quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A VIDA NAS CIDADES

(banco de PORTUGAL/FARO)
A VIDA NAS CIDADES


Dizia-me o meu afilhado João Manuel, há uns anos atrás em Paris, que, se os automóveis que andavam em circulação a uma determinada altura do dia ou da noite, parassem todos à mesma hora, que não haveria lugar de estacionamento para todos na cidade.

È isto é a vida das cidades.

Num certo sentido é um lugar em constante desassossego.

“Pensando bem, de que são a final construídas as cidades? E de que matérias são feitos os sonhos das suas grandezas e as perversões das suas misérias? E quais as ficções que dão conteúdo à ideia de um espaço- usufruto dos homens, moldado de angústias, renúncias e expectativas? E como conciliar os projectos ambicionados para o progresso da urbe com as contradições dos interesses escondidos por detrás de cada intenção”?

O texto do último parágrafo pertence ao escritor portuense Helder Pacheco que o escreveu em crónicas do Porto.

Falar das cidades é falar dos homens que nelas habitam, das profissões mais típicas, das empresas...do homem da farmácia tal e tal... falar de hábitos e costumes. locais.

Na cidade de Faro, que conheço razoavelmente, uma pessoa lá importante é o Domingos Dias dos caixões, aquele que trata da ultima viagem, como eles dizem. Toda a gente da cidade e dos arrabaldes conhece e sabe onde é o estabelecimento do Domingos.

Porque um dia vai ser preciso.

Quase toda a gente conhece também os restaurantes, os cafés e as esplanadas da cidade onde o tempo se passa com mais comodidade.

Um domingo na cidade, pauta-se por uma ida à missa das 10, ir almoçar às Duas Sentinelas nas Quatro Estradas de Loulé, mais uma passeata da parte da tarde no Calçadão de Quarteira e um regresso a casa para ver o futebol

Num certo sentido a vida torna-se mais facilitada na cidade onde há mais pontos de contacto e de reunião.. As pessoas sabem que no café tal param fulano e sicrano e sabem que podem deslocar-se com total segurança de lá encontrarem um amigo para a conversa ou para um negócio.

Outro local de reunião importante é na praça das hortaliças e do peixe, onde as pessoas se deslocam para adquirir desses bens alimentares e dar um bocado de conversa com algum compadre conhecido, seja ele do campo ou da cidade.

A vida das cidades é mais ou menos assim.
João Brito Sousa

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