(pousada de s. brás de alportel)
OLHAR S. BRÁS DE ALPORTEL
“Morre o pobre e nem caixão
Vai no esquife, que desgraça”.....
Bernardo de Passos em “Glosas”
Quem está fora da terra tem a saudade a bater-lhe à porta de vez em quando. Sou natural dos Braciais, daquela zona agrícola que vai do Chelote, Mar e Guerra, Braciais e Patacão e lembro-me muitas vezes das pessoas e das hortas que conheci na minha terra e que agora já não conheço mais, porque já quase que não há pessoas nem hortas. Tenho saudades disso... mas os velhos morreram e as hortas acabaram...
Quando estou por ai, gosto igualmente de subir a serra do Caldeirão. Admirar a paisagem agreste, tal como a vida. e gosto de ficar a olhar a paisagem. Não posso ver um sobreiro sem me deter... e nesse momento ignoro tudo, acho tudo maravilhoso, até as coisas mais vulgares e consigo extrair ternura dum barranco. E isso me basta...isso me enche... As flores do campo, cores diversas a perfazerem um conjunto de beleza maravilhosa...
Gosto de ir aos Parises almoçar ao restaurante do meu compadre e tomar uma cachaça. Às vezes telefono-lhe e pergunto: - compadre, há aí algum coelho para sábado?.. e ele, compadre, o assunto é só aparecer e trazer a malta.
A malta.. a velha malta, que são os amigos que alinham nestas coisas. Sempre fui um doido por amigos. Gosto de estar com eles porque gosto de pessoas. Dou um toque ao Condinho que diz que sim e que leva as castanholas, o Custoidinho que leva a guitarra e o Carlos que sabe uns fados novos. Está a charenga armada.
Às nove e meia no Estaca lá no Chelote
O sábado vem e quando já estamos todos, partimos. A Luísa vem também e diz-me quase em segredo ...vou e no regresso trago eu a máquina!...
A serra é o meu encanto. Ir as festas de S. Brás também. Às vezes dou uma saltada à vila, para ver as romarias e procurar o Cabrita, um sambrasense castiço que estudou comigo em Faro, onde entrámos em 52/53 para a Escola Comercia e Industrial. Era um bacano mas nunca mais o vi..
Encontro outros mas eu quero é ver o Cabrita... que não está... Em próximas crónicas falarei desses encontros com sambrasenses ilustres.
Até à próxima com um abraço do
João Brito Sousa
“Morre o pobre e nem caixão
Vai no esquife, que desgraça”.....
Bernardo de Passos em “Glosas”
Quem está fora da terra tem a saudade a bater-lhe à porta de vez em quando. Sou natural dos Braciais, daquela zona agrícola que vai do Chelote, Mar e Guerra, Braciais e Patacão e lembro-me muitas vezes das pessoas e das hortas que conheci na minha terra e que agora já não conheço mais, porque já quase que não há pessoas nem hortas. Tenho saudades disso... mas os velhos morreram e as hortas acabaram...
Quando estou por ai, gosto igualmente de subir a serra do Caldeirão. Admirar a paisagem agreste, tal como a vida. e gosto de ficar a olhar a paisagem. Não posso ver um sobreiro sem me deter... e nesse momento ignoro tudo, acho tudo maravilhoso, até as coisas mais vulgares e consigo extrair ternura dum barranco. E isso me basta...isso me enche... As flores do campo, cores diversas a perfazerem um conjunto de beleza maravilhosa...
Gosto de ir aos Parises almoçar ao restaurante do meu compadre e tomar uma cachaça. Às vezes telefono-lhe e pergunto: - compadre, há aí algum coelho para sábado?.. e ele, compadre, o assunto é só aparecer e trazer a malta.
A malta.. a velha malta, que são os amigos que alinham nestas coisas. Sempre fui um doido por amigos. Gosto de estar com eles porque gosto de pessoas. Dou um toque ao Condinho que diz que sim e que leva as castanholas, o Custoidinho que leva a guitarra e o Carlos que sabe uns fados novos. Está a charenga armada.
Às nove e meia no Estaca lá no Chelote
O sábado vem e quando já estamos todos, partimos. A Luísa vem também e diz-me quase em segredo ...vou e no regresso trago eu a máquina!...
A serra é o meu encanto. Ir as festas de S. Brás também. Às vezes dou uma saltada à vila, para ver as romarias e procurar o Cabrita, um sambrasense castiço que estudou comigo em Faro, onde entrámos em 52/53 para a Escola Comercia e Industrial. Era um bacano mas nunca mais o vi..
Encontro outros mas eu quero é ver o Cabrita... que não está... Em próximas crónicas falarei desses encontros com sambrasenses ilustres.
Até à próxima com um abraço do
João Brito Sousa
E é tão bom recordar e reencontrar os amigos! S.Brás continua a mesma vila de sempre apesar de ter crescido muito. Comer nos Parises,nos Montes Novos, no Barranco do Velho, na Cortelha os manjares serranos à conversa com os amigos é sempre um prazer.
ResponderEliminarUm beijinho, professor!
Voltei para falar das minhas gentes da serra, dos seus usos e costumes, dos seus sentires, enfim, do outro Algarve que não tem praias mas também merece o nosso olhar.
ResponderEliminarBeijinhos