quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O HOMEM

(eça de queiroz)


O HOMEM

“Eu não tenho história, sou como a República do vale de Andorra.”


Encontrei esta frase num livro da biblioteca da minha mulher, que tem o título “Conhecer Eça de Queiroz” por João Gaspar Simões

Gostei do título O HOMEM mas sobretudo gostei da daquela frase, eu não tenho história e mais não sei quê ... ora, é evidente que eu não penso assim, penso que cada um de nós tem a sua história, o seu passado, os seus pontos fracos, pontos fortes, as suas manias, tendências e fraquezas, tiques e não sei quantas coisas mais.

Li o Eça todo aos dezoito anos, que me deixou deslumbrado com a sua arte de escrever palavras, a que, todas juntas, correspondiam a ideias precisas, carregadas da sua característica principal, a ironia.. “Gosto de vir de vez em quando a Portugal para ver este lindo sol que nos cobre”, foi a última frase que Eça proferiu a um amigo em Portugal, quando na estação de Santa Apolónia embarcou para Paris, onde viria a falecer em 16 de Agosto de 1900..

Em 1861, com desasseeis anos de idade, Eça matricula-se na Faculdade Jurídica de Coimbra, onde as brisas intelectuais da cidade lhe bafejam o espírito. Na Universidade há homens como Antero de Quental e Teófilo Braga, mas é Carlos Mayer o seu companheiro de boémia. No percurso da sua vida irá encontrar-se com Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Batalha Reis, Guerra Junqueiro e muitos outros com quem formou o grupo “OS VENCIDOS DA VIDA
Jantou com eles pela primeira vez em 26 de Março de 1889 ..

Eça de Queiroz foi um homem ilustre do seu tempo, um homem que viajou e conheceu novos estilos de vida, foi Cônsul em Havana, Newcastle e Paris, onde fixou residência em Outubro de 1888, viajou até ao Egipto e Palestina na companhia do Conde de Resende visitando o canal de Suez etc... etc.... Todavia, dizem os seus biógrafos que foi um homem que não se entendeu lá muito bem com a vida. Devido às suas permanentes crises financeiras, Eça, tinha grande admiração pela profissão de Taberneiro, pois, dizia ele, pelo menos ali há dinheiro...Mas a vida.. não foi lá muito a sua paixão... por não lhe ter dado justas contrapartidas.....

E como Eça de Queiroz há muitas pessoas nessas circunstancias. É que viver é uma arte, relacionarmo-nos uns com os outros é uma Ciência, estar vivo é um desejo e manter-nos vivos uma finalidade da vida. Às vezes há dúvidas sobre a validade da nossa permanência aqui,

Recolha de
João Brito Sousa

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