BAPTISTA BASTOS, um escritor que eu admiro
Custa –me muito dizer-lhe, mas, meu caro ARMANDO, estou contra.
Não vou deixar cair Baptista-Bastos. Tem-se falado pouco dele agora mas o Armando Baptista Bastos tem de estar sempre cá em cima, ou seja, na linha da frente.
Pego nos meus apontamentos e releio frases que retiro ao acaso das suas obras que me encantam sempre. Assim, do Cavalo a Tinta da China retiro da página 16: “Quem é infeliz devia viver mais tempo como recompensa... ”
Nesta frase de Baptista-Bastos está uma vida inteira. O Armando, que é um bom homem, melhor, o que eu acho até é que o Armando Baptista-Bastos, é, antes de mais, um homem bom, uma vez que se preocupa com os outros e, em favor desses outros, ainda é capaz de dar uma estalada no destino de cada um deles, está aqui a admitir um fracasso qualquer e consequente infelicidade a que o homem (não ele, porque ele nunca foi nem será um infeliz) possa estar sujeito na longa caminhada da vida.
Acho que as coisas não são bem assim. Nunca fiz esse estudo mas quem é que é infeliz neste mundo?...Se fossemos analisar bem as coisas, chegaríamos à conclusão que infelizes somos todos porque morremos e não trabalhamos para morrer. E para quê viver mais tempo se voltamos a morrer na mesma?.....
Dessa dilatação de prazo...não há recompensa alguma, parece-me.
Eu falo assim porque, em minha opinião, uma lavadeira no bairro operário de Luanda, por exemplo, pode não ter as condições de vida que eu tenho mas no entanto pode ser mais feliz do que eu. Será que eu sou mais feliz do que um “clochard” em Paris? Vendo bem as coisas ninguém tem condições para ser totalmente feliz... Logo não há que esperar por recompensa alguma, quer seja ela de ordem temporal ou de outra ordem qualquer.
Não estou, portanto, de acordo com esta frase de BB. O infeliz é o “coiro” que rejeita a felicidade. Rejeita o estar bem, porque a felicidade não é mais do que isto. O infeliz tem de entender uma coisa, que é saber que vive inserido em sociedade e, como tal, tem de conhecer as regras da boa e sã convivência.
Felicidade não é ter dinheiro; Felicidade é ter trabalho. Portanto, o dito infeliz tem de saber desde a primeira hora que terá de trabalhar... e muito. O trabalho traz-nos a contrapartida da remuneração e com esta podemos sonhar. O homem que sonha nunca poderá ser um homem infeliz. O homem que sonha faz projectos, realiza-os umas vezes outras não. O meu tio Felício Apolo, acordeonista de profissão é que dizia, que o que a gente pensa num minuto pode levar muitos anos a se realizar.. Mas apesar de tudo sonhar é bom; ajuda a vencer os mais variados obstáculos.
Esta crónica é dirigida para pessoas sãs física e mentalmente. Porque para estes o negócio é outro... que não domino.
Do meu ponto de vista... felicidade é sempre.
João Brito Sousa
Custa –me muito dizer-lhe, mas, meu caro ARMANDO, estou contra.
Não vou deixar cair Baptista-Bastos. Tem-se falado pouco dele agora mas o Armando Baptista Bastos tem de estar sempre cá em cima, ou seja, na linha da frente.
Pego nos meus apontamentos e releio frases que retiro ao acaso das suas obras que me encantam sempre. Assim, do Cavalo a Tinta da China retiro da página 16: “Quem é infeliz devia viver mais tempo como recompensa... ”
Nesta frase de Baptista-Bastos está uma vida inteira. O Armando, que é um bom homem, melhor, o que eu acho até é que o Armando Baptista-Bastos, é, antes de mais, um homem bom, uma vez que se preocupa com os outros e, em favor desses outros, ainda é capaz de dar uma estalada no destino de cada um deles, está aqui a admitir um fracasso qualquer e consequente infelicidade a que o homem (não ele, porque ele nunca foi nem será um infeliz) possa estar sujeito na longa caminhada da vida.
Acho que as coisas não são bem assim. Nunca fiz esse estudo mas quem é que é infeliz neste mundo?...Se fossemos analisar bem as coisas, chegaríamos à conclusão que infelizes somos todos porque morremos e não trabalhamos para morrer. E para quê viver mais tempo se voltamos a morrer na mesma?.....
Dessa dilatação de prazo...não há recompensa alguma, parece-me.
Eu falo assim porque, em minha opinião, uma lavadeira no bairro operário de Luanda, por exemplo, pode não ter as condições de vida que eu tenho mas no entanto pode ser mais feliz do que eu. Será que eu sou mais feliz do que um “clochard” em Paris? Vendo bem as coisas ninguém tem condições para ser totalmente feliz... Logo não há que esperar por recompensa alguma, quer seja ela de ordem temporal ou de outra ordem qualquer.
Não estou, portanto, de acordo com esta frase de BB. O infeliz é o “coiro” que rejeita a felicidade. Rejeita o estar bem, porque a felicidade não é mais do que isto. O infeliz tem de entender uma coisa, que é saber que vive inserido em sociedade e, como tal, tem de conhecer as regras da boa e sã convivência.
Felicidade não é ter dinheiro; Felicidade é ter trabalho. Portanto, o dito infeliz tem de saber desde a primeira hora que terá de trabalhar... e muito. O trabalho traz-nos a contrapartida da remuneração e com esta podemos sonhar. O homem que sonha nunca poderá ser um homem infeliz. O homem que sonha faz projectos, realiza-os umas vezes outras não. O meu tio Felício Apolo, acordeonista de profissão é que dizia, que o que a gente pensa num minuto pode levar muitos anos a se realizar.. Mas apesar de tudo sonhar é bom; ajuda a vencer os mais variados obstáculos.
Esta crónica é dirigida para pessoas sãs física e mentalmente. Porque para estes o negócio é outro... que não domino.
Do meu ponto de vista... felicidade é sempre.
João Brito Sousa
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