quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O VELHO

Os velhotes, sentados no Pelourinho de Castelo de Vide, em dia de Ano Novo (2007)


O VELHO


Quando cheguei estava todo empertigado em frente ao computador. Deveria ter uns oitenta anos. E trás, trás... no teclado.

Estava curvado mas alimentava a máquina. Não faço ideia do que continha o texto. Mas tinha-o já muito avançado.
As pessoas hoje, procuram rejuvenescer surgindo nos locais onde se disponibilizam os meios tecnológicos necessários e mais evoluídos, para continuar a desenvolver as suas capacidades.

Escreve-se uma carta para um amigo, escreve-se sobre o tempo de ontem e de hoje, escreve-se sobre histórias de amor, escreve-se sobre tempos antigos. É uma hipótese de trabalho para quem gosta de escrever.
O trabalho sempre moralizou as tropas. O importante é estabelecer-se uma relação harmoniosa com ele. O resto é fácil. Os velhos sabem isso e adaptam-se bem às circunstâncias. A melhor maneira de se ser velho é ser sempre novos. A velhada sempre dispõe daquela mais-valia que é a experiência e que, às vezes, até faz milagres.

O velho mais porreiro que conheci foi meu avô José Apolo. Apesar de o conhecer já velhote e nunca termos tido tempo para conversar, aprendi a gostar dele indirectamente. Ouvia-lhe contar histórias e era muito respeitado lá em casa.

Do seu segundo casamento, nasceram sete raparigas e um rapaz que se chamava Florentino. Viria a falecer mais tarde bem como uma das raparigas... Diz uma das minhas tias, que o meu avô, quando ia baptizar os filhos, dizia para o senhor Prior, depois de terminados os trabalhos de baptismo: "Até daqui a nove meses senhor prior!..."

Nunca conheci as minhas avós, nem o meu avó paterno. Mas gosto dos velhos em geral. Contam histórias engraçadas.

Diz-se dos velhos que dão bons conselhos. E é verdade; são pessoas muito prudentes.

Velhada amiga, estou convosco!


João Brito Sousa

Sem comentários:

Enviar um comentário