quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

UMA CIDADE DO NORTE


COMPORTAMENTOS DA CIDADE (opinião)

As gentes do Norte são outra coisa compadre, dizia-me o Dr. Henrique quando nos encontrávamos. Mas eu não tinha a certeza disso. Desde 1865 ou talvez antes, o povo nortenho vem manifestando uma certa discordância a Lisboa e não sei como é que isso se colou à capital que ainda hoje continua.. Não percebo os motivos.

O Porto, parece-me, já não é a frase de Garrett “ Se na nossa cidade há muito quem troque o b por v, há pouco quem troque a liberdade pela servidão.
Não direi que sejam servis, nada disso, mas parecem não conhecer bem os contornos da liberdade. É uma cidade que ouve mal ou, quando lhe interessa não quer ouvir. E isso não a dignifica porque é uma atitude sem honra. Perante casos dramáticos de honradez ou de falta dela, escondem-se e ignoram. Na literatura de Aquilino Ribeiro, nesse tempo, o Porto queria saber, melhor, o Porto, precisava de saber. Hoje não, hoje o PORTO precisa de ignorar aquilo que lhe convém. O PORTO de hoje não é o mesmo do PORTO de ontem. Mesmo sendo a visibilidade enorme, o PORTO diz que certas notícias lhe entram por um ouvido e lhes saem por outro. Há comportamentos indesculpáveis que aqui no PORTO são aplaudidos. Assim, não....

A cidade em si está toda ai. Mas é preciso namorar com ela para a entender. Há recantos que passam naturalmente despercebidos ao forasteiro porque não lhe conhece os pormenores. Eu penso que sem esforço se nota que no passado, a cidade do PORTO, foi uma grande cidade. Tem traços. Hoje, não será tanto assim e isso é manifestado nas declarações publicas de alguns residentes que aqui trabalham, que reclamam mais evidência para os seus êxitos. Dizem que não têm a evidência de outros de outras paragens. A cidade reclama para si, quando está em casa é capaz de dizer isso `a vizinha ou a si própria, ou mesmo no café da esquina. E diz isso de uma maneira que se convence que é verdade.

O problema aqui, é que os residentes consideram que a cidade tem condições para nela se realizarem grandes eventos mas é o Governo Central que não lhes dá essa possibilidade. Todavia, o comportamento empresarial é de tal ordem, que possibilita que o Governo faça isso; é que se vão todos ou quase para a Capital e abandonam a origem. Parece não haver coerência acerca da sua luta de todos os dias. O tecido empresarial deveria assentar arraiais na cidade e aí manter-se. Se saem pode concluir-se que não acreditam em si próprios. Mas se é assim não têm direito à lamentação..

E dizem isto de Lisboa.:-“Lisboa assemelha-se hoje, pelo menos em intenção, a grande feudo cultural que emite cultura par todo o País. De certa forma, compreende-se, é a capital, mas a coisa escorregou para o exagero: parece que Lisboa emite para si própria porque Lisboa interessa a Lisboa e o resto do País acompanhe se quiser. (bloge bussola)

Mas o que é que o PORTO faz para contrariar este estado de coisas?: Parece-me que nada. Numa coisa o PORTO parece-me ser bom. É quando tenta transformar uma mentira numa verdade e consegue. Parece que são bons aqui.

Não vejo acção mas sim reclamação.... .

João Brito Sousa.

3 comentários:

  1. Cá temos o Homem

    Cá temos o Homem de novo
    Mais tarde mas não falta
    Fala do Porto e do povo
    Da baixeza e da ribalta

    Roberto Afonso

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  2. Homenagear

    Sempre que Faro vier visitar
    Permitir-me-á que o cumprimente
    Neste meu modesto homenagear
    Suas virtudes, pessoalmente

    Roberto Afonso

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  3. Olá João!

    Espero que não estejas zangado comigo, os comentários que fiz, como resposta aos teus são gerais e não pessoais.

    Tenho grande consideraçãopor ti e pretendo que esta amizade se cimente ainda mais.

    No entanto continuo a não concordar contigo no que diz respeitoao Porto. É verdade que a cidade mudou, os portuenses, digo a classe média, foi enviadapara a periferia, o mundo mudou,mas nós continuamos os mesmos.

    Olha bem à tua volta, o problrma não é entre o Porto e Lisboa, mas entre cidadão e classe política, todo o país está adormecido (eu diria mesmo o Mundo), seja no Porto, em Lisboa, no Algarve, nas Beiras ou em Trás-os-Montes.

    Um dia a Humanidade iráacordar e depois é que serão elas, porque os polícos sãocegos,surdos emudos, e acham que podem controlar as pessoas indefinidamente. Mas um dia aspessoas acordam. Já foi assim no passado, será assim no futuro.

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