quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

À GUERRA

(em sinal d epaz)

AO ADOLFO CONTREIRAS
o homem do rigor.

COMENTÁRIOS VÁRIOS ME CHEGARAM ACERCA DA CRÍTICA LITERÁRIA QUE O ADOLFO CONTREIRAS FEZ AO MEU SONETO, "À GUERRA", A MEU PEDIDO.

Aí está um exemplo.

"Continuo a pensar que o Adolfo nao agarrou a essencia. Pelo menos como eu a senti. Nao sou de perto nem de longe poeta, mas sinto a poesia quando vem da alma de quem a escreveu...
DIOGO

O Adolfo Contreiras é um homem de combate e não há nada a fazer. Um homem de honra e intelectualmente sério, que não pactua com coisas menores. Ó Adolfo é um homem que conhece muito de perto da Antiguidade Clássica e está tudo dito. Ou melhor, falta fazer o soneto que o Adolfo preconiza.... que é assim.



À GUERRA...

Quem lá vai... vai mandado.... talvez isso!...
No cumprimento estrito de uma missão... sim.
Porque desde logo é aceite o compromisso
De considerar inimigo quem está contra mim..

A causa é esta e ... deste último verso retirem
(Porque isso viu-se na Revolução Francesa
Que publicou a Declaração dos Direitos do Homem)
A lição dos Girondinos que se aliaram `a Nobreza.

E dessa luta com os Jacobinos chegou o TERROR ...
Comportamento esse que não perfilho... não senhor
Para os bons cidadãos protecção aos maus a morte !...

Porquê isto?...na minha vida não... por injusto
A guerra é um exercício sem benefícios e de alto custo
Por isso defendo o diálogo frutífero e ...muita sorte.

João Brito Sousa

1 comentário:

  1. João,
    Precisamente, pediste que comentasse aquele soneto, feito mais pensado e elaborado como me disseste.Limitei-me a dar a impressão que o poema me suscitou de acordo com o meu entendimento cultural da literatura e da poesia. E expliquei e explico novamente: nos 4 1ºs versos, a exposição do assunto (a guerra) e a preposição defendida (a paz), parecem-me bem colocadas e com alguma força poética. Depois resvalas para o que considero metáforas velhas e gastas do senso comum que não correspondem ao poeta que creio queres ser e podes ser. E isso, para o meu sentir a poesia, acontece frequentemente nos teus sonetos. Este tipo poético, de difícil composição, tem uma exposição do tema, uma preposição da tese defendida, um desenvolvimento do tema e tese propostos para rematar com "chave de ouro", isto é, com uma metáfora forte, inesperada, contraditória,exaltante,etc.
    Evidentemente que podes cantar o amor, muitos consideram a lírica de Camões melhor que a épica, mas Camões não cantou o "amor da humanidade", a "harmonia universal" , o "amor platónico", a "paz entre os homens de boa vontade", etc., etc., ou outro conceito prenhe de religiosidade, ele cantou o amor doloroso ou exaltado pelas suas amadas, tal como a inexcedível Safo pelas suas belas alunas, tal como Dante por Beatriz, tal como Petrarca por Laura, Ovídio por todas mulheres belas, Bocage quer pelo lirismo mais puro quer pelo amor erótico priapista.
    Podes cantar o quotidiano,o vulgar,o ocasional,o banal, o imprevisto, etc.,tal como o fazem hoje os poetas da escola designada de "poetas sem qualidade" da geração de 90. Mas o poema tem de nos tocar a sensibilidade por meio de metáforas e analogias imprevistas, à luz de conceitos novos, normalmente inovadores, contra-corrente ao popular e poéticamente correcto.
    Dizes que és um poeta vivo que ainda não morreu, pois que vivas muitos anos, assim terás tempo para atingires a maturidade poética e literária que ambicionas.
    Um abraço do Adolfo.

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