segunda-feira, 17 de setembro de 2007

APRESENTE-VOS


(o corrdinho em S. Braz de ALPORTEL)

“O COSTELETA JOSÉ ALEIXO SALVADOR”

Já não me lembro como é que o Aleixo me surgiu. Lembro-me do Zé Aleixo aí pelo terceiro ano. Mas isso é de somenos porque somos bons amigos. E o Aleixo conhece bem os meus amigos todos (lá da escola) e a recíproca também é verdadeira.

Fomos parceiros de carteira na aula da Irene Jacinto a Português. Íamos com o João Coelho Pencarinha o Colégio de S.Pedro, ver as moças. E quando o Vieguinhas ia buscar a bicicleta à caserna e passava pelo átrio da Escola era ver o ALEIXO a agarrar a bicicleta do Viegas pela grelha, enquanto este dava os celebérrimos “couces” obrigando o ALEIXO a largar a grelha.

O ZÉ ALEIXO é casado com a EMDUNDA, minha colega na Escola Comercial e no Magistério, a quem aproveito para saudar e eu estive lá no casamento deles. Festa bonita como o casal merece.

E ambos fizeram uma brilhante carreira na banca comercial..

Mas, aí por volta do 5º ano, o ALEIXO mandou lixar a malta. Apareceu por lá o Zé Cristo, vindo de Silves e aquilo foi amor à primeira vista. Andavam sempre juntos; pareciam duas p....

O camarada ALEIXO mandou uma história girissima, passada com o Manel de Odemira, esse mesmo que andava sempre a cantar as canções do Trio, marcou um golo na própria baliza quando jogava nos juniores do FARENSE.


Um muito obrigado ao ZÉ ALEIXO por me ter enviado a historia que aí vai.

O MANEL DE ODEMIRA E A BICICLETA DO ALEIXO


Hoje estive ao dar uma "olhada" ao que se passou no teu blog durante a semana passada e despertou-me a curiosidade acerca do diálogo estabalecido com o nosso antigo colega de escola, o Coelho Proença, não só por dele também não me lembrar mas sobretudo por outras coisas me trazer à memória, e boa foi essa história do 'paposseco' com manteiga, realmente é para sempre recordar.




Lembro-me que a dada altura, em S.Brás no Banco do Algarve, havia um funcionário que conhecia de vista por ter andado na escola, mas também já não me lembro dele. O gerente era o Delfim, e o caixa o Eusébio.Agora, a história que tenho para contar. Ai vai.



Durante quatro anos vim de S.Brás para Faro numa camioneta alugada ao Santos, em S.Brás chamavam-lhe a camioneta dos estudantes, poupava-se metade do preço em relação à da carreira.



Uma viagem na carreira custava 5$00, o que era bastante caro, pois um café custava 80 centavos.Entretanto, a dada altura, não me lembro porquê, acabou o aluguer. Um problema, dez escudos diários não era suportável, então em alternativa tive de fazer a deslocação de bicicleta.



No trajecto para Faro, meio caminho era a descer e o outro meio era recta pelas campinas, pouco custava. Pior era para S.Brás, pois a partir do Coiro da Burra era só subir. O meu pai dava-me diariamente 25 tostões para fazer a subida na carreira.




Todos os dias guardava a bicicleta na garagem do Santos, porque se a deixasse na escola não parava no sítio, havia malta que não tendo aulas aproveitava para dar umas voltas pela cidade.



Um deles era o Manuel Nobre Guerreiro, alentejano 'porreiro' de Saboia, que foi meu parceiro e estava hospedado em Faro.

No 5º. ano tinha uma aula semanal de contabilidade, que terminava às 7 horas. A última carreira para S.Brás era às 7 e 15, já noite. Nesses dias trazia a bicicleta para perto da escola, deixando-a encostada num passeio, numa das ruas circundantes, para que ninguém soubesse onde estava, especialmente o nosso amigo Manel, que nessa altura não era do meu ano, e sabendo que eu tinha aquela aula e trazia a bicicleta, corria as redondezas à sua procura, e por vária vezes a encontrava e de andar se fartava.



Mas quando da aula saía a bicicleta lá estava, e normalmante por nada de anormal dava

Naqueles dias saía da aula e, ou ía rapidamente apanhar a camioneta no Largo de S.Pedro, que no tejadilho as bicicletas dos passageiros transportava, ou ia de bicicleta até S.Brás, o que era uma grande estafa.




Um dia tinha mal gasto o dinheiro da camioneta, pego na bicicleta para ir para S.Brás e mal dou a primeira pedalada a corrente salta. Desmonto para pôr a corrente e muito frouxa verifico que ela estava.



O Manel, com tanto andar tinha-a alargado. Novamente colocava a corrente, dava uma pedalada e ela saltava. Por várias vezes isso aconteceu. Pois bem, a bicicleta estava partida, a camioneta tinha partido, o dinheiro do bilhete também tinha partido, as casas de bicicletas estavam fechads, não tinha outro remédio - com a máquina a reboque lá vou a pé 17 Kilómetros! Cheguei às onze e tal a S.Brás, com a família desesperada à minha procura, e lá arranjei uma boa desculpa para não culpar o amigo Manel.

Histórias da Escola e da vida.

Aproveito para desejar uma grande vitória ao Benfica na próxima terça-feira.

Com um abraço do

SALVADOR

2 comentários:

  1. Mais 'costoletas'...

    Meio século passado sobre os anos vividos na década de 50 na Escola de Faro, esta ideia de apelar à memória dos que por ali passaram, foi genial!

    Dizem por aí as más línguas que começamos a envelhecer quando nos agarramos às recordações. Talvez essas línguas não sejam tão más e tenham alguma razão. Porém...

    Eu não me confesso mais velho pelo simples facto de reviver com forte emotividade todas as histórias que por aqui já têm passado! Pelo contrário! Todo um emocionado prazer me invade ao dar de caras com a referência a um nome bem conhecido de tão distantes tempos e que as contigências da vida não permitiram um posterior contacto.

    A Escola de Faro foi um pólo aglutinador de toda uma juventude oriunda de todo o Algarve e a passagem por aquele estabelecimento de ensino, trampolim de lançamento para a realidade da vida, deixou marcas tão arreigadas que não haverá tempo suficientemente forte para as apagar.

    Hoje, esfumado que está esse meio século, sabe bem reviver os tempos de uma mocidade vivida de manhã à noite, na bela cidade de Faro, no convívio diário com companheiros unidos pelo mesmo projecto: preparar-se para a vida!

    Gostaria ver por aqui os amigos Bartílio, José Júlio, Piedade, Xico Leal, Manganão, Ilídios, Viegas, Carapeto, Cabritas, Iguaizinhos, Celina, e tantos outros com quem sempre partilhámos, naqueles tempos, uns agradáveis momentos.

    Recordar é viver! Também o ouvi por aí dizer a algumas línguas...

    Vivamos! Viva-se! Apareçam!

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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  2. PORTO, 2007.09.17

    Ao camarada Silva,

    Mais uma vez muito obrigado pela força que me tens dado para a continuidade do blog. E também pela aceitação dos assuntos. Ee já agora pelos convites que acabaste de fazer.

    Muito bem.

    Aí vai um abraço do

    João Brito Sousa.

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