sábado, 1 de março de 2008

DEBTE DE IDEIAS


DEBATE DE IDEIAS.

O PROGRAMA PRÓS E CONTRAS E OS PROFESSORES

Não estou bem por dentro da matéria que provocou esta agitação, de certo modo significativa, de uma classe social que por norma até nem tem sido muito de vir para a rua com bandeiras.

Mas que desta vez veio.. e agitou.
Foram milhares de professores que se manifestaram contra aquilo que certamente consideraram de injusto mas... nem toda a população do País lhe deu cobertura .

O me amigo Costa Sousa, escreveu no blogue http://bracosaoalto.blogspot.com o seguinte «.. No serviço da coisa pública todos os cidadãos se queixam sem poder até este ponto escolher outro. Ao funcionário publico só necessita chegar ao posto de trabalho….o resto está garantido. “

Entendendo a expressão funcionário público como o professor de que estamos a falar, na minha opinião as coisas não são bem assim. Mesmo internamente, acho que não podemos comparar o homem que trabalha na Repartição de Finanças, por exemplo, com o Professor, apesar de ambos os profissionais, ter em comum, trabalhar algumas horas mais alem do cumprimento do horário de trabalho.

Eu fui professor no primário, no secundário e no superior e, na minha opinião, penso que ser professor no secundário é o pior que pode acontecer a uma pessoa.

Além de dar as aulas, o professor faz projectos, planos, planificações; é membro de assembleias, conselhos, reuniões; escrevo actas, relatórios e relações; faz inventários, requerimentos e requisições; escrevo actas, faço contactos e comunicações; consulta ordens de serviço, circulares, normativos e legislações; preenche impressos, grelhas, fichas e observações; faz regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações; faz cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações; participo em actividades, eventos, festividades e acções; faz balanços, balancetes e tiro conclusões; apresenta o relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações; define estratégias, critérios, objectivos e consecuções; Lê, corrijo, aprova, relê múltiplas redacções; informa-se, investiga, estuda, frequenta formações; redije ordens, participações e autorizações; lavra actas, escreve, participa em reuniões; e mais actas, planos, projectos e avaliações; e reuniões e reuniões e mais reuniões!...
E depois ouve, alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores, observadores, secretários de estado, a ministra e, como se não bastasse, outros professores, e a ministra!...
Elabora, verifica, analisa, avalia, aprova; assina, rubrica, sumariza, sintetiza, informa averigua, estuda, consulta, conclui, coisas curriculares, disciplinares, departamentais, educativas, pedagógicas, comportamentais, de comunidade, de grupo, de turma, individuais, particulares, sigilosas, públicas, gerais, internas, externas, locais, nacionais, anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?

Mas o pior de tudo é dentro da sala de aula.. é impossível ter mão neles.

É de arrasar.

Portanto não é só chegar ao posto de trabalho. A coisa é muito mais do que isso, como se pôde ver atrás

Quanto ao comentário,

“ Vi ontem o programa PRO’S E CONTRAS….deveria de haver um pouco de vergonha…pelo menos na parte que exportam pela televisão….meteu-me pena…não vou sequer comentar…uma lástima…uns “choramingas”

Favor consultar os blogues seguintes

http://luardejaneiro.blogs.sapo.pt/ (clicar em cima)
http://tempobreve.blogspot.com/ (clicar em cima)

Quanto a frase do ADOLFO,

“Professores(repito professores) que se fardam e organizam à maneira das claques para serem mirones do olho da televisão, revelam à partida pouca qualidade intelectual. Aquela gente pensa e age à maneira do pessoal do futebolismo e não como educadores de adolescentes. Aquela gente não presta....”

acho-a um osso muito duro de roer.

Deixo uma pergunta será que os choramingas e essa gente que não presta não terá o direito de se manifestar?.

Eu acho que têem.

João Brito Sousa

1 comentário:

  1. Professores e Funcionários

    Não sou professor. Não fui professor. Levei meia vida a ser gestor empresarial.

    Como gestor, sempre defendi que, na hierarquia da Empresa, o capital humano era o que mais importava. Assim sendo, havia que preservá-lo, educá-lo, formá-lo, adaptando-o às evoluções tecnológicas. Remunerá-lo de acordo com os padrões do ramo industrial onde se inseria, mas privigiliando sempre as melhores capacidades e aptidões.
    Remunerar os que tiveram a infelicidade de nascer menos capazes ou menos dotados de acordo com as condições gerais do mercado, deverá ser o lema de quem tem que pagar salários. Obviamente, o prestador do trabalho terá que entender que é necessário corresponder com o desempenho cabal das funções que aceitou desempenhar, sob pena de provocar a rotura da relação de trabalho.

    Mas a rotina de comportamentos gera no ser humano o desinteresse, o negativismo, a falha de iniciativas. Provoca um conformismo doentio que, na generalidade dos casos, conduz a comportamentos irresponsáveis. Por essa razão, na vida particular ou na profissional, é necessária a existência de incentivos que motivem e contribuam para o empenhamento permanente em cada tarefa que haja que levar a cabo. Incentivos ou objectivos são, pois, atributos de uma vida conseguida.

    A carreira profissional do funcionário público teve sempre, até há bem pouco tempo, um bem fraco incentivo: deixar decorrer os anos. As promoções eram "compulsivas" depois de ter passado um certo número de anos na mesma categoria e o posto de trabalho estava vitaliciamente assegurado. Para quê, portanto, produzir mais ou melhor ?!

    A carreira profissional do Professor, essa, era ainda mais limitada. Creio que se quedava por uns ajustes salariais, apelidados de diuturnidades, dependentes dos anos na profissão. Nada mais natural que o Professor se deixasse vitimar pela rotina e pela falta de objectivos, contribuindo para uma menos boa qualidade de ensino.

    Ora, a avaliação do trabalho desenvolvido por cada Professor pode vir a ser um motivo de estímulo para que ele se esforce na procura de uma melhor qualidade no acto de leccionar. Pode...

    Porém, há que encontrar um método para medir essa qualidade, processo que não violente a personalidade de cada um, nos seus princípios, na sua consciência. Tudo leva a crer que o sistema em vias de implementação não será o mais adequado. Daí as manifestações em curso.

    A propósito destas manifestações, venho catalogar de demasiado causticantes e exageradamente insultuosas as apreciações do amigo Adolfo. Aquela gente presta, e de que maneira! As leis do sistema democrático, transformam um partido maioritário no poder em governo autoritário, arrogante e inflexível; e não deixam outra margem de manobra à contestação de uma classe que se sente vitimada que não seja a manifestação de rua. E, nos tempos que correm, todos nós sabemos e conhecemos a real força dos media na formação das ideias, na expressão de sentimentos de massas, no influenciar de opiniões. Porquê, então, criticar, em termos tão desprezíveis, uma forma de manifestação que não é mais do que a correntemente utilizada por todos os elementos de qualquer quadrante da nossa sociedade?!

    O amigo Adolfo exagerou. Demasida e desnecesáriamente!

    Pela Reforma da Educação e pela dignificação do Professor!

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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