por EDUARDO GRAÇA (Dr)
Uma das medidas que, em breve, deverá obter consagração legal, no âmbito da reestruturação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) é a que transformará o INATEL em “fundação de direito privado e utilidade pública”
“Quando se meditou muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções.”Albert Camus
Apetecia-me escrever acerca das relações entre a idiossincrasia dos povos e o mercado; entre a opressão e a criatividade; entre os regimes políticos e a economia; entre a liberdade e a justiça social.
Apetecia-me descrever uma visita de férias a Cuba, incensar o seu belo povo, mais as suas conquistas sociais menos a falta de liberdade.
Apetecia-me escrever acerca de falências e taxas de juro, “modelos de governação” e “mercados de risco”, compras e vendas, salários e desemprego. Apetecia-me transcrever o poema “Uma sepultura em Londres”, de Jorge de Sena e a nota em que ele diz que, em 1969, “não podia anotar-se, para notícia dos distraídos, que esta sepultura era obviamente a de Karl Marx”.
Estranho não é?
Estávamos no tempo da ditadura.
Apetecia-me escrever, à saída de férias, acerca do clima. Das inundações nos países ricos e nos países pobres. De terramotos. De incêndios. De calamidades naturais, suas origens e trágicas consequências, que não escolhem nem os hemisférios nem os indicadores de desenvolvimento sócio económico dos países. Será o “desenvolvimento sustentável” levado a sério na agenda do futuro G8/13?
Apetecia-me escrever acerca da guerra do Iraque e da “tocata e fuga, ou “fuga sem tocata”, do quarteto dos Açores.
Das mentiras planetárias inventadas para a justificar. Dos políticos vulgares que esquecem as promessas, mentem e se contorcem ao sabor das quotas de popularidade, fazendo do verbo omitir a sua religião de todos os dias. Sou dos que ainda acreditam que na política, a “boa moeda” haverá de expulsar a “má moeda”. Imaginem!
Apetecia-me escrever que uma das medidas que, em breve, deverá obter consagração legal, no âmbito da reestruturação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) é a que transformará o INATEL em “fundação de direito privado e utilidade pública”, consagrada no PRACE (”Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado”) da seguinte forma:
“ Deixa de integrar o MTSS saindo da Administração Central do Estado: O Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores, I. P. - INATEL, sob a forma de fundação de direito privado e utilidade pública.”
Apetecia-me escrever que esta reforma está atrasada uns sete anos, uma minudência, e, desculpem a imodéstia, tem direitos de autor pois foi elaborada, do princípio ao fim, com detalhe técnico e consenso com os parceiros sociais, no tempo em que eu próprio era presidente daquela instituição da qual saí vai para cinco anos.
Apetecia-me escrever, com detalhe, acerca do caso em apreço, que é somente um entre muitos que mostram como as reformas da administração pública, em Portugal, sempre se atrasam, prisioneiras de preconceitos ancestrais e cinismos beatos, e ai daqueles que as quiserem prontas, em tempo útil, que o Estado estrebucha, os privados salivam e o povo geme
O MEU COMENTÁRIO.
APETECIA-ME ...
Apetecia-me dizer ao Eduardo Graça que li o seu texto , APETECIA-ME ESCREVER , como se de um poema se tratasse.
Apetecia-me dizer que enquanto lia o texto, me vieram à mente os trabalhos de âmbito social de Pablo Neruda, de Vinicius de Morais ou do Zé Maria Oliveira, que não conheço mas sei que tem um potencial enorme para fazer grandes coisas...
Apetecia-me pegar numa guitarra, dedilhá-la e acrescentar: amigo... esta noche pago yo.
Apetecia-me rever toda a poesia de Antero de Quental e de Florbela Espanca....
Apetecia-me cantar Zeca Afonso, menino sem condição... irmão de todos os nús.. tira os olhos do chão vem ver a luz.... .
Apetecia-me recitar “O cântico negro” do José Régio e dizer bem alto ...não... não vou por aí.
Apetecia-me ir acordar Che Guevara y lhe comunicar: amigo tenemos de partir, nuestro pueblo nos aguarda.
Apetecia-me tanta coisa..
Apetecia-me enviar ao Eduardo Graça, um abraço de parabéns pela beleza do texto publicado.
João Brito Sousa..
Uma das medidas que, em breve, deverá obter consagração legal, no âmbito da reestruturação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) é a que transformará o INATEL em “fundação de direito privado e utilidade pública”
“Quando se meditou muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções.”Albert Camus
Apetecia-me escrever acerca das relações entre a idiossincrasia dos povos e o mercado; entre a opressão e a criatividade; entre os regimes políticos e a economia; entre a liberdade e a justiça social.
Apetecia-me descrever uma visita de férias a Cuba, incensar o seu belo povo, mais as suas conquistas sociais menos a falta de liberdade.
Apetecia-me escrever acerca de falências e taxas de juro, “modelos de governação” e “mercados de risco”, compras e vendas, salários e desemprego. Apetecia-me transcrever o poema “Uma sepultura em Londres”, de Jorge de Sena e a nota em que ele diz que, em 1969, “não podia anotar-se, para notícia dos distraídos, que esta sepultura era obviamente a de Karl Marx”.
Estranho não é?
Estávamos no tempo da ditadura.
Apetecia-me escrever, à saída de férias, acerca do clima. Das inundações nos países ricos e nos países pobres. De terramotos. De incêndios. De calamidades naturais, suas origens e trágicas consequências, que não escolhem nem os hemisférios nem os indicadores de desenvolvimento sócio económico dos países. Será o “desenvolvimento sustentável” levado a sério na agenda do futuro G8/13?
Apetecia-me escrever acerca da guerra do Iraque e da “tocata e fuga, ou “fuga sem tocata”, do quarteto dos Açores.
Das mentiras planetárias inventadas para a justificar. Dos políticos vulgares que esquecem as promessas, mentem e se contorcem ao sabor das quotas de popularidade, fazendo do verbo omitir a sua religião de todos os dias. Sou dos que ainda acreditam que na política, a “boa moeda” haverá de expulsar a “má moeda”. Imaginem!
Apetecia-me escrever que uma das medidas que, em breve, deverá obter consagração legal, no âmbito da reestruturação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) é a que transformará o INATEL em “fundação de direito privado e utilidade pública”, consagrada no PRACE (”Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado”) da seguinte forma:
“ Deixa de integrar o MTSS saindo da Administração Central do Estado: O Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores, I. P. - INATEL, sob a forma de fundação de direito privado e utilidade pública.”
Apetecia-me escrever que esta reforma está atrasada uns sete anos, uma minudência, e, desculpem a imodéstia, tem direitos de autor pois foi elaborada, do princípio ao fim, com detalhe técnico e consenso com os parceiros sociais, no tempo em que eu próprio era presidente daquela instituição da qual saí vai para cinco anos.
Apetecia-me escrever, com detalhe, acerca do caso em apreço, que é somente um entre muitos que mostram como as reformas da administração pública, em Portugal, sempre se atrasam, prisioneiras de preconceitos ancestrais e cinismos beatos, e ai daqueles que as quiserem prontas, em tempo útil, que o Estado estrebucha, os privados salivam e o povo geme
O MEU COMENTÁRIO.
APETECIA-ME ...
Apetecia-me dizer ao Eduardo Graça que li o seu texto , APETECIA-ME ESCREVER , como se de um poema se tratasse.
Apetecia-me dizer que enquanto lia o texto, me vieram à mente os trabalhos de âmbito social de Pablo Neruda, de Vinicius de Morais ou do Zé Maria Oliveira, que não conheço mas sei que tem um potencial enorme para fazer grandes coisas...
Apetecia-me pegar numa guitarra, dedilhá-la e acrescentar: amigo... esta noche pago yo.
Apetecia-me rever toda a poesia de Antero de Quental e de Florbela Espanca....
Apetecia-me cantar Zeca Afonso, menino sem condição... irmão de todos os nús.. tira os olhos do chão vem ver a luz.... .
Apetecia-me recitar “O cântico negro” do José Régio e dizer bem alto ...não... não vou por aí.
Apetecia-me ir acordar Che Guevara y lhe comunicar: amigo tenemos de partir, nuestro pueblo nos aguarda.
Apetecia-me tanta coisa..
Apetecia-me enviar ao Eduardo Graça, um abraço de parabéns pela beleza do texto publicado.
João Brito Sousa..
Uma só palavra: obrigada.
ResponderEliminarUm abraço