segunda-feira, 24 de março de 2008

DA IMPRENSA/JN PORTO


O CANTINHO DO PINA

Educação"simplex.

Por outras, palavras,

texto de

Manuel, António, Pina

Um dos mistérios da actual política educativa é a imposição de rígidos critérios de avaliação aos professores em vez do que convencionou chamar-se de "progressão automática" na carreira e, no que respeita aos alunos, a opção pelo facilitismo e por uma espécie de "progressão automática" de ano com recurso a sucessivas "provas de recuperação".

As próprias classificações dos alunos contarão para a avaliação dos professores, o que significa que dar boas notas será meio caminho andado para um professor poder subir na carreira. Assim, não só no Estatuto da Carreira Docente a palavra "ensinar" desapareceu das atribuições dos professores, como estes estão hoje sujeitos a todas as formas de pressão (até física; ainda recentemente uma professora do Carolina Michaelis foi agredida por uma aluna a quem deu uma nota baixa), da parte de alunos, de pais e do próprio Ministério para serem permissivos.

Desde que se matricule, um aluno tem a passagem de ano assegurada. Nem precisa de ir às aulas, basta-lhe fazer umas "provas de recuperação". E, se nem isso resultar, obterá depois o diploma do 12º ano em 15 dias nas "Novas oportunidades" da sua junta de freguesia. Não seria mais "simplex" o diploma do 12.º ano ser de distribuição geral como o Bilhete de Identidade?


Publicação de
João brito Sousa

1 comentário:

  1. Aprovações Automáticas

    O amigo Pina traz aqui uma informação que parece passar despercebida a todo o mundo! Bem, não passará assim aos Professores nem aos Políticos que têm que dar contas a Bruxelas. Aqueles "passam-se", por passar aprovação a analfabetos e estes incham o peito, ufanos, porque estão conseguindo "reduzir a taxa de analfabetismo" em Portugal, como é sua obrigação e Bruxelas quer.

    Maior "non sense", enorme disparate, incompreensível medida! No Ensino Básico, um aluno é levado do 1º. ao 4º. ano, na mesma turma, com a mesma Professora, se esta não se dedicar a um enredado e ciclópico processo de demonstração das incapacidades desse aluno e, ainda assim, os pais terão sempre uma forte palavra a dizer no que respeita â continuidade dos estudos desse aluno.

    No Ensino Secundário, algo parecido se passa, como refere o amigo Pina.

    E, aqui chegados, somos forçados a perguntar porque ninguém, Pedagogos, Sociólogos e Políticos, tem a coragem de admitir que não há dois seres humanos iguais, com as mesmas capacidades intelectuais, para conseguirem, de igual modo, finalizar os seus estudos ?! Porquê conferir graus académicos a alunos que demonstram , à saciedade, a sua incapacidade para concluir os seus estudos?!

    Todos temos o mesmo direito à Educação. Certo! Mas nem todos nascemos com iguais capacidades. Não é menos certo! Porquê, então, insistirmos nesta hipocrisia?! Para se obter bons números para as Estatísticas?! Esqueçam!
    Escolham outros caminhos para os que tiveram a infelicidade de nascer menos favorecidos pela Natureza! Não os traumatizem mais, obrigando-os a serem confrontados, diariamente, com o facto de serem "inferiores" face aos seus colegas de turma nem lhes conferindo graus académicos que o dia-a-dia da vida se encarregará de demonstrar a sua falência!

    Sejamos realistas! Tratemos este assunto com frontalidade! Criem-se alternativas para os menos capacitados , que os honrem na sua incapacidade. Sem falsidades! Mas não pelos processos que estão em curso!

    O Direito Democrático, de tratamento igual para todos os cidadãos, tem limites naturais! Assumam-mo-los! Sem complexos!

    Arnaldo silva
    Felizmente reformado

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