O CANTINHO DO PINA
Por outras, palavras,
por Manuel, António, Pina
"São coisas que acontecem", afirmou em Jerusalém o vice de Bush, Dick Cheney, comentando a notícia de que 4000 soldados americanos (mais do que o número de mortos do ataque às Torres Gémeas) pagaram até agora com a vida a "grande vitória estratégica" (Bush dixit) da invasão e ocupação do Iraque.
Morrer, de facto, acontece e, se não tivessem morrido no Iraque, todos eles acabariam por morrer mais tarde ou mais cedo por outro motivo qualquer. O facto de a grande maioria dos soldados americanos serem negros e hispânicos (para muitos jovens americanos pobres, alistar-se no Exército é hoje a única alternativa de trabalho e salário possível), e não filhos de senadores ou congressistas, não é decerto alheio ao filosófico desprendimento de Cheney.
Mais de 100 000 civis iraquianos mortos são também, obviamente, "coisas que acontecem", provavelmente até "coisas que têm que acontecer". Cheney foi, com Bush, Powell, Condoleezza Rice e outros, um dos arquitectos da teia de mentiras e falsificações com que a administração republicana "justificou" a invasão do Iraque.
Com a guerra, as acções de Cheney na Halliburton subiram entretanto de 241 498 dólares em 2004 para mais de oito milhões de dólares em 2005 (mais de 3000%). São igualmente "coisas que acontecem”.
Publicado por
João Brito Sousa
WASHINGTON, 2008.0.25
ResponderEliminarJoão
desde a manha que estou tentando escrever...agora vai.
So' uma pequena correcao ao tema do "cantinho do Pina"
Ai' vai: o POWEL nao fez parte da pandilha do circulo proximo do Bush.Ele foi quem levou a' ONU as provas, as razoes que os outros "pintaram"
Logo a seguir,ele abandonou o ministerio dos negocios estrangeiros ca' da terra com o comentario:Isto nao e' para mim"e,pos a boca no trombone denunciando a situacao.....ele foi vitima da politica,nao sendo um politico...foi usado pela dita pandilha....tem-no tentado trazer para a "Porca da politica" mas ele recusa terminantemente tal hipotese,numa palavra ,um homem serio ...com a vantagem de ser de cor.
um abraco velho
Diogo