AS HORTAS NOS BRACIAIS
Esta crónica é para todos os que me visitam, mas vai, especialmente, para o meu tio LUÍS BERNARDO ( ALCANTARILHA) casado com a minha tia Silvina, a residir em Perpinghan, FRANÇA, uma homenagem ao trabalhador de enxada, que na minha opinião, foi o mais habilidoso de todos, que passou pelas hortas dos Braciais.
Dizia-me o Xico, o marido da Felisbela e genro do Zé Conquilha, cunhado do Eduardinho e do Aníbal do Banco do Algarve que, a base disto tudo é a agricultura, mas estes governantes não sabem nada desta coisa.
Mestre Xico trabalhava lá na horta da minha mãe e era ele que preparava os alfobres (viveiros) para as couves e alfaces. Era um bocado de terreno, um quadrado que tinha ficado um mês ou dois em pousio e agora era tempo de o preparar para a sementeira.
Primeiramente espalhava-se o estrume pela terra a fora e depois a terra era cavada de preferência com um alvião, uma ferramenta do campo composta por um cabo de metro e dez de comprimento e uma lâmina rasgada no meio, mais parecendo uma lâmina de dois bicos, contendo na parte de trás um “olho” como se diz lá pelas hortas, onde ia entrar o cabo, que será depois ajustado, com o auxílio de umas cunhas de madeira ou de ferro, cujo objectivo é fixar bem o cabo à lâmina.
Dava gosto ver Mestre Xico pegar no alvião. A mão direita pegava no cabo à frente da mão esquerda, a perna esquerda à frente da perna direita e num golpe de força, Mestre Xico fazia o alvião ir atrás das costas e depois era levado com força em direcção à terra, entrando nela com suavidade e profundidade suficientes. Acto contínuo, agora com o cotovelo do braço esquerdo apoiado na zona da coxa, Mestre Xico trazia a terra para onde tinha os pés, se houvesse torrões desfazia-os com o olho da ferramenta, alisava a terra e continuava.
Magnífico.... só Mestre Xico.
.
Toda a terra é cavada e depois é armada para a sementeira..
Primeiro, vai-se buscar as sementes das alfaces e das couves á do mestre Serafim, o barbeiro do Patacão e pai do Artur, do Custódio, da Laura, da Fernanda e da Lurdes, a que casou com o Manuel Piedade que era contínuo na Universidade das Gambelas.
Depois Mestre Xico, rasgava as carteirinhas lançava as sementes à terra, duma certa forma, porque é preciso saber.
E depois seguia eu com a rega.
O trabalho estava feito.
Outra maneira de trabalhar terra., é com o arado de mula, que o Mestre Zé Simão aparelhava e o Mestre Artur ou o Alcindo afinavam as aivecas.
Vamos falar disso.
È assim nas hortas dos Braciais.
João Brito Sousa
Esta crónica é para todos os que me visitam, mas vai, especialmente, para o meu tio LUÍS BERNARDO ( ALCANTARILHA) casado com a minha tia Silvina, a residir em Perpinghan, FRANÇA, uma homenagem ao trabalhador de enxada, que na minha opinião, foi o mais habilidoso de todos, que passou pelas hortas dos Braciais.
Dizia-me o Xico, o marido da Felisbela e genro do Zé Conquilha, cunhado do Eduardinho e do Aníbal do Banco do Algarve que, a base disto tudo é a agricultura, mas estes governantes não sabem nada desta coisa.
Mestre Xico trabalhava lá na horta da minha mãe e era ele que preparava os alfobres (viveiros) para as couves e alfaces. Era um bocado de terreno, um quadrado que tinha ficado um mês ou dois em pousio e agora era tempo de o preparar para a sementeira.
Primeiramente espalhava-se o estrume pela terra a fora e depois a terra era cavada de preferência com um alvião, uma ferramenta do campo composta por um cabo de metro e dez de comprimento e uma lâmina rasgada no meio, mais parecendo uma lâmina de dois bicos, contendo na parte de trás um “olho” como se diz lá pelas hortas, onde ia entrar o cabo, que será depois ajustado, com o auxílio de umas cunhas de madeira ou de ferro, cujo objectivo é fixar bem o cabo à lâmina.
Dava gosto ver Mestre Xico pegar no alvião. A mão direita pegava no cabo à frente da mão esquerda, a perna esquerda à frente da perna direita e num golpe de força, Mestre Xico fazia o alvião ir atrás das costas e depois era levado com força em direcção à terra, entrando nela com suavidade e profundidade suficientes. Acto contínuo, agora com o cotovelo do braço esquerdo apoiado na zona da coxa, Mestre Xico trazia a terra para onde tinha os pés, se houvesse torrões desfazia-os com o olho da ferramenta, alisava a terra e continuava.
Magnífico.... só Mestre Xico.
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Toda a terra é cavada e depois é armada para a sementeira..
Primeiro, vai-se buscar as sementes das alfaces e das couves á do mestre Serafim, o barbeiro do Patacão e pai do Artur, do Custódio, da Laura, da Fernanda e da Lurdes, a que casou com o Manuel Piedade que era contínuo na Universidade das Gambelas.
Depois Mestre Xico, rasgava as carteirinhas lançava as sementes à terra, duma certa forma, porque é preciso saber.
E depois seguia eu com a rega.
O trabalho estava feito.
Outra maneira de trabalhar terra., é com o arado de mula, que o Mestre Zé Simão aparelhava e o Mestre Artur ou o Alcindo afinavam as aivecas.
Vamos falar disso.
È assim nas hortas dos Braciais.
João Brito Sousa
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