sábado, 4 de agosto de 2007

FAZ HOJE 218 ANOS.

(Prisão da Bastilha)


FAZ HOJE 218 ANOS,

que, derivado da Revolução Francesa, um mês depois da tomada da Bastilha, foi abolido o sistema feudal.
Para se situar na História, para aquilatar da sua própria participação, os homens da Revolução Francesa criaram em 1789 o conceito de ”ancien régime”, compreendendo com isso, tudo aquilo a que acreditavam ter posto fim.

Qualquer um a quem se perguntasse, certamente iria enumerar uma série de pontos negativos: o ancien régime era visto como o contrário da revolução, o passado contra o futuro, o mal contra o bem, a linha divisória moral e política entre duas épocas, ao mesmo tempo indivisíveis e antagónicas.

As suas características eram tidas como negativas na consciência revolucionária, como uma antiga lealdade que se tornara insuportável para o povo e que, consequentemente, foi destruída por ele.. O ancien régime encarna um poder político arbitrário a uma ordem social baseada na privilégio: é o despotismo e a subserviência. Opostamente, a Revolução significa Liberdade e Igualdade.

Estas visões simples não são inúteis para o relato histórico. Indicam até que profundidade psicológica a ruptura de 1789 marcou a consciência nacional, até que ponto foi interpretada, antes que essa interpretação fosse transmitida, pela escola, às gerações dos séculos XIX e XX..

A Revolução Francesa, na verdade, não é apenas uma aventura de classe, o advento do povo contra os poderosos. È ao mesmo tempo, o baptismo da nação moderna e a origem da França contemporânea. Entre o ancien régime e o novo, ela é o elemento de união, um povo e um estado que o ancien régime contrapunha como forças hostis e antinaturais.

O ancien régime, era ao mesmo tempo, um estado despótico e uma sociedade de privilégios.

(Bibliografia consultada: Revoluções de editora Três)


João Brito Sousa

2 comentários:

  1. Revoluções...

    Duzentos e tantos anos passaram depois dessa marcante Revolução Francesa que pôs fim ao Feudalismo, acabando com os privilégios do Clero e da Nobreza, levando igualmente à queda desse abobinável poder absoluto dos reis.

    Desde então, conquistado que foi o poder do povo, dois séculos transcorreram recheados de tentativas de utilizar esse "poder do povo" em benefício próprio. Dois séculos...! Para chegar aonde?

    A lado nenhum, digo eu. Para ficar tudo na mesma, mudando apenas o nome dos intervenientes no processo socio-económico em que o Homem, fatalmente, tem que viver.

    Feudalismo deu lugar a Capitalismo.
    Senhor Feudal, dono da terra, meio de produção dominante até então, transformou-se em Capitalista, proprietário dos actuais processos produtivos.
    Servo da Gleba, esse infeliz, em nome de quem e para quem as Revoluções têm sido feitas, virou operário, que continua a significar "trabalhar por conta e para outrém".
    A Corte, essa priviligiada assembleia de ministros nomeados pelo poder indiscutível do rei, de onde saíam os indiscutíveis decretos régios, gerou a Assembleia Nacional de onde continuam a sair incontornáveis decretos.
    Os impostos, essa forma camuflada de roubar os parcos proventos de quem se vê obrigado a trabalhar por conta de outrem, que serviam para alimentar a opulência do rei e seu séquito, aí permanecem, imperturbáveis, sacados atempada e regularmente dos salários de sobrevivência dos operários, para sustentar os amigos do partido do governo eleito, nomeados para cargos ou gestores de actividades mal definidas ou de interesse duvidoso, ou os acessores que os "atarefados" deputados da Assembleia Nacional - tão atarefados que nem têm tempo de atender âs sessões regulares da Câmara !

    Mas nem toda a mudança foi má!
    Hoje tudo acontece e se sucede com os nomes mudados mas o "poder do povo", revolucionariamente conquistado, confere ao povo o direito e a satisfação de poder pensar que é ele o dono e senhor do seu próprio destino. E, vivendo nesa ilusão, o povo faz jus à Revolução, elegendo os "seus" mandatários -tão seus que raramente os conhece !- ingénuamente acreditando nas promessas de que estes agirão sempre e só no interesse do povo que lhes confere o mandato, como se não existissem interesses do próprio mandatado, interesses de lobbys económicos ou outros pontos de pressão sobre as decisões a tomar por esses mandatados!

    Mas hoje, o povo é livre! Pode protestar e insurgir-se contra as decisões consideradas menos própias dos seus eleitos. Ganhou isso da Revolução. Apenas isso! Nada mais... A dependência económica continua!

    Revoluções precisam-se!

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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  2. Porto, 2007.08.05

    CARO Silva.

    Muito bom texto. Parabéns.
    Aí vai um abraço do

    Brito Sousa

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