quarta-feira, 5 de setembro de 2007

REFLEXÃO FILOSÓFICA

(Baptista-Bastos)


REFLEXÃO FILOSÓFICA

O texto que se segue é de Baptista- Bastos, retirado do Jornal de Negócios
“Não pertenço à falange dos que lisonjeiam a juventude como bálsamo para todos os males. Essa de os jovens serem o futuro, tem que se lhe diga.

Na verdade, o futuro da juventude – é a velhice.

E há quem nasça velho.
Mas gosto muito dos mais novos, do irrespeito sem planificação que corporizam, da ignorância atrevida que não dissimulam, da sua inteligência mais demolidora do que crítica.

Gosto muito dos mais novos porque não permitem que eu envelheça.”


QUEM É BAPTISTA-BASTOS

Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de Fevereiro de 1934) é um jornalista e escritor português.

Iniciou a sua carreira profissional, aos dezanove anos, em O Século, após ter realizado os estudos secundários na Escola de Artes Decorativas António Arroio e no Liceu Francês Charles Le Pierre, em Lisboa.

Em 1953 foi subchefe de redacção de O Século Ilustrado.

Pertenceu, também, aos quadros redactoriais de outros jornais: República, O Diário, Europeu, Almanaque, Seara Nova, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Época e Sábado.

Desempenhou funções de redactor da Agence France Press, em Lisboa. Trabalhou no vespertino Diário Popular durante duas décadas, tendo assinado reportagens, entrevistas e crónicas.

Como cronista colaborou com o Jornal de Notícias, A Bola, o Tempo Livre e, como crítico, com o Jornal de Letras, Artes e Ideias, o Expresso, o Jornal do Fundão e o Correio do Minho.

Publicou o seu primeiro livro de ensaio, O Cinema na Polémica do Tempo, aos vinte e cinco anos de idade. Em 1969 destaca-se As Palavras dos Outros.

Em 1996 apresentava o seu programa televisivo na SIC, intitulado Conversas Secretas.
A convite do jornal Público, realizou uma série de dezasseis entrevistas sob a designação «Onde é que você estava no 25 de Abril?», posteriormente publicadas em CD-ROM.

Fundou ainda o semanário O Ponto, periódico que registou uma série de entrevistas semanais.

Na rádio leu as suas crónicas, nomeadamente na Antena 1 e na Rádio Comercial.

Actualmente é colunista do Público e do Diário Económico.


O MEU COMENTÁRIO


Tenho muita pena que o meu amigo Adolfo Pinto Contreiras não encontre em Baptista-Bastos o talento de um grande escritor.

Eu encontro isso na prosa do ARMANDO BAPTISTA-BASTOS.


Na frase que aqui trago para reflexão, creio que Baptista-Bastos não remete para a juventude todos os males de que enferma a sociedade de hoje, mas, simultaneamente, também não espera da juventude grande coisa.

BAPTISTA-BASTOS encontrou aqui uma maneira airosa de dizer, que, no fim das contas, somos todos culpados pelo panorama do mundo actual.

E recusa-se a ser velho, desafiando a juventude, que é o que eu acho mais importante na frase.

Por isso, parabéns Baptista-Bastos.


João Brito Sousa

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