(dr. alberto martins)
HÁ QUARENTA E NOVE ANOS ATRÁS,
frequentava eu o Curso Comercial na Escola em FARO, quando o General Humberto Delgado apareceu por lá a fazer a sua campanha para a Presidência da República. Lembro-me de ver muitas pessoas reunidas ali para aquelas bandas do Café “A Brasileira” na zona do consultório do Dr. May Viana
Foi em Maio de 58, salvo erro que o nosso General apareceu por lá. E a sua campanha tinha por suporte a famosa frase, por si proferida em relação à actuação do Presidente do Conselho de Ministros de então, o Professor Dr. António de Oliveira Salazar, o “obviamente demito-o”.
Para nós, putos de quinze desaseis anos, a visita do General em campanha e a respectiva multidão de apoio, dava-nos alguma hipótese de mensagem nova que estava para chegar, isto é, dava-nos a possibilidade de um dia poder vir a ter uma opinião sobre um acontecimento que interessava ao País e a nós próprios, expressando-as nas urnas. Isso era já pretensão visível nos jovens dessa época.
O General perdeu as eleições que concorreu contra o Dr. Arlindo Vicente e conta o Almirante Américo Tomás, que as ganhou, mas penso que apesar de tudo, as coisas não ficaram como dantes. Surgiram ideias, no que toca ao Ultramar Português e Índia, cujos primeiros indícios de revolta começaram logo nos anos 60.
Nesse tempo, de Tomás e Salazar, externamente, o País era considerado como um povo sem honradez, por a governação estar suportada por uma polícia internacional de defesa do Estado, o que nos impedia de ter ideias próprias e principalmente, estava-nos vedada a possibilidade de as discutir. Mas curiosamente, havia emprego, na banca comercial, o BNU, nomeadamente, que empregou algumas dezenas de alunos da Escola Comercial dessa altura.
È verdade que nem todos passavam da escola primária mesmo que fossem capazes, ficavam nos campos ou emigravam para a França ou outros Países e a política do ensino superior limitava-se a formar, por cada faculdade, dez ou quinze alunos por ano, facilmente colocáveis e parecia estar tudo bem.
Mas não estava. E daí surgirem as baladas de Zeca Afonso e Adriano, Fanhais e José Mário Branco, entre outros, o Maio de 68 em Paris e a retirada da passadeira a Tomás em COIMBRA, pelos estudantes desse tempo, liderados pelo hoje deputado socialista, Dr. Alerto Martins.
E o vinte e cinco de Abril, o dia da liberdade ansiada, que estava na forja, chegou em 1974.
E pergunto:- estaremos melhor?
João Brito Sousa.
Foi em Maio de 58, salvo erro que o nosso General apareceu por lá. E a sua campanha tinha por suporte a famosa frase, por si proferida em relação à actuação do Presidente do Conselho de Ministros de então, o Professor Dr. António de Oliveira Salazar, o “obviamente demito-o”.
Para nós, putos de quinze desaseis anos, a visita do General em campanha e a respectiva multidão de apoio, dava-nos alguma hipótese de mensagem nova que estava para chegar, isto é, dava-nos a possibilidade de um dia poder vir a ter uma opinião sobre um acontecimento que interessava ao País e a nós próprios, expressando-as nas urnas. Isso era já pretensão visível nos jovens dessa época.
O General perdeu as eleições que concorreu contra o Dr. Arlindo Vicente e conta o Almirante Américo Tomás, que as ganhou, mas penso que apesar de tudo, as coisas não ficaram como dantes. Surgiram ideias, no que toca ao Ultramar Português e Índia, cujos primeiros indícios de revolta começaram logo nos anos 60.
Nesse tempo, de Tomás e Salazar, externamente, o País era considerado como um povo sem honradez, por a governação estar suportada por uma polícia internacional de defesa do Estado, o que nos impedia de ter ideias próprias e principalmente, estava-nos vedada a possibilidade de as discutir. Mas curiosamente, havia emprego, na banca comercial, o BNU, nomeadamente, que empregou algumas dezenas de alunos da Escola Comercial dessa altura.
È verdade que nem todos passavam da escola primária mesmo que fossem capazes, ficavam nos campos ou emigravam para a França ou outros Países e a política do ensino superior limitava-se a formar, por cada faculdade, dez ou quinze alunos por ano, facilmente colocáveis e parecia estar tudo bem.
Mas não estava. E daí surgirem as baladas de Zeca Afonso e Adriano, Fanhais e José Mário Branco, entre outros, o Maio de 68 em Paris e a retirada da passadeira a Tomás em COIMBRA, pelos estudantes desse tempo, liderados pelo hoje deputado socialista, Dr. Alerto Martins.
E o vinte e cinco de Abril, o dia da liberdade ansiada, que estava na forja, chegou em 1974.
E pergunto:- estaremos melhor?
João Brito Sousa.
POrto, 2007.11.17
ResponderEliminarLa expresión ¿Porqué no te callas?, utilizada por Su Majestad Rey España no es una expresión de felicidad ni de utilización correcta. Ha sido inclusivamente una expresión ofensiva y poco responsable, una vez que ambas las personalidades son los primeros en su País respectivamente.
João brito Sousa
PORTO, 2007.11.17
ResponderEliminarO comentário anterior é para o post "PORQUE NÃO TE CALAS"? do amigo Rodolfo.
joão Brito Sousa