quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O PORTO, MIGUEL ESTEVES CARDOSO, O REITOR DA UP E EU.


Este texto que foi retirado do blogue de uma pessoa amiga deveria ser discutido com isenção. Foi o que tentei fazê-lo, argumentando sim ou não.


A - E VIVA O NORTE,
Artigo de MIGUEL ESTEVES CARDOSO

Primeiro, as verdades.
1 - O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca.
Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.

Mais verdades.
2 - No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.

Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior.
3 - É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
4- - Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
5 - No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?

No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.
Não haja enganos.
6 - Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
Mais ou menos peninsular, ou insular.
8 - É esta a verdade.
Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho.
Tem esse defeito e essa verdade.

Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.

Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da aneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.

São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte.
Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.
Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial.

Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

7 - O Norte é a nossa verdade.

Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi.
Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos.
Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

8 - Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.

No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

10 - O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?».


B - COMENTÁRIO/OPINIÃO

Este artigo de Miguel Esteves Cardoso, parece-me ser um artigo de favor, sobretudo quando fala do Grande Porto. Quando fala do NORTE EM GERAL não comento. Mas quando fala do Porto o artigo, parece-me, não é isento.

Os grandes problemas do Porto não estão aí comentados, a começar logo pelo comprimento do cabo da enxada, que o comprimento da altura de dois homens, mais o menos, o que me deixou estupefacto, pois concluí que no Porto não dobram a espinha; trabalham de pé. .

Vejamos alguns pontos assinalados::

1 – “ O Norte é mais Português que Portugal.”.
R: Concordo, porque o Norte é bairrista com todas as consequências negativas que daí advêm, porque alem d e bairristas são chauviinistas, sem razões absolutamente para isso.. Não são os melhores em nada ...
2 –“ No Norte a comida é melhor”.
R: Mais barata sim; melhor, não tenho a certeza ..
3 - É que só o Norte existe. O Sul não existe.”
R: Eu sou do Sul e não me sinto ofendido com o que diz MEC, que revela nesta afirmação uma boa dose de desconhecimento da realidade do Porto. Pelo menos é o que dizem vozes credíveis da cidade, como o Reitor da UP e recentemente Maria Elisa, candidata à Presidência da Câmara.
4 - Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
R: Bairrismo apenas; não é relevante e se calhar não totalmente verdadeira a premissa.
5 - No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
R: Isso é orgulho de português, não é relevante. Os dos Sul identificam-se claramente como do sul, claro. Não concordo com o MEC
6 - Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
Mais ou menos peninsular, ou insular.
R : SUPOSIÇÕES. È um dizer por dizer.

7 - O Norte é a nossa verdade.
R: Objectivamente é outra coisa...

8 - Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
R: É preciso que haja razões válidas para defender seja o que for.. O Norte de Hoje não tem

C_ ENTREVISTA DO REITOR DA UP AO JN

ENTREVISTA JN AO REITOR DA UP,
Prof. Catedrático, JOSÈ MARQUES DOS SANTOS
Retirado do blogue
http://calacia.blogspot.com/ (clicar em cima)
Ver no blogue ainda a entrevista de Ludgero Marques e outros assuntos de muito interesse.

Jornal de Notícias
Tem assumido um discurso pró-região. Afinal, como chegou o Norte a este declínio? Como perdeu a sua força reivindicativa?
José Marques dos Santos
O que terá acontecido foi que o Norte não soube criar as condições para fixar emprego de grande qualidade nos vários sectores. Todo esse emprego foi para Lisboa, para outros locais ou para fora do país, o que significa que não conseguimos fixar pessoas de elevada qualidade, que contribuam para o progresso da região.
JN
É uma culpa partilhada pela região e pelo Estado?
JMS
Claro que sim, é de toda a gente. Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região. Cada um de nós tem de se sacrificar um pouco para criar as condições necessárias. Se quem é capaz e pode contribuir abalar daqui para fora, isto nunca crescerá. E seria interessante que os que daqui saíram, a diáspora da região, regressassem.
JN
Talvez seja ingenuidade?
JMS
Se é, então desistimos, ficamos com um país macrocéfalo que tem apenas um grande centro em Lisboa e deixamos de nos queixar.
JN
A atitude deve mudar?

JMS
Temos de ser nós próprios a resolver os problemas e não apontar os outros como causas. Temos de deixar este discurso de lamúria e ser mais positivos
JN
Os políticos também saem e esquecem a região?
JMS
Se calhar, também. Políticos, banqueiros, industriais e artistas... Todos desaparecem.Não é preciso criar condições para que regressem?Eles próprios também têm de regressar para criar condições. Se os mais capazes não contribuem, quem as criará? O poder central? O poder local delapidado dos seus melhores valores? Assim é difícil.
JN
Tem insistido numa maior cooperação a todos os níveis.
JMS
Claro, é fundamental. Falemos de coopetição, o novo calão que associa competição e cooperação. As empresas e as instituições têm de saber competir e também cooperar naquilo onde apenas juntas conseguem criar massa crítica e valor acrescentado.
JN
Por que é tão difícil essa cooperação?
JMS
Não sei. É intrínseco. Será por sermos demasiado individualistas ou divididos. Na freguesia onde moro, há três ou quatro clubes e cada um nasceu por cisão. Não há infra-estruturas desportivas na freguesia porque ninguém se entende. Cada um prefere ser o dono de uma coisa pequenina do que partilhar a capacidade de poder e liderança para algo melhor.Cada um prefere mandar na quintinha em vez de se juntar em torno de uma quinta maior, como diz.
JN
Não há capacidade para aceitar com humildade uma liderança?
JMS
Obviamente. Não consigo perceber uma instituição ou uma região que vá para a frente sem uma liderança.
JN
Por que falta liderança à região? É dividir para reinar?
JMS
Falta talvez uma estrutura política, uma região, algo que nos junte, que tenha poder interventivo e legitimidade para se impor. Se se construir uma equipa com cinco ou seis pessoas e não se nomear um líder, ela rapidamente se desmorona porque o primeiro que avançar é acusado pelos outros de querer protagonismo. Por isso ninguém faz nada, tem tudo receio de avançar.
JN
Deve ter um líder ou mais?
JMS
Não acredito em lideranças duplas e triplas. Isso não conduz a bons resultados. E deve haver continuidade. O que acontece, quase sempre, é que quem está à frente dos órgãos está por tempos limitados. Quando as coisas estão a chegar a um ponto razoável, vão embora e volta tudo a zero.Usando uma sua expressão, quando não há um maestro, cada um acaba por tocar para o seu lado?E há muitos que tocam bem, mas não conseguem fazer tocar uma orquestra.
JN
Quem poderia ser o maestro da região?
JMS
Tem de ser alguém com intervenção política forte. Um político. Alguém que esteja num órgão que seja depois reconhecido e aceite por todos. E que, pela sua capacidade, se imponha aos outros. Se for um medíocre não se impõe.
JN
Há quem atribua esse papel à CCDRN, mas falta-lhe legitimidade democrática.Pois, dizem que não tem legitimidade e não é eleita.
JMS
Se calhar sou ingénuo politicamente, mas faz-me confusão, tendo nós uma certa organização administrativa, não ser possível ter uma capacidade de intervenção adequada e impor-se essa liderança. Isso dirá um pouco mal da democracia. Então estamos aqui todos não para construir algo mas cada um está no seu lugar para defender a sua dama. Cada líder local, numa universidade ou numa câmara, deve ter uma visão superior. Temos que pensar se estamos a contribuir para o progresso geral. Cada um tem que pensar para além de si próprio e, quer se queira quer não, tudo que é eleito preocupa-se consigo próprio na perspectiva de outra eleição.
JN
Enquanto não há regionalização, a Junta Metropolitana do Porto pode fazer, parcialmente, esse papel?
JMS
Se calhar podia e devia. E penso que tem vindo a fazê-lo.O que retira da polémica negociação em torno do metro?Cada um defende só os seus interesses e preocupa-se pouco com interesses cruzados. O líder daquela estrutura devia ser alguém acima de cada entidade.
JN
Concorda, então, com o regime proposto pelo Governo para as áreas metropolitanas, com um executivo sem presidentes de câmara?
JMS
Isso vem de encontro ao que estou a afirmar. Porque se for um dos presidentes de Câmara, é logo acusado de defender os seus interesses. É a tal independência que deve existir. Este país construíu-se muito à base da cunha, do pedido, com cada um a procurar resolver o seu problema, e sem saber se ao fazer esse pedido está a prejudicar um todo mais alargado.
Se houvesse uma junta regional, ou algo do género, teria de ser alguém acima das câmaras.
JN
Mostrou-se favorável à regionalização mas questionou a capacidade dos nortenhos de se entenderem para fazer tal reforma.Esta é a minha visão.
JMS
A questão é mesmo de falta de liderança?Penso que sim, por mais que me digam o contrário. A Madeira e o Algarve têm líderes, quer se goste ou não deles. E Lisboa tem o próprio Governo. O Norte e o Centro não têm e veja como estão.
JN
Falta capacidade de juntar as pessoas em torno de um projecto.Não basta estar de mão estendida, é isso?
JMS
A liderança serve para definir estratégias que envolvam todos os agentes e pô-las em acção.
JMS
Quando o dinheiro vem para a região, esta já poderia dizer "quero para isto e para aquilo". E não ter que estar a submeter projecto a projecto. Falamos já de uma estratégia da própria região.Tal estratégia regional não tem que partir do Governo?Penso que não é necessário. Se sabemos o que queremos e nos conseguimos entender, ninguém tem de decidir por nós. Claro que a estratégia da região tem de estar sempre em consonância com a do país.Regiões sem referendo
JN
Enquanto adepto da regionalização, defende um novo referendo?
JMS
Por natureza, sou contrário ao recurso à figura do referendo por tudo e por nada. Temos uma democracia participativa. Elegemos deputados para nos representarem e eles devem estar muito melhor informados. É verdade que, muitas vezes, estão sujeitos a disciplinas partidárias que influenciam as decisões. Tem que haver coragem dos partidos de se entenderem e encontrar uma solução constitucional.
JN
Seria difícil, até pela resistência do líder do PSD?
JMS
Sim, mas houve tantas mudanças desde o último referendo. O presidente da Câmara do Porto, que não era regionalista, hoje defende a regionalização. Já tem a experiência que lhe permita ver as dificuldades
recolha de
João Brito Sousa

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A AMÉRICA VAI SAIR MAIS FORTE


DEPOIS DA CRISE A AMÉRICA SAIRÁ MAIS FORTE
retirado da VISÃO

«A nossa economia está enfraquecida e a nossa confiança abalada. Vivemos tempos difíceis e incertos. Mas esta noite quero que todos os norte-americanos saibam isto: Vamos reconstruir, vamos restabelecer-nos, e os Estados Unidos da América sairão mais fortes do que antes», disse Obama, tentando dar confiança ao motor da economia norte-americana.

No seu discurso solenemente dirigido às duas câmaras reunidas do Parlamento, e aos norte-americanos, Barack Obama destacou a necessidade «de sacrifícios» para reduzir para metade, até ao fim do seu mandato em 2013, um défice federal que poderá exceder o número faraónico de 1.500 mil milhões de dólares este ano.

Mas também utilizou esta tribuna excepcional e este discurso, que equivale para todos os novos presidentes à alocução anual sobre o estado da União, para manifestar a uma hora de grande audiência a sua vontade de efectuar este ano uma grande reforma da cobertura social.

Obama prometeu fazer com que a América volte a ter até 2020 a mais forte taxa de universitários diplomados em todo o Mundo e aumentar os impostos sobre os ricos.

Eleito sobre a promessa da mudança, Obama prometeu investir nas novas tecnologias e nas energias renováveis para construir uma nova economia.

O chefe de Estado norte-americano pressionou igualmente o Congresso a apresentar novos regulamentos para o sistema financeiro e uma lei que imponha quotas de emissões dos gases com efeito de estufa.

Mas o Estado deve apurar o seu crédito a descoberto, disse Obama.

O seu primeiro orçamento, que será apresentado quinta-feira para o ano de 2010, eliminará os contratos sem concurso, que custaram muito dinheiro no Iraque, e reformará o orçamento da Defesa.

Tudo «de modo a que não se tenham de pagar sistemas de armas que datam da Guerra-fria e dos quais não nos servimos», assinalou o presidente.

Este orçamento, reflexo «da realidade crua» da crise que herdou, cortará nos programas inúteis ou inoperantes e o seu governo já identificou 2.000 mil milhões de dólares de poupanças possíveis em 10 anos, declarou.

Obama voltou a elaborar um quadro «honesto» da crise, segundo a sua administração: «O impacto desta recessão é real e está por toda a parte».

A reacção imediata dos mercados às medidas de urgência às quais Obama se consagrou durante o seu primeiro mês de governação foi desfavorável.

Obama disse aos norte-americanos que não têm que temer pelos seus depósitos bancários e que o seu «sistema financeiro continua a operar».

Apesar do medo dos accionistas de uma nacionalização dos grandes bancos, Obama disse que vai velar para que tenham bastante dinheiro para emprestar e favorecer o consumo.

Os norte-americanos pensam geralmente que serão necessários anos para sair do marasmo mais profundo desde os anos 30.

No entanto, os norte-americanos parecem dispostos a dar tempo a Obama, que assumiu funções no país em plena crise económica e financeira.

Segundo uma sondagem para o Washington Post e a ABC, 68 por cento dos norte-americanos aprovam a sua acção.

A política externa foi relegada para segundo plano, mas Obama congratulou-se com o facto dos Estados Unidos terem aberto «uma nova era de diálogo» com «A nossa economia está enfraquecida e a nossa confiança abalada. Vivemos tempos difíceis e incertos. Mas esta noite quero que todos os norte-americanos saibam isto: Vamos reconstruir, vamos restabelecer-nos, e os Estados Unidos da América sairão mais fortes do que antes», disse Obama, tentando dar confiança ao motor da economia norte-americana.

recolha de
João Brito Sousa

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

DA IMPRENSA / EXPRESSO


OPINIÃO

É IMPENSÁVEL.

O ministro dos Assuntos Parlamentares considerou ontem "inaceitável" que a promoção feita pela RTP1 à sua entrevista com Judite de Sousa tivesse em som as suas palavras "malhar na direita" e disse esperar um pedido de desculpas daquela televisão.

Augusto Santos Silva, que tutela a Comunicação Social, manifestava o seu incómodo a Judite de Sousa, no início do programa Grande Entrevista da RTP 1 conduzido por aquela jornalista.

"Com toda a franqueza, acho excessivo a forma como a RTP fez a promoção desta entrevista fazendo uma coisa que é inaceitável: pôr o som de uma intervenção minha numa reunião partidária e a imagem de eu a falar no Parlamento".

Judite de Sousa tentou salvar a situação, garantindo ao ministro que a montagem não foi "intencional" mas Santos Silva lembrou que os telespectadores foram "induzidos" em erro, pois esse seu discurso foi feito no calor de uma reunião partidária e não no Parlamento.

A 6 de Fevereiro, numa sessão de apresentação da moção de José Sócrates ao Congresso do PS, o dirigente socialista (e ministro dos Assuntos Parlamentares) Augusto Santos Silva disse gostar de "malhar na direita", deixando também críticas aos partidos à esquerda do PS.

"Eu cá gosto

MEU COMENTÁRIO

NÃO COMPPREENDO O SENHOR MINISTRO AUGUSTO SANTOS SILVA.

recolha de
JBS

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O PROBLEMA OBAMA


O PLANO OBAMA/US$ 75 bilhões

Nunca se viu uma coisa assim,

Um Presidente pede ao Tesouro para desbloqueara verba de US $ 75 bilhões para auxiliar milhões d e compradores d e casas que d eum momento para outro ficaram sem poder de compra

O curioso é que este dinheiro todo não chega para o necessário pois muitos lares vão ficar sem capacidade de resposta para resolver as suas dificuldades

O plano de hipotecas é o terceiro item do tripé lançado por Obama para resgatar a economia do país. Na terça-feira, Obama assinou um pacote de US$ 787 bilhões com investimentos em infraestrutura, programas de governo e incentivos fiscais. Na semana passada, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciou um plano que pode injetar mais de US$ 2 trilhões no sistema financeiro para resgatar os bancos.


Ao anunciar o plano de hipotecas, Obama quis deixar claro que o programa não deve beneficiar "especuladores que compraram casas apenas para lucrar com a bolha imobiliária" e "financiadores que tiraram vantagem de mutuários", embora não tenha especificado como vai evitar que isso ocorra. O plano entra em vigor em 4 de março, e não precisa passar pelo Congresso. Já a mudança na Lei de Falências precisa de aprovação, o que pode ser mais um desafio.


Apesar de mais ambicioso do que o esperado, o plano não animou Wall Street, e a bolsa manteve a trajetória de queda dos últimos dias.


COMENTÁRIO

É impressionante o que a crise provoca em termos de prejudicar das famílias. Acho muito estranho os governos não accionarem os mecanismos para evitar este descalabro.

Mas onde estavam os técnicos que não se aperceberam disto?

João Brito Sousa.

LAZIO BOLLONI


LUTEM PELO SEGUNDO LUGAR! ...


E PELO TERCEIRO E PELO QUARTO LUGAR E PARA NÃO SE DESCER DE DIVISÃO TAMBEM SE LUTA, Ó MISTER.


AS PALAVRAS DE LAZIO BOLONI ACERCA DO DERBY NO RÓXIMO SÁBADO SÃO DESPREZÍVEIS E DE UM TÉCNICO MEDÍOCRE.


QUEM É QUE LHE TERIA PAGO PARA VIR PROTEGR UM CLUBE DE VITÓRIAS DÚBIAS.


SENHOR BOLONI VÁ DIZER DISPARATES PARA A SUA TERRA.


AQUI NÃO, OUVIU BEM...



Jão Brito Sousa

ANÁLISE POLÍTICA




Amigo Joao,

Acabei de ver o prós e contras...


Uma coisa não se pode dizer, e' que José Sócrates não e' esperto (não inteligente)!!!...Imagina, no meio duma crise destas, o primeiro ministro injecta na sociedade, como manobra de diversão dois temas que, so' a uma minoria ,não só minoria mas minúscula, interessa o, casamento gay e, a regionalização !----

Foi de mestre político mas não encontro seriedade nisto....o debate na televisão decorreu correcto mas por mais que uma vez se sentiu a crispação e o desconforto....enfim, a crise ao partido socialista caiu como sopa no mel..."as metas não atingidas foi por culpa da crise...nós íamos lá parecem querer fazer-nos acreditar....

Para mais sossegar o eleitorado despejam-lhe umas doses de discussões gays ,(não quero dizer que os homossexuais não tenham as suas razões) a seguir vem o referendo sobre regionalização é a cereja do bolo, o direito dos homosexuais em adoptar crianças....Ainda não esta ai' mas já a vejo ao fundo do túnel. entre isto, o futebol e a actuação dos árbitros assim vai a vida no rectângulo....Faz-me voar ao passado, em pensamento a' época dos três efes.

Abraço meu amigo e diz-me se estou errado

Diogo

COMENTÁRIO.

Eu acho a tua posição correcta porquanto o programa da igreja parece ter sido encaixado ali com uma intenção de desviar as atenções do que é preocupante.

A política habituou-nos a isto e não temos muita força para sair desta porra ...

O eleitorado são uma camada de analfabetos que, salvo honrosas excepções não sabe o quer.

Mas o Pai desta cegada toda é o senhor Dr. Mário Soares.

Que grande canzil...

Abraço

João

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

AS NORTADAS DE MST


OPINIÃO

MST, como analista desportivo, é, na minha opinião, um homem sem capacidade para escrever sobre futebol. É uma pessoa cuja capacidade de discernir noutras matérias é enorme, mas no futebol não.

E e é pena.

Não consigo compreeender como é que MST pode escrever uma obra prima da literatura nacional e quiça internacional, um homem que tem capacidade para escrever um extraordinário artigo politico de envergadura internacional e não consiga escrever sobre futebol com isenção.

Ainda hoje na sua crónica das terça feira, MST arrasou tudo, poupando apenas o seu querido FC.Porto, mal que aliás é comum a mutos intelectuais do Norte, nomeadamente Álvaro Magalhães, Júlio Magalhães e outros, pessoas a quem é exigido, pela sua condição de bons escritores e jornalistas, que tentem perceber que o futebol é competição e não é uma guerra ...

Os comentarios de MST sobre caso da fruta que na sua opinião não houve só poderá ser entendido por quem não viu os jgos. E se os viu ainda é pior, porque como ele diz, só viu penaltys injustos marcados a favor do Sorting e do Benfica.

Caro Miguel, peço-lhe que tente ser justo.

JBS

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

OPINIÃO SOBRE OS NOSSOS RICOS


NÓS, OS RICOS

Hoje em dia é um bocado complicado saber quem é o rico, quem é a pessoa que tem direito à utilização desse título, será mesmo um titulo?.... talvez não, talvez seja tido mais como um designativo.

Consideremos um rico aquele cuja designação vem no dicionário, para que tenhamos uma referência ( não será a única, mas é uma) de um de alguns significados da palavra. De lá retiro que rico “é aquele que possui muitos bens, muito dinheiro e/ou muitas coisas de valor.”.

E penso que este é um conceito ultrapassado, porquanto o termo rico, deveria ter um significado noutra direcção, com outra amplitude contendo em si outros valores, porque parece ser muito fácil hoje em dia alguns terem muito dinheiro embora não tenha sido adquirido da melhor forma possível.

O meu entendimento de rico, vai na direcção da honradez, no cumprimento dos valores que a sociedade consagro como idóneos.

O que pensará um homem como Isaltino de Morais, ao ler na imprensa o seguinte:

“O Tribunal da Relação confirmou hoje a decisão do tribunal de primeira instância de julgar o autarca de Oeiras por suspeitas de corrupção, abuso de poder fraude fiscal e branqueamento de capitais.
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, vai mesmo a julgamento responder pelos crimes de corrupção, abuso de poder, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Contacto pelo Económico, Isaltino Morais remeteu-se ao silêncio, dizendo que "não me pronuncio sobre essa matéria". "Isso é para os comentadores", sublinhou.
O autarca terá de responder por um crime de participação económica em negócio, três de corrupção passiva para acto ilícito, um de branqueamento de capitais, um de abuso de poder e outro de fraude fiscal.
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras foi constituído arguido em Junho de 2005, num processo relacionado com contas bancárias na Suíça (não declaradas ao Fisco nem ao Tribunal Constitucional) e, também, num banco de Bruxelas.
Isaltino Morais esteve à frente da Câmara de Oeiras durante 16 anos, cargo que deixou para assumir a tutela do ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente no Executivo de Durão Barroso. Mas, em Abril de 2003, deixou o Governo quando foi tornado público que estava a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), na sequência de uma denúncia.
Apesar das suspeitas sobre si, Isaltino Morais candidatou-se como independente à Câmara de Oeiras, nas autárquicas de 2005, como independente, e voltou a ser eleito. Nas autárquicas de 2009, Isaltino Morais já anunciou que pretende recandidatar-se.

COMENTÁRIO

Perante todas estas considerações é espantoso que estas personalidades consigam andar por aí como se fosssem uns heróis.

Mas não são heróis.

JOÃO BRITO SOUSA

OS NOSSOS RICOS /OPINIÃO


A SUJEIRA DOS NOSSOS RICOS
Hugo Delgado, Lusa

Judiciária arquivou investigação ao património do edil bracarense. Ficam muitas dúvidas mas investigadores não conseguiram reunir provas 14 Fevereiro 2009 - 00h30

34 contas: Dois milhões e meio em dez anos

Depositos milionarios nas contas do autarca


MESQUITA MACHADO, presidente da Câmara de Braga há 32 anos, tem uma considerável fortuna pessoal e o seu ‘olho’ para o negócio parece ter passado para a família. Cláudia, Francisco e Ana Catarina, agora com 38, 35 e 31 anos, apresentam níveis de vida faustosos, bastante superiores ao rendimento que declaravam.

A análise exaustiva às suas contas foi feita pela Polícia Judiciária do Porto, após denúncia do vereador do PP em finais de 1999, que levou a que fossem passadas a pente-fino 10 anos da vida bancária do autarca. Nas 34 contas que o presidente da câmara, a mulher e os filhos titulavam foram depositados mais de dois milhões e meio de euros. De onde veio parte desse dinheiro é uma incógnita já que, todos somados, os rendimentos declarados pouco ultrapassaram o milhão e meio.


No entanto, até 1996, ano em que os filhos ainda não apresentavam declarações de rendimentos autonomamente, a família Mesquita Machado parecia viver de uma forma mais comedida. Mesquita auferiu rendimentos brutos, nesse ano, de 60 mil euros e a mulher apenas 7500.
Pedro e Cláudia, casados em 1997 (o genro é administrador-delegado de uma empresa multimunicipal) vieram dar um novo desafogo à família. Em 1998, declararam mais do que o pai e a mãe de Cláudia.

É, no entanto, Francisco – após a compra do café Astória e do negócio da loja comprada à Bragaparques e posteriormente arrendada à câmara – que catapulta a família Machado para outros voos. Logo no primeiro ano de rendimento, Francisco declara lucros de 300 mil euros.

As contas da família Machado mostram ainda vários depósitos em cheques, alguns de empreiteiros que trabalhavam no concelho. Inquiridos, todos os elementos da família deram explicações. Por exemplo, os dois cheques pré-datados de 10 mil euros entrados na conta de Cláudia e titulados por um dos donos da Bragaparques, Domingos Névoa, foram uma prenda de casamento; um cheque de cinco mil euros de Salvador, presidente do Braga, foi igualmente uma prenda de casamento; outros cheques serviam também para pagar dívidas que terceiros tinham contraído mas que aqueles não guardavam documentos porque avançaram com o dinheiro em momentos difíceis da vida dos amigos.


As explicações para as transferências são as mais variadas. Pedro Machado diz, por exemplo, que transferia dinheiro para a conta do pai porque aquele lhe ficara a dever. E quando o fluxo é inverso devia-se ao facto de os pais precisarem, eles próprios, de ajuda económica.

Outra particularidade: embora não apresentasse rendimentos muito elevados, Mesquita Machado e a família sempre revelaram grandes cuidados com as poupanças. Antes de os filhos serem autónomos, o presidente da câmara chegava mesmo a depositar 1/5 do que auferia em contas-poupança.


Mesmo assim um gosto especial é comum à família. São proprietários de boas viaturas (apenas Mesquita Machado não tem um único carro em seu nome) e donos de várias casas, em Braga e no Algarve. A PJ não conseguiu fazer o levantamento das embarcações, por falta de resposta das capitanias.

INVESTIGAÇÃO DUROU 8 ANOS


Há anos que a fortuna de Mesquita Machado é alvo das mais diversas especulações. No entanto, a investigação nasce de uma entrevista de Miguel Brito, então vereador do CDS/PP na autarquia bracarense.

Em Setembro de 2000, um jornal regional publicou as declarações do vereador demissionário, que assumia a pasta das Actividades Económicas. Directamente, disse que muitos funcionários camarários apresentavam sinais de riqueza incompatíveis com os salários que auferiam. As insinuações estendiam--se a Mesquita Machado e deram origem a uma investigação da Polícia Judiciária do Porto. Oito anos depois, em Novembro de 2008, após centenas de diligências e milhares de documentos reunidos, o procurador do Ministério Público de Braga arquivou o processo, por entender que 'não se consegue afirmar que foi este ou aquele quem corrompeu e determinar quem foi corrompido, ou sequer se terá havido corrupção'.


No documento a que o CM teve acesso, redigido um mês após Domingos Névoa e Mesquita Machado terem prestado declarações na PJ de Braga, o magistrado José Lemos entende que não se retira 'dos autos qualquer base probatória suficientemente consistente, susceptível de sustentar a dedução de acusação contra quem quer que seja'. Mais: o despacho sublinha que 'do confronto das declarações dos vários intervenientes inquiridos não resultam contradições relativamente à matéria analisada'.

Contactado pelo CM, Mesquita Machado não quis prestar quaisquer declarações.

PRÉDIO EMBLEMÁTICO COM PREÇO DE SALDO

José Veloso é um empreiteiro bracarense que, a ver pelo exemplo do café Astória, não terá grande aptidão para o negócio. Proprietário, em 2000, do edifício onde se encontra instalado o histórico estabelecimento de Braga, Veloso decide vender o prédio a Francisco Miguel Machado, por 400 mil euros, quando o filho do presidente tinha apenas 27 anos.

Apesar de em 1999 ter declarado ao Fisco o rendimento líquido anual de 14 500 euros, o filho do edil Mesquita Machado compromete-se a pagar em 10 anos a posse do café Astória, composto por cave, rés-do-chão e dois andares, reservados a comércio e habitação.

Para melhorar o cenário, José Veloso não especificava qualquer prazo para o pagamento mensal. Segundo o depoimento de Francisco à PJ, 'pagava quando tinha disponibilidade financeira'.

Foi o primeiro negócio da China para o filho de Mesquita Machado. Que em 1999 declarava 14 500 euros ao Fisco e depois da compra do prédio do café Astória – situado na Praça da Arcada, no centro da cidade de Braga – passou a receber a quantia anual de 300 mil euros líquidos. O que significava que em apenas um ano quase conseguira amortizar a dívida.

CÂMARA PAGA RENDA A FRANCISCO

A 20 de Outubro de 2000, Francisco Machado compra à Bragaparques uma loja de 75 m², situada na praça Conde de Agrolongo, terreno que inicialmente pertencia à Câmara de Braga. Em poucos meses, o estabelecimento de Francisco acaba arrendado à autarquia liderada pelo pai, Mesquita Machado.

No negócio, a Bragaparques pediu ao filho do edil bracarense cerca de 110 mil euros pelo espaço. Valor que fica aquém dos preços exigidos pela empresa a outros interessados, que tiveram de desembolsar algo como 150 mil euros por lojas com as mesmas características.

Justificando a decisão com a falta de lucro do bar que havia instalado, Francisco Machado parte, em Julho de 2001, para o arrendamento do estabelecimento, contando à PJ que, à altura, foram vários os interessados. Acabou por ceder os direitos à Câmara de Braga.

A autarquia entendeu instalar na loja o Espaço Internet, que ainda hoje funciona, pagando a Francisco Machado prestações mensais de 1200 euros.

PORMENORES 'MAU NEGÓCIO'

Ouvido pela Polícia Judiciária do Porto, José Veloso acabou por admitir ter-se tratado de 'um mau negócio' por ter vendido o prédio pelo mesmo preço que o havia adquirido quatro anos antes, então numa transacção judicial.

EXCLUSIVO COM NABEIRO

Assim que comprou o Astória, Machado rubricou um contrato de exclusividade com a Delta Cafés, de Rui Nabeiro. A Delta pagou 40 mil euros, e depois 25 mil, para melhoria de serviço, a serem devolvidos em prestações mensais de mil euros por Machado.

'AMO-TE BRAGA'

Em finais de 2004, Miguel Machado cede o Astória à exploração. Pedro Miguel Ramos ficou com o espaço e abriu o ‘Amo-te Braga’. Contudo, o negócio viria a fechar, por falta de lucro, e a histórica casa voltou à denominação original.

PJ PASSA CONTAS E BENS A PENTE-FINOPAI - Francisco Mesquita Machado Tem 62 anos e há 32 que lidera a Câmara de Braga. Foi dirigente do Sp. de Braga.


Recolha

João Brito Sousa

domingo, 15 de fevereiro de 2009

PORQUE HOE É DOMINGO


IR À MISSA É IMPORTANTE.

No meu tempo de rapazote ia à missa aos domingos era um ritual a que nós estávamos habituados e fazíamos isso com prazer.

Penso que ha alguns banqueiros em PORTUGAL que também começarama a ir à missa, ou precisam muito.

Desejo-hes boa sort
JOÃO BRITO SOUSA

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SOLIDARIEDADE


SERÁ O TAL MUNDO NOVO

Os Governos de Espanha e Portugal estudam realizar Conselhos de Ministros conjuntos no futuro, dada a actual intensidade das relações bilaterais, revelou hoje o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Miguel Angel Moratinos.

O chefe da diplomacia espanhola fez a afirmação no Parlamento, ao ser questionado sobre a XXIV Cimeira Ibérica, que teve lugar em Zamora, a 22 de Janeiro, e que Moratinos qualificou como uma das "mais conseguidas" realizadas até agora, "para não dizer a com mais êxito".

O alargado número de ministros que participaram nela - 12 espanhóis e 13 portugueses - abre caminho a que "muito provavelmente" se realizem Conselhos de Ministros conjuntos no futuro, acrescentou o ministro, que não adiantou mais informação sobre o projecto.

Moratinos destacou, por outro lado, o carácter simbólico da próxima Cimeira Ibérica, a vigésima quinta, que coincidirá com o aniversário da assinatura da acta de adesão da Espanha e Portugal à Comunidade Económica Europeia.

Na opinião de Moratinos, a intensidade dos projectos de cooperação em marcha faz com que a fronteira entre os dois países "desapareça" e se fale mais de uma "política de proximidade" entre vizinhos.

O chefe da diplomacia espanhola reforçou o desejo comum de criar um autêntico "mercado único ibérico" e de Madrid e Lisboa trabalharem juntas na União Europeia (UE), América Latina e outros palcos do mundo. A agência Lusa tentou obter um comentário do Ministério português dos Negócios Estrangeiros mas tal não foi possível uma vez que o ministro Luís Amado se encontra na Austrália.

COMENTÁRIO

Esta poderá ser uma solução a ter em conta mas estranha-se o entendimento da reunião de dois países distintos em que pela primeira vez na História, talvez não nos tenhamos apercebido que cada um puxa a brasa à sua sardinha

Aparentemente os interesses de Portugal e Espanha. Não serão idênticos porquanto a Espanha se trata de um país maior e com outras necessidades devido ao seu avanço tecnológico e económico.

JBS

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

OBAMA


A PRIMEIRA ENTREVISTA

WASHINGTON - Impaciente com a demora do Congresso, o presidente dos EUA, Barack Obama, fará nesta segunda-feira, 9, um ato público em Indiana e concederá a primeira entrevista colectiva do seu mandato, para tentar apressar a aprovação de um pacote de US$ 800 bilhões para estimular a economia. A reunião de Obama com cidadãos de Elkhart (Indiana) e a entrevista coletiva na Casa Branca ocorrem num momento em que Obama tenta recuperar o impulso depois de enfrentar constrangimentos por causa de irregularidades fiscais de indicados seus a cargos de primeiro escalão, e também uma demora inesperada na aprovação do pacote no Congresso, de maioria democrata.

A visita a Indiana é uma oportunidade para Obama defender o pacote económico como se estivesse em campanha, numa cidade industrial onde, segundo a Casa Branca, o desemprego no último ano saltou de 4,7 para 15,3%. Já a entrevista colectiva em horário nobre (prevista para começar às 23 horas no horário de Brasília) permitirá que Obama fale directamente com uma plateia nacional, depois de admitir na semana passada que cometeu erros nas indicações para o gabinete.

O pacote já foi aprovado na Câmara e deve ser votado esta semana no Senado. Diante da demora, e para não desviar as atenções, o Governo adiou um pacote de resgate bancário que o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, deveria anunciar na terça-feira. O pacote da Câmara prevê um estímulo governamental de US$ 819 bilhões para a economia; já o pacote do Senado prevê US$ 827 bilhões. Há divergências entre as duas versões a respeito de gastos públicos e reduções fiscais, e conciliá-las pode ser difícil.

"Temos de resolver as diferenças, encontrar a melhor lei possível, e colocá-la em vigor o mais rápido possível", disse Lawrence Summers, consultor económico de Obama, ao canal Fox, lembrando que mais de 600 mil postos de trabalho foram fechados no mês passado."Se alguma vez houve um momento para transcender a política, é este", disse Summers, director do Conselho Económico Nacional da Casa Branca.

Contra as acusações republicanas de que o pacote dá ênfase demais nos gastos públicos, e não no corte de impostos, Obama adoptou um tom mais duro contra a oposição, alertando-a de que "o tempo das conversas acabou", e argumentando que o mero corte de impostos é uma "fórmula perdedora" para estimular a economia.

Obama, que tomou posse em 20 de janeiro, lembra repetidamente aos republicanos que eles perderam a eleição de novembro e que os norte-americanos votaram por sua agenda de mudanças. A aprovação do pacote permitiria que Obama deixasse para trás uma semana difícil, na qual dois indicados desistiram dos seus cargos e um terceiro enfrentou uma demora na confirmação do Senado, devido a irregularidades tributárias do passado.

COMENTÁRIO

O sistema falhou. É inadmissível que, contrariamente ao que se deveria verificar ou seja, deveria presenciar-se uma economia em crescimento, observa-se um desemprego flagrante, que traumatiza não só as vitimas mas aqueles que não têm dificuldades, aparentemente.

Estou completamente convencido que a felicidade de uns poucos, não poderá ser autêntica quando há tanta infelicidade à sua volta. Se a distribuição da riqueza fosse mais equilibrada, todos usufruíam uns mais outros menos mas, de qualquer maneira, haveria pelo menos o mínimo para os mais desfavorecidos .

A ciência contabilística dispõe de mecanismos auxiliares que podem proteger a produção, as vendas e as receitas. O problema está na distribuição dos recursos, que se esgotam através de salários desequilibrados e outras mordomias em excesso

O problema aqui deveria de ser solucionado com maior sentido de responsabilidade e sobretudo de maior controle no dispêndio das aplicações financeiras.

Texto de
JBS

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A HORA DA ECONOMIA


OPINIÃO

"Despejar milhões numa economia endividada é como tratar a cirrose de um alcoólico com mais uma garrafa de vinho e outra de uísque".
Paulo Baldaia, "Jornal de Notícias", 07-02-2009

PAULO BALDAIA, é o actual chefe de redacção do 'Jornal de Notícias' e antigo editor de Economia e Política do Diário Económico e é um homem com experiência enquanto eu nem economista sou

Todavia, atrevo-me aqui a rabiscar umas notas, com o que aprendi no curso nocturno de Contabilista, no ICL, na Rua das Chagas, anos 80, onde o Dr. Fernando Mendes me deu dez valores na oral.

Portanto não esperem muito da análise. Vamos ver se ainda valho dez valores, ou se mais ou se menos...

Ora vamos lá:

Considerando que a nossa economia está endividada, como aliás a de muitos países europeus e doutros continentes, é natural que, se não forem geradas receitas, terá de ser dado algum apoio financeiro a fundo perdido às empresas, o que não é coisa do outro mundo, uma vez que muitos o fazem.

Recordo que George Bush, o Presidente Americano que agora cessou as suas funções, solicitou autorização para que o Tesouro americano fizesse chegar às famílias o valor de 1 000, 00 USA para a aquisição de bens de necessidade útil, para que as empresas voltassem a movimentar os stocks, sendo aquela verba exclusivamente para isso

Hoje, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse que o governo americano gastará "centenas de bilhões de dólares" para responder à crise financeira. Paulson disse que o governo aumentará a intervenção no mercado imobiliário, que considera a raiz dos problemas financeiros dos Estados Unidos, além de outras medidas

Mas para que isto dê certo, haverá que haver um programa com objectivos a cumprir e terá de haver simultaneamente outros comportamentos a por em pratica. Sinceramente não me agride por aí além “o despejar dos milhões”. Agride-me sim se esse despejo for feito sem rei nem roque, ou seja à portuguesa.

Os americanos tomaram medidas e proibiram as vendas a descoberto, como foi o comportamento da SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos) também tomou iniciativa contra a crise e proibiu temporariamente as vendas a descoberto sobre os valores financeiros.

O que é ingrato é os economistas não utilizarem mecanismos suficientemente eficazes para detectar o buraco atempadamente. É lamentável que o Dr. Basílio Horta venha dizer, simplesmente, que não se pode fazer mais nada, perante a crise internacional que aí está instalada. Porquê?

O que era interessante era saber quais as medidas preventivas que tomou. E se não as tomou, porque foi? Se não forem tomadas medidas Baldaia tem razão.

(parte do texto é retirado da Folha de S. Paulo)

JBS

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

LITERATURA/L: TOLSTOY



TÍTULO: FELICIDADE CONJUGAL
AUTOR: Leon Tolstoi

O livro de Tolstoi, é uma história de amor entre duas pessoas que nunca pensaram que tal viria a acontecer.

Ele, é visita de casa dos pais dela e muito mais velho, o que tornava quase impossível a consumação da relação conjugal entre ambos. Conheciam-se à muito tempo pois ele era amigo do pai dela, entretanto falecido.

Nas suas cogitações de adolescente ela dava com ela própria a pensar de como seria o seu futuro marido e até como seria, se ele próprio a pedisse em casamento ou quisesse casar com ela.

Enquanto, ela, que se julgava bonita, pensava que isso seria o ponto de partida para se iniciar uma relação de amizade e amor entre ambos; ele, por seu lado, entendia que a alma é que era importante.

A beleza física não é tão importante assim, porquanto nalguns casos ou em quase todos, essa beleza exterior não se identifica com a beleza interior, que se expressa através da prática de valores. E por aqui, sim, nós temos à nossa disposição indicadores credíveis para concluir.

Ele era um homem experiente, conhecedor das vicissitudes e exigências da vida, sabia que a vida era fértil em ciclos de bom relacionamento e de outros de menos bom relacionamento

Enquanto ele se considerava preparado, tendo conhecimento dessas alterações de humor na vida, ela pura e simplesmente desconhecia a sua existência.

Este livro é uma obra com melodia como se pode ver por esta pequena amostra que vai a seguir.
“Serguei Mikailovitch era nosso vizinho e amigo de meu defunto pai, embora muito mais novo do que ele. A sua chegada modificava-nos os planos, mas oferecia-nos a possibilidade sairmos da aldeia. Além disso, desde pequena me acostumara a respeitá-lo e a ter-lhe afeição.

Toda a gente da casa, a começar por Kátia e Sónia até ao último dos cocheiros, nos habituara a estimá-lo. Por outro lado, ele tinha para mim uma importância extraordinária, graças a umas palavras que ouvira a minha mãe. Dissera-lhe certa vez que desejava para mim um marido como ele.

Nessa altura pareceu-me estranho e até desagradável. Sonhava com um galã delgado, pálido e triste. E Serguei Mikailovitch era de certa idade, corpulento, e ao que parecia, de feitio alegre.

Apesar de tudo, essas palavras tinham-me impressionado e, seis anos antes, tinha eu onze, tratava-me ele por tu, brincava comigo e chamava-me menina violeta Perguntava a mim mesma, às vezes, não sem temor, que faria se ele quisesse casar comigo.

Serguei Mikailovitch chegou antes do almoço.Apertou-me a mão com força, quase que me fez doer.Pensei que ia beijar-ma e inclinei-me para ele, mas limitou-se a apertar-ma de novo e a fitar nos meus os seus olhos de expressão firme e alegre.

Não nos víamos há seis anos. Mudara muito; estava queimado pelo sol e usava uma patilhas que o não favorecia.

Ao cabo de cinco minutos, deixara de ser um hóspede, convertera-se numa pessoa da casa, inclusivamente para os criados, que tanto se tinham alegrado com a sua chegada, como se deduzia da agitação e esmero que mostravam. Serguei mostrou-se alegre e comunicativo. Não disse nem uma palavra a respeito da mãezinha. Pareceu-me indiferença; mas depois compreendi que não se tratava de indiferença, mas de sinceridade e senti-me grata...

A compaixão que nos demonstrava este homem tão bom, que, ao fim e ao cabo, não pertencia à família deu-me uma sensação de bem estar.

Um clássico da literatura.

SOUSAFARIAS

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO FILOSÓFICA


REFLEXÃO FILOSÓFICA
MIUEL TORGA

A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano.
Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).
Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras.
E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração. Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa. Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões

1 – “O silêncio dos melhores é cúmplice do alarido dos piores”...

Há aqui, de facto, uma verdade incontestável e falta do assumir de responsabilidades por parte dos melhores. Diogo Freitas do Amaral disse em tempos atrás que nos destinos do País deveriam estar os melhores, para que o País se tornasse mais moderno e mais eficiente. O que se tem visto é que entre nós os melhores se medem pelas chorudas remuneração que auferem enquanto o país fica na mesma. Clamo mais uma vez pela honra, onde estais?

2 - Uma revolução acontece como acontece um poema.

Quer uma revolução quer um poema traduzem uma mensagem de esperança. Para um poeta quando um poema surge trás consigo uma boa dose de esperança, sim, mas sobretudo, proporciona-nos um de felicidade. Ser feliz... é a meta a alcançar.... Ou deveria ser.. para todos..

3 - Sabemos que tanto no particular como no geral, raramente o alcançado corresponde ao desejado. É uma lei da vida.

Efectivamente corresponde à verdade essa mensagem de Torga. Um tio meu costumava dizer que o que a gente pensa num minuto pode levar muitos anos a concretizar... É verdade que assim nunca mais chegamos ao desejado.... ou teremos muitas dificuldades disso...

jbs