sexta-feira, 24 de agosto de 2007

AO JOSÉ ALEIXO SALVADOR, velho amigo

(malta da escola)



NO CAMPO DO FARENSE, COM O ZÉ ALEIXO, PARA VER JOGAR O JÚLIO ROSA


À vontade Salvador... dizia o Júlio Rosa, back centro do Sambrazense, para o puto Salvador, num jogo treino com o Farense, há ai uns cinquenta anos.

Eu e o Zé Aleixo, fomos parceiros de carteira num ano lá na Escola Comercial e Industrial de Faro e ficámos amigos para sempre. Gostávamos de futebol, ele sportinguista e eu benfiquista, como convinha, e lá tínhamos as nossas discussões futebolísticas.

Uma vez que o Sambrazense foi treinar a Faro, fomos ver o treino e vi jogar o Júlio Rosa, que era crack na equipa de São Bras. E ali a meio campo, jogava um irmão do Zé Aleixo Salvador, igualmente de nome Salvador, que, numa entrada apertada recebeu a ajuda oral do Júlio Rosa, com este... à vontade Salvador.

Esta crónica vem a propósito do Aleixo me ter telefonado ontem à noite a perguntar por mim e pelo meu blog. Achei piada pelo facto do Zé se interessar por estas coisas e porque é um grande amigo, aí vai um post dedicado a ele e à malta do nosso tempo.

Nós, eu e o Zé Aleixo, somos do tempo daquela equipa de futebol da Escola em Faro, onde alinhavam o Malaia, Joaquim Petroleiro, Caronho e Pinto Faria, Zeca Bastos e Julião, Nuno, Xavier, Eugénio, Parra e Honorato Viegas., que ganhavam tudo e a gente ia ver jogar contra o Liceu ao campo do FARENSE..

Quem andava sempre com a gente era o Vieguinhas de Pechão, o João Coelho Pencarinha de Loulé, o Zé Cristo que veio de Silves e era muito amigo do Zé Aleixo e mais um ou outro. Era mais ou menos esta equipa que ia ver as moças ao Colégio de S. Pedro, quando andava lá a Natália de Estoi, hoje respeitabilíssima esposa do muito nosso querido amigo Dr. Leiria e era no tempo em que o João Coelho Pencarinha dizia estar apaixonado pela Maria Álvaro.

Os professores desse tempo eram o fonética a Inglês, o PiriPiri a Francês, ambos umas anedotas do catano. Anda tivemos no primeiro ano do Comércio tambem a Francês o Dr. Proença, que era muito amigo do Helder Faísca, chamava-o ao quadro e dizia-lhe: anda cá Faísca que tu tens a mania que xabes....Tivemos também a D. Florinda, que era uma jovem menina, competente em termos de conhecimentos, que nos dava Contabilidade e Cálculo Financeiro, mas que nunca amou os montanheiros, que nunca percebeu os sacrifícios que os nossos pais e nós próprios fazíamos para frequentar uma coisa que não sabíamos bem o que era, pois o nosso grau de montanheiro era muito elevado.

Não posso esquecer aquela cena no 1º no e 1ª turma do Curso Geral do Comércio, na aula de Cálculo, quando por qualquer razão pediu à turma um papel, que eu fui levar e a professora disse, sorrindo : - olha, não penses que é por causa do papel que eu te passo de ano e continuava a sorrir. Foi esta professora que disse ao montanheiro da Patã, o nosso querido Zé Martins, não te gramo nem com molho de tomate, foi ela ainda que nos examinou a mim e ao Aleixo, numa aula de Contabilidade, acerca dos lançamentos a fazer no Diário, saques e aceites.... e de outros, sempre com um sorrisinho sacana. Mas deixe lá doutora Florinda, que nós já esquecemos isso e amámo-la.
Noutras crónicas vamos falar do Vieguinhas, do Arnaldo Silva, do Zé Vitorino, do Firmino Cabrita Longo, do Xameca, aquele que chamou atletista afanado ao Firmino quando este foi correr uma prova ao Liceu e falhou...
E vocês contem também aí umas histórias. Alo Zé Bartílio, Joaquim Cruz e Ferrinho Pedro, velhos amigos.
Até lá, aí vai um abraço para todos os mencionados, em especial para o Aleixo e esposa.
João Brito Sousa

11 comentários:

  1. Oi meu querido amigo!
    Pedes que te mandem umas histórias e eu lembrei-me de uma que vivi com o nosso saudoso "velho Uva",essa inesgotável e tão saudosa fonte de histórias .
    Naquele tempo as miudas compravam um blocozinho e pediam, normalmente a colegas e familiares (não tinhamos jet set...), que nos escrevessem uns autógrafos. Tambem eu comprei o meu caderninho e ousei inaugura-lo com um pedido ... a quem? Ao Dr. Uva.
    Oh, desgosto dos desgostos. Na minha primeira folhinha o autógrafo estreante rezava assim : CHEBATO FORA,DINHEIRO NA UNHA.... .Fiquei desesperada, não percebia a mensagem. Agora entendo, ele não podia perder a oportunidade de passar a sua mensagem pedagógica de mercantilismo. Era fantástico.
    Um abraço e força para a continuação da tua obra. Celina Inácio

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  3. Boa tarde!

    Para ti, amigo. Mas muito efusivamente para a magana da amiga Celina! Essa amiga a quem desejo "que pase de maravilla!", como dizem por aqui ao lado los hermanitos de Huelva.

    Faz anos que não tenho o prazer de lhe pôr a vista em cima e confesso que tenho saudades. Interrogo-me se ainda trabalhará ou se já pertence ao nosso clube, ao clube dos que, por direito próprio, conquistaram este privilégio de se dedicarem a un " dolce fare niente" que nos permite disponibilzar tempo para o que mais nos aprouver. Clube que também compartilha uns carunchos que por vezes se permitem incomodar o nosso bem estar, lembrando que os vinte anos foi uma idade que já vai longe e não passa hoge de uma bela miragem, pelo que de bom e de saudoso deixou registado num cantinho da nossa memória.

    Gostei de te ler, amiga! Aparece mais vezes. Porque nós gostamos de te ver, porque as tuas memórias nos interessam sempre, porque as sabes expôr maravilhosamente!

    Um abração para todos do

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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  4. PORTO, 2007.08.24

    ORA VIVA .

    MUITO OBRIGADO AOS DOIS PELA COLABORAÇÃO SEMPRE BEM VINDA.
    UM ABRAÇO DO VOSSO AMIGO DE SEMPRE.

    João Brito Sousa

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  5. Grande Brito, um abraço!
    Para comentar a tua crónica onde são relembrados aqueles tempos de escola comercial de há 50 anos, de tantas histórias e peripécias que frequentemente nos vêm à mente, mas que tu és o perito, e pegando naquela frase que utilizas quando te referes às nossas dificuldades de inserção numa escola com matérias de que nunca tinhamos ouvido antes falar "pois o nosso grau de montanheiro naquela altura era muito elevado", começo por transmitir um elogio a teu respeito, feito há umas semanas, pelo nosso caro amigo e antigo companheiro de escola, o decano jornalista Marcelino Viegas, que encontrei em Faro numa sala de espera, e esperando tivemos tempo de sobra para "pôr a escrita" dos tempos em dia. E claro, nessa conversa lá veio à baila os tempos de escola e os amigos desses tempos e que são de também agora.
    Diz ele: "sabes, há uma pessoa que me tem deixado verdadeiramente surpreendido com o que escreve e como escreve! Nunca pensei que dele viesse tanto! Um espectáculo! Sabes de quem se trata? Do Brito de Sousa!" Parece que ele tem lido alguns artigos teus nos jornais locais e tem acompanhado o que tens feito nos blogs.
    Mas voltando ao começo da tua crónica. É incrível a tua memória desses tempos idos e isso muitas vezes jé tem sido comentado por nossos antigos colegas com quem vou falando, especialmente com o nosso amigo e famoso extremo-direito daquela famosa equipa - Honorato Viegas.
    Nessa passagem em que falas numa aula de contabilidade com a Florinda, em que fomos chamados os dois para uma acareação sobre a matéria dada àcerca dos lançamentos que devíamos fazer no Diário sobre várias operações, disso lembro-me bem, e como pouco sabíamos daquilo aconteceu uma situação caricata e divertida para a turma. Perguntava ela: Nesta operação que lançamento se faz? Respondia o Brito: Devedores a Letras a Receber. Não, não é. Salvador, qual é? Respondia eu, pensando: "Se não é assim é o contário", e lá vai disto: Letras a Receber a Devedores. Barraca! E assim continuámos nisto - o Brito dizia um lançamento "estava mal" e eu repondia que era o inverso, até que fomos corridos do quadro por nada percebermos daquilo. A Florinda costumava dizer que eu desprestigiava a terra (a mãe dela era de S.Brás). Mas, no terceiro ano, foi fixe e disse-me que depois de 3 anos de me aturar já era tempo de largar a escola e lá passei no exame final.
    Bem, espero por essas futuras crónicas do Vieguinhas, do Zé Vitorino, do Arnaldo Silva, do Zé Bartílio, do Firmino que estão sempre na nossa memória. Um abraço para todos eles mencionados e não mencionados.
    Vês que rapidamente tiveste dois comentários. Um da Celina Inácio - devo tê-la conhecido na escola, por isso cumprimentos - com uma história engraçada e característica do saudoso "Velho" Uva, meu conterrâneo sambrazense. Outro, do grande Arnaldo Silva (o melhor aluno) que não vejo desde a escola.Aqui os deixo com um grande abraço.
    Fiquei encantado com este bom pedaço de prosa, que recorda tâo bem aqueles tempos que em muitas memórias de nós, às vezes vâo se esvaindo. A minha mulher apreciou os poemas e gostou da forma natural e simples como estão escritos. Eu li os três últimos, e apesar de leigo na matéria gostei, com franqueza. Estou de acordo com o Marcelino. Desconhecia-te esta arte que se escondia no trato do dia-a-dia.
    Se quiseres ver o que são e conhecer os efeitos das carretilhas, é ires à festa fa Pinha em Estoi.
    Força, Brito,um grande abraço continua, e "à vontade", como já lá dizia o Júlio Rosa (há pouco tempo falei com ele e até lhe contei a história do treino)

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  6. Histórias

    Ontem cometi um erro imperdoável aquando da minha visita aqui. Bem, imperdoável não será porque os amigos sempre sabem perdoar as calinadas dos seus amigos e o parente Brito não será excepção à regra.

    Verdade, verdadinha, é que me deixei deslumbrar pela agradávelsurpresa da visita da Celina aqui ao burgo e olvidei por completo o teu apelo para que por cá deixássemos uma ou outra história da passagem pela Escola de Faro.

    Hoje, lendo as peripécias descritas pelo Salvador - estará gordo? Careca? Jovem? - na chamada pela Florinda, veio à memória um número marcante da difícil digestão daquela senhora para aceitar a ousadia dos montanheiros ao invadirem a sua Escola da capital algarvia.

    As matérias da disciplina de Contabilidade nunca me ofereceram grandes dificuldades e sempre fui resolvendo quase a cem por cento os problemas que ela nos colocava. Mas as minhas habilidades manuais, essas, deixavam muito a desejar e o que pretendia ser escrito em letra francesa era apresentado nuns macacos a imitá-la e o cursivo inglês não passava de uma intenção.

    A doutora Florinda sempre me entregava os resultados dos exercícios com o mesmo comentário: Não te dou mais que 16 porque essa apresentação é a vergonha de qualquer lançamento em contabilidade!!

    Chegado que foi o almejado exame de aptidão lá prestei as minhas provas que, parece não terem tido defeito em matéria de conhecimentos. Mas a nota final... Bem! A Florinda encontrou-me no átrio da escola a ler os resultados das pautas expostas e saiu-se com esta: Tu tens tudo certo, mas só tens 18 porque a apresentação continua a mesma vergonha de sempre!!!

    Ali mesmo, naquele lugar e na humildade de quem já não temia represálias, respondi â senhora que "a perfeição é algo inatingível pelo ser humano, até mesmo para os professores!"

    arnaldo silva
    felizmente reformado

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  7. PORTO, 2007.08.25

    Meu Caro Silva,

    Apesar de ter ficado magoado na altura com algumas atitudes da DrªFlorinda, isso já passou e não há nem deve haver recalcamentos.

    Na história que contas a razão é da professora e não tua. 18 já é uma grande nota e o prof. para dar ao aluno 19 ou 20, deve exgir outros atributos além dos conhecimentos expresssos no teste. A boa apresentaão por exemplo.

    E falo na qualidade de professor de Contabilidade do Ensino Superiror, uma coisa que a Drª Florinda nunca imaginou ser possível...

    Quero aqui um comentário do Zé MARTINS de la Patã e do Zé VITORINO de Boliqueime.

    E deixo um abraço para todos, em especial para o Zé Aleixo, a quem vou dizer qualquer coisa acerca do excepcional texto que me mandou.

    João Brito Sousa

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  8. Amigo Brito!

    Vocemecê, desculpe, mas vá bugiar com a filosofia do professor que tem que pontuar não só os conhecimentos demonstrados por um aluno, sobre a matéria que ministra nas suas aulas mas também aspectos paralelos, particularmente a forma de demonstrá-los.

    Na minha carreira de aluno fui classificado quatro vezes com os vinte valores em disciplinas como Matemática, Cálculo Financeiro e Física. Tão simplesmente porque encontrei professores que comprenderam e aceitaram que estavam ali a classificar a minha capacidade para resolver os problemas apresentados, naquele exercício específico, independentemente de os resolver no quadro, numa lousa ou num pergaminho!

    Você quer dizer-me que dar como Quatro a resposta à pergunta de qual será o resultado da adição de dois com dois só merece 18 valores se a resposta for dada pela palavra QUATRO em vez de a dar com o dígito 2?!

    Quer então dizer-me, igualmente, que escrever correctamente, em letra legível e corrente, num qualquer livro de Diário, o lançamento contabilístico do desconto bancário de um saque, só merece 18 valores porque não foi escrito com a habilidade do professor de caligrafia?!

    P'ró caneco um tal critério! E, da mesma forma, o cretino critério do professor que no Primeiro Trimestre não dá mais do que 14, nas notas finais do período, não obstante os exercícios do aluno terem sido sempre classificados acima de 17. Nunca compreendi semelhante atitude...

    Critérios... Injustiças!

    Aquele abraço do
    arnaldo silva
    felizmente reformado

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  9. PORTO,, 2007.08.25

    Amigo Silva, toda a gente sabe que foste um bom aluno, até com alguns vintes na pauta como tu dizes.

    Na minha opinião o aluno de vinte tem de ter mais qualquer coisa, para além de saber a matéria. È um critério. Eu jogo limp e digo quais são as regras de jogo. Se o aluno não tiver mais qualquer coisa tem desanove.

    Não vejo motivo para tanta polémica e não vejo que tenhas razão.

    Aí vai um abraço para ti.

    João Brito Sousa

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  10. Caro Arnaldo Silva, estou a ver que és um bom frequentador dos blogs do nosso caríssimo Brito. Assim sendo, vou aproveitar a boleia para responder à tua curiosidade de como estou, lógica e recíproca depois de tantos anos de não nos avistarmos.
    Gordo não estou, só com alguns prenúncios de barriga, como convém a estas pessoas de idade maior. Jovem sim, com certeza, como tu e o Brito. Já de cabelo não me queixo. Careca, sempre, não me cresceu mais cabelo! E, felizmente reformado também.
    Se passasse por ti nalgum sítio, provavelmente aconteceria esta cena: Estava eu na fila de caixa do Jumbo, olhando sem ver, os que passavam, um dirige-se-me e diz "Salvador, estás bom?" Não reajo, fixando-o não o reconheço logo, mas num segundo perpassam-me pela memória os tempos de emprego, os de tropa e chego à escola, e aí estava... Era o Firmino. Foi uma festa.
    Vou-me meter entre ti e o Brito de Sousa, para pôr um pouco de água na fervura sobre esta história dos 18 valores. O ensino primário e secundário pelo menos, como sabem, estava e está sujeito a programas do ministerio. Naquela altura, no ensino da contabilidade os professores ensinavam que os lançamentos nos livros de escrita tinham de ser feitos em letra francesa e a descriçãos dos mesmos em letra inglesa. Penso que se assim ensinavam e exigiam é porque fazia parte do programa, e contaria para a classificação. Ora tratando-se do exame final, e não de um normal exercício, a professora teve de respeitar o programa, e assim a caligrafia contou! Se fosse agora, na era da contabilidade informática, apanhavas 20, sem dúvida. Naquela época, nos livros de contabilidade das empresas era usual a utilização da caligrafia francesa e inglesa.
    Um grande abraço
    Salvador

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  11. Caro Brito, estive a apreciar os comentários feitos ao teu romance. Parabéns.
    É pá, mas isto já é muita areia para a minha camioneta! Estou mais voltado para a sombra de uma doce alfarrobeira ou dum laranjal, como suspirava o conterrâneo al-andaluzense Ibn Ammar nos momentos de canícula...
    Um abraço
    Salvador

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