quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

LITERATURA


AQUILINO EM "UM ESCRITOR CONFESSA-SE"...



”... Eu era um moço bisonho, quase donzel, nada estreado, digamos, no entrecasco das coisas do mundo, ainda com a envide de rústico. Nem colégios, seminários, pensões de Lisboa, embora nelas soprassem forte as auras do mundo livre, me tinham arrancado para fora dos alicerces do provinciano. Teoricamente eu estava em dia com o que havia de mais progressivo no meu século. Mas a teoria só por si que vale? Que vale conhecer os movimentos da natação e nunca ter tentado no mar? Conhecer os passes da esgrima e nunca ter pegado numa espada? Eu era o incorruptível e inteiriço bárbaro, debruçado cheio de sede para o rio da mundanidade, que corria ao fundo dum socalco de mármore , fora do alcance”

MEU COMENTÁRIO


AQUILINO RIBEIRO foi um escritor terra a terra. Vigoroso e autêntico nas suas análises, tal como Bocage revelou que tinha medo de morrer. Tal como eu e também como Raul Brandão. Era filho do Padre Joaquim Ribeiro e andou pelos Seminários.

Defendeu a língua portuguesa como poucos e trouxe para a sua obra os termos da aldeia

O texto acima é maravilhoso.
João Brito Sousa

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