domingo, 6 de janeiro de 2008

CRÓNICA DE DOMINGO

(arrábida)

OFERTAS DA CIDADE

Isto de não termos a obrigação de... relaxa-nos o corpo e depois... atrasamos tudo. Levantei-me tarde e fui até ao café, jornal e bica e lá se foi uma hora e tal....

Voltei a casa, consultei a net porque dai a pouco era a hora de almoçar. Fomos ao sô Carvalho aqui do bairro li o jornal desportivo sobre a bronca do Benfica de ontem à noite, que condeno e regressámos a casa já com mais outro café no bucho.

E cá estou no meu posto de trabalho. Acho estranho este meu comportamento, não me apetece sair, entretenho-me aqui à mesa a escrever os meus textos, sinto-me bem, mas... E interrogo-me:- MAS EU NÃO DEVIA DE ESTAR A PASSEAR POR AÍ?... Não me entiendo...

Para passear tenho a cidade do PORTO, que por si só não me agride ..e já conheço aqui muitos portuenses, alguns portistas e outros não, creio que mais estes do que aqueles, o que talvez queira dizer que alguns portuenses não estão de bem com a cidade e não aderiram ao clube de futebol.

Não falo baseado em estatísticas, falo apenas por palpite, portanto com muita margem de erro. Mas, se eu for ao café ver um jogo de futebol internacional, onde joguem ao mesmo tempo Benfica e FCPorto, com adversários diferentes, evidentemente, direi sem medo de errar que talvez hajam mais portuenses benfiquistas a assistir ao jogo do seu clube do que portuenses portistas a assistir ao jogo da sua equipa.

Fora do futebol os portuenses são pessoas calorosas e hospitaleiras. Ajudam numa enrascada qualquer. . sem problemas. Se a conversa virar para o futebol acabou-se a hospitalidade. Uma vez um camarada aí, mandou um email para os jornais a elogiar a conduta de Pinto da Costa e eu respondi perguntando-lhe se estaria eventualmente a falar do homem da noite... de Carolina Salgado tal e tal...ao que o homem me disse que nunca mais me responderia e o que queria era ganhar campeonatos.

Com igual comportamento temos aí um naipe de escritores consagrados.

Neste capítulo não me identifico com esses portuenses portistas que querem ganhar a qualquer preço, mesmo que para isso se falte o respeito à competição.

Sou um PORTUENSE assumido; portista JAMAIS....

Diz RAMALHO ORTIGÃO O portuense não gosta de Lisboa. Não gosta da polícia. Não gosta da autoridade. Da autoridade vinga-se, desprezando-a. Da Polícia vinga-se, resistindo-lhe. De Lisboa vinga-se, recebendo os lisboetas com a mais amável hospitalidade e com a mais obsequiada bizarria.

Falta dizer que o PORTO é uma cidade que chora e que se lamenta, e não faz nada para sair deste estado de letargia que já vem desde Ramalho Ortigão.


João Brito Sousa

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