GOSTAVA DE TER SIDO ESCRITOR.
Já nos meus tempos de Escola de Magistério que era assaltado por um desejo enorme de ser escritor. Achava que deveria ser uma actividade linda, essa coisa de poder escrever coisas para que os outros lessem, ficassem bem dispostos e ganhassem gosto pela leitura.
Sempre pensei que o início da escrita deveria agarrar de imediato o leitor e por isso, deveria ter um começo que cativasse e agarrasse quem lesse o texto. Já tinha ensaiado essa técnica no exame de admissão à Escola Comercial e Industrial de Faro, cuja redacção era um tema avulso e eu comecei a escrever assim:
“Eram nove horas da manhã já eu, a minha mãe e os meus irmãos, estávamos à espera da automotora que nos devia de levar até à Praia da Rocha. Uma vez chegado o meio de transporte embarcámos nele e voltámos oito dias de pois.”..
Vou utilizar esse modelo para contar uma história
Na minha terra havia uma família a quem chamavam os SETE QUILOS. Nunca soube porquê Ainda conheci os pais, gente que trabalhavam nos campos. Tiveram uma mão cheia de filhos. O mais velho era o Florentino, trabalhador rural de profissão que nunca trabalhava `a terça feira Esse era o dia que ele tinha destinado ser de sua utilização pessoal. Nesse dia ia à cidade.
Uma ida à cidade para pessoas do campo, tem as características de grande acontecimento. As pessoas preparam-se para enfrentar outro modelo de vida, já que nas cidades, vive-se mais asseadamente, resultando isso da própria natureza dos trabalhos que aqui se fazem.
A maior parte das pessoas da cidade desconhece o que se faz no campo, talvez a alguns nunca lhe tivesse passado pela cabeça como é se obtém o leite que lhes é colocada na mesa ao pequeno almoço. E donde é que vem o fiambre e o queijo que chegam á mesa na mesma altura que o leite.?
Disso percebia o Florindo, pois toda a vida trabalhou no campo, primeiro na companhia do Pai e depois na companhia de outros trabalhadores e aprendeu tudo `a sua custa, observando e vendo como os mais velhos faziam.
O trabalho do campo não está ao alcance de qualquer um. Exige habilidade.
Naquele tempo, os trabalhadores chegavam às seis horas da manhã às hortas e, consoante a época do ano assim os trabalhos eram postos em execução...
(continua)
João Brito Sousa
Já nos meus tempos de Escola de Magistério que era assaltado por um desejo enorme de ser escritor. Achava que deveria ser uma actividade linda, essa coisa de poder escrever coisas para que os outros lessem, ficassem bem dispostos e ganhassem gosto pela leitura.
Sempre pensei que o início da escrita deveria agarrar de imediato o leitor e por isso, deveria ter um começo que cativasse e agarrasse quem lesse o texto. Já tinha ensaiado essa técnica no exame de admissão à Escola Comercial e Industrial de Faro, cuja redacção era um tema avulso e eu comecei a escrever assim:
“Eram nove horas da manhã já eu, a minha mãe e os meus irmãos, estávamos à espera da automotora que nos devia de levar até à Praia da Rocha. Uma vez chegado o meio de transporte embarcámos nele e voltámos oito dias de pois.”..
Vou utilizar esse modelo para contar uma história
Na minha terra havia uma família a quem chamavam os SETE QUILOS. Nunca soube porquê Ainda conheci os pais, gente que trabalhavam nos campos. Tiveram uma mão cheia de filhos. O mais velho era o Florentino, trabalhador rural de profissão que nunca trabalhava `a terça feira Esse era o dia que ele tinha destinado ser de sua utilização pessoal. Nesse dia ia à cidade.
Uma ida à cidade para pessoas do campo, tem as características de grande acontecimento. As pessoas preparam-se para enfrentar outro modelo de vida, já que nas cidades, vive-se mais asseadamente, resultando isso da própria natureza dos trabalhos que aqui se fazem.
A maior parte das pessoas da cidade desconhece o que se faz no campo, talvez a alguns nunca lhe tivesse passado pela cabeça como é se obtém o leite que lhes é colocada na mesa ao pequeno almoço. E donde é que vem o fiambre e o queijo que chegam á mesa na mesma altura que o leite.?
Disso percebia o Florindo, pois toda a vida trabalhou no campo, primeiro na companhia do Pai e depois na companhia de outros trabalhadores e aprendeu tudo `a sua custa, observando e vendo como os mais velhos faziam.
O trabalho do campo não está ao alcance de qualquer um. Exige habilidade.
Naquele tempo, os trabalhadores chegavam às seis horas da manhã às hortas e, consoante a época do ano assim os trabalhos eram postos em execução...
(continua)
João Brito Sousa
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