terça-feira, 11 de março de 2008

DA IMPRENSA/ JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

POR OUTRAS PALAVRAS
Apesar de tudo, move-se
Manuel, António, Pina

Toda a gente, artista, amante, político, ou até só quem não foi a tempo de registar o Euromilhões numa sexta-feira de "jackpot", tem um dia a desagradável impressão de que chegou demasiadamente tarde.

O pior é que, exceptuando o caso do Euromilhões, a maior parte das vezes não faz a mínima ideia daquilo a que terá chegado demasiadamente tarde. A situação tem uma segunda versão, igualmente desconfortável, o sentimento de que se chegou cedo de mais, e de que ninguém contava que aparecêssemos.

Foi o caso de Meneses e do PSD. O PSD era um comboio fantasma que toda a gente esperava que se espatifasse em 2009 para ficar com os salvados. Encontrar uma ideia no PSD que Meneses herdou de Santana e de Marques Mendes era procurar um gato preto num quarto às escuras. O truque de Meneses, nestes últimos quatro meses, apesar de patentemente não haver gato nenhum que encontrar, tem sido gritar dia sim dia não "Agarrei-o!", "Agarrei-o!". De tal modo que, a um ano de eleições, os fantasmas começam a inquietar-se: "E se ele encontrou de facto alguma coisa?".

E, de repente, a traquitana parece ter saído do estado comatoso em que hibernara, ninguém querendo chegar tarde a qualquer coisa. Nisso, Meneses tem razão: não se trata de vitalidade crítica, mas de "borbulhagem".

Publicação de
João Brito Sousa

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