segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O EMPREGO HOJE

(café aliança em FARO)


O EMPREGO, HOJE

Ao DIOGO TARRETA, em pleno gozo de férias nos STATES, que gosta destas coisas.

A relação empregadores “versus” empregados, está hoje, na minha opinião, a deteriorar-se. Há licenciados em excesso porque os cursos não respondem às necessidades e exigências do País. No fundo, com as políticas implementadas por este Governo de Sócrates não se sabe o que é que o País quer, ou o que é que o Pais tem para oferecer. Porquê, isto? Simplesmente porque o Governo prometeu fazer uma coisa e depois apresentou-se no terreno a fazer outra.

Nas reformas que o Governo está a levar a cabo, privilegia-se a informática, com a aquisição de computadores por todas as escolas. Ora, este indicador, faria supor que o mercado estaria carenciado de informáticos, mas parece que não. Há informáticos desempregados ou a exercer outras profissões que não a de informáticos. Porque aqui é que está o ponto; não há um estudo a informar os alunos quais são as áreas carenciadas. No meu tempo também não havia, mas nós conhecíamos as tendências do mercado consultando os jornais da especialidade. E era essas faculdades que nós frequentávamos. E deu certo.

Hoje, o que se pede nos jornais através de anúncios, são ofertas de trabalho no ramo comercial, para delegados de vendas, que não têm salário fixo, andam de porta em porta e ganham à comissão, com a agravante de serem trabalhos precários, cuja duração normalmente é curta. De tal modo é assim, que às vezes, não se chega a começar o trabalho, porque a perspectiva de futuro não é nenhuma e é mais rentável não começar, porque pode perder-se um emprego que valha a pena.

Entretanto, as políticas do governo vão na direcção de despedir os funcionários públicos e algumas empresas privadas também já despediram algumas centenas. E criação de postos de trabalho, visíveis e adequados, não se vislumbra. Numa perspectiva linear, esse facto não acontece porque não há investimento. Então o que fazer?

É um facto que as empresas precisarão sempre de mão de obra especializada e não especializada e, deveria haver, uma colaboração mais estreita entre o tecido empresarial, representante do patronato e os Sindicatos, por exemplo, para que dessa cooperação surgissem hipóteses de criação dos postos de trabalho que os jovens de hoje necessitam.

Uma das soluções para a criação de emprego, poderia ser resultante da aplicação de medidas fiscais que beneficiassem as entidades empregadoras e pudessem ser um estímulo para elas, no sentido em que poderiam criar outras áreas de negócio, criando assim novos postos de trabalho.

O desemprego é um flagelo a que os Governos dos respectivos Países deveriam dar toda a atenção, o que parece não ser o caso do Governo Português. Ou será?..

João Brito Sousa

3 comentários:

  1. O Emprego, HOJE

    Não sei se o amigo Diogo está de férias nos States ou se está por lá preparando-se para que a sua derradeira etapa deste circuito chamado vida seja o mais confortável possível. Também não sei avaliar do grau da sua apetência para estas questões da vida do Homem na sociedade de hoje. Mas sei que eu já entrei na tal etapa final e que gosto e me interesso pelas evoluções do Homem nestas imprescindíveis andanças de sobrevivência.

    A tua crónica de hoje sobre o emprego, ou a falta dele, está correcta, de ideias claras, precisando a realidade que infelizmente vamos vivendo. Pouco mais haverá a acrescentar para quantificar o degradado estado das coisas no campo do actual (des)emprego. Assim sendo, apetece-me tecer algumas considerações sobre as causas de tal situação.

    No que concerne às degradadas relações entre patrão e trabalhador, para além das referidas razões, eu aduziria uma que me parece muito pertinente. A nossa Revolução, como tantas outras, cometeu muitos erros. Um deles foi o de educar os seus cidadãos numa base de muitos direitos ao seu direito de ser humano, levando-os a esquecer que também havia obrigações a cumprir. Perdeu-se o sentido do respeito nas relações sociais pelo excesso do poder reivindicativo de que cada um se arvorou dono e senhor. Hoje um adolescente não respeita mais as cãs de um qualquer sexagenário ou a vontade de um seu progenitor ou as sugestões de um seu professor ou a ordem menos clara do seu chefe. Ele detêm o poder de decidir, por si só e à sua vontade, os destinos da sua vida! Assim sendo, o choque, o atrito, o desencontro de ideias, são inevitáveis.

    Um outro erro da nossa Revolução foi o de pensar que, na ânsia de tornar mais iguais os seus concidadãos, poderia formar todos como “doutores” esquecendo a necessária e imprescindível pirâmide dos estratos sociais. Assim, mandou “às cucuias” as Escolas de formação profissional - comercial e industrial – bem como os respectivos Institutos que ministravam um grau mais avançado de formação profissional. Como resultado temos aí uma força de trabalho mal preparada para os diversos ramos da actividade económica, sendo fácil encontrar um licenciado em História desempenhando as funções de balconista num qualquer Centro Comercial ou o detentor de um curso superior de Filologias “não sei quantos” como motorista de táxi ou ainda um doutorado em uma qualquer outra “gia” a servir copos num bar da 24 de Julho.

    Há que dizer ainda que, à boa e bem típica maneira portuguesa, como as Universidades eram uma actividade que estava a dar dinheiro, estas proliferaram e disseminaram-se por este país num tal grau que “produziram” licenciados em exagero face às reais capacidades da sua absorção no mundo do trabalho. Informática “é um emprego com futuro?!”; então é Informática o curso que se deve tirar! Obviamente, por força da degradação da pobre economia portuguesa, hoje há excesso de informáticos, lançando muitos no desemprego!

    Finalmente, acrescentar que, com a inevitável tendência para a equiparação dos salários de Portugal com os dos seus parceiros europeus, as multinacionais que por cá iam dando algum alento à massa de empregadores partiram para a exploração de mão-de-obra barata noutros países. E como Portugal não tem na sua base a riqueza de matérias primas que pudesse catapultar a sua actividade para uma Indústria produtiva que absorvesse a massa disponível de trabalhadores o desemprego engrossa qual doença contagiosa e intratável! Isto porque, a área de Serviços, a última que nos vai restando para encontrar um emprego, não conseguirá absorver toda a oferta apresentada.

    E vamos ter de aprender a viver com essa praga! Fatalmente!
    Não há política, de direita ou de esquerda, que lhe possa valer!
    Arnaldo silva
    Felizmente reformado

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  2. PS - Por razões muito pessoais, que se prendem com o acidente do autocarro da AE de Castelo Branco, tenho andado muito afastado destas andanças da NET. Mas estou de volta. Cuidado!

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