(guerra na Guiné)
(poema para um amigo...)
CAROS AMIGOS...
E camaradas!..
Amigos...
Só podemos ser isto
Amigo e camarada...
Não podemos ser mais nada...
Porque dizer amigo
Não pode ser uma palavra dita à toa..
Essa palavra dita por nós
Tem de querer dizer uma coisa boa
Por exemplo
amizade.. solidariedade...
È que nós andámos lá na batalha...
Não podemos ser amigos
Só por dá cá aquela palha....
Nós somos os amigos de verdade
E não deixámos entrar a falsidade...
Fomos solidários
E coesos
E dentro de nós ainda temos bem acesos
Os cagaços que apanhámos
E nos cagámos ....
Não direi de medo,
Porque era outro o enredo....
Mas da validade da guerra...
Esta é que era a verdade
A guerra não resolve nada
E a humanidade não está preparada...
Para a evitar...
Afinal.. o que é sabe o homem?
Porventura saberá ele ao menos amar?
É que nós . fomos além do normal...
Ainda sofremos um tormento maior...
È que fizemos a guerra com amor
Aliás... fizemos tudo por amor
Combatemos no plano e na serra
Para ganhar a guerra...
Não foi assim ó Dias Sequeira.?..
Ó rei dos algarvios
Tu que passaste serras e rios..
Sempre em defesa
Da honradez
Ó Dias Sequeira....
Lembras-te daquela vez
Em que fixaste atascado na lama?
E depois passaste oito dias na cama?
Aquilo é que foi ó Sequeira!....
Heim!
Como ele se lembra bem...
Rapaziada ...
Só temos motivos para sorrir
Demos-lhe tudo
E não fomos nós que quisemos ir...
E tu ó Costa Campo?...
Leão de Cufar..
Vocês foram todos uns heróis...
Melhor do que em Aljubarrota
Quando vencemos os espanhóis.
Companhia 763
Lembro-me bem de vocês ..
Todas as horas .. todos os dias
E lembro-me de tudo aquilo que tu ó soldado português ...
Fazias....
Aos pretos e `a preta
Em particular
Quando ela ia buscar a roupa para lavar.
E fiquemos por aqui...
Mais coisas não quero recordar.
João Brito Sousa.
.
(poema para um amigo...)
CAROS AMIGOS...
E camaradas!..
Amigos...
Só podemos ser isto
Amigo e camarada...
Não podemos ser mais nada...
Porque dizer amigo
Não pode ser uma palavra dita à toa..
Essa palavra dita por nós
Tem de querer dizer uma coisa boa
Por exemplo
amizade.. solidariedade...
È que nós andámos lá na batalha...
Não podemos ser amigos
Só por dá cá aquela palha....
Nós somos os amigos de verdade
E não deixámos entrar a falsidade...
Fomos solidários
E coesos
E dentro de nós ainda temos bem acesos
Os cagaços que apanhámos
E nos cagámos ....
Não direi de medo,
Porque era outro o enredo....
Mas da validade da guerra...
Esta é que era a verdade
A guerra não resolve nada
E a humanidade não está preparada...
Para a evitar...
Afinal.. o que é sabe o homem?
Porventura saberá ele ao menos amar?
É que nós . fomos além do normal...
Ainda sofremos um tormento maior...
È que fizemos a guerra com amor
Aliás... fizemos tudo por amor
Combatemos no plano e na serra
Para ganhar a guerra...
Não foi assim ó Dias Sequeira.?..
Ó rei dos algarvios
Tu que passaste serras e rios..
Sempre em defesa
Da honradez
Ó Dias Sequeira....
Lembras-te daquela vez
Em que fixaste atascado na lama?
E depois passaste oito dias na cama?
Aquilo é que foi ó Sequeira!....
Heim!
Como ele se lembra bem...
Rapaziada ...
Só temos motivos para sorrir
Demos-lhe tudo
E não fomos nós que quisemos ir...
E tu ó Costa Campo?...
Leão de Cufar..
Vocês foram todos uns heróis...
Melhor do que em Aljubarrota
Quando vencemos os espanhóis.
Companhia 763
Lembro-me bem de vocês ..
Todas as horas .. todos os dias
E lembro-me de tudo aquilo que tu ó soldado português ...
Fazias....
Aos pretos e `a preta
Em particular
Quando ela ia buscar a roupa para lavar.
E fiquemos por aqui...
Mais coisas não quero recordar.
João Brito Sousa.
.
JOÃO,
ResponderEliminarNum comentário a uma crónica minha sobre a Guerra Colonial dizias em 15.05.07 no Braçadas: "Heróis vivos nunca poderão ser um produto da guerra, porque na guerra só temos feridos e mortos em combate e mais nada"
Constato agora,que afinal na Comp.ª763,destacada na guerra da Guiné,todos foram heróis:-"Todos Vocês foram heróis"- dizes neste poema.
O acto heróico é uma luta emocional contra quem nos fere ou mete medo no momento, independente da situação ser de guerra,de acidente ou catástrofe.Enfrentar o perigo de morte durante dois anos, não cometer actos indignos e voltar salvo de corpo e alma, já contém muito heroísmo em si.Penso que são a estes heróis que prestas homenagem no teu poema.
Um abraço do Adolfo.
PORTO, 207.09.09
ResponderEliminarMEU CARO AMIGO,
A propósito de .... heroís.
DO DICIONÁRIO- indivíduo que se notabiliza pelos seus feitos guerreiros, pela sua coragem, tenacidade, abnegação...
Foi isto que eu quis dizer em referência á Companhia 763...
No desempenho das tarefas que lhe foram atribuidas, é meu entendimento que todos eles foram heróis, porqe todos eles se notablizaram.
Por outo lado, quando eu disse em 15.05.07 no Bracadas que " Heróis vivos nunca poderão ser um produto da guerra, porque na guerra só temos feridos e mortos.. ." foi como que um passar a mão pelo dorso da palavra heróis, porque eu sou contraa guerra...
Mas infelizmente a guerra existe e por inerência.. os heróis tambem.
Gostei do teu comentário.
Aí vai um abraço do
João Brito Sousa
JOÃO,
ResponderEliminarExactamente pelos motivos que agora evocas também eu considerei(está preto no branco no meu livro de 2003,"O Esquadrão 149, A Guerra e os Dias)os meus camaradas de guerra como heróis.
Foi contra esse ponto de vista que opinaste e de tal modo que pensei que tinhas um pensamento estruturado contra a guerra tal como um pacifista ou religioso fundamentalista(quero dizer com fundamento filosófico).Era respeitável.
Mas no teu comentário de Maio tudo o menos que fizeste foi passar a mão pelo pelo da palavra herói, pelo contrário cortáste-lhe a cabeça, braços e pernas duma penada.
Os teus heróis,tal como os meus,provém duma actitude de guerra, contudo ns altura tanbém disseste:-"O orgulho perante uma situação de guerra não é muito normal,porquanto a actitude guerreira não colhe no sentido humano da vida."
Por fim rematas com:-"A guerra não é um produto da minha paixão.Sou contra.Sou mais pela solidariedade."-
Todos somos contra a guerra e pela solidariedade o problema é que também somos todos mais solidários com uns do que com outros.
Um abraço do Adolfo
PORTO, 2007.09.10
ResponderEliminarAo Amigo Adolfo,
( o camisa 10 daquela famosa linha atacante do Nexense, formada por Coimbra, Pató, Raul, Adolfo e Bolias).
Muito bom o teu comentário. Vou estudá-lo e depois digo qualquer coisa.
É com vaidade que te vejo passar por aqui.
Aceita um abraço do
João Brito Sousa
Porto, 200709.10
ResponderEliminarOra VIVA.
Para responder cabalmente ao teu comentário sobre o meu post “A POESIA DA GUERRA NA GUINÉ”, dividi-o em sete pontos.
O que se passa aqui, no fundo, é saber se “UM HOMEM MOBILIZADO PARA A GUERRA E MATA ... PODERÁ SER TIDO COMO UM HERÓI?....
Teremos que começar por dizer que, este militar, no cenário em discussão, se não matar pode morrer. . Portanto o militar em questão tem de matar para sobreviver. No fundo ele não vai à guerra para matar... vai para vencer uma guerra e isso só se consegue matando.
Assim sendo, o acto de matar não é deliberado nem cruel. É uma atitude de defesa o que a torna como normal.
O herói vem de seguida se as em que aluta se desenrolou são abissalmente diferenciadas. Condições. Isso acontece na guerrilha, uma guerra surpresa com muitos qui pró quos...
Passemos à análise, ponto por ponto.
1) Exactamente pelos motivos que agora evocas também eu considerei(está preto no branco no meu livro de 2003,"O Esquadrão 149, A Guerra e os Dias)os meus camaradas de guerra como heróis.
Resposta - Concordo.
2) Foi contra esse ponto de vista que opinaste e de tal modo que pensei que tinhas um pensamento estruturado contra a guerra tal como um pacifista ou religioso fundamentalista(quero dizer com fundamento filosófico).Era respeitável.
Resposta: Se opinei contra, foi no sentido pacifista do termo, como dizes, porque entendo que a guerra não deveria ter lugar e, consequentemente os heróis também não. Mas a guerra existe; logo há a possibilidade de haver heróis.
3) Mas no teu comentário de Maio tudo o menos que fizeste foi passar a mão pelo pelo da palavra herói, pelo contrário cortáste-lhe a cabeça, braços e pernas duma penada.
Resposta: Aceito mas peço-te e aceites isso na óptica de que o óptimo era não haver guerras ...
4) Os teus heróis, tal como os meus, provém duma atitude de guerra..
Resposta: Sim
5) contudo na altura também disseste:- "O orgulho perante uma situação de guerra não é muito normal, porquanto a atitude guerreira não colhe no sentido humano da vida."
Resposta: Eu quis dizer que tenho dificuldade em considerar-me orgulhoso por vencer uma guerra, se bem que a malta de La Lys se tivesse sentido orgulhosa disso. Eu penso que teria dificuldades... mas aceito...
6) Por fim rematas com:-"A guerra não é um produto da minha paixão.Sou contra.Sou mais pela solidariedade."-
Resposta: MANTENHO
7) Todos somos contra a guerra e pela solidariedade o problema é que também somos todos mais solidários com uns do que com outros.
Resposta: Correctíssimo.
Gostei dos teus argumentos. Aceita um abraço do
João Brito Sousa
JOÃO,
ResponderEliminarAceito as explicações, aceito o abraço e aceito a tua amizade.
Um abraço também para ti do
Adolfo
Porto, 2007.09.11
ResponderEliminarViva.
Muito bem por tudo.
E mais uma vez um abraço do
João Brito SOusa