumentou.Para Dossa, eventuais alegações de Kerviel de que trabalhava em nome dos interesses do banco são um delírio.

“Para se defender, ele falará qualquer coisa.” O presidente da filial brasileira reconhece que a imagem do banco foi arranhada, mas pondera que o fraudador foi o grande responsável. “O facto é que não foi uma fraude óbvia.”Os € 4,9 bilhões perdidos nas operações de Kerviel equivalem a 80% dos lucros do banco em 2007. “Podemos dizer que não houve lucro, ou que lucramos apenas € 800 milhões em 2007.

Mas o facto é que nosso capital não mudou”, disse Dossa.Para compensar o rombo nas contas, o executivo confirmou que o Société Générale realiza operações de aumento de capital no valor de € 5,5 bilhões, para indicar ao mercado que a crise será superada com excedentes financeiros. Em contrapartida, analistas de mercado ouvidos pelos jornais Le Monde, Le Figaro e Libération indicaram que o aumento de capital fragiliza a posição dos actuais accionistas diante de uma possível oferta de compra do banco.

Recolha de
João Brito Sousa

2008 O ANO DAS INCERTEZAS

(haja alegria)

MAIS DESEMPREGO NO MUNDO
estado de S.Paulo

Mais desemprego no mundo O rápido crescimento da economia mundial nos últimos anos gerou milhões de empregos, mas nem assim foi possível evitar o aumento do número de desempregados, porque a quantidade de vagas abertas não foi suficiente para abrigar todos os que chegaram ao mercado de trabalho no período. O que acontecerá ao longo de 2008, quando o desempenho económico em todo o mundo deve ser pior do que o dos anos anteriores, ainda que não aconteça a recessão nos Estados Unidos?

O resultado, de acordo com pesquisa que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de divulgar, pode ser o acréscimo de 5 milhões de pessoas ao contingente de desempregados em todo o mundo.O informe anual da OIT Tendências Mundiais do Emprego faz uma avaliação prudente do quadro económico actual.

Mesmo o aumento do número de desempregados que projecta para este ano não chega a ser estatisticamente relevante. No ano passado, cerca de 3 bilhões de pessoas estavam empregadas em todo o mundo. Os desempregados, de acordo com a OIT, representavam 6% da força de trabalho total. Se em 2008 o número de desempregados aumentar em 5 milhões, o índice subirá para 6,1%, variação muito pequena.Mas a questão não é meramente estatística. O desemprego já atinge quase 200 milhões de pessoas e suas famílias. Além disso, a falta de emprego não é o único problema que afecta os trabalhadores e suas famílias no mundo inteiro. Boa parte dos que integram o grupo dos empregados vive em situação muito difícil.A OIT calcula que 487 milhões de trabalhadores ganham menos de US$ 1 por dia, quantia mínima para retirá-los da linha de pobreza.

A renda de 1,3 bilhão de empregados não chega a US$ 2 por dia. Ou, como resume o informe da OIT, “apesar de estarem trabalhando, 4 entre 10 trabalhadores são pobres”. Além disso, metade dos empregados está em situação considerada vulnerável pela instituição: não está legalmente contratada e por isso não dispõe da protecção do sistema de seguridade social.Na América Latina, ao contrário do observado em outras regiões, a proporção de empregos vulneráveis está crescendo.

Em 1997, segundo a OIT, esses empregos correspondiam a 31,4% do total; no ano passado, a proporção havia subido para 33,2%. Ou seja, um terço dos trabalhadores latino-americanos que estavam empregados tinha empregos de má qualidade. Na região, o sector que mais absorveu trabalhadores nos últimos anos foi o de serviços e, entre as pessoas empregadas nesse sector, o número de mulheres supera o de homens. É possível que boa parte dessas pessoas trabalhe por conta própria, com baixa eficiência, o que reduz a produtividade do trabalho na região, que é menor do que a produtividade média mundial.Para resolver esses problemas, bem como para conter o desemprego, a OIT recomenda que os governos utilizem melhor as oportunidades que surgem nos períodos de rápido crescimento económico para estimular a criação de empregos mais produtivos, com melhor remuneração.

O crescimento económico, por si só, não tem sido suficiente para melhorar as condições no mundo do trabalho, nem mesmo para conter o aumento do número de desempregados (em 2006, o total de desempregados no mundo era de 187 milhões; no ano passado, apesar do crescimento de 5,2% da economia mundial, o total subiu para 189,9 milhões de pessoas). Daí, segundo a OIT, a necessidade de os governos agirem para assegurar que o progresso económico se transforme num factor de inclusão social e não de aumento das desigualdades, como ocorre em muitos países.

Na avaliação da OIT, a crise actual é difeente das anteriores. Esta surgiu no mundo industrializado e, ao contrário do que aconteceu com as crises da década passada, não afectou de maneira notável os demais países - pelo menos até agora. Não há, porém, nenhuma segurança de que esse quadro se manterá. A questão, diz a OIT, é como o mercado de trabalho em todo o mundo reagirá à redução da actividade económica. “Este será o ano das incertezas”, resumiu o director-geral da OIT, Juan Somavia.
Recolha de
João Brito Sousa

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

EU e o REITOR

(reitor UP)
“BASTA DE LAMÚRIAS E BAIRRISMOS SERÔDIOS,

São estas as palavras proferidas hoje pelo Reitor da UP, Professor Doutor José Marques dos Santos, que coincidem com as minhas, quando disse:

"Perante a ausência de órgãos regionais com legitimidade democrática, a sociedade civil nortenha, não tem outra via para liderar o processo de desenvolvimento, que não seja a coopetição (COOPERAÇÃO e COMPETIÇÃO) entre instituições, de forma a gerar massa crítica."

ESTOU INTEIRAMENTE DE ACORDO.

Quem é José Marques dos Santos?

José Marques dos Santos foi eleito Reitor da Universidade do Porto. O actual vice-reitor, professor catedrático da Faculdade de Engenharia, vai assim suceder a José Novais Barbosa à frente dos destinos da maior universidade portuguesa. Numa votação ocorrida entre as 8 e as 20 horas Marques dos Santos obteve 139 dos 197 votos expressos, contra os 50 conseguidos pelo seu oponente, o também vice-reitor José Ferreira Gomes (registaram-se 8 votos em branco). Lembramos que o reitor é eleito pelos membros da Assembleia da Universidade, órgão colegial composto por representantes de professores e investigadores (50%), alunos (35%) e funcionários não docentes (15%) de todas as faculdades da Universidade do Porto.

O novo reitor nasceu em Bolama, Guiné-Bissau a 31 de Janeiro de 1947. Licenciado em Engenharia Electrotécnica pela Universidade do Porto em 1971, doutorou-se pela Universidade de Manchester (Reino Unido) em 1977. É professor catedrático da Faculdade de Engenharia desde 1989, tendo assumido a direcção da faculdade durante 11 anos consecutivos, entre 1990 e 2001. No ano seguinte assumiu uma das vice-reitorias da Universidade do Porto, tendo seu cargo a instalação e presidência do IRIC - Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns.

João Brito Sousa

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

POLÍTICA

(parlamento)

QUEM É O CULPADO?
Por JOÃO PEREIRA COUTINHO

Será possível culpar exclusivamente o Governo por não cumprir o que promete?

Segundo parece, é possível e até inevitável: dos 150 mil empregos à não subida de impostos, sem esquecer a isenção de portagens nas Scut e o fatal referendo à 'Europa', o engenheiro foi rasgando airosamente o que andou a prometer aos portugueses.

Sou insuspeito de simpatias socráticas - mas, no caso em apreço, não peço a cabeça do primeiro-ministro. Se existe um verdadeiro responsável pela desvergonha corrente, ele dá pelo nome de povo português. Basta recuar a 2005 e reler, com a seriedade possível, as promessas eleitorais com que o PS pretendia regressar ao poder.

Exageradas? Digamos apenas isto: em 2005, o eng. Sócrates, se quisesse, até podia ter prometido 72 virgens a cada macho lusitano; o povo, rendido e grato, estava disposto a imolar-se por ele.

Depois de Santana, viria o milagre - e Sócrates só podia mesmo tirar 150 mil empregos da cartola, pôr a economia portuguesa a crescer sem freio e, em gesto de intocável brio nacional, fazer peito aos seus pares europeus e referendar a 'constituição'.

Verdade que, nesses tempos áureos, alguns incréus ainda se deram ao trabalho de somar 2 mais 2 e contemplar a fantasia em colunas ou blogues. Mas os portugueses acreditavam no que queriam acreditar e, três anos depois, a julgar pelas sondagens da praxe, continuam a acreditar, o que sem dúvida define a sanidade da espécie.

Sobra a questão, nunca devidamente apreciada, de saber se em 2009 devemos mudar de governo ou, então, mudar de povo. Eu acho que devemos mudar de povo.
MUNDOS PERFEITOS

Em 1999, o historiador Robert Proctor publicou um livro que merecia tradução entre nós. Intitula-se 'The Nazi War on Cancer' e Proctor pretende mostrar como a Alemanha nazi foi pioneira em certas políticas para a saúde que hoje se instalaram entre nós. E, a título de exemplo, Proctor investiga as campanhas antitabágicas do Reich, destinadas a apresentar o fumador como um ser vicioso e infecto, capaz de por em risco a pureza da utopia racial alemã.
Utopia: eis a palavra. Porque aquilo que distingue os totalitarismos do século XX é a crença basilar de que é possível produzir um homem novo e perfeito. E um homem novo e perfeito não fuma, não bebe, não come o que não deve. E, já agora, não é judeu, nem cigano, nem homossexual, nem polaco. A natureza totalitária destas ideologias redentoras começa na subjugação do indivíduo a um ideal de perfeição.

É por isso estranho que algumas sumidades tenham aparecido recentemente a denunciar a forma como as palavras 'fascismo' e 'totalitarismo' são usadas para combater o antitabagismo corrente.

As sumidades não apreciam o exercício e pedem respeito pelas palavras. Como é natural, as sumidades respeitam as palavras mas não entendem o que elas encerram no seu significado mais profundo. E acreditam que 'fascismo' e 'totalitarismo' designam coisas 'sérias' e não, como sucede, a aplicação de um ideal higiénico sobre a raça humana.
Ler Robert Proctor talvez desfizesse tanta seriedade. Mas o mais provável era as nossas sumidades desatarem a insultar o historiador.

MEU COMENTÁRIO

Estou inteiramente de acordo com o conteúdo do texto. O povo português é constituído por pessoas pacíficas e como tal as coisas chegaram ao estado em que estão. .Não há poder reivindicativo, não há capacidade de dizer não, não há conhecimento da nossa história onde fomos grandes e ensinámos muitas coisas ao mundo.

Hoje não valemos nada.

JOÃO BRITO SOUSA

domingo, 27 de janeiro de 2008

COMENTÁRIO TRANSFORMADO EM POST

(estádio do SCP)
MST Deplorável jornalista desportivo
MST, concordo, é um excelente jornalista. Conhecedor, frontal, bom analista e melhor concretizador de ideias e opiniões. Na sua ousada frontalidade está sempre "a pôr o dedo na ferida", sem piedade e com clarividência de argumentos. Alicerçado nos seus largos e cimentados conhecimentos, opina com propriedade sobre uma vasta ordem de acontecimentos e comportamentos sociais. Muito bem! Gosto de o ouvir.
Mas não o ponham a falar sobre futebol!

Aí não se consegue alhear da sua doentia e mal formada clubite! Até consegue dizer e defender, numa demonstração de desumana cegueira clubística, que um qualquer cidadão deve fugir impunemente à Justiça, para não ser confrontado com os argumentos de uma acusação de crime.

Tem a lata e a desfaçatez de pretender que é preferível que o vilão fuja e não compareça perante um juiz para, como se autoafirma, provar a sua inocência. Tudo, toda esta inqualificável defesa do MST, levada a cabo apenas porque o vilão em causa é o presidente do seu clube! Inacreditável!

Como é possível, face a esta e outras manifestações de cego facciosismo, ter o desaforo de dizer que o público de Alvalade é o mais faccioso?! Ali, o único estádio onde os adeptos assobiam a sua própria equipa quando, decorridos os iniciais vinte minutos, se percebe que não há fio de jogo para levar os encontros de vencida! Ali, onde não há guarda costas ou polícias a acicatar as agressões aos adeptos adversários!?

Como jornalista desportivo, deveriam fechar todas as portas da comunicação ao MST. Evitar-se-ia de tornar público a mais vergonhável forma de facciosismo clubístico!Evitar-se-ia o conhecimento da existência de um deplorável jornalista desportivo!Pela verdade do desporto.

Pela limpidez e glorificação de justas vistórias no futebol português! MST, comentador desportivo, nunca!

Arnaldo silva/ Felizmente reformado

DA IMPRENSA


É O QUE TEMOS
por MST

Quando gostam de se insinuar como políticos de uma profunda reflexão e de ideias para além da 'espuma dos dias', os políticos de agora dizem que a sua fonte de inspiração é Churchill. A sugestão implícita é a de que são políticos de causas, batendo-se por ideais contra a 'ditadura mediática' e sempre apressada da luta política dos tempos de hoje.

A sugestão é, obviamente, ridícula e deve ser desprezada como tal. Nenhum político de hoje tem a estatura de um Churchill, e por várias e irremediáveis razões. Primeiro, porque não nascem ricos nem aristocráticos, não se podendo permitir o luxo de olhar para a carreira política com o tom diletante com que o fazia Churchill: quando precisou de ganhar dinheiro a sério para manter o elevadíssimo nível de vida que não queria largar, Churchill ganhou-o como escritor, como colunista de jornais ou como jornalista e repórter de guerra e não sentado no Governo ou nos Comuns. Segundo, porque o grande luxo de não precisar da política para ser conhecido ou para ganhar dinheiro dava a Churchill a faculdade de poder fazer política por duas únicas razões: por gozo ou por sentido de dever patriótico. Terceiro, porque, tendo-lhe sempre sido indiferente a imagem que transmitia, permitia-se fazer e dizer qualquer coisa que lhe apetecesse, onde e quando lhe apetecia.

Conta-se que, largos anos depois do final da guerra, o marechal Montgomery, o 'herói do deserto' e vencedor de El Alamein, contava a Churchill qual era o segredo da sua longevidade e boa forma física: "Nunca fumei, fiz sempre exercício físico e durmo bem todas as noites". Ao que Churchill, mais velho que o marechal, respondeu: "Pois eu cá, o meu segredo é que sempre fumei, nunca fiz exercício físico e só durmo bem à tarde". A sua actividade noctívaga era célebre. Durante o "blitz" de Londres, era frequente vê-lo a seguir as operações anti-aéreas, noite fora, no centro de comando, e, quer em guerra, quer em paz, mantinha sempre um "staff" de três secretárias, que rodavam por turnos, de modo a cobrir as 24 horas do dia e a estarem sempre disponíveis para quando lhe desse a espertina. A secretária que fazia o turno da manhã começava o despacho sentada ao lado da banheira onde o poderoso Winston Churchill se banhava nu durante horas, ao mesmo tempo que tomava um pequeno-almoço de ovos estrelados, bacon e costeletas de carneiro, acendia o primeiro charuto do dia e ditava ordens, discursos ou artigos para os jornais. Está bom de ver que um homem com tais hábitos jamais faria carreira política nos tempos de hoje.

Mas, ao contrário do que apressadamente se supõe, Churchill esteve longe de ter uma carreira política de triunfo em triunfo. Nos seus longos anos no poder, na oposição ou à margem da política, o que lhe sucedeu foram sobretudo derrotas. Como primeiro lord do Almirantado, no começo da I Guerra Mundial, teve de se demitir, assumindo a responsabilidade política por erros de estratégia militar da Marinha de Guerra. Muitos outros erros cometeu como supremo responsável pela estratégia militar durante a II Guerra Mundial, e alguns deles com elevadíssimos custos humanos. Entre guerras, encaixou uma série de desaires eleitorais e passou vinte anos a pregar sozinho no deserto contra o Tratado de Versalhes e a avisar que a Alemanha hitleriana se estava a rearmar. Mesmo reconhecido unanimemente como o principal responsável pela vitória dos Aliados, foi despedido sumariamente pelos ingleses na primeira eleição pós-guerra, dando razão a uma sentença célebre: "A ingratidão para com os grandes homens é o sinal das grandes nações".

Em Ialta, ao lado de Roosevelt (a quem os historiadores depois desculparam, dizendo que estava muito doente), ele deixou-se literalmente enganar por Estaline, só tarde de mais acabando a vociferar contra a Cortina de Ferro. E quando a Índia se batia por uma independência que a Inglaterra já não conseguia mais evitar, ele profetizou que, sem a Índia, a Inglaterra desapareceria do mapa e sozinho levantou-se nos Comuns para protestar contra a visita negocial de Gandhi, a quem chamava "esse faquir seminu".

O que sobretudo interessa reter da biografia de Churchill é o retrato de um homem de uma imensa coragem física e moral, de uma personalidade à prova de quaisquer comentários ou julgamentos alheios e de um absoluto sentido de dever e de amor à Inglaterra - ou melhor, à ideia do Império Britânico, pelo qual combateu, como soldado, na Flandres, na África do Sul, na Índia, no Afeganistão e no Sudão. De todas as célebres histórias acerca do seu famigerado sentido de humor, a que acho que melhor retrata a sua filosofia de corredor de fundo é talvez a última em data. Já muito velho, mas ainda deputado nos Comuns, sentado no seu obscuro lugar de "backbencher" e aparentemente adormecido durante um debate, Churchill ouviu uma conversa sobre si de dois jovens deputados sentados próximo: "O velho está mesmo xexé". Rodando sobre o cotovelo em que se apoiava, parecendo dormir, o velho Winston encarou-os e disse: "E surdo!"
Devo confessar que estas reflexões sobre o 'leão' me ocorreram olhando para a ainda incipiente carreira de Luís Filipe Menezes à frente do PSD. Como é que um bom autarca e um homem que parecia ter chegado à maturidade política - ou, pelo menos, ao lugar para que se vinha preparando há tempo suficiente - se transforma no espaço de dois meses num catavento político, que não conhece bússola, nem pontos cardeais, nem direcções do vento?

Parece-me óbvio: afinal, não estava preparado. Ou cobiçou o lugar sem saber muito bem porquê ou para quê. Acabado de eleger pelos militantes do PSD, ei-lo que se foi entregar nas mãos de um "spin doctor" e fazedor de imagem. Escolheram Menezes, saiu-lhes Cunha Vaz: foi uma má maneira de começar as coisas. Convencido que a política moderna é apenas a imagem mais as frases certeiras no momento certo, Luís Filipe Menezes transformou-se numa marioneta triste, sem tom nem som, uma espécie de caricatura de si próprio. Começou por seguir a moda das gravatas de cor lisas e de discursar com uma mão estendida, segurando o polegar e o indicador - deve ser o Cunha Vaz que acha que impressiona na televisão. Depois, sem assento no Parlamento, inventou uma fórmula assaz patética de fingir que está presente nos debates principais, convocando a imprensa para discursar a seguir sobre as intervenções do primeiro-ministro, sozinho e sem contraditório. Enfim, mal preparado, sem ideias sobre os assuntos que interessam nem tempo para as ter, reduziu toda a postura de líder da oposição a uma regra simples: o que Sócrates fizer, ele é contra; e, se fizer o que ele quer, é porque se rendeu às ideias de Menezes.

Com excepção das extraordinárias propostas que fez para dividir com o PS as grandes obras públicas, a banca e os comentadores televisivos, Menezes oscila conforme acha que sopra o vento, se necessário desdizendo hoje o que dissera ontem. Se no passado, tal como Sócrates, defendia a Ota, acabou a reclamar vitória em Alcochete; se Sócrates desistiu de convocar o referendo ao Tratado de Lisboa (que Menezes tanto queria evitar) foi o primeiro-ministro que se rendeu às ideias do PSD e por não as ter próprias; se o Governo emenda a mão no dia seguinte e desiste de pagar os aumentos das pensões em duodécimos, tal como reclamado pela oposição, tal representa simultaneamente uma grande vitória do PSD e um sinal de desnorte do Governo. Se Sócrates se gaba de ter posto o défice público abaixo dos 3%, Menezes chama o infausto dr. Bagão Félix para explicar ao estupefacto país que foi ele próprio e no Governo Santana Lopes quem conseguiu transformar a água em vinho e outros milagres que tais. E a quem, lá dentro do partido, lhe pergunta para onde vai com tantos ziguezagues, ele responde que são uns cobardes e que, se quiserem, já está pronto para eleições: não contra Sócrates, mas contra os inimigos internos.

Pobres políticos de agora! Que raio de profissão!

MEU COMENTÁRIO

MST é um jornalista brilhante da mesma maneira que é um escritor brilhante quando não fala de futebol.

Quando fala de futebol diz coisas incrivelmente não verdadeiras que até às vezes dá que pensar.


Será o MST articulista e escritor o mesmo que o MST que escreve sobre futebol é o quem tenho questionado. Porque o MST escreve em ABOLA, o seguinte, em:

De longe vê-se melhor

Uma coisa é pacífica: não há ninguém que possa atribuir um só ponto conquistado pelo FC Porto neste Campeonato à arbitragem. Duvido que algum outro clube se possa gabar do mesmo

Isto não é verdade.

E diz mais,

Mas desta vez não me preocupei muito, porque, tendo desde há vários anos deixado de frequentar Alvalade—que considero o pior ambiente para poder viver um jogo de futebol, com um público doente de facciosismo como em lado algum — era pacífica a decisão de ver o jogo através da televisão ...

Isto é deselegante...

E continua,

Ao contrário do Benfica em 2005, o FC Porto não acaba o Campeonato com os seus últimos doze golos todos marcados de penalty ou de livre à entrada da área. Aliás, em matéria de penalties, o FCPorto — apesar de ter o melhor ataque do Campeonato e, unanimemente reconhecido, o sistema mais ofensivo de todos — teve apenas um penalty assinalado a seu favor. O Sporting teve seis e o Benfica oito. Há estatísticas que matam...

Isto é .. não sei o quê.. Sim , há estatísticas que matam. Por isso uma pergunta: o senhor lembra-se daquela super taça que o Benfica marcou um golo pelo Amaral, a bola bateu no ALOÍSIO e bateu o Victor Baía e entra e o golo é anulado. E no fim o FCPORTO ganhou a Taça.. Como?:.. e quantas ganharam assim?

E continua...

... e mostra até que ponto, realmente, os títulos conquistados pelo FC Porto são bem mais difíceis de obter do que os dos outros.
Não concordo. A mim, parece-me que os títulos conquistados pelo FCPORTO, estão explicados pelo jornalista Rui Cartaxana, no jornal Record de 31.12.2007 na página 31.que o senhor não desmentiu ainda e se calhar nem pode...
E diz,

O meu correligionário e amigo Rui Moreira já aqui escreveu sobre este assunto, na sua coluna de sexta-feira passada: parece que uns benfiquistas perseverantes e esclarecidos descobriram a causa profunda do desaire caseiro do SLB contra o Leixões, na última jornada do campeonato. E essa causa foi o facto de o juiz-de-linha do jogo, que anulou um golo ao Benfica, ser sócio do FC Porto.

Isto são coscuvilhices apenas...

MST como jornalista desportivo... jamais.
João Brito Sousa

sábado, 26 de janeiro de 2008

BOM FIM DE SEMANA

(vamos até ao alentejo)
PORTO, 2008.01.26

BOM FIM DE SEMANA


Para os meus filhos em ALMADA XAXÁ E PEDRO Para a minha nora e para as minhas netas MARIANA e SOFIA

Para os meus irmãos em NEWARK, USA

Aló Solange, katy and Jack David, Daniela, Michele e respectivos....

Aló PAUL SPATZ e filhas

Aló primos e primas na Austrália e Perpingham em França em NEWARK, aló Tony and Quitéria Ilheu aló SIlvina no Canadá

Para a Celina e para o Aníbal, para o Zé ALEIXO Salvador esposa, Honorato Viegas e esposa, Peixinho e esposa em ALMADA,

Para toda a malta do 1º 4ª de 52 em especial para o Coelho Proença, Zé Maganão e Ludgero Gema,

Para o Gregório LONGO no Lar da Guia (até à primeira)

Para o aluno da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL de FARO que elegi como o melhor de todos os tempos, o Contra Almirante ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO.

Para o Eng º ANSELMO DO CARMO FIRMINO e esposa, outro aluno brilhante e dos melhores de sempre da Escola COMERCIAL e INDUSTRIAL com quem tive dúvidas na atribuição do melhor aluno de sempre, tendo sido prejudicado por ser de uma ou duas gerações depois da minha.

Para o Dr. José Martins Bom, outro brilhante aluno da Escola COMERCIAL E INDUSTRIAL e para o igualmente brilhante e talentoso ARNALDO SILVA..

Para o Dr. Eduardo Graça e o seu ABSORTO

Para o grande poeta ROBERTO AFONSO

Para o Engº SOUSA DUARTE, esposa e filho

Para o amigo Carlos BARRIGA E ESPOSA e Filha nas FERREIRAS.

Para o Luís José Isidoro em ESTOI, amigo inesquecível

Para o Engº Neto e esposa em ESTOI ainda.

Para o Engº Manuel Carvalho e esposa

Para os meus compadres, Dr. Manuel Rodrigues e Drª Fátima Rodrigues e filha, a Drª Ana Luísa Rodrigues.

Para o enorme MÁRIO MONTEIRO que agora mora em CAMPO

e para o Guilherme, Marta esposo e filho,

Para a viúva do CARLINHOS LOURO, filhos e irmãos e respectivos.

aló Custódio Clemente e Zé Mendes na AUSTRÁLIA,

Zé Lúcio, Florentino, Rosendo e Joaquim Carrega...

Victor e Célia Custódio e Leonilde Filhos e filhas.

Aló Montenegro SÃO E FILHAS ,

Tia Amélia.

Tias Alzira e Ti Manel

Eusébio e Júlia Lucília e Armando e Filhos

Silvina e Luís Alcantarilha e filhos

Mercedes e Alviro, BICAMA e BIZÉ E RESPECTIVOS

Maria do Carmo e Zé Maria e filhos (meu afilhado João Manuel) e noras netos

FLORIVAL EM França, esposa e filhas Para o CUSTOIDINHO, o filho do APOLINARIO, que diz que é teu amigo e com quem tive uma pega no restaurante o Jorge, no PATACAO.

Para: VIEGUINHAS de Pechão e respectiva equipa do almoço de sábado, o ZÉ GRAÇA, o BOTA de ESTOI e o ENGENHEIRO

Para a malta do 1º ano 1ª Turma de 52/53

Chefe de turma: CÉLIO MARTINS SEQUEIRAALUNOSJosé Bartílio da PalmaLuís Rebelo GuimarãesHerlander dos Santos EstrelaReinaldo Neto RodriguesAntónio Inácio Gago ViegasHumberto José Viegas GomesManuel Cavaco Guerreiro.Joaquim André Ferreira da CruzJoão BaptistaJosé Mateus Ferrinho PedroJosé Vitorino Pedro RodriguesIvoFrancisco Gabriel Carvalho CabritasJoão António Sares ReisFernando Manuel MoreiraAntónio Manuel Ramos JoséFrancisco Paulo Afonso ViegasManuel GeraldesJoão Manuel de Brito de SousaJorge Manuel AmadoJoão Vitorino Mendes BicaCarlos Alberto Arrais CustódioJosé Júlio Neto ViegasManuelJoão dos SantosJosé Pedro SoaresJosé Marcelino Afonso Viegas


Para o meu afilhado em Washington CARLOS ALBERTO DIOGO esposa e filhos

Para o DIOGO TARRETA e esposa e filho, o grande Engº JOÃO PAULO SOUSA

Para o REINALDO TARRETA, esposa e filho, o Engº Rui Tarreta e para a SOLEDADE e respectivo...

Aló ESTORIL Mário Fitas, Aló Porto Carlinhos Pereira, Adelino Oliveira em AZEITÃO. Romualdo Cavaco, Jorge Valente dos Santos e Zé Pinto Faria em Portimão. ADOLFO PINTO CONTREIRAS NOS GORJÕES E SOARES em TAVIRA. Feliciano Soares e Xico LEAL em Olhão e Zé Júlio na ilha da Culatra. Para a malta da Escola Comercial e Industrial de FARO, grandes amigos e colegas,

ROGÉRIO COELHO, LUÍS CUNHA, JORGE CACHAÇO E FRANKLIM MARQUES.

Para o JORGE CUSTÓDIO, o JORINHO que andou comigo na escola primária em Mar e Guerra, irmão da Fernanda e que agora mora em Faro e para o GABRIEL ferreiro na Falfosa.

Para CUSTÓDIO JUSTINO esposa e filhos, ANÍBAL PEREIRA e esposa no Patacão e João ALCARIA em Mata LOBOS , distintos bancários.

Para as minhas primas Maria Emília na Falfosa, filhos e respectivas, Margarida em Santa Barbara de Nexe, Maria em Faro e Glorinha em Tavira.

Para o primos ROBERT em Nice, JOÃO no Patacão.

Para os tios Zé Bárbara e Vitalina em Vila Moura e tio António no Canadá..


UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODA A GENTE

João Brito Sousa

EU E O PORTO

(PORTO, ponte)
COMO EU VEJO O PORTO
"Pela liberdade, assim como pela honra, pode-se e deve-se arriscar a vida."
Miguel CERVANTES.

Desde a primeira hora que cá cheguei e já vai para três anos, que encarei a cidade do PORTO, com toda a minha capacidade de desenrascanso e à-vontade. Não senti dificuldades nenhumas em integrar-me nela nem tão pouco senti dificuldades na utilização dos seus serviços.

A restauração aqui é de muito boa qualidade e bom preço e há oferta em quantidade suficiente. Por aqui não há qualquer problema, porque as pessoas, quando se nos deparam, espontaneamente, são demasiado simpáticas. A coisa começa a complicar-se .quando por qualquer motivo se fala de Lisboa. Aí é o diabo.

O cantor Rui Reininho, contra o qual tenho uma aversão razoável, por julgar-se o maior, sem razão aparente, aqui há dias, escreveu uma crónica no JN local, dizendo, entre outras, mais ou menos isto: “... somos diferentes...”

De facto, as pessoas daqui são extraordinariamente diferentes. Não me vou pronunciar se é para melhor ou para pior, porque, a fazê-lo, isso poderia conduzi-las a uma interpretação, talvez correcta ou talvez incorrecta. Fiquemos nesta dúvida e continuemos.

Hoje, passei o dia na rua e de manhã estive num museu da cidade a ver uma exposição de aguarelas do pintor António Cruz, falecido há vinte e cinco anos. Gostei. Já quase no fim da visita, uma funcionária de serviço a quem me dirigi, satisfez-me certas dúvidas. Mas não deixou de abordar as pessoas de Lisboa, que não explicam nada, quando se pergunta onde é o Banco tal ou a Repartição x.

O que não concordei por que me parece não corresponder `a verdade. Mas no Porto isso é opinião corrente... de muita gente até. E de um açoriano também.

Mas na exposição, estava uma frase do pintor António Cruz, que dizia mais ou menos isto: "Adoro o nevoeiro. Das quatro estações do ano a que me fala, a que me dá vida interior, maior entusiamo pela vida é o Inverno. O Inverno é a minha estação. È no Inverno que sinto a minha felicidade. A humidade nos rebocos das construções exacerba as cores"...
Coloquei a questão à senhora , perguntando-lhe se humidade e Inverno eram, no PORTO, sinal de saúde. Porque em Lisboa não era. Nós até tínhamos Sintra, bastante húmida .. que não era bom para a saúde. E aqui é?... perguntei.

Sabe, é preciso viver aqui no Porto para se conhecer o PORTO, e mais isto e mais aquilo.. Mas não fiquei convencido. Mas aquela do Reininho sim... somos realmente diferentes.
E lembrei-me daquele portista que escreveu no jornal “A BOLA” electrónica uma crónica, onde dizia, entre outros, o seguinte:

“Uma coisa é pacífica: não há ninguém que possa atribuir um só ponto conquistado pelo FC Porto neste Campeonato à arbitragem. Duvido que algum outro clube se possa gabar do mesmo”

Partindo do princípio que a afirmação acima se refere ao campeonato em curso.. vou provar-lhe que o senhor está a mentir.

Retiro da net o seguinte comentário: “ À nona jornada, caiu a série cem por cento vitoriosa do líder FC Porto na BwinLiga.

Os dragões empataram com o Belenenses (1-1) e cederam os primeiros pontos da prova, logo diante do seu público. Num jogo onde não faltou a polémica, Postiga regressou aos golos e marcou para os azuis-e-brancos, enquanto Zé Pedro igualou para os lisboetas e entrou para já na história do campeonato. Jesualdo Ferreira deu a titularidade no eixo do ataque a Hélder Postiga e o internacional português correspondeu com um golo, beneficiando de uma posição de fora-de-jogo para inaugurar o marcador - também com a ajuda de Costinha, diga-se. Antes, só um cruzamento de Ricardo Quaresma muito chegado à baliza tinha criado problemas ao Belenenses, que se apresentou muito organizado no Dragão e com a lição bem estudada.

No jogo FCPORTO 1 SPORTING 0, o livre que originou o golo derivou da marcação de uma falta que não existiu, segundo o árbitro portuense JOSÉ LEIROZ.
No União de Leiria /FCPORTO ( não me lembro do resultado), se é verdade que o golo do FCPorto aos três minutos foi mal anulado e prejudicou o Porto, a verdade é que o seu segundo golo foi obtido derivado de um centro com a bola fora do terreno.

Outra coisa: torneio de AMSTERDÃO que o FCPORTO ganhou, foi, segundo me parece, com a ajuda do árbitro, porque anulou um golo limpo ao Feynord

Teoricamente o FCPORTO beneficiou de 5 pontos derivado de erros ofertas de arbitragem .

Favor desmentir.

O resto da sua crónica é de um baixo teor, pelo que começo a ter dúvidas da sua condição de escritor. Com tanto ódio à mistura... hum!....

Apesar de não o aceitar no plano desportivo, peço-lhe que aceite os meus cumprimentos.

E mandei-lhe o texto.

Realmente as pessoas do PORTO são diferentes. Mas eu é que não quero nada com elas.

O meu ortopedista diz que ser portuense e portista é sinónimo de bairrista

E eu acredito.

João Brito Sousa

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

COMENTÁRIO TRANSFORMADO EM POST

(reformados no banco)
OS REFORMADOS
por Arnaldo Silva

O estatuto de reformado trás consigo, inerente a essa situação de ausência de obrigatoriedade de cumprimento de deveres laborais, entre muitas outras coisas, a disponibilidade excessiva de tempo, dia após dia.A falta da responsável carga de ser obrigado a prestar diariamente uma tarefa, sempre submetida a uma avalição, gera como que um descomprimir incontrolado do dever de viver.

Não há compromissos por cujo incumprimento se seja punido, não há horários a respeitar por cujos atrasos se seja repreendido e não há o stress de aguardar o próximo fim de semana para aliviar a carga do quotidiano dever de cumprir.Bate então à porta do Reformado um outro tipo de problema.

Como ocupar e preencher a excessiva disponibilidade do tempo que todos os dias se coloca à sua frente!?O meu amigo Brito já resolveu esse problema. E bem!Muito bem, mesmo, digo eu. Porque encontrou uma solução que lhe preenche o tempo mas, principalmente, lhe ocupa a mente.

É que eu perfilho a ideia de que um dos piores problemas que a ausência de ocupação laboral provoca é criação de demasiado tempo disponível para um ócio que leva a um excessivo acto de evocações da vida passada e à consequente conclusão de que esta - a vida - já foi vivida e nada mais se anda por aqui a fazer. E, aí, é o fim!Penso que, pior do que o mau estar económico do Reformado, é o enveredar pela conclusão de que já nada tem a receber ou a dar à vida. Deixar-se chegar a este patamar é como que se deixar arrastar "vivo-morto", como um condenado que apenas vê adiada a data da sua execução.

Felizmente, não vou por aí!O bem-estar a que o meu amigo Brito aqui faz apelo, traduziria eu por mais e melhores iniciativas para preenchimento da vida dos reformados. Os Centros Sociais de convívio, as excursões levadas a efeito pelas autarquias, as Universidades Seniores são acções meritórias. Mas há poucas! Num país de cada vez mais habitantes envelhecidos e condenados a viver sós é necessário, imperioso mesmo, que se alarguem e coloquem ao alcance de todos os Reformados iniciativas que lhes preenham o excesso de tempo disponível.

Que lhes coartem a propensão para, permanentemente, avaliar o passado; que lhes encaminhem a atenção para outros interesses que não sejam o de concluir pela inutilidade da vida que há que viver.

Aí, digo, se deverá concentrar a atenção de quem tem a responsabilidade de velar pela qualidade de vida dos que já deram o seu contributo para a estabilidade do país.Pela qualidade de vida dos meus confrades Reformados!

Arnaldo silvaFelizmente reformado

NINGUÉM PODE DESESPERAR

(S.Paulo/bRASIL)


NINGUÉM PRECISA DESESPERAR'
Artigo retirado do Estado de S. Paulo.

Para investidor, aposta é para o futuro
José Henrique Lopes e Renée Pereira

Olhar para o futuro. Esse é o consolo evocado por alguns investidores para manter a cabeça no lugar em momentos de nervosismo.

O administrador Murilo Dutra divide com os colegas o que aprendeu em agosto do ano passado. Naquela época, tomou um susto com quedas sucessivas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e livrou-se dos papéis que tinha.

“Só recuperei meus rendimentos com os IPO’s (oferta pública inicial, em inglês) da Bovespa e da BM&F”. Hoje, usa essa experiência para acalmar alguns dos 58 membros do clube de investidores que criou, em parceria com dois amigos, há seis meses. “Tem gente assustada, mas todos sabem que temos uma política de investir no longo prazo”, afirma. “Ninguém precisa se desesperar.”A decisão tomada pelo grupo – baptizado, certamente não por acaso, com o nome de “Os Visionários” - é sentar e esperar o fim da turbulência. “Decidimos preservar nossa carteira. Não vamos vender nada, nem adquirir papéis”, explica. Actualmente, o clube tem acções de empresas como Vale, Gerdau e Itaú.

Em dezembro, após passar mais de dois anos espiando a movimentação dos pregões da Bovespa, o analista Júlio Tsukamoto achou que era hora de estrear no mercado. Comprou acções do Banco do Brasil e da Perdigão. Mas nem teve tempo de curtir a euforia que muitos outros investidores viveram durante o ano de 2007.

“Fiquei muito triste, mas tem de ter sangue-frio. Vou esquecer esse dinheiro”, diz. “Resolvi parar de acompanhar as cotações. Nem olho mais.”

Apesar da pouca idade, Felipe Bartalo, de 16 anos, fala com a tranqüilidade de um experiente investidor. “Meu dinheiro não é para agora”, afirma. Com o apoio da mãe, que assina os documentos da corretora como titular, o estudante mantém um fundo com acções de grupos como Vale, Petrobrás e Gerdau. Para isso, usa o dinheiro que ganha dos familiares em datas como aniversário e Natal e fecha a torneira dos gatos do dia-a-dia

O MEU COMENTÁRIO

Jogar na bolsa de valores é meio caminho andado para se perder dinheiro.todo.

João Brito Sousa

COMENTÁRIO TRANSFORMADO EM POST


O TRATADO DE LISBOA
por ARNALDO SILVA

Referendá-lo?Porquê?! Para quê?!

Eu estou de acordo aqui com o amigo Brito quando ele diz que "a política tem os dias contados! "E

até estou de acordo, por via da concordância supra citada, com o autor do artigo quando refere:

"Acabem-se as eleições e os partidos. Fazemos um concurso público para governar o Pais e ganha o consórcio que apresentar a solução mais barata."Teríamos assim gestores muito mais responsáveis e responsabilizáveis. Responsabilizáveis e imputáveis judicialmente sempre e quando houvesse desvios dos propósitos anunciados aquando da sua candidatura.

Não bastaria ir à AR, deixar ditas umas tretas sobre os porquês dos desvios da inflacção ou do défice ou de qualquer outro incumprimento eleitoralista e regressar ao convívio dos amigos com o espírito e a arrogância de que "o debate de hoje foi vencido", "destrocei os argumentos da oposição!".

Civil e judicialmente condenáveis pelos erros cometidos; não apenas politicamente condenáveis, nas urnas das eleições seguintes ao terem deixado o país de tanga! Gostaria de ver! Votaria nesse sistema!

Não votaria num referendo ao Tratado de Lisboa! Simplesmente porque não o conheço! E, ainda mais, porque não o quero conhecer! E ainda porque não voto por simpatia partidária mas, em consciência, naquilo que compreendo e julgo conhecer. Por esta mesma razão, defendo que algo como o Tratado de Lisboa não deve ser sujeito a referendo porquanto não é matéria que a generalidade dos portugueses votantes conheça e compreenda com capacidade suficiente para ajuizar dos seus interesses ou desvantagens para o País.

Dou razão ao autor do artigo quando opina que as 230 "cabecinhas pensadoras - e, presume-se!, naturalmente conhecedoras - que os portugueses colocaram lá na AR, em sua representação, com dever de procuração para bem decidirem por eles, têm todo o direito a tomar a decisão de votar a favor ou contra o tal Tratado.Referendá-lo, porquê?!

Deixámos de acreditar nas "cabecinhas pensadoras"?!

Referendá-lo, para quê?!

Para consumir mais uns largos milhares de Euros a este empobrecido país, receber os votos cegos dos seguidores partidários e deixar que uma faixa dos "partidáriamente não comprometidos" decida para que lado caia o resultado do referendo?!Não! Penso que o estar na Europa exige mais do que uma leviandade dessas.

Disse!

Arnaldo silva/Felizmente reformado

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

AO SABOR DA CORRENTE

(Sócrates)
Um dos objectivos da minha condição de reformado está a ser cumprido. Refiro-me `a ocupação do tempo, que, sendo todo livre é preciso ocupá-lo. E tenho feito isso com algum empenho e êxito.
Quero dizer, ainda preciso de mais tempo do que aquele que tenho livre. . .Escrevo sobre muita coisa ou talvez escreva muita coisa Às vezes penso que podia publicar, outras vezes penso que isso seria um perfeito disparate. Por um lado, acho que seria uma “merda” de escritor que é o que eu estou a falar. . Mas, como reivindico o direito de sonhar, para aqui vou alinhavando umas ideias dentro do contexto, o que é que será melhor para mim agora.

Este agora é o presente onde eu vivo. O Fernando Pessoa é que falou dessas coisas. Ma seu também posso falar

Gosto do passado em geral. No particular há algumas coisinhas que eu procuro evitar. Não são coisas graves, aliás, vendo bem as coisas nada é grave... Mas assumo-as. Penso que é um mal geral, fazer-se umas coisas boas outras menos boas. Mas o caminho faz-se caminhando.

O meu presente é simples e dá-me prazer estar em sua companhia. Discuto e resmungo com ele. Por minha vontade estaria sempre nele. E com ele, Queria que o presente parasse um bocado.. para atrasar um bocado o futuro, agora que eu já não preciso do futuro para nada. O meu futuro é o meu bem estar e às vezes ele desaparece e fico meio doido.. porque se não tenho bem estar estou intranquilo.

O bem estar deveria ser uma condição imprescindível à Humanidade. Deveria pensar-se mais nisso. O que é que custa mudar as mentalidades. Eu acho que se tivessem ido ao funeral do meu padrasto teriam percebido isso facilmente. O senhor abade explicou a coisa muito bem. Dizia ele, naquela meia hora que antecedeu a ida para a cova. Tens automóvel? .. perguntava para a assistência.... e, como que a responder sim.. apontava para o caixão como quem diz.. com ou sem automóvel vais mesmo parar ao caixote.. Ora, como podem ver, não vale a pena explorar os trabalhadores porque não te safas. Tens frigorífico.. tens isto tens aquilo... e a resposta era sempre a mesma. E ia dar à cova.

Poderíamos pensar nesta coisa mais seriamente. A base é sempre a mesma. Os recursos disponíveis. Se tivéssemos consciência plena desta situação talvez que houvesse boa vontade na solução do problema. Porque admito que as pessoas, mesmo os ricos, tenham medo das voltas que a vida dá. Há aqui um problema que terá de ser salvaguardado para que a partir daqui se tomem decisões. É a terceira idade. Todavia este assunto da segurança na terceira idade assusta e de tal modo é assim, que as pessoas pretendem assegurar uma certa estabilidade financeira para ganhar uma certa tranquilidade que não temos. Porque, no nosso País, particularmente, o sistema de saúde a nível de coberturas é muito pouco credível dispondo de poucos apoios.

Se os governos pudessem resolver o problema dos reformados, com seriedade, talvez proporcionasse a estes, que têm muito dinheiro, um estado de gratidão tal, que fizesse com que estes vissem a necessidade que o mundo tem de mudar.

João Brito Sousa

A POLÍTICA PORTUGUESA

(Dr. ALBERTO MARTINS /PS)

LUZES E SOMBRAS

VISÃO/José Carlos Vasconcelos

O Governo de Sócrates não será o que o País exige enquanto não fizer o combate à pobreza, à desigualdade e à injustiça, uma prioridade absoluta

O Governo de José Sócrates «ultrapassou» as melhores expectativas quanto ao seu principal ou primeiro objectivo, o de acabar com o excessivo défice orçamental. Assim, quando, em 2006, se previa reduzi-lo para 4,6% do PIB, ele já se quedou em apenas 3,9%; em 2007, a meta inicial era de 3,7%, foi reduzida para 3,3% e, afinal, o défice já será só de 3%, ou mesmo inferior. Em outros domínios fundamentais, como o da sustentabilidade da Segurança Social, também o Executivo tomou medidas que lograram os resultados pretendidos. Tudo isto, porém, como inevitável, importou muitos sacrifícios, que em geral atingiram os que a eles deviam ser poupados, por já se encontrarem no limiar da pobreza; e de novo acabaram por afectar mais quem por eles não devia ser afectado.

A tributação dos rendimentos do trabalho e do capital, com os primeiros muito penalizados face aos segundos, certos benefícios e regimes fiscais especiais, designadamente para as mais-valias obtidas em bolsa, etc., ilustram tal estado de coisas. Que contribui para fazer de Portugal, vai para 33 anos governado por dois partidos que se reclamam do socialismo e da social-democracia, o país mais desigual da União Europeia! Perante silêncios coniventes ou estranhos, incluindo de comentadores repetitivos, no essencial acomodados, embora no acessório mordazes, agressivos, às vezes grandiloquentes. E perante, vez ou outra, as advertências de vozes como a do Presidente da República ou de alguma figura da Igreja Católica – que, se bem ajuízo, tem a obrigação moral de se bater contra tal situação, e é talvez das raras instituições em condições de o fazer com eficácia...

Face à descrita realidade, a primeira coisa que se esperava agora do Governo de José Sócrates era que melhorasse a vida dos cerca de dois milhões de pobres existentes no País. Mas, afinal, não se vê nada de substancialmente novo nesse sentido, excepto a subida do salário mínimo. Não se vê como vai ser mais combatido o flagelo do desemprego; e nenhuma melhoria se anuncia do rendimento mínimo de reinserção às pensões mais baixas de invalidez e velhice, que, no máximo, aumentarão 2,4% (as inferiores a 611,12 euros), em linha com a previsível inflação! Mais, segundo a Lusa, mesmo o Governo o que promete é «a manutenção do poder de compra de 90% dos pensionistas»! ...

Não se percebe, e fica-se perplexo, perante tal realidade; como se fica perante a falta de explicações de Sócrates: omissão, ou pelo menos aparente displicência, que também contribui para a imagem de arrogância, de incapacidade de diálogo, a qual bastante o prejudica mas parece não o preocupar. Claro que – mas isto não justifica a atitude de Sócrates –, PSD e PP não têm autoridade para o criticar: porque não fizeram melhor, e se estivessem no Poder se calhar fariam mesmo pior, preocupados que estão, sim, para usar as palavras de Menezes, em «desmantelar o Estado».

Creio que o Governo português faria bem em estudar o caso do Brasil, onde o Presidente Lula da Silva está no 2.° ano do segundo mandato com uma aprovação popular única, de mais de 60% dos brasileiros. Porquê? Porque a política económica, digamos, «clássica», tem obtido excelente resultados, em todos os domínios, sendo desenvolvidas em simultâneo políticas sociais avançadas, como a «bolsa-família». Graças a estas políticas diminuiu o fosso entre os mais ricos e os mais pobres e, sobretudo, saíram da miséria extrema em que viviam cerca de 45 milhões de brasileiros. Com apenas cerca de 0,5% do PIB!

O Governo de Sócrates, ao contrário do que alguns querem fazer crer, por vezes de forma até um pouco ridícula, tem feito muitas coisas bem (de par com outras mal...), e não está propriamente a levar Portugal de regresso à ditadura... Mas, para mais quando o défice está sob controlo, não será o Governo que o País exige enquanto não fizer do combate à pobreza, à desigualdade e à injustiça uma prioridade absoluta.

MEU COMENTÁRIO

O problema é igual em todo o mundo. Mas aqui ocorre peguntar: "onde é que estudou o Presidente Lula da Silva. Porque a solução está dada; e é fazer como ele.

João Brito Sousa

A POLÍTICA AMERICANA


CRISE DE MERCADOS E RISCO DE RECESSÃO NOS EUA

Pré-candidatos democratas criticam medidas de Bush; republicanos propõem ampliação no corte de impostos

Patrícia Campos Mello, WASHINGTON

A crise econômica e a turbulência dos mercados transformaram-se no tema central da campanha presidencial americana, na medida em que aumenta a probabilidade de o próximo presidente dos Estados Unidos herdar um país em recessão.

Os democratas criticam o pacote de estímulo à economia proposto pelo presidente George W. Bush e o corte de juros emergencial anunciado ontem, e pedem acções mais vigorosas para evitar a recessão. Já os republicanos mantêm sua posição de menor intervenção do governo na economia, e pregam mais cortes de impostos. “Pelo segundo dia seguido, bolsas de valores de todo o mundo inteiro estão despencando porque os países temem que os EUA não farão o suficiente para evitar uma recessão”, disse o senador Barack Obama, pré-candidato do Partido Democrata.

“Esperamos que o corte de juros anunciado nesta manhã restabeleça parte da confiança e diminua o estrago, mas o medo ainda existe.” A senadora democrata Hillary Clinton, que vem se apresentando como a mais preparada para lidar com uma desaceleração econômica, afirmou que o mundo está passando por uma “crise global” e pediu mais medidas para o mercado imobiliário. “Ainda não ouvi nenhuma medida significativa que será adoptada pela Casa Branca para lidar com a crise das hipotecas”, disse Hillary.

“Precisamos de um pacote que seja uma combinação de estímulo fiscal, regulamentação do mercado imobiliário e restituição de impostos.”Os candidatos democratas querem que o pacote de restituições de impostos de Bush passe a incluir uma parcela maior da população de baixa renda.

E eles pregam também uma expansão nos benefícios para desempregados. Já os republicanos tentam se mostrar menos pessimistas em relação à economia e apresentam propostas menos radicais. O senador John McCain, líder da disputa republicana, continua apostando nos cortes de impostos como forma de estimular a economia, em vez de injecção de recursos. “Os problemas do mercado financeiro aumentam a urgência de cortarmos impostos e adoptarmos medidas que incentivam o crescimento; o papel do Fed (banco central americano) é garantir que tenhamos um mercado financeiro eficiente, que estimule a economia, e eu acredito que os cortes de juros de hoje vão ajudar a atingir este objectivo”, disse Mc Cain. Menos pessimista que os democratas, McCain acredita que a economia dos EUA é muito “resistente” e, com ajuda de um bom líder, vai superar as turbulências financeiras. O ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani afirmou que o governo precisa agora adoptar medidas fiscais para acompanharem a nova política monetária do Fed.

“Reduzir gastos, encontrar possíveis reduções de impostos e eliminar regulamentações que estão prejudicando a competitividade dos EUA” são algumas das medidas propostas por Giuliani. Mitt Romney pediu medidas “agressivas”, embora tenha elogiado o corte de juros do Fed. Nas últimas semanas, a maioria dos candidatos apresentou pacotes para reactivar a economia . Entre os republicanos, McCain é o mais céptico em relação a pacotes de incentivo fiscal. “Controlar gastos é o primeiro passo, depois tornaremos os cortes de impostos permanentes.” FRASESSenadora Hillary Clintonpré-candidata democrata“Precisamos de um pacote que seja uma combinação de estímulo fiscal, regulamentação do mercado imobiliário e restituição de impostos”Senador John McCainpré-candidato republicano“Os problemas do mercado financeiro aumentam a urgência de cortarmos impostos ”

O MEU COMENTÁRIO

O problema é igual em todo o mundo e terá de ser resolvido da mesma maneira em todo o mundo, passando pela criação de emprego e ao pagamento de salários compatíveis com as necessidades.

A economia americana é um grande barco mas é competente e dispõe de técnicos com competência suficiente para evitar a restituição de impostos. È sabido que o mercado imobiliário é fundamental na manutenção de uma sã economia.

Agora o novo Presidente tem um grande problema para resolver.É que a população americana está endividada e o circuito financeiro parou o que está a conduzir a economia para uma recessão.

João BRITO SOUSA

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

UM TEXTO DE ZÉ MARIA OLIVEIRA

(um doutor da igreja, BALTAZAR)

REFLEXÕES SOBRE UM PRETÉRITO IMPERFEITO

“OS ESTUDANTES DE TEOLOGIA”

É tarde... e sobre a minha mesa de cabeceira, deponho, já meio a dormir, uma vetusta edição do “Aprendiz de Feiticeiro”.
Nada mais oportuno que esta velha “fábula”, ou se preferir “rábula”, carregada de sumo, para me ajudar a situar e perceber melhor o miolo apodrecido deste desamparado, alienado, mas também sempre promissor, Mundo, onde a Natureza nos “derramou”, a todos, um belo dia...
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O velho chefe guerreiro já não podia alinhar nos campos de batalha, nem nas vastas planícies da caça, mas muito conhecedor e experimentado, tinha de conservar o direito ao melhor naco e para isso tornara-se matreiro, misterioso, fabuloso: conhecedor dos códigos, dos sinais, esse estranho alfabeto da natureza que nós desaprendemos há muito. O Velho da tribo transformara-se em feiticeiro. A tribo tinha agora acesso ao sobrenatural: ao passado e ao...futuro!
O seu compromisso era apadrinhar, agora, o novo chefe, de quem era a eminência parda. Criara um lugar único na hierarquia tribal.
No Egipto os Sumo Sacerdotes sempre rivalizaram e manobraram os Faraós Os Celtas tinham nos Druidas a face oculta do poder, a Igreja Católica comandou durante centenas de anos os destinos históricos da Europa. Punha e depunha reis e imperadores. Os Países Árabes é o que se está a ver, e por toda a Historia, ao longo dos tempos, assistiu-se sistematicamente a esta “divisão/conluio”, pseudo dicotómica, entre o poder militar e o poder espiritual e facilmente poderíamos julgá-las distintos se na realidade não andassem sempre tão perto e enamorados! Embora por vezes tenham (e continuam), travando autenticas guerras fratricidas.
Estranha aliança esta entre o “Poder da Vida” (dispondo da Morte) e o “Poder da Morte” ressuscitando a Vida!
Ocasionalmente ouvi, há dias, falar na rádio em “jovens que querem morrer” e “jovens que querem viver”... uns nada tem a perder e outros tudo têm a ganhar!

Mas porque se dividiram assim as águas? Criando estes dois estranhos magistérios? Não vou mergulhar neste assunto aliciante remetendo os nossos prezados leitores para duas magníficas obras de Edgar Morin: “O Homem e Morte” e o “Paradigma Perdido”, e eventualmente para um velho livro de Freud , “Totem e Tabu” e porque não reler também “A Origem da Família da Propriedade e do Estado” . de Engels ou “Inconsciente colectivo” de Jung.

Vem este pequeno senão à baila para, uma vez mais, vermos até que ponto os grandes “narcotráficos da morte” se escondem por detrás de conceitos eticamente correctos e tanto mais puritanos quão torpes são os seus ocultos e perversos desígnios.

Todos nós conhecemos o velho provérbio das “Públicas virtudes” Desde sempre que por detraz das grande moralidades se escondem as grandes torpezas!

“Estudantes de Teologia” sempre os houve em todos os tempos e em todas as latitudes. Caracterizam-se essencialmente por pregarem verdades absolutas, por uma total intolerância para com os outros, por um puritanismo (de fachada) exacerbado e por uma frieza total de sentimentos de qualquer espécie, a não ser o ódio profundo, que alimentam, nos abismos das suas frustrações, contra tudo o que é Vida.

Há “estudantes de teologia” em todo o lado e quem quer que se arvore (perto de si), como detentor da “verdade suprema” – seja ela religiosa, política, cientifica ou outra qualquer - fuja enquanto é tempo ou então tome as devidas precauções!!!

A História está cheia de “guerras santas” de “profetas” de gente “sábia”, de todos os credos, e nunca houve tantos holocaustos como os que têm sido perpetradas, ao longo de milénios, em nome de “Deus”, da “Verdade” e da “Justiça”, do “Bem” e do “Mal”!

Precisamos estar atentos e lúcidos a todos os ventos que sopram, o devir continua a ser promissor, o mundo não está perdido, e nele está escrito, aguardando, o que de melhor ou pior pudemos fazer.

O Futuro continuará a ser a infindável e eterna sucessão de Presentes. São estas as únicas coordenadas espaço-temporais onde todos podemos intervir e temos, sempre, uma palavra a dizer, ou um gesto a fazer!

O Homem impõe-se no Presente!!! E por favor deixe de acreditar na inocência dos silenciosos!!!

MEU COMENTÁRIO

Gosto de ler o Zé Maria Oliveira. É, a par do Adolfo Contreiras, um homem que considero de rigor ou do rigor..

Considero que um estudante de Teologia pouco pode trazer de novo, porquanto a Igreja dispôs de grandes valores da cultura e do conhecimento e que, em termos práticos, pouco contribuíram para engrandecer a alma do Homem.

Grande parte das asneiras do Homem é motivada pela ausência de ideias acerca do destino de cada um de nós. Outro aspecto que conduz à asneirada é não sabermos o que é nem quem é DEUS Aqui está a principal causa... .

Enquanto o homem não se libertar dessa pressão não se pode esperar dele nada de bom.

Se soubéssemos que Deus existia mesmo, o MST não falava tão mal do BENFICA.

JOÃO BRITO SOUSA

POLÍTICA. O TRATADO DE LISBOA

(este pelo menos fugui...)
OS COBRADORES DE PROMESSAS
por FILIPE LUÍS da VISÃO

Acabem-se as eleições e os partidos. Fazemos um concurso público para governar o Pais e ganha o consórcio que apresentar a solução mais barata. E que seja desinteressado, como as boas almas da CIP...

1 - «Nenhum dos senhores tem um mandato para ratificar o Tratado de Lisboa», disse Francisco Louçã, do alto da tribuna da Assembleia da República, durante o debate a propósito da moção de censura ao Governo, apresentada pelo Bloco de Esquerda. O Bloco insurge-se, talvez legitimamente, contra o facto de José Sócrates ter, alegadamente, faltado à promessa de convocar um referendo para ratificar o Tratado. Mas, desta vez, Louçã pisou o risco. Não apenas porque a frase nega, à partida, a legitimidade da democracia representativa - mas, também, porque, na hora da votação, o líder do bloco entrará em contradição consigo próprio. É que, dando de barato que nenhum deputado tem um mandato para aprovar o Tratado de Lisboa, e que essa decisão pertence ao povo, em votação directa, então também nenhum deputado tem um mandato para rejeitar o mesmo Tratado! O que fará o Bloco? Faltará à votação? Abster-se-á?

Em democracia representativa, é suposto confiar aos nossos eleitos e, lá está, representantes, que decidam sobre matérias que nos escapam. É para isso que eles lá estão. Acontece que os referendos europeus têm sempre leituras nacionais: ora funcionam, internamente, como cartão amarelo ou vermelho aos governos, ora como oportunidade para o protesto de sectores lesados por determinadas políticas comunitárias, ora como escape de paixões de extrema direita ou de extrema esquerda, que nunca se abstêm. (É por isso que os extremos do espectro político gostam tanto de referendos). Mas nunca, e por maioria de razão, nunca neste caso, que trata de um texto hermético, árido e quase ilegível para o comum do eleitor, o referendo serviria para aprovar ou reprovar qualquer tratado.

É simplesmente lírico – ou estão a gozar connosco - pensar que o eleitorado pode decidir, em consciência, se é a favor ou contra. Foi para resolver estes imbróglios que o mesmo eleitorado colocou lá 230 cabecinhas pensadoras, que dão pelo estatuto de deputados. Se não confiamos neles, porque votamos? É verdade que Sócrates prometeu, em 2005, um referendo. Fez mal.

Devia ter tido a coragem de fugir ao politicamente correcto e ao ar do tempo. Agora, é bem feito!
O único referendo europeu de que nunca se fala, mas que fazia realmente sentido, era perguntar aos portugueses, e, já agora, aos outros, se querem, ou não, continuar integrados na União Europeia. Os políticos do arco governativo asseguram que existe um consenso pró-europeu na sociedade portuguesa. Óptimo. Então vamos medir isso e acabar de vez com as dúvidas. Claro que nem pensar! Pela nossa posição na União. Pelas nossas razões de Estado. Pelo nosso modelo de desenvolvimento.

Pelo nosso papel no mundo. Pelos nossos valores comuns. Referendar a Europa seria como referendar a reintrodução da pena de morte: a Europa como que já faz parte dos valores inquestionáveis. E eu, insuspeito, porque convictamente europeísta, digo que não é assim.

Seja como for, o recurso à apresentação de uma moção de censura, só para manter viva a bandeira do referendo, embora politicamente legítimo, não deixa de ser um truque. Não estavam em causa políticas do Governo, mas sim o não cumprimento de uma promessa de um partido político em campanha eleitoral, e mesmo assim, formalmente referente a outro tratado. Ora, ninguém pode garantir, antes pelo contrário, que os portugueses votaram maioritariamente em José Sócrates só porque ele prometeu um referendo a um tratado constitucional europeu. Era bom que os portugueses fossem assim tão… «elaborados». Mas não são. É saudável que se cobre a promessa ou se confronte o primeiro-ministro com ela. Mas a figura da moção de censura não foi, definitivamente, feita para estas coisas. É verdade que o Bloco conseguiu mais 15 minutos de fama, controlando, por um dia, a agenda política e, já agora, levando a reboque o anestesiado PCP, que podia ter zurzido Sócrates sem votar a favor de Louçã. Mas o que passa para a opinião pública são umas quantas horas de chicana política.

O que está em causa, para o Bloco, não é já o referendo europeu, morto e enterrado. O que está em causa é a estratégia de cobrança de promessas a Sócrates e ao seu Governo. Inteligentemente, Louçã enumerou três promessas não cumpridas. É sempre bom invocar um número concreto: entra muito melhor no ouvido das pessoas. Emprego, impostos e referendo. E, com isto, iniciou a sua campanha para as legislativas de 2009. A estratégia é a de inundar a agenda com as promessas não cumpridas de Sócrates. Todos os meses, depois todas as semanas, finalmente, todos os dias.

Agora três promessas, amanhã dez, em 2009, 50. Para um eleitorado de memória curta, Louçã promete ser o despertador, o grilo falante e o relógio do tempo. E, no fim, se Sócrates ganhar sem maioria absoluta, lá estará o Bloco, para garantir que as promessas, desta vez, serão cumpridas.

Por via de uma coligação de poder pós-eleitoral.

2 – A história da mudança de agulha da Ota para Alcochete é uma história exemplar. Exemplar de como os recursos dos contribuintes são delapidados pela incompetência dos políticos e do Estado. Durante anos, o Estado estudou todas as localizações possíveis. Gastou rios de dinheiro em estudos. Tomou uma decisão e gastou rios de dinheiro a fundamentá-la. De repente, saída do nada, a sociedade civil, via CIP (Confederação da Indústria Portuguesa), apresenta uma solução melhor.

E, em seis meses, muda tudo. Mas andaram todos a dormir? A ganhar e a perder eleições, a constituir governos, a gastar dinheiro, a ganhar e perder de novo eleições e a constituir novos governos a gastar mais dinheiro… e vem um grupo de empresários com uma solução repentina de chave na mão? E ainda os políticos se desculpam, esfarrapadamente, que a Força Aérea não cedia o campo de tiro mas agora já cede? Mas quem é que manda na Força Aérea?!

Acabem-se as eleições e os partidos. Fazemos um concurso público para governar o Pais e ganha o consórcio que apresentar a solução mais barata. E que seja desinteressado, como as boas almas da CIP...

MEU COMENTÁRIO.

A política tem os dias contados. Tem Manuel Alegre com trinta anos de AR e duas ou três reformas... Os outros mais ou menos igual...

MARIA DA FONTE, PADEIRA DE ALJUBARROTA ou gente assim... é preciso. Doutra maneira não...


João Brito Sousa

POLÍTICA EM CUBA

(che guevara)

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
CHE GUEVARA

ELEIÇÕES CUBANAS

do Estado de S. PAULO

A maneira como os jornais deste fim de semana e de ontem apresentaram o noticiário sobre a pantomima eleitoral de Cuba poderá ter levado muitos leitores a acreditar que se tratava realmente de uma eleição e que do seu resultado dependeria o futuro político do país, como se “la revolución”, que já dura 49 anos, estivesse se encaminhando para uma democracia. A começar dos títulos, o noticiário desses dias tratou as assim chamadas eleições para a Assembléia Nacional do Poder Popular - o parlamento-fantoche da ilha de Fidel - como se tivessem alguma importância digna de nota para o futuro do país, quando o octogenário ditador enfermo deixar a cena definitivamente.

Nem na União Soviética de Stalin havia eleições em que o total de candidatos e o total de cadeiras pretensamente em disputa eram os mesmos - 614. O governo fidelista não acha necessário disfarces, como os utilizados na antiga URSS e em outros regimes totalitários onde o governo ganha eleições com 98,2% dos votos. Em Cuba são 100% dos votos nos nomes escolhidos pelo partido único para representar o “poder popular”, entre eles o do próprio Fidel, no poder desde janeiro de 1959.

Isso, sim, é que é o autêntico voto em lista fechada, que produz o único parlamento nomeado do mundo. Cumprido o ritual, a nova Assembléia Nacional, já na sua sessão inaugural, marcada para 24 de fevereiro, escolherá entre seus membros 31 que constituirão o Conselho de Estado, que é o principal órgão do Executivo cubano e que os 614 sabem quais serão. Esse conselho “elege” seu presidente - neste caso decide se Fidel continua ou não na presidência. Desde 31 de julho de 2006, em seguida à primeira das cirurgias a que precisou se submeter o outrora chamado El Caballo, o seu irmão Raúl, de 75 anos, o substitui interinamente.

Ora, em 24 de fevereiro a Assembléia outra coisa não fará salvo homologar o que até então tiver decidido em suas confabulações a restrita elite dirigente cubana - além dos irmãos Castro, o vice Carlos Lage, herdeiro presumível da dupla de gerontocratas, o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, o chanceler Felipe Pérez Roque e as figuras que em todo regime ditatorial preferem exercer o poder nas sombras, como os controladores do partido único, órgãos de propaganda, polícia política, serviços secretos e Forças Armadas. Enquanto isso, restará à mídia basicamente interpretar as mensagens délficas dos chefões e ler as entrelinhas do Granma, o Pravda do PC cubano e do castrismo. Foi no Granma, a propósito, que Fidel praticamente renunciou ao confessar, na quarta-feira passada, que não tem força física para governar: “Faço o que posso: escrevo.”

De seu lado, ao dizer no domingo que “temos de enfrentar diferentes situações e grandes decisões pouco a pouco”, Raúl indicava que Fidel não voltará nem se aposentará de vez. A sua saída, enquanto estiver vivo, será antes um fade away, um desvanecimento. Das “grandes decisões” a que aludiu Raúl, a principal decerto envolve o que sobrou da economia cubana depois dos desastres do socialismo. Também essa questão está malposta. A expressão reforma econômica é enganadora: presume a existência, mal ou bem, de um sistema estruturado de produção, serviços e trocas comerciais. Nesse sentido, a economia cubana migrou para a Flórida com os primeiros 600 mil fugitivos da revolução - e desde então o Estado norte-americano cresceu exponencialmente.

A economia da revolução cubana foi a dos 30 anos de mesadas recebidas da antiga União Soviética. Hoje, é a das bondades de Hugo Chávez, que envia à ilha o equivalente a 92 mil barris diários de petróleo, em troca dos serviços prestados na Venezuela pelos médicos cubanos. Até o que de melhor fez o castrismo - a educação - perdeu o apelo popular. “As inscrições nas faculdades diminuem”, observa o diretor do Instituto de Estudos Cubanos da Universidade de Miami, Jaime Suchlicki.

“Os jovens preferem trabalhar como recepcionistas ou atendentes em bares de hotéis, onde ganham gorjetas em euros ou dólares, a ser engenheiros ou médicos.” Explica-se, os salários cubanos são em média de US$ 26. Depois de meio século de economia “planificada”, Cuba continua exportando produtos primários e importando comida. Mas suas principais receitas vêm do turismo e das remessas dos seus exilados.

O MEU COMENTARIO

Não posso estar de acordo com aqueles que dizem que a saúde em Cuba é isto e mais aquilo.
Como homem de esquerda que me prezo de ser, estou contra esta a política de Fidel que em 49 anos não teve uma ideia socialista...não teve nada.

A Revolução de Fidel foi uma Revolução para piorar a situação.
Estou contra.

João Brito Sousa