quinta-feira, 6 de março de 2008

LITERATURA


VIAGENS NA MINHA TERRA


ALMEIDA GARRETT, foi um escritor e dramaturgo romântico, que nasceu no Porto em 4 de Fevereiro de 1799 e morreu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1854., ficando célebre quer na literatura quer na política.

Na política travou discussões acesas no Parlamento com o deputado e brilhante tribuno que foi José Esteves, que o obrigou a estudar minuciosamente as palavras a usar nas dissertações apresentadas.


Em 1816, inscreveu-se na Universidade de Coimbra na Faculdade de Direito, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais. Aí organiza uma loja maçónica, que será frequentada por alunos da Universidade como Manuel Passos. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família.


Participa entusiasticamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo e em 1821, funda a Sociedade dos Jardineiros.


Sobre as lutas liberais, cita em Viagens na Minha Terra: “Liberais e realistas, nenhum tem fé: os liberais ainda têm esperança; não lhe há-de durar muito. Deixem-nos vencer e verão”..

E ainda, “Quando se fizer a lei da responsabilidade ministerial, para as calendas gregas, eu hei-de propor que cada ministro seja obrigado a viajar por este seu reino de Portugal ao menos uma vez em cada ano, como a desobriga”.

E, “ Quantas almas é preciso dar ao diabo e quantos corpos se têm de entregar no cemitério para fazer um rico neste mundo..”

E, “ Detesto a filosofia, detesto a razão; e sinceramente creio que num mundo tão desconchavado como este, numa sociedade tão falsa, numa vida tão absurda como a que nos fazem as leis, os costumes, as instituições, as conveniências dela, afectar nas palavras a exactidão, a lógica, a rectidão que não há nas coisas, é a maior e mais perniciosa de todas as incoerências .”

Em Viagens na Minha Terra, Garrett cria a personagem Joaninha de olhos verdes que se apaixona por Carlos, decorrendo a acção no período de convulsões entre miguelistas e liberais.
O livro versa o amor entre Carlos e Joaninha e a beleza do Vale de Santarém numa viagem de Lisboa até Santarém.


Nele se pode ler: “ já se diz há muito ano que honra e proveito não cabem num saco; eu digo que beleza e mentira também lá não cabem ....”


E, “ é preciso crer em alguma coisa para ser grande – não só poeta – grande, seja no que for....”

E, “ Ora o que não ama, que não ama apaixonadamente, seu filho se o tem, sua mãe se a conserva, ou a mulher que prefere a todas, esse homem é o tal, e Deus me livre dele..”.

E, “ Formou Deus o homem e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade e o pôs num inferno de tolices. O homem – não o homem que Deus fez, mas o homem que a sociedade tem contrafeito, apertando e forçando em seus moldes de ferro aquela pasta de limo que no paraíso terreal se afeiçoara à imagem da divindade – o homem assim aleijado como nós o conhecemos, é o animal mais absurdo, o mais disparatado e incongruente que habita na TERRA.... “

E, “ Portugal é, foi sempre uma nação de milagre, de poesia. Desfizeram o prestígio; veremos como ele vive em prosa. Morrer não morre a terra, nem a família nem as raças: mas as nações deixam de existir ..”..

E um livro que versa o amor e os ideias políticos..

Publicação de

João brito Sousa

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