domingo, 11 de novembro de 2007

CRÓNICA DE DOMINGO

(o velho sou eu, em FARO na pensão AFONSO III do Ferrimho)


RECORDANDO UM GRANDE AMIGO

O JOSÉ DUARTE MARTINS BAPTISTA de Mar e Guerra foi um grande colega e um grande amigo. Fizemos a escola primária juntos andando eu, duas classes mais, à frente dele, talvez eu na quarta e ele na segunda. Lembro-me muito bem do Zé Duarte e do carinho que a D. Helena nutria por ele, óh menino José Duarte, então diga lá... e coisas assim.

Curiosamente não conheci o pai, apesar de saber que era o Damião Baptista, que morava, creio eu, ali perto do tio Serôdio, o pai do Custódio e do Tino, que emigrou para França.. Pelo menos é esta ideia que eu tenho.

Sei que o Zé tinha um irmão que residia em LONDRES e uma das últimas vezes que estive com ele, disse-me que tinha estado dois meses na casa do irmão em LONDRES. Ainda me lembro das palavras que ele me disse:- João, cuida de ti não te descuides... a vida é curta... vive-a bem... .

Recordo aqui que o Zé foi dos primeiros dos nossos a possuir o telemóvel. Numa tarde em que fui fazer compras ao Jumbo de Alfragide, encontrámo-nos lá e o Zé disse-me, João toma lá o meu número de telefone, quando quiseres ligas para mim. Lembro-me que não quis ficar, porque eu não tinha telemóvel ainda e não percebia muito bem daquilo.

Quando me encontrava com o Zé Baptista era sempre com muito gosto que o fazia pois o Zé a conversar era um espectáculo. Uma vez encontrámo-nos na procissão do Senhor Morto na sexta feira de Páscoa, conversa para aqui conversa para ali, quando às tantas ele me diz: João, mas tu não evoluíste nada... Aquilo caiu tão bem na minha ex mulher que durante muitos anos me dizia: lembras-te do que disse aquele teu amigo?:..

Conheci também a esposa do Zé, que residia li para os lados da Senhora da Saúde, penso eu e que andou connosco lá na Escola Comercial e Industrial de Faro, frequentou o Curso Comercial e foi funcionária do BNU, em Lisboa. Parece que é isto.

Sendo assim, quero deixar aqui um cumprimento especial para o velho amigo Zé Baptista, esteja ele onde estiver e agradecer à esposa do Zé o ter-me vindo visitar aqui, a quem peço me mande aí umas histórias (jbritosousa@sapo.pt) lá da Senhora da Saúde ou lá da Escola Comercial.

E disponha sempre deste espaço que é para os amigos

João Brito Sousa

1 comentário:

  1. Velhos

    O velho da foto é o amigo Brito.

    Velho?! Mas, há velhos?!
    Em meu entender só há os velhos que o querem ser ou que se deixam envelhecer! Velho, como qualquer outro traste, é coisa de jogar fora, é matéria tornada inutilidade. Pelo uso, pelo desgaste, pela inoperabilidade, velho é sempre para esquecer, para arrumar a um canto, para jogar no lixo.

    Não amigo! Não vejo nenhum velho na foto!
    Vejo, isso sim, um indivíduo com ar de quem já lhe passaram uns anos por cima, anos que inevitavelmente têm que deixar marca no seu perpassar por cada um de nós.
    Mas não vejo, nem na foto e muito menos na obra que aqui vem sendo produzida, nenhum velho.
    Vejo um elemento da Terceira Idade - gosto deste qualificativo! - que está na pujança das suas capacidades intelectuais, debitando matéria vasta e capaz para satisfação de quem tem o privilégio de o ler.
    Vejo um moço do meu tempo, cujos anos amadureceram pela experiência a sua panóplia de conhecimentos, aportando riqueza que, em boa hora, se lembrou de partilhar com todos.

    Os carunchos trarão inevitavelmente os seus achaques à matéria gerando alguns inconvenientes de mobilidade. Nada a fazer! O importante, aquilo que na realidade devemos e temos que conservar operativo, é o espírito. E esse, amigo, tem estado bem patente, aqui e não só, todos os dias, na demonstração de como está ainda e para muitos anos vindouros, bem capaz.
    Em frente! Todos os dias!
    Só fica velho, repito, quem quer!

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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