(Aquilino)
PARIU ALI A GALEGA...
À-del-rei mais à- del-rei! pariu ali a Galega...
Esta frase é do Aquilino Ribeiro e está na página 69 do Malhadinhas. Também a vi escrita num outro seu livro e achei-a carregada de beleza. Cheira a feiras e a compras de gado, aldrabices saloias e outros quejandos e depois rebenta a castanha, ou o pariu ali a galega. E é assim, porque Aquilino representa na História da Literatura Portuguesa os cinco ou seis milhões dos camponeses que somos.
Aquilino Ribeiro nasceu a 13 de Setembro de 1885 no concelho de Sernancelhe, freguesia de Carregal de Tabosa (uma lápide assinala a casa onde se julga que nasceu), filho de Mariana do Rosário Gomes e do padre Joaquim Francisco Ribeiro.
Na sua obra tem muita referência a padres casados. Tem uma infância, ao que se sabe, de miúdo um pouco mais que travesso, a tal ponto que ainda hoje é possível encontrar na zona quem tenha ouvido contar histórias picarescas de um menino destinado pela família à vida de sacerdócio.
A sua ida para o Colégio da Senhora da Lapa, em 1895, seria o início de um percurso que o leva seguidamente para Lamego, mais tarde para Viseu (ano de 1902), onde vai estudar Filosofia, e, pouco tempo depois, para o Seminário de Beja, frequentado, ao que consta, pelos ordenandos mais recalcitrantes. Em 1904 é expulso do seminário, depois de ter dado uma réplica cortante a uma acusação do Padre Manuel Ançã, um dos dois irmãos que ao tempo dirigiam a instituição.
E diz dele Baptista Bastos: -“ Aquilino é a súmula de uma cultura: não deixou discípulos, apenas epígonos, e leitores entusiastas. E associou a acção ao pensamento, pegando em armas e fabricando bombas contra o opressor. Inimigo de Salazar, foi por este indicado a um jornalista francês: "Vá falar com ele. É adversário do regime, mas é o maior escritor português vivo".
Em CAMINHOS ERRADOS é ele quem diz:- “No Porto não se pode ser diferente, tanto pela cara como pelas botas. Se se e´, vem a suspeição. O Porto quer saber. Antes o Porto precisa saber..
Sobre os Padres, diz ele “A VIA SINUOSA”, que são uma grandessíssima corja de calaceiros e de velhacos e só andam no mundo para sugar o sangue do pobre.
E diz em “O HOMEM QUE MATOU O DIABO”:- Ouça, Padre Augusto, o homem é religioso porque sofre; porque sofre e porque não compreende; mas, sobretudo porque sofre. E sendo assim as religiões só têm a ganhar se houver no mundo, fome , peste e guerra.. Quanto maior for o número dos oprimidos,... quanto mais o mal ande à solta, melhor vai para elas.
Aquilino Ribeiro, um grande escritor.
João Brito Sousa3
PARIU ALI A GALEGA...
À-del-rei mais à- del-rei! pariu ali a Galega...
Esta frase é do Aquilino Ribeiro e está na página 69 do Malhadinhas. Também a vi escrita num outro seu livro e achei-a carregada de beleza. Cheira a feiras e a compras de gado, aldrabices saloias e outros quejandos e depois rebenta a castanha, ou o pariu ali a galega. E é assim, porque Aquilino representa na História da Literatura Portuguesa os cinco ou seis milhões dos camponeses que somos.
Aquilino Ribeiro nasceu a 13 de Setembro de 1885 no concelho de Sernancelhe, freguesia de Carregal de Tabosa (uma lápide assinala a casa onde se julga que nasceu), filho de Mariana do Rosário Gomes e do padre Joaquim Francisco Ribeiro.
Na sua obra tem muita referência a padres casados. Tem uma infância, ao que se sabe, de miúdo um pouco mais que travesso, a tal ponto que ainda hoje é possível encontrar na zona quem tenha ouvido contar histórias picarescas de um menino destinado pela família à vida de sacerdócio.
A sua ida para o Colégio da Senhora da Lapa, em 1895, seria o início de um percurso que o leva seguidamente para Lamego, mais tarde para Viseu (ano de 1902), onde vai estudar Filosofia, e, pouco tempo depois, para o Seminário de Beja, frequentado, ao que consta, pelos ordenandos mais recalcitrantes. Em 1904 é expulso do seminário, depois de ter dado uma réplica cortante a uma acusação do Padre Manuel Ançã, um dos dois irmãos que ao tempo dirigiam a instituição.
E diz dele Baptista Bastos: -“ Aquilino é a súmula de uma cultura: não deixou discípulos, apenas epígonos, e leitores entusiastas. E associou a acção ao pensamento, pegando em armas e fabricando bombas contra o opressor. Inimigo de Salazar, foi por este indicado a um jornalista francês: "Vá falar com ele. É adversário do regime, mas é o maior escritor português vivo".
Em CAMINHOS ERRADOS é ele quem diz:- “No Porto não se pode ser diferente, tanto pela cara como pelas botas. Se se e´, vem a suspeição. O Porto quer saber. Antes o Porto precisa saber..
Sobre os Padres, diz ele “A VIA SINUOSA”, que são uma grandessíssima corja de calaceiros e de velhacos e só andam no mundo para sugar o sangue do pobre.
E diz em “O HOMEM QUE MATOU O DIABO”:- Ouça, Padre Augusto, o homem é religioso porque sofre; porque sofre e porque não compreende; mas, sobretudo porque sofre. E sendo assim as religiões só têm a ganhar se houver no mundo, fome , peste e guerra.. Quanto maior for o número dos oprimidos,... quanto mais o mal ande à solta, melhor vai para elas.
Aquilino Ribeiro, um grande escritor.
João Brito Sousa3
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