terça-feira, 18 de março de 2008

DA IMPRENSA /JN PORTO

(A.M.P.)

O CANTINHO DO PINA


CRIMINOSOS DE FRALDAS
Por outras, palavras,
Manuel, António, Pina


A ideia é inglesa e antiga, primeiro a sentença, depois o julgamento, e só depois o crime. E, se não chegar a haver crime, tanto melhor, como diria a Rainha a Alice. Assim, noticia "The Observer", as autoridades policiais inglesas propõem-se recolher amostras de ADN das crianças das escolas primárias cujo comportamento indique que "podem vir a ser criminosos".

A ideia é de Gary Pugh, director da Scotland Yard: com a ajuda dos professores e educadores de infância, identificar, ainda de fraldas, os "criminosos potenciais" que "irão possivelmente tornar-se um perigo para a sociedade".

A lógica criminológica da coisa é simples: quem rouba a pastilha elástica ao colega de carteira, acabará "possivelmente" a assaltar o Banco de Inglaterra, quem parte um vidro da escola à pedrada estará um dia a atirar aviões contra o World Trade Center.

Segundo Rugh, "é possível identificar marcas de futuros criminosos em crianças a partir dos cinco anos" e, por isso, cadastrá-las e segui-las desde logo (ou, mais radicalmente, pôr-lhes logo uma pulseira electrónica ou metê-las na cadeia) evitará que sejam cometidos crimes.

Com um pouco de sorte, quem sabe?, talvez se possam também identificar "marcas de futuros directores carrollianos da Scotland Yard a partir dos cinco anos

Publicação de
João Brito Sousa

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