quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

UM TEXTO DE ZÉ MARIA OLIVEIRA

(um doutor da igreja, BALTAZAR)

REFLEXÕES SOBRE UM PRETÉRITO IMPERFEITO

“OS ESTUDANTES DE TEOLOGIA”

É tarde... e sobre a minha mesa de cabeceira, deponho, já meio a dormir, uma vetusta edição do “Aprendiz de Feiticeiro”.
Nada mais oportuno que esta velha “fábula”, ou se preferir “rábula”, carregada de sumo, para me ajudar a situar e perceber melhor o miolo apodrecido deste desamparado, alienado, mas também sempre promissor, Mundo, onde a Natureza nos “derramou”, a todos, um belo dia...
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O velho chefe guerreiro já não podia alinhar nos campos de batalha, nem nas vastas planícies da caça, mas muito conhecedor e experimentado, tinha de conservar o direito ao melhor naco e para isso tornara-se matreiro, misterioso, fabuloso: conhecedor dos códigos, dos sinais, esse estranho alfabeto da natureza que nós desaprendemos há muito. O Velho da tribo transformara-se em feiticeiro. A tribo tinha agora acesso ao sobrenatural: ao passado e ao...futuro!
O seu compromisso era apadrinhar, agora, o novo chefe, de quem era a eminência parda. Criara um lugar único na hierarquia tribal.
No Egipto os Sumo Sacerdotes sempre rivalizaram e manobraram os Faraós Os Celtas tinham nos Druidas a face oculta do poder, a Igreja Católica comandou durante centenas de anos os destinos históricos da Europa. Punha e depunha reis e imperadores. Os Países Árabes é o que se está a ver, e por toda a Historia, ao longo dos tempos, assistiu-se sistematicamente a esta “divisão/conluio”, pseudo dicotómica, entre o poder militar e o poder espiritual e facilmente poderíamos julgá-las distintos se na realidade não andassem sempre tão perto e enamorados! Embora por vezes tenham (e continuam), travando autenticas guerras fratricidas.
Estranha aliança esta entre o “Poder da Vida” (dispondo da Morte) e o “Poder da Morte” ressuscitando a Vida!
Ocasionalmente ouvi, há dias, falar na rádio em “jovens que querem morrer” e “jovens que querem viver”... uns nada tem a perder e outros tudo têm a ganhar!

Mas porque se dividiram assim as águas? Criando estes dois estranhos magistérios? Não vou mergulhar neste assunto aliciante remetendo os nossos prezados leitores para duas magníficas obras de Edgar Morin: “O Homem e Morte” e o “Paradigma Perdido”, e eventualmente para um velho livro de Freud , “Totem e Tabu” e porque não reler também “A Origem da Família da Propriedade e do Estado” . de Engels ou “Inconsciente colectivo” de Jung.

Vem este pequeno senão à baila para, uma vez mais, vermos até que ponto os grandes “narcotráficos da morte” se escondem por detrás de conceitos eticamente correctos e tanto mais puritanos quão torpes são os seus ocultos e perversos desígnios.

Todos nós conhecemos o velho provérbio das “Públicas virtudes” Desde sempre que por detraz das grande moralidades se escondem as grandes torpezas!

“Estudantes de Teologia” sempre os houve em todos os tempos e em todas as latitudes. Caracterizam-se essencialmente por pregarem verdades absolutas, por uma total intolerância para com os outros, por um puritanismo (de fachada) exacerbado e por uma frieza total de sentimentos de qualquer espécie, a não ser o ódio profundo, que alimentam, nos abismos das suas frustrações, contra tudo o que é Vida.

Há “estudantes de teologia” em todo o lado e quem quer que se arvore (perto de si), como detentor da “verdade suprema” – seja ela religiosa, política, cientifica ou outra qualquer - fuja enquanto é tempo ou então tome as devidas precauções!!!

A História está cheia de “guerras santas” de “profetas” de gente “sábia”, de todos os credos, e nunca houve tantos holocaustos como os que têm sido perpetradas, ao longo de milénios, em nome de “Deus”, da “Verdade” e da “Justiça”, do “Bem” e do “Mal”!

Precisamos estar atentos e lúcidos a todos os ventos que sopram, o devir continua a ser promissor, o mundo não está perdido, e nele está escrito, aguardando, o que de melhor ou pior pudemos fazer.

O Futuro continuará a ser a infindável e eterna sucessão de Presentes. São estas as únicas coordenadas espaço-temporais onde todos podemos intervir e temos, sempre, uma palavra a dizer, ou um gesto a fazer!

O Homem impõe-se no Presente!!! E por favor deixe de acreditar na inocência dos silenciosos!!!

MEU COMENTÁRIO

Gosto de ler o Zé Maria Oliveira. É, a par do Adolfo Contreiras, um homem que considero de rigor ou do rigor..

Considero que um estudante de Teologia pouco pode trazer de novo, porquanto a Igreja dispôs de grandes valores da cultura e do conhecimento e que, em termos práticos, pouco contribuíram para engrandecer a alma do Homem.

Grande parte das asneiras do Homem é motivada pela ausência de ideias acerca do destino de cada um de nós. Outro aspecto que conduz à asneirada é não sabermos o que é nem quem é DEUS Aqui está a principal causa... .

Enquanto o homem não se libertar dessa pressão não se pode esperar dele nada de bom.

Se soubéssemos que Deus existia mesmo, o MST não falava tão mal do BENFICA.

JOÃO BRITO SOUSA

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