terça-feira, 18 de março de 2008

BRACIAIS A MINHA TERRA

(na horta das Barradas, lavoura)
A HORTA DOS BRITOS.

Fica no coração dos BRACIAIS a horta dos Britos.
Quem vem do Patacão para Mar e Guerra, na primeira curva à direita começa os Braciais, ou melhor, um bocadinho antes, na venda do Zé Raimundo.

A riqueza dos Braciais provem das remessas da emigração, dos rendimentos da agricultura e do comércio.

Os países para onde mais emigram os Braciasenses são os Estado Unidos da América (onde tenho muitos familiares), Austrália, França, Canadá e por aí fora.

A horta dos Britos, mais propriamente, fica entre a horta do Ti Carrega e a horta do Ti Xico Quintas. Chegou a ser uma grande área de cultivo e criação de gado bovino e suíno, mas hoje, limita-se à exploração de alguns pomares de laranjeiras.

Todavia, talvez se deva dizer, que os Britos começam a seguir à casa onde morou o António Serrenho, o pai do Totói, do Rui e da Ludovina, pois esse terreno aí, era pertença de meu avô José Apolo, que por sua vez casou com uma Brito, donde a minha Mãe e depois eu, fomos buscar o apelido.

O terreno em causa foi herdado por meu tio e padrinho António Apolo, irmão da minha Mãe, cujos herdeiros o transaccionaram a terceiros e hoje, no terreno de regadio que foi outrora, foi construído um prédio de habitação e um armazém comercial onde se vendem produtos de apoio à agricultura. .

A seguir a este terreno, vem a casa agrícola do meu avô, que se estendia para Norte, em direcção ao Moinho e à casa dos Marujos, do Florival, da Idalina, do Manel, do Armando, da Zeza, do Zé da Cova, do Zé Basílio e do Amorim, do Zé Graça e do mudo Valente.

Na casa do meu avô, a agricultura era trabalhada em regime de pequenos agricultores ou minifúndio, dispondo a horta de uma nora para retirar a água para as regas. Essa água era retirada com o esforço dos animais, gado bovino e muar, nomeadamente, num regime de exploração muito lento apesar da existente não dispor de grande caudal.

Os animais eram “engatados” ao engenho, pois era assim que se chamava aquela geringonça, através de dois tirantes( de corda ou de correntes) que por sua vez se ligavam à almanjarra e era este sistema que fazia mover duas grandes rodas dentadas que faziam girar as cordas, carregadas de alcatruzes, que por sua vez estavam colocados numa roda grande.

Os animais andavam à roda num circuito preparado para tal efeito e, desse andamento à roda faziam girar o engenho e levar os alcatruzes ao fundo da nora, para que no regresso, trouxessem a água,

Era com este esforço todo que se regavam as hortas, trabalho que se fazia muitas vezes de noite, aproveitando o luar e o menos calor.

João Brito Sousa

1 comentário:

  1. Amigo João pois eu confirmo tudo aquilo que escreveste como é bom nós recordar por vezes a nossa terra nos tempos já distantes
    Aproveito para desejar-te uma Boa páscoa para ti e leitores do teu blog.

    João Patuleia

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