quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

CRÓNICAS DA 1ª REPÚBLICA

(parlamento)
A REPÚBLICA NOVA

Na noite de 5 para 6 de Dezembro de 1917, Sidónio Pais, um Major de artilharia de 46 anos que fora embaixador em Berlim até ao ano anterior, ocupa com uma força de 1500 membros do exército a Rotunda do Marquês de Pombal em Lisboa.

O Governo de Afonso Costa demora a organizar a defesa e fracassa no assalto à Rotunda. Vai, mas as baixas são numerosas e Costa, que tem vindo a perder apoios e a ser alvo de ferozes ataques na imprensa, demite-se no dia seguinte e é detido pelos revoltosos no PORTO..

Na capital a plebe saqueia-lhe a residência, atirando os móveis pela janela. A rua deixou assim de apoiar o político mais poderoso da República.

Cedo se percebe que a revolta não é rotina. Sidónio proclama que «venceu a República contra a demagogia» prometendo parar a «desordem no poder». Contra a «República velha» dos políticos tradicionais, quer instaurar uma «República nova» simbolizada na normalização das relações com a Igreja, reconhecida como personalidade jurídica embora mantendo-se a separação de poderes.

Com Sidónio Pais na Presidência da República, este começa por contemplar parte dos pedidos do proletariado, atraindo deste modo o seu apoio, mas em breve os irá desprezar e reprimir. Esta atitude provoca o aparecimento de agitação social e de numerosas greves, que são reprimidas, sendo deportados os elementos mais destacados das classes populares.

Os Republicanos, que se haviam distanciado de Sidónio, reforçam a sua oposiçáo à Republica Nova, sendo também eles perseguidos. O aumento do preço do trigo dos produtos de primeira necessidade conduziu `a revolta popular, que chegou a atingir a pilhagem de armazéns e de estabelecimentos comerciais.

A oposição crescente a Sidónio levou-o a ir ao Porto resolver directamente os problemas aí surgidos. Ao chegar à estação do Rossio é morto por José Júlio da Costa. Os sidonistas procuraram organizar-se, mas por pouco tempo, pois foram acusados de deixar o governo entregue aos monárquicos.

No dia 24 de Janeiro de 1918 os republicanos triunfam, tendo José Relvas sido encarregado de formar novo Governo, estando representadas neste as diferentes tendências ideológicas. E tendo ele como meta afastar os monárquicos definitivamente da área do poder.

João Brito Sousa

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