(pomares)
O MEU COMENTÁRIO.
NÃO SENDO UM ESPECIALISTA NA MATÉRIA, direi que
A agricultura, nos anos cinquenta, apresentava-se-nos dentro de um modelo de exploração de agricultura familiar, desorganizada (é importante dizer isto por não haver controlo de nenhuma espécie), onde havia poucas possibilidades de evolução nas técnicas de cultivo e na plantação do arvoredo e de outros... porque essas técnicas vinham de pais para filhos, que, por sua vez, eram transmitidas aos trabalhadores recrutados no exterior.
O país, entra nesse período num processo de crescimento económico assente na indústria, enquanto a agricultura perde peso no contributo global para a economia do País, constituindo esse aspecto um erro grave. A agricultura deveria ser auxiliada e priorizada o que não aconteceu..
Esta, era uma agricultura tradicional que produzia de uma maneira geral para o mercado local, que foi muito prejudicada ainda pela ausência de organização e de redes de distribuição, tendo muito contribuído para isso a frágil rede viária do País com precários meios de transporte.
A difusão do tractor e de maquinaria auxiliar chegou tarde a esta agricultura, de tal modo que havia um tractor para assistir a 50 hortas.
Assistiu-se à falta de instrumentos e ferramentas para substituição de técnicas antigas que levasse a minimizar os custos de exploração. Nessa década a água era retirada do fundo das noras com a ajuda de muares ou gado bovino o que levava a encarecer a produção.
O primeiro motor agrícola adquirido, um ARMSTRONG, era propriedade da
exploração agrícola do senhor Manuel António nos Braciais.
Igualmente se passou na aplicação dos fertilizantes químicos e pesticidas que chegaram tarde e de custos elevados para uma agricultura sem subsídios.;
A precária utilização de sementes e animais seleccionados foi outra das causas que não favoreceu este tipo de pequenas hortas não organizadas, que ainda hoje continua. Como exemplo, temos a praticamente nula colocação da laranja algarvia, da melhor do mundo, nos mercados fora da região, por falta de um organismo que disponha de meios financeiros, para a fazer escoar do ALGARVE, em condições favoráveis para os agricultores
Nessa década, assistiu-se à ausência de conhecimentos dos agricultores que permitissem substituir ou transformar as técnicas de exploração da terra.
Aliás, esta discussão acerca dos factores que conduziram, em Portugal, o sector primário a este destino continua em aberto e a aguardar os resultados de novas investigações.
È o que se me oferece dizer. Gostava de ouvir mais opiniões.
João Brito Sousa
EM CIMA DO JOELHO
Por Diogo Costa Sousa
As tais hortas verdejantes
de que muitos falam com saudade, que mais nãodavam que para a subsistência de donos e rendeiros, eram trabalhadas sol asol por esses homens rudes fortes e cheios de necessidades.
Por Diogo Costa Sousa
As tais hortas verdejantes
de que muitos falam com saudade, que mais nãodavam que para a subsistência de donos e rendeiros, eram trabalhadas sol asol por esses homens rudes fortes e cheios de necessidades.
Não conheci pessoalmente o personagem Manuel Triste que o Carlos foca asqualidades, mas, haviam muitos "Manueis tristes" nesses tempos felizmente jádo longínquo passado
Vinham das redondezas, muitas vezes descalços e sem a tal enxada de que o Carlos fala, essa era-lhes fornecida pelos tais "endinheirados" que muita vezes nem tanto dinheiro tinham.
Malditos anos 50 em que a miséria de 15 ou 20 escudos eram tão poucopara quem ganhava e tão difíceis de pagar para quem pagava.
Vinham das redondezas, muitas vezes descalços e sem a tal enxada de que o Carlos fala, essa era-lhes fornecida pelos tais "endinheirados" que muita vezes nem tanto dinheiro tinham.
Malditos anos 50 em que a miséria de 15 ou 20 escudos eram tão poucopara quem ganhava e tão difíceis de pagar para quem pagava.
Não tenhamos a nostalgia dessas "hortinhas" elas eram alimentadas pelosacrifício mal pago desses homens e mulheres.
É bom nao esquecer as mulheres que davam o seu contributo de igual forma,com a sobrecarga dos filhos e maridos.
Muito mais ha para dizer sobre o nosso regadio, boas e mas recordações. Eupartilho de ambas.
Isto e um pensamento rápido e escrito sobre o joelho, digam alguma coisa vocês.
Muito mais ha para dizer sobre o nosso regadio, boas e mas recordações. Eupartilho de ambas.
Isto e um pensamento rápido e escrito sobre o joelho, digam alguma coisa vocês.
Diogo
O MEU COMENTÁRIO.
NÃO SENDO UM ESPECIALISTA NA MATÉRIA, direi que
A agricultura, nos anos cinquenta, apresentava-se-nos dentro de um modelo de exploração de agricultura familiar, desorganizada (é importante dizer isto por não haver controlo de nenhuma espécie), onde havia poucas possibilidades de evolução nas técnicas de cultivo e na plantação do arvoredo e de outros... porque essas técnicas vinham de pais para filhos, que, por sua vez, eram transmitidas aos trabalhadores recrutados no exterior.
O país, entra nesse período num processo de crescimento económico assente na indústria, enquanto a agricultura perde peso no contributo global para a economia do País, constituindo esse aspecto um erro grave. A agricultura deveria ser auxiliada e priorizada o que não aconteceu..
Esta, era uma agricultura tradicional que produzia de uma maneira geral para o mercado local, que foi muito prejudicada ainda pela ausência de organização e de redes de distribuição, tendo muito contribuído para isso a frágil rede viária do País com precários meios de transporte.
A difusão do tractor e de maquinaria auxiliar chegou tarde a esta agricultura, de tal modo que havia um tractor para assistir a 50 hortas.
Assistiu-se à falta de instrumentos e ferramentas para substituição de técnicas antigas que levasse a minimizar os custos de exploração. Nessa década a água era retirada do fundo das noras com a ajuda de muares ou gado bovino o que levava a encarecer a produção.
O primeiro motor agrícola adquirido, um ARMSTRONG, era propriedade da
exploração agrícola do senhor Manuel António nos Braciais.
Igualmente se passou na aplicação dos fertilizantes químicos e pesticidas que chegaram tarde e de custos elevados para uma agricultura sem subsídios.;
A precária utilização de sementes e animais seleccionados foi outra das causas que não favoreceu este tipo de pequenas hortas não organizadas, que ainda hoje continua. Como exemplo, temos a praticamente nula colocação da laranja algarvia, da melhor do mundo, nos mercados fora da região, por falta de um organismo que disponha de meios financeiros, para a fazer escoar do ALGARVE, em condições favoráveis para os agricultores
Nessa década, assistiu-se à ausência de conhecimentos dos agricultores que permitissem substituir ou transformar as técnicas de exploração da terra.
Aliás, esta discussão acerca dos factores que conduziram, em Portugal, o sector primário a este destino continua em aberto e a aguardar os resultados de novas investigações.
È o que se me oferece dizer. Gostava de ouvir mais opiniões.
João Brito Sousa
As Hortas algarvias.
ResponderEliminarO seu insucesso. Causas e consequências.
Não sou, obviamente, um experimentado conhecedor da dura – em todos os sentidos – vida das explorações agrícolas nos anos cinquenta e sessenta em terras algarvias. O meu avô, não podendo viver dos rendimentos de umas terras de barrocal, ali para as bandas de Santa Catarina, fez a sua vida como caseiro de algumas “quintas/hortas” na Luz de Tavira e em Tavira. No tempo em que o regime de exploração se pautava pelo “quinto” ou pelo “terço” do rendimento obtido.
Desse pequeno conhecimento empírico de então bem como dos elementos que posteriormente fui colhendo, junto de outros familiares que igualmente viveram desse tipo de explorações, ficou-me a certeza de que o que aqui foi dito, tanto pelo Diogo como pelo Brito, corresponde a uma realidade bem concretizada.
A análise do Brito está muito precisa, como compete a um bom economista. Pouco mais haverá a acrescentar no que se refere às causas do insucesso daquela actividade agrícola.
O que lhe faltou a ele aduzir, em meu entender, são duas razões que se prendem com a característica do povo português, a saber:
1 – Capacidade de “desenrascanso”
Nós somos assim. Pouca visão do futuro, não o planeando. Quando o problema bater à porta, “logo se vê!”. “ A gente há-de arranjar uma solução!”.
Foi assim; é assim; será assim. Como doença intratável e incurável que nos fará ficar sempre na cauda dos acontecimentos mundiais.
Por esta razão, os motores para tirar a água dos poços chegaram tardiamente às nossas noras, os tractores nunca aí foram vistos e o sistema de rega “ao pé” foi coisa que nunca passou pela cabeça de quem levou gerações a fazer a rega manual, pelo sistema das leiras e que exigia uma tremenda mão de obra!
Inovar para progredir não está no nosso imaginário!
Este tema daria matéria para um “Tratado sobre o Comportamento de um Povo”. Fico por aqui, a ideia está dada.
2 – Individualismo exacerbado
Como consequência da tal “capacidade de desenrascanso” e não só, nós nunca pensamos em solicitar a ajuda do vizinho ou em aliarmo-nos a ele para a persecução conjunta de um objectivo comum. Com o “não só” quero deixar esta nota: um americano, quando vê o vizinho com um novo Cadillac, diz para consigo que um dia vai conseguir ter um igual, trabalhando para isso; o português, rói-se de inveja, lamenta a “p…” de vida que tem e nada faz para a modificar.
O chamado Estado Novo bem tentou implementar um certo espírito de corporativismo, mas não se foi muito longe. E, quando a iniciativa de criar a tal cooperação não partia do Estado, então ela não surgia mesmo, por mais que a economia de cada exploração se afundasse!
Os Grémios, as Cooperativas, as Casas do Povo apenas acudiam aos casos da agricultura de interesse geral e nacional. O trigo, o azeite, o vinho, a amêndoa.
As produções hortícolas, essas não mereciam as atenções das Cooperativas. Eram de “pequena” monta, muito familiares e localizadas e, além disso, perecíveis.
Cada Horta vendia os seus produtos a intermediários que engrossavam as suas contas bancárias enquanto aquelas viam definhar cada dia os seus parcos rendimentos. Afundavam-se! Mas aliarem-se e criarem circuitos próprios de distribuição, não!” . Não o fizeram. Morreram…
Dois outros factores contribuíram com forte impacto para o fim dessas explorações.
Por um lado, os descendentes dos agricultores daquele tempo, como é o meu caso, partiram para as cidades, na busca de um futuro melhor, deixando vazia a sucessão na exploração agrícola. Por outro lado, o desenfreado desenvolvimento turístico da região, em conjunto com a incomensurável apetência pela praia de uma florescente burguesia daqueles anos, fomentou a construção de habitações para alojar a cada vez maior horda de veraneantes. Como inevitável consequência, a urbe invadiu o campo e este, indefeso, cansado de tão ingrato trabalho, aliciado pelo monte de “chorudos” maços de notas, sucumbiu! Naturalmente! Irremediavelmente!
Dê-se um passeio pela Rua 125, entre Monte Gordo e Vila Real. Está lá tudo “escarrapachado”!
Mas “não há crise”! Os amigos espanhóis colocam cá todos os géneros que necessitamos para que não se morra de fome em terras lusas. É a “aldeia global” a funcionar. Só não sei aonde estes “aldeães” vão parar ou como vão continuar a viver!
Talvez os políticos tenham uma ideia!
arnaldo silva
felizmente reformado