quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

CRÓNICAS DA 1ª REPÚBLICA

(assembleia da república)
O CRESCIMENTO DO REPUBLICANISMO
O rápido crescimento do Republicanismo teve também suas desvantagens e seus pontos fracos.

Para se converter em ideologias de massas como certamente se converteu (na medida em que se podia falar de «massas» no Portugal oitocentista), veio a perder em construtivismo e em coerência, ganhando em destrutivismo e em heterogeneidade.

Ser republicano por 1890, 1900 ou 1910, queria dizer ser contra a Monarquia, contra a Igreja e os Jesuítas, contra a corrupção política e os paridos monárquicos, contra os grupos oligárquicos.

Mas a favor de quê?

As repostas mostravam-se vagas e variadas. Subsistia, como objectivo preciso, a descentralização. Mas quanto ao resto e apesar de muitas excepções, a tendência geral era antes para se conceder à palavra República algo de carismático e místico e para acreditar que bastava a sua proclamação para libertar o País de toda a injustiça e de todos os males..

É importante acentuar este aspecto para compreender as desilusões e as contradições dos republicanos quando, por fim, triunfaram, em 1910. Na verdade, o republicanismo veio a findar também como uma espécie de utopia, no sentido em que implicava um regime perfeito ««do povo para o povo», baseado em completa igualdade, liberdade e «justiça democrática» O ideário republicano, na sua última fase, mostrava pouca diferença do de 1820 (ou seja, o da Revolução Francesa), que a monarquia constitucional tentara interpretar e aplicar de uma forma pragmática.

Recolha de
João Brito Sousa

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