segunda-feira, 26 de novembro de 2007

CRÓNICA DOS BRACIAIS

(ilha das flores)
OS TRÊS ALPINOS

Diz o DIOGO COSTA SOUSA em crónica enviada de WASHINGTON:

“pequena nota: o Manuel António do citado "Armstrong" era o bisavô do nosso juiz dos Braciais... mas houve vários motores instalados em noras antes do Manuel António, incluindo os do meu pai.”...

Em tempos idos, havia boas hortas na zona dos Braciais e os agricultores iam comprar o gado para a lavoura às feiras de S. Marcos da Serra, de Messines, de Paderne, da Guia e outras terras, no tempo dos aguadeiros que andavam com uma enfusa de barro a vender água ao pessoal que por ali andava. Os bácoros e os bezerros eram comprados por um bom preço e as crias vinham de boa saúde por serem alimentadas nas pastagens das encostas do barrocal.

Por um lado essas idas às feiras serviam de passeio às localidades, almoçava-se na feira ou mercado, fazia-se negócio ou não e às 4 ou 5 horas da tarde vínhamos embora. Se havia compra de gado numa feira que ficasse a uma distância razoável, por exemplo, o mercado de Estoi, esse gado vinha pela estrada fora desde que chegasse a casa a horas de poder transitar e chegar a horas decentes. Quando as feiras eram mais longe o gado vinha em camionetas fretadas para tal fim.

Eu às vezes também ia a essas feiras, o meu padrasto levava-me e íamos no carro do José Joaquim Baptista, o Pai do Zeca da Euroaço, que era o condutor da viatura, ia o Pai dele, o Joaquim Baptista, ia eu e o meu padrasto e o Mestre Aníbal que era o sapateiro, no Patacão.

O gado adquirido nessas feiras e mercados nunca tinham trabalhado juntos, nem a puxar o arado ou a fazer outra coisa qualquer. Eram depois alinhados à canga nas hortas e era aqui que se preparavam as chamadas juntas de bois, que eram ensinados e preparados para os trabalhos da lavoura

Havia lá no Patacão um homem que tinha muito jeito para esse trabalho de levar o gado à junta e depois à charrua: era o Mestre Joaquim Boeiro.

É importante dizer-se que os mercados realizam-se mês a mês, como os mercados do Algoz, Messines, Estoi, etc... e as feiras realizam-se uma vez por ano, como a feira de Faro que é todos os ano a 21 de Outubro..

A história dos três alpinos passou-se naquele ano em que o agricultor vendeu as cenouras por bom preço e até vendeu uma junta de bois por catorze contos na feira de FARO em Outubro. Eu não vi fazer o negócio .... foi o que eu ouvi dizer. E era bom dinheiro esse da venda dos bezerros... nesse tempo...

Os Alpinos eram três.. de cor preta. E foi coisa que deu brado ai nos BRACIAIS.

Voltaremos sempre aos Braciais.
João Brito Sousa.

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