quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

GRAVOCHE

(a luxuosa prisão da Bastilha)

O GRAVOCHE


Gravoche é a minha personagem de referência no mundo de hoje . Chegou `a cadeia, pastéis na cesta, tudo a arder e Gravoche olhando para a Bastilha que ardia, apresentou-nos uma expressão de simultaneamente preocupado feliz e neutro, deu duas voltas com o cesto e assobiou... e continuou o percurso a caminho dos seus clientes a quem ia distribuir os pastéis.
Grande Gravoche!...

Gravoche pareceu indiferente perante tal situação e no seu espírito surgiu um esboço de sorriso. De indiferença .. talvez. Não é realmente o que se teria passado no pensamento de Gravoche, mas não me admiraria que tivesse pensado:- estes bandidos deram cabo de tudo.

Estávamos em plena Revolução francesa.. O objectivo era o de corrigir injustiças e nivelar direitos e deveres. De facto, sinto-me desiludido com os comandantes que temos, que continuam a ser tão maus com os da Revolução francesa, onde Marat deu instruções à Guarda Nacional, para atirar a matar se quem viesse fosse contra nós.

O problema estava aí. A Revolução tinha pernas para andar, apesar de ter também tarefa difícil, mas tinha a obrigação de sair vencedora. Sabe-se que nestas coisas há uns que ganham e outros que perdem. E ninguém quer perder, nem ceder, nem reconhecer...nada.

Uma revolução contém apenas uma mensagem de esperança... e nada mais.

A vida é esperança. Não pode ser mais nada.

Por enquanto.

João Brito Sousa

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