quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A RECESSÃO VEM AÍ?...

(banco de Portugal em Faro)

MEDO DA RECESSÃO NA MAIOR ECONOMIA DO MUNDO
Artigo de Leandro Modé


O prejuízo de US$ 10 bilhões do Citigroup no quarto trimestre de 2007 e as vendas no varejo dos Estados Unidos abaixo do esperado em dezembro derrubaram as bolsas de valores globais ontem. As duas informações reforçaram nos investidores a idéia de que a maior economia do mundo passará por uma recessão em 2008, avaliação que ainda não é consensual entre os especialistas.

Continua a crescer a preocupação sobre as chances de uma recessão e também o medo de que a expansão global possa cair fortemente”, disse Tom Sowanick, chefe de Investimentos da Clearbrook Financial LLC, em Nova Jersey.
Na Europa, o clima também foi de pessimismo. Em Londres, o Índice FTSE-100 perdeu 3,06%; em Paris, o CAC-40 recuou 2,83%; em Frankfurt, o Xetra-Dax caiu 2,14%.

O prejuízo trimestral do Citigroup, maior banco dos Estados Unidos pelo critério de activos totais, decorre de perdas no mercado de hipotecas de alto risco (mais informações abaixo). As vendas no varejo americano recuaram 0,4% em dezembro, bem abaixo das estimativas dos analistas, que previam contração de apenas 0,1%.
Se não bastassem essas duas informações, o Índice de Preços ao Produtor (que mede a inflação no atacado dos EUA) superou as expectativas em dezembro. O núcleo do indicador, que exclui os gastos com alimentação e energia, subiu 0,2%, ante estimativa média de 0,1%. O número cheio apresentou deflação de 0,1%, ante previsão de 0,1% de alta. No ano, o PPI (na sigla em inglês) avançou 6,3%, maior alta desde 1981.As pressões inflacionárias podem diminuir o espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortar a taxa básica de juros. Essa é uma das medidas que, segundo especialistas, podem reanimar a economia americana - ao lado do pacote de estímulo fiscal que deve ser anunciado pelo governo Bush até o fim deste mês. Hoje de manhã, será anunciado o Índice de Preços ao Consumidor de dezembro e de 2007.
A semana, aliás, deve continuar tensa. Outros bancos envolvidos com a crise das hipotecas, como o Merrill Lynch, divulgarão balanços entre amanhã e sexta-feira. Hoje o Fed divulga o chamado Livro Bege, que traz um sumário da atividade económica nos EUA. Na quinta-feira, o presidente da instituição, Ben Bernanke, deporá na Câmara. O economista-chefe do banco BNP Paribas no Brasil, Alexandre Lintz, acredita que os EUA não terão recessão. “Já se disseminou na sociedade americana a percepção de que a economia não está bem, o que deve limitar as pressões para aumentos salariais e, conseqüentemente, abrir espaço para o Fed cortar o juro de forma agressiva”, afirmou. Para ele, porém, o país terá crescimento de no máximo 1,5% em 2008 e, mesmo em 2009, não deve retomar o vigor dos últimos anos.
Seu colega Luís Suzigan, da LCA Consultores, também descarta, por ora, a recessão. “Mas o ambiente internacional será menos favorável e as bolsas de valores devem permanecer voláteis ao menos no primeiro semestre”, avisou.

Folha de S.Paulo


COMENTÁRIO AD HOC.

Que a economia mundial está de rastos é uma evidência e não precisa tantos estudos e indicadores.. Essa constatação vê-se a olho nu através da miséria humana de que o mundo actual foi invadido.

Perante tanta informação disponível, os técnicos economistas continuam a não acertar uma. Às tantas lá vem uma hipótese de recessão, que no fundo é mais uma maneira de alguns enriquecerem mais através da candonga e do mercado negro.

O que pode gerar alguma estupefacção são os prejuízos na banca nos Estados Unidos, onde o Citigroup, o maior grupo financeiro americano, teve no quarto trimestre de 2007 prejuízos de USD 10 00 0 000. . Isto para dizer que a banca portuguesa, em vez de prejuízos tem dez milhões mais de lucros por trimestre o que abona bem a qualidade da gestão do nosso sistema financeiro que dá, ao que parece para todos desviarem muito dinheiro, como foi o caso dos duzentos milhões do grupo BCP que entretanto desapareceram.

Continuo a pensar que estamos cada vez mais perto do caos.

João Brito Sousa

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