quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

LEMBRANÇAS

(eu e aminha filha Alexandra)

A TERRA ONDE EU NASCI

Nasci nos Braciais às seis horas da manhã de um dia de Dezembro. Andei por ali até aos dez anos, altura em que fui estudar para Faro. Tenho uma vaga ideia dos Braciais desse tempo, anos quarenta.

A fronteira com o Patacão era e deverá ser ainda, na azinhaga que fica ao pé do Zé Manelinho, ou do Alexandre Catrunfa que morava em frente. Quem vem do Patacão e virar à direita logo a seguir à lavandaria, vai dar à horta do Catrunfa, Pai deste Alexandre que citei. Para trás é Patacão; para a frente é Braciais. Se virar à esquerda vai em direcção ao Inácio Moreno, sogro do Luís Gatinhas e Pai da Violante e vai até ao Moinho, passa pelo café do Horácio Coelho, o nosso Keeper, passa pela casa do Henrique Sérgio, do grande amigo Zé da Cova e outros amigos lá da santa terrinha.

A lembrança mais antiga que tenho da minha Terra, dos Braciais, é da Ti Gertrudes Faísca e do filho, que tinha uma bicicleta de corrida e que moravam em frente da venda do Zé Manelinho, onde está hoje o Zé Raimundo. A Ti Faísca vendia na praça em Faro, que nesse tempo, ficava ao pé do apeadeiro de S. Francisco, ali para os lados dos Bombeiros. Tinha um carro e uma mula e lá ia de manhã para as vendas.

Outras gentes que me lembro desse tempo antigo, mas que já residiam no Patacão, moravam onde morou o João do Mato, é da Ti Adelina que parece tinha dois netos um era o Virgolino e o outro era o José da Silva, que ainda andaram comigo na primária e foram para a Argentina há muitos anos.

Outras pessoas que me recordo desse tempo longínquo é do Manuel Branco, que morou em frente das casas da minha mãe e parece que vivia com a Senhorinha da Cova, era muito doente e morreu muito cedo. Recordo-me ainda do mestre de obras, o Ti Palino, que tinha dois filhos o Joaquim e o José. E do primo Zé Figueiras, que está na Argentina vai para sessenta anos e que me jogava ao ar quando eu tinha cinco e por lá aparecia ao pé dos mais velhos. O Toca Toino que trabalhou lá em casa e a Coxa e os filhos, a Sanita, a Lurdes e o Isidro que foram todos para a Argentina e que nunca mais os vi.

João Brito Sousa

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