sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

POESIA

(alfarrobeira da minha TERRA)

CADA OVELHA BUSCA A SUA PARELHA....

a todos os vagabundos....


Quando era puto, gostava muito de ver aquilo...
O Venceslau atrás a conduzir o rebanho mais o cão.
Eh ovelha ai ó.... e lá ia uma pedrada de meio quilo
Para levar o gado ao caminho e a pastar na região..

Ao sábado não havia rebanho ... ia ao cinema
Ele que não sabia ler nem escrever... só via...
O Cantinflas e o Errol Flyn.. qual é o problema
Cenas cómicas e de porrada que diz que percebia.

Ó rebanho da minha aldeia que às tardes passavas...
E eu à janela via-te ó Venceslau quando atiravas
Com a funda ao gado e lá fazias com que a ovelha

Voltasse à ordem e ao rebanho... e lá ia ela
Ah como eu gostava de voltar à minha janela
E levar-te amor como o pastor leva a ovelha.

João Brito Sousa

2 comentários:

  1. Um bom e bonito soneto rematado com um lindo e forte lirismo poético.
    Só dois reparos; rimar "aquilo" com "quilo" e "passavas" com "atiravas" retira brilho ao poema por serem rimas pobres e cacofónicas. Coisas da inspiração repentina que um curto tempo de "pousio" remediava certamente.
    Também o verso " cenas cómicas e de porrada que diz que percebia" o "e de" logo seguido de "que diz que", faz perder o ritmo e soa cacofonicamente. Eu poria em vez de "aquilo" ouvi-lo. No verso citado poria "de cenas cómicas e porrada ele bem percebia".Isto, claro, dentro da estrutura geral do teu presente soneto, mantendo-a.
    Como já uma vez pedíste um comentário sobre um teu soneto e como fiquei francamente encantado com o poético lirismo bucólico deste, atrevi-me estes reparos. Espero não leves a mal e se te ajudar algo fico contente.
    Um abraço do Adolfo.

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  2. Isso passa

    Ide vazar que isso passa
    Afasta a flatulência
    Verborreia dessa, maça
    Já não há paciência

    Faz riso certos senhores
    Acharem-se imaculados
    Poupam os seus louvores
    A ícones já valorados

    Deixemos as mesquinhices
    Plante as árvores quem souber
    Imperfeições artífices
    É natural acontecer

    Emitam algo de novo
    Fujam da aristocracia
    É puro o entender do povo
    Voando numa poesia

    Roberto Afonso

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