sábado, 25 de agosto de 2007

A MINHA HIPÓTESE DE ROMANCE...

(... amar uma planta também é viver a vida. Mário Monteiro)



O MEU ROMANCE, um texto onde falei da vida... ou de coisas da vida.


Numa tarde nostálgica ou de menor clarividência, iniciei aí um texto especulativo/filosófico, onde me atrevi a falar da vida ou de coisas da vida, tendo publicado um excerto no blog, no post com o título “ESBOÇO DE UM ROMANCE”

O meu querido amigo Mário Monteiro, que o leu , colocou-o no seu blog como post, E disse assim:
“Obrigado João por esta lição de vida, mesmo que não concorde contigo quando dizes que resolver mal também é uma forma de resolver os problemas, porque quando se resolve mal, o problema pode aparentemente desaparecer, porque fugimos dele, mas inevitavelmente surgem outros problemas ou então agrava-se o problema inicial.
Para mim a resolução dos problemas passa sempre, tem de passar, pelo diálogo. Quando o diálogo não existe temos um comportamento de avestruz, escondemo-nos do problema, mas ele continuo ali, bem perto de nós, apenas fechamos os olhos, ou olhamos para o lado, mas o problema continua a existir ou até mesmo a agravar-se.
Quanto ao arrependimento, também não me arrependo de nada, mas tento aprender com os erros. Não me arrependo porque não posso voltar atrás para corrigir, mas tento sempre transformar-me numa pessoa melhor para não cometer os mesmos erros e isso também é uma forma de arrependimento, porque é uma tomada de consciência.Infelizmente muitos de nós só aprendemos com a dor e o sofrimento.
Pergunto-me porquê? Se não fosse assim todos seriamos mais felizes, porque saberíamos dar a resposta certa no momento certo. Mas, como é evidente, não somos perfeitos, mas também não podemos ter medo de errar.
Quando o medo está sempre presente a vida torna-se insuportável e perdemos a capacidade de amar.
Vivemos angustiados.Viver a vida com frontalidade e autenticidade, com os sentimentos à flor da pele, mas fundamentalmente com amor. Com amor pelos outros, com amor pela Natureza, com amor por nós próprios, com amor pela vida, mas fundamentalmente com amor pelo, ou pela, companheira do nosso caminho sem unilateralismos, mas com reciprocidade.
Viver a vida é amar e ser amado, aprender a ceder sem abdicar dos princípios, é dar e receber. Em resumo é estar nas coisas de corpo inteiro e não estar constantemente a racionalizar.
Quando há amor devemos fazer das falhas um caminho para o consolidar e não o contrário. De outra forma não podemos dizer que amamos, se o dissermos estamos a trairmo-nos e a trair os outros, consciente ou inconscientemente.Sem querer acabei por extrapolar o conteúdo do teu texto, peço desculpa pelo abuso.
Um abraço”
Ao Mário Fitas, velho companheiro das lides profissionais nos TAP e alentejano de Vila Fernando, mandei-lhe as cinco páginas do texto por mail e disse-me de sua justiça. .


“AMIGO JOÃO,
não me é lícito dizer que não gostei do teu Romance! Mas?!...
Encontrei algo de melancólico na tua escrita, que não é habitual em ti.
Novidade para mim!
Vou dar - te algumas dicas sobre a “VIDA”, tentando seguir a tua cronologia.

Etimologicamente, como o sabes _melhor que eu_ é a existência; figurativamente, género de vida. Biologicamente será a qualidade que confere aos animais, plantas e organismos, propriedades que os distinguem de outros seres do Universo.

Estrutura organizada, compreendendo elevado número de moléculas complexas em espectacular variedade das inúmeras espécies dos seres vivos. Como resenha, a “VIDA” aparece como o coroamento da criação para lhe assegurar continuidade e crescimento.
Certo!

A “VIDA” é um dom precioso, mas todos os seres vivos a possuem a título precário e por natureza à morte estão sujeitos.
Viremos a página!

“Uma experiência mística é um sentimento claro de Comunhão com um espírito Superior”
(Jostein Gaarder)

Não nos é lícito apenas existir, mas é essencial que vivamos! A Vida não nos dá azo a prolongamentos, de fraca intensidade serão os balanços ou julgamentos, já que no passado não importa o que ele fez de nós, importante é o que faremos com o que ele nos fez.

Mais que a própria Vida, importante é o sentido que damos a essa mesma vida.

“O amor de Deus é tão infinito que O leva a exemplificar a Vida com o próprio Filho”.

Não há um único santo sem passado, assim como nenhum pecador sem futuro.
Como a esquerda não deve saber o que a direita dá, também nunca te recordes de um favor que faças, mas!… Se algum dia receberes um favor, nunca o esqueças.
Contraditório?!...

É indício de grande estupidez não ordenar a Vida projectando-a, porque a vivência do Homem é escolher um objectivo, e caminhar para ele com conduta e toda a elevação, eis a realidade.
Ironizemos nós!

Contrapondo Raul Brandão vejamos:

“Mãe disseste-me frequentemente que uma mãe se assemelha a Moisés. Ela morre sem ter visto a Terra Prometida. E um filho, dizeis ainda, deve continuar, acabar a obra de sua Mãe, tão repentinamente interrompida. Um filho deve procurar fazer o que sua Mãe não fez, porque ele pode pisar o solo da Terra Prometida.”

(Jean Guitton)

Se gastarmos todas as energias do viver presente, a lamentar a Vida de ontem, desperdiçaremos a Vida de amanhã lamentando o viver de hoje. Desta forma verificamos que o ser humano acaba por não saborear a vivência do presente e do futuro, por esquecer o presente a ruminar infatigavelmente no futuro. Para recuperar a saúde gasta todos os bens acumulados, quando se esqueceu de a preservar para acumular esses bens.

Quando perceberá o homem que o dinheiro não se come?! Depois de o último fio de água estar envenenado, e a última árvore não dar frutos?!...
Vale a pena reflectir:

“Acho que devemos falar em primeiro lugar da alegria da vida, da alegria de viver ou de considerarmos a vida como uma dádiva de felicidade.”

(João Brito de Sousa)


Tudo o que existe é fruto daquilo que semeamos. Porquê? Transformar para recriar aquilo que já existe?

A professora primária conjugada com a nossa mãe, são as veras fontes que nos ajudam na captação das imagens da verdade, ternura e beleza. São os pólos dominadores que nos consentem ficar toda a vida nesse maravilhoso mundo de crianças. São elas também a nascente energia que nos induzem à experiência em cada idade da Vida. A tua mãe e a tua professora foram êmbolos, que te levaram a fazer da tua vida uma Obra de Arte embora não sejas artista, e a ser escritor da tua Vida sem escreveres livros.
Sendo a Vida uma obra de arte, ela tornar-se-á no mais lindo poema, se a vivermos com toda a intensidade.

Agora, o que é complexo entre nós! Eu disse complexo? Não… talvez deficiente cruzamento de informação.
Sobre Deus.

Em pleno desacordo! Sempre houve e haverá Deuses! Não acredito em ateus, porque são “expoência” românica de serem eles os próprios Deuses.

Pouco sei de Deus, sabendo muito isso sim sobre Cristo seu Filho. Conheço os problemas teológicos sobre tudo isto. E as filosofias sobre a Fé e os Dogmas, portanto a meu ver:

Cristo é um ser justo. Só que nós mão compreendemos que o Pai Dele nos colocou no Mundo para os outros.

Cristo é doação! Mais que adorar é amar, e isso é doação completa e não esperança de prebendas.

Se amamos não devemos reclamar amor já que é doação.
Em cada Vida que nasce, vem a mensagem de que Cristo ainda acredita no Homem. È portanto ela, a Vida, um constante renascer! Jamais será tarde para tudo aquilo que a mente aspira.

A Vida foi-nos doada por nossos pais, não para nós. Mas para a transmitirmos aos nossos filhos.

Como uma gota de água que a outras se vai juntando, formando o pequeno riacho, e depois rio, entre alcantiladas ou espraiando-se nas lezírias em louca correria até ao mar, para depois no seu ciclo evolutivo, voltar a renascer. Assim a Vida também corre à procura de Alguém para voltar a renascer.
Não faço a mínima ideia se era isto que de mim esperavas!
Desculpa! Mas é aquilo que eu sinto, e que transmito com a sinceridade da nossa amizade.
Continua Leão! (que pena seres do Benfica).

Um Abraço do tamanho da Torre dos Clérigos;

Mário Fitas


O MEU COMENTÁRIO.
Nada há a dizer, a não ser o meu muito obrigado a ambos.


João Brito Sousa

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